A DESILUSÃO DE AGORA SERÁ BÊNÇÃO DEPOIS – CHICO XAVIER

bênção depois

Bênção

A desilusão de agora será bênção depois.
CHICO XAVIER


família

Bênçãos de Deus

Conta antiga história popular que, certa vez, um modesto trabalhador da terra encontrava-se no trato de sua gleba, arando o terreno, em um amanhecer de beleza arrebatadora.
Acercou-se, então, um indivíduo muito bem vestido e, envolvido na soberba e na arrogância dos seus saberes, perguntou ao humilde lavrador:
Camponês, tu crês em Deus?
Sim, senhor, eu creio em Deus. – Respondeu-lhe simplesmente.
Então, retornou o materialista convicto, podes me mostrar um lugar onde Deus se encontra? E sorriu sarcástico.
O homem simples olhou em volta, enquanto se apoiava no cabo da enxada. Depois, com naturalidade, respondeu:
Senhor, eu não sou capaz de mostrar um lugar onde Deus se encontra nesta paisagem de luz.
No entanto, – continuou – eu peço ao senhor para me mostrar um lugar onde Deus não esteja.
Tomado de espanto, o soberbo afastou-se desconcertado.
* * *
Assim se dá conosco. Quantas vezes, perante as coisas da vida, não nos damos conta dos presentes de Deus, de Suas obras a nosso serviço, a nos sustentar as necessidades da vida.
Poucas vezes nos apercebemos de que mesmo nosso corpo, de que nos cremos proprietários, é obra de Deus, que no-lo empresta, para que a vida física se faça com a finalidade do nosso progresso.
Os filhos, os amores, as lições de aprendizado no dia-a-dia, tudo é bênção de Deus que nos oferta, como Pai amoroso preocupado com as necessidades de Seus filhos.
Deus Se encontra em toda parte, em toda a Sua obra. Desde a sinfonia dos astros, no espaço infinito, até o acelerado ritmo das micropartículas, na intimidade do átomo.
É natural que, a cada época da Humanidade, conforme o desenvolvimento intelectual e moral, o ser humano busque entender Deus e O compreenda exatamente conforme suas capacidades de entendimento.
Porém, à medida que vamos galgando conquistas morais e intelectuais, dilatam-se nossa percepção e entendimento da presença Divina, que envolve a tudo e todos sob Suas bênçãos.
Será essa percepção da alma que nos levará a, naturalmente, louvar e agradecer a Deus, por tudo que Ele nos oferece.
Será a partir daí que sintonizaremos com a Divindade, a fim de pedir Sua ajuda frente às provas naturais da vida, assim como para melhor nos integrarmos na harmonia da Criação.
Assim, cabe-nos buscar perceber a presença de Deus em nossa vida. Nas dificuldades, nos dias mais intensos, será Deus o amparo e o sustento em nossas dores.
Nas conquistas e nos dias de felicidade e paz, será Deus a companhia e o esteio, rejubilando-Se conosco pelas nossas vitórias.
Aprofundar nossas reflexões em torno de Deus e Suas bênçãos é exercício diário que compete a cada um de nós.
Só assim o nosso proceder será o do filho em gratidão, que compreende que todas as coisas que provêm do Pai são sempre na medida de nossas necessidades e capacidades.
Assim procedendo, jamais a revolta ou a descrença em Deus, frutos da imaturidade espiritual, terá guarida na intimidade de nossa alma.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 1, do livro Entrega-te a Deus, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Intervidas.

SEMEIA ESPERANÇA

A importância da família

Andando com pressa, esbarrei em um estranho. Reconhecendo minha imprudência, voltei-me e lhe pedi que me perdoasse.
De imediato, ele respondeu: Desculpe-me, por favor, também não o vi.
Fomos muito educados um com o outro. Sorrimos e demos prosseguimento ao nosso caminho.
Mais tarde, em casa, envolvido em tarefas, pensava no ocorrido, em como me comportara de forma tão urbana.
Imerso nessas reflexões, não percebi meu filho de apenas sete anos, que se aproximou e se postou atrás de mim.
Ao me virar, assustei-me, quase o derrubei e acabei gritando com ele, que se retirou triste. E nem me dei conta de como agira de forma equivocada.
Foi depois que vi umas flores lindas no chão, perto da porta, que algo me tocou.
Pensei: Fui tão gentil com o estranho na rua, e tão ríspido com meu filho em casa.
Recolhi as flores e o procurei para me desculpar. Mas foi ele quem falou primeiro, se escusando, dizendo que entrara de mansinho para me surpreender.
Senti-me mal e constrangido.
Tudo bem, disse, abraçando-me, amo você de qualquer jeito.
Foi nesse momento que decidi valorizar mais aqueles amores que Deus colocou ao meu lado, na formação do valioso grupo familiar.
* * *
A família é referência fundamental para qualquer criança. É o seu primeiro espaço de convivência.
O mundo se transforma constantemente, os conceitos mudam, os valores se alteram, mas nada destrói a importância da família.
Não importa qual seja a sua aparência, a sua formação, o seu ritmo, é na família que se aprende e se fortalecem os valores éticos.
É onde se vivem sagradas experiências afetivas, emocionais e morais.
É o primeiro espaço que ocupamos no mundo, e nada a substituirá em nossos corações.
Verdadeiro ninho de sobrevivência e proteção onde o grupo cria e alimenta laços de estima insuperável, capaz de promover a solidariedade e instaurar as bases do amor.
É no seio familiar que se faz a transmissão de valores, costumes e tradições de um clã.
Quando se realiza uma boa educação dentro do lar, seus elementos levarão consigo uma base sólida e segura para os desafios da sociedade.
Mesmo com os problemas que ocorrem cotidianamente, é junto da família que construímos a fortaleza que nos protegerá e sustentará nas lutas da vida.
Sem a família, com toda a importância que representa para as criaturas, o mundo seria um verdadeiro caos.
O diálogo, a amizade, o carinho familiar conferem a estrutura emocional para uma vida repleta de bons sentimentos e o cultivo das virtudes que tanto nos enriquecem.
Podemos afirmar que a família é a esperança sempre viva para uma Humanidade melhorada.
É a instituição capaz de solidificar atitudes afetivas e sentimentos mais profundos e significativos.
Reveste-se de especial importância por seu valor inestimável.
Ao reunirmos nossos amores no recinto familiar não percamos a oportunidade de lhes declararmos nosso amor, carinho e respeito.
E, em nossas orações, agradecidos a Deus, peçamos a bênção suprema para a nossa maior riqueza na face da Terra.
Valorizemos agora e sempre, a nossa família!
Redação do Momento Espírita
Em 29.1.2018.

FÉ

Laços de família

A convivência familiar nem sempre é harmônica.
Frequentemente, tem-se mais espontaneidade e prazer no relacionamento com amigos do que com irmãos.
Causam perplexidade as dificuldades de relações entre pessoas que foram criadas juntas e tiveram experiências similares em seus primeiros anos.
Elas aprenderam com os pais valores e lições semelhantes, mas apresentam grandes diferenças em seus gostos e tendências.
Alguns irmãos, tão logo atingem a idade adulta, deliberadamente se afastam dos demais.
Outros, mesmo permanecendo em contato, estão em constantes atritos.
A razão dessa dificuldade de relacionamento é explicada pelo Espiritismo.
Ele esclarece que existem duas espécies de família, a material e a espiritual.
A família material é estabelecida pelos laços sanguíneos.
A família espiritual decorre exclusivamente de afinidade e de comunhão de ideias e valores.
O parentesco corporal é estabelecido a partir da necessidade de aprendizado e de refazimento de erros do passado.
A parentela corporal pode ou não ser composta de Espíritos afins, ditos parentes espirituais.
A parentela espiritual é facilmente identificável.
São as pessoas que se buscam e têm prazer na companhia umas das outras.
Elas têm valores em comum e seu relacionamento é tranquilo e prazeroso.
Se dois irmãos carnais têm genuína afinidade, eles sempre são grandes amigos.
As dificuldades surgem quando a vida reúne antigos desafetos no mesmo lar.
A convivência entre seres radicalmente diferentes e com uma certa dose de antipatia costuma ser explosiva.
Entretanto, a Sabedoria Divina jamais se equivoca.
Se ela providenciou essa reunião, é porque se trata de providência imprescindível à conquista da harmonia.
A Lei Divina estabelece o amor e a fraternidade entre os seres.
Quando alguns Espíritos não aprendem suas lições com facilidade, a vida providencia os meios necessários para que o aprendizado ocorra.
Por exemplo, dois cônjuges que se traem e infelicitam.
Eles podem aprender a lição de que a lealdade é um tesouro.
Também podem, a partir da ciência de sua própria fragilidade moral, ter compaixão do erro do outro.
Mas muitos que traem e vilipendiam se permitem odiar quem com eles faz o mesmo.
Esses por vezes renascem como irmãos, para que aprendam a se amar fraternalmente.
Embora esse convívio não seja fácil, ele corresponde a uma real necessidade espiritual.
Em inúmeros outros contextos, a Providência Divina reúne no mesmo lar Espíritos que se permitiram equívocos uns contra os outros.
A família é um poderoso instrumento para eliminar rancores seculares e viabilizar a transformação moral das criaturas.
Ciente dessa realidade, valorizemos a nossa família!
Redação do Momento Espírita.
Disponível no livro Momento Espírita, v. 8, ed. FEP.
Em 5.3.2014.

família

BEZERRA DE MENEZES

“Um dia, perguntei ao Dr. Bezerra de Menezes, qual foi a sua maior felicidade quando chegou ao plano espiritual.
Ele respondeu-me:
— A minha maior felicidade, meu filho, foi quando Celina, a mensageira de Maria Santíssima, se aproximou do leito em que eu ainda estava dormindo e, tocando-me, falou suavemente:
— Bezerra, acorde, Bezerra!
Abri os olhos e vi-a, bela e radiosa.
— Minha filha, é você, Celina?!
— Sim, sou eu meu amigo.
A Mãe de Jesus pediu-me que lhe dissesse que você já se encontra na Vida Maior, havendo atravessado a porta da imortalidade.
Agora, Bezerra, desperte feliz.
Chegaram os meus familiares, os companheiros que­ridos das hostes espíritas que me vinham saudar.
Mas, eu ouvia um murmúrio, que me parecia vir de fora.
Então, Celina, me disse:
— Venha ver, Bezerra.
Ajudando-me a erguer-me do leito, amparou-me até uma sacada, e eu vi, meu filho, uma multidão que me acenava, com ternura e lágrimas nos olhos.
— Quem são, Celina? — perguntei-lhe
— não conheço a ninguém. Quem são?
— São aqueles a quem você consolou, sem nunca perguntar-lhes o nome.
São aqueles Espíritos atormentados, que chegaram às sessões mediúnicas e a sua palavra caiu sobre eles como um bálsamo numa ferida em chaga viva
São os esquecidos da terra, os destroçados do mundo, a quem você estimulou e guiou.
São eles, que o vêm saudar no pórtico da eternidade…
E o Dr. Bezerra concluiu:
— A felicidade sem lindes existe, meu filho, como decorrência do bem que fazemos, das lágrimas que enxuga­mos, das palavras que semeamos no caminho, para atapetar a senda que um dia percorreremos.
Extraído do Livro “O Semeador de Estrelas” de Suely Caldas Schubert

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