Amor Verdadeiro

Amor Verdadeiro

Amor Verdadeiro

 

É fácil amar o outro na mesa do bar, quando o papo é leve, o riso é farto e o chopp gelado.
É fácil amar o outro nas férias, no churrasco, nas festas ou quando se vê de vez em quando.
Difícil é amar quando o outro desaba, quando não acredita em mais nada e entende tudo errado.
Quando paralisa, perde o charme, o prazo, a identidade e a coerência.
Nessas horas que se vê o verdadeiro amor, aquele que quer o bem acima de tudo.
É esse o amor que dura para sempre, na verdade, esse é o único tipo que pode ser chamado de amor.

 

Pedro Bial

AMOR VERDADEIROS E.S.E

Uma Paga de Amor

 

Quando a chispa do ódio lavrou o Incêndio da malquerença, deixaste-te carbonizar pelas chamas do desespero…
Quando o veneno da intriga te visitou a casa do coração, permitiste-te a revolta que se converteu em injustificada aflição…
Quando o chicote da calúnia estrugiu nas tuas intenções nobres, concedeste-te a insensatez do desânimo que se transformou em enfermidade difícil…
Quando a nuvem da discórdia sombreou o grupo feliz das tuas amizades, julgaste-te abandonado, destroçando os planos superiores da edificação da alegria, onde armazenavas sonhos para o futuro…
Quando o fel do ciúme tisnou o sol do amor que te iluminava, resvalaste na alucinação morbífica que te aniquilou as mais belas expressões de amparo pelo caminho redentor…
Quando o ácido da irritabilidade alheia te foi atirado à face, foste dominado pela fúria da reação desvairada, fazendo-te perder abençoada ocasião de ajudar…
*
Tudo porque esqueceste da justa e necessária dose de amor.
Uma baga apenas teria sido suficiente.
Se amasses, todavia, com legítima qualidade de amor, o ódio cederia lugar à expectativa do bem, a intriga se desagregaria, a calúnia seria dissipada, a discórdia se apaziguaria, o ciúme se teria anulado, a irritabilidade se dulcificaria e a vida, então, adquiriria a sua santificante finalidade.
Com a moeda do amor se adquirem todos os bens da Terra e os incomparáveis tesouros do Céu.
O amor persevera – insistindo nos propósitos superiores que o vitalizam. Convence – produzindo pela fôrça da sua magnitude a excelência dos seus propósitos.
Transforma – pela natureza dulcificadora de que se constitui.
Dignifica – em razão do conteúdo de que se faz mensageiro.
Liberta – por ser o poder da vida de Deus transladada para toda a Criação.
O amor – alma da vida e vida da alma -é a canção de felicidade que vibra do Céu na direção da Terra, sem encontrar, por enquanto, ouvidos atentos que lhe registrem a incomparável melodia, de modo a se transformar em harmonia envolvente que penetra até onde cheguem as suas ressonâncias…
*
Ele se misturou às massas sofridas, e era a Saúde por Excelência; se submeteu a arbitrário interrogatório, e era Juiz Supremo; se permitiu martírio infamante, e era o Embaixador Sublime de Deus; se deixou assassinar, e era a Vida Abundante – por amor. E pelo amor retornou aos que o não amaram para ensinar a supremacia da Verdade sobre a ignorância e do bem sobre o mal, oferecendo-se pelos séculos porvindouros, porque o amor é a manifestação de Deus penetrando tudo e tudo sublimando.
*
“Tratai todos os homens como quereríeis que eles vos tratassem”. Lucas: capítulo 6º, versículo 31.
*
“Não acrediteis na esterilidade e no endurecimento do coração humano; ao amor verdadeiro, ele, a seu mau grado, cede. É um Imã a que não lhe é possível resistir”.

 

Evangelho Segundo o Espiritismo – Capítulo 11º – Item 9, parágrafo 5.
FRANCO, Divaldo Pereira. Florações Evangélicas. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 40.

 

Festival de Amor

 

“Reina lá a verdadeira fraternidade, porque não há egoísmo; a verdadeira igualdade, porque não há orgulho, e a verdadeira liberdade por não haver desordens a reprimir, nem ambiciosos que procurem oprimir o fraco.”

 

O CÉU E O INFERNO – 1ª parte – Capítulo 3º – Item 11.

 

Canta, alma, as bênçãos da fé viva na ação edificante do bem sem limite.
Não indagues qual a técnica perfeita da arte de ajudar.
Não esperes um curso especializado para o apostolado do melhor servir.
Abre os braços e agasalha a luz do dia no coração. Sai, depois, a dilatar claridade em festa incessante de alegria.
Se te perguntarem porque, embora a dor que te oprime, sorris, responde, que apesar do lodo junto à raiz, e por isso mesmo, o lírio esplendente de imaculada alvura esparze aroma.
Se te interrogarem quanto à utilidade do teu mister, reflete no mecanismo da vida, que transforma a abelha diligente em serva da tua mesa, e reparte a grandeza do serviço beneficente.
Ama, e coroarás as horas de luz; serve, e adornarás o coração de intérmina ventura.
No turbilhão do vozeiro moderno ausculta a pulsação do progresso e ouvirás a rés-do-chão um débil gemido ou um choro cansado que não cessa; vasculhando a noite com intensa expectativa identificarás homens fracos que o cansaço venceu; flamando pelas rotas do abandono tropeçarás em retalhos de gente, emaranhados na sarjeta do esquecimento, em trapos lodosos e despedaçados; vagueando nos lagos onde a dor se agasalha verás o azeite da vida se acabando nos vasos ressequidos, em que se transformaram organismos estiolados pela fome e pela enfermidade.
Muitos desses, ainda crianças, seriam os homens do amanhã que o presente tudo faz por negar a oportunidade de avançarem na rota da jornada evolutiva. A destinação histórica do futuro vai esmagada no frenesi teimoso do “agora”.
Escuta-os sem as palavras que não ousam articular e recebe-os no coração sem exigências punitivas. Dês que os não podes levar para o lar que te agasalha, sorri e ajuda-os como puderes, considerando que sempre podes fazer algo por eles.
Se, todavia, te for possível recebê-los, ama-os como se fossem inflorescências da tua carne.
Pouco te importe sejam grandes ou pequenos, os sofredores.
O amor verdadeiro não escolhe dimensão nem seleciona aparências. É santificante concessão de Deus para enriquecimento da vida.
Urge fazeres algo por eles, os teimosamente abandonados do caminho: órfãos dos teus olhos não os vias; aflitos, que em soluços junto à tua companhia, não tinham ninguém…
Quando alguém ama realmente uma criança que recebe e lhe não pertence pela carne, a humanidade consegue um crédito da vida.
Quando um espírito valoroso derrama a taça da afeição e do socorro legítimo no gral de quem sofre, o mundo se engrandece com ele.
É graças a esses, os irmãos pequeninos e sofredores, que a esperança se envolve de bênçãos e permanece entre as criaturas.
Faze da tua comunhão com o Cristo, a Quem dizes amar, um ato de abnegação junto aos que necessitam de carinho, produzindo o teu nobre esforço ao lado deles um excelente festival de amor.
Olhos marejados de pranto, além-da-sepultura fitam os filhos que ficaram ou afetos que permaneceram na retaguarda e corações que não cessam de pulsar embora a desencarnação, latejam em apressado ritmo, quando te acercas desses filhos desses quereres…
Não justifiques enfermidade, se pretendes disfarçar a indiferença em que te comprazes discretamente, nem te apegues aos sofrimentos da leviandade se queres desculpar a impiedade que te cerceia os passos.
Os que hoje são pequenos amanhã crescerão. Evita avinagrares a água da misericórdia que lhes ofereces, sem o azedume da infelicidade que dizes sofrer. Talvez eles sejam o sorriso dos teus lábios, mais tarde, se souberes o que fazer.
Os que já viveram, sofrem e podem compreender.
Sai da tua enfermidade imaginária para a ação curadora e faze uma doação de ternura, saudando neles, os amargurados que Jesus te apresenta, o sol formoso do dia sem fim da tua Imortalidade.
Quem O contemplasse entre as palhas ressequidas do berço improvisado não suporia que ali estava o Rei do Orbe, e quem se detivesse a contemplá-Lo coroado de espinhos, em extremo ridículo, silencioso e triste, não acreditaria que era o Excelso Filho de Deus. No entanto, foi entre aqueles dois polos, o berço e a cruz, que ele traçou a ponte de libertação, instaurando, de logo, o primado do espírito, com o próprio exemplo de renúncia total e total amor à humanidade de todos os tempos, de modo a conduzir-te ainda hoje, na direção dos Cimos da Vida.

 

FRANCO, Divaldo Pereira. Espírito e Vida. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 41.

solidão INCURÁVEL 2

Comentários