Angústia Álcool Fumo e outros – Divaldo P. Franco

Angústia Álcool Fumo e outros – Divaldo P. Franco
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O Adolescente e o Problemas das Drogas

 

Entre os impedimentos para a auto-identificação, no período da adolescência, destaca-se a rejeição.
Caracterizado pelo abandono a que se sente relegado o jovem no lar, esse estigma o acompanha na escola, no grupo social, em toda parte, tornando-o tão amargurado quão infeliz.
Sentindo-se impossibilitado de auto-realizar-se, o adolescente, que vem de uma infância de desprezo, foge para dentro de si, rebelando-se contra a vida, que é a projeção inconsciente da família desestruturada, contra todos, o que é uma verdadeira desdita. Daí ao desequilíbrio, na desarmonia psicológica em que se encontra, é um passo.
Os exemplos domésticos, decorrentes de pais que se habituaram a usar medicamentos sob qualquer pretexto, especialmente Valium e Librium, como buscas de equilíbrio, de repouso, oferecem aos filhos estímulos negativos de resistência para enfrentar desafios e dificuldades de toda a natureza. Demonstrando incapacidade para suportar esses problemas sem a ajuda de químicos ingeridos os, abrem espaço na mente da prole, para que, ante dificuldades, fuja para os recantos da cultura das drogas que permanece em voga.
Por outro lado, a exuberante propaganda, a respeito dos indivíduos que vivem buscando remédios para quaisquer pequenos achaques, sem o menor esforço para vencê-los através dos recursos mentais e atividades diferenciadas, produz estímulos nas mentes jovens para que façam o mesmo, e se utilizem de outro tipo de drogas, aquelas que se transformaram em epidemia que avassala a sociedade e a ameaça de violência e loucura.
O alcoolismo desenfreado, sob disfarce de bebidas sociais, levando os indivíduos a estados degenerativos, a perturbações de vária ordem, torna-se fator predisponente para as famílias seguirem o mesmo exemplo, particularmente os filhos, sem estrutura de comportamento saudável.
O tabagismo destruidor, inveterado, responde pelas enfermidades graves do aparelho respiratório, criando dependência irrefreável, transformando-se em estímulo nas mentes juvenis para a usança de tais bengalas psicológicas, que são porta de acesso a outras substâncias químicas mais perturbadoras.
A utilização da maconha, sob a justificativa de não ser aditiva, apresentada como de conseqüências suaves e sem perigo de maiores prejuízos, com muita propriedade também denominada erva do diabo, cria, no organismo, estados de dependência, que facultarão a utilização de outras substâncias mais pesadas, que dão acesso à loucura, ao crime, em desesperadas deserções da realidade, na busca de alívio para a pressão angustiante e devoradora da paz.
Todas essas drogas tornam-se convites-soluções para os jovens desequipados de discernimento, que se lhes entregam inermes, tombando, quase irremissivelmente, nos seus vapores venenosos e destruidores, que só a muito custo conseguem superar, após exaustivos tratamentos e esforço hercúleo.
Os conflitos, de qualquer natureza, constituem os motivos de apresentação falsa para que o indivíduo se atire ao uso e abuso de substâncias perturbadoras, hoje ampliadas com os barbitúricos, a heroína, a cocaína, o crack e outros opiáceos.
E não faltam conflitos na criatura humana, principalmente no jovem que, além dos fatores de perturbação referidos, sofre a pressão dos companheiros e dos traficantes -que se encontram nos seus grupos sociais com o fim de os aliciar; a rebelião contra os pais, como forma de vingança e de liberdade; a fuga das pressões da vida, que lhe parece insuportável; o distúrbio emocional, entre os quais se destacam os de natureza sexual…
A educação no lar e na escola constitui o valioso recurso psicoterapêutico preventivo em relação a todos os tipos de drogas e substâncias aditivas, desvios comportamentais e sociais, bengalas psicológicas e outros derivativos.
A estruturação psicológica do ser é-lhe o recurso de segurança para o enfrentamento de todos os problemas que constituem a existência terrena, realizando-se em plenitude, na busca dos objetivos essenciais da vida e aqueloutros que são conseqüências dos primeiros.
Quando se está desperto para as finalidades existenciais que conduzem à auto-realização, à auto-identificação, todos os problemas são enfrentados com naturalidade e paz, porquanto ninguém amadurece psicologicamente sem as lutas que fortalecem os valores aceitos e propõem novas metas a conquistar.
Os mecanismos de fuga pelas drogas, normalmente produzem esquecimento, fugas temporárias ou sentimento de maior apreciação da simples beleza do mundo, o que é de duração efêmera, deixando pesadas marcas na emoção e na conduta, no psiquismo e no soma, fazendo desmoronar todas as construções da fantasia e do desequilíbrio.
É indispensável oferecer ao jovem valores que resistam aos desafios do cotidiano, preparando-o para os saudáveis relacionamentos sociais, evitando que permaneça em isolamento que o empurrará para as fugas, quase sem volta, do uso das drogas de todo tipo, pois que essas fugas são viagens para lugar nenhum.
Sempre se desperta desse pesadelo com mais cansaço, mais tédio, mais amargura e saudade do que se haja experimentado, buscando-se retomar a qualquer preço, destruindo a vida sob os aspectos mais variados
Por fim, deve-se considerar que a facilidade com que o jovem adquire a droga que lhe aprouver, tal a abundância que se lhe encontra ao alcance, constitui-lhe provocação e estímulo, com o objetivo de fazer a própria avaliação de resultados pela experiência pessoal. Como se, para conhecer-se a gravidade, o perigo de qualquer enfermidade, fosse necessário sofrê-la, buscando-lhe a contaminação e deixando-se infectar.
A curiosidade que elege determinados comportamentos desequilibradores já é sintoma de surgimento da distonia psicológica, que deve ser corrigida no começo, a fim de que se seja poupado de maiores conflitos ou de viagens assinaladas por perturbações de vária ordem.
Em todo esse conflito e fuga pelas drogas, o amor desempenha papel fundamental, seja no lar, na escola, no grupo social, no trabalho, em toda parte, para evitar ou corrigir o seu uso e o comprometimento negativo.
O amor possui o miraculoso condão de dar segurança e resistência a todos os indivíduos, particularmente os jovens, que mais necessitam de atenção, de orientação e de assistência emocional com naturalidade e ternura.
Diante, portanto, do desafio das drogas, a terapia do amor, ao lado das demais especializadas, constitui recurso de urgência, que não deve ser postergado a pretexto algum, sob pena de agravar-se o problema, tornando-se irreversível e de efeitos destruidores.

 

FRANCO, Divaldo Pereira. Adolescência e Vida. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL.

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Deslizes Ocultos

 

 

“167. Qual o fim objetivado com a reencarnação?
“Expiação, melhoramento progressivo da Humanidade. Sem isto, onde a justiça?” (O LIVRO DOS ESPÍRITOS)
Punge-te o coração o sofrimento do hanseniano lacerado, com amputações, carpindo rude expiação.
Aflige-te o espírito o obsesso emparedado nos corredores escuros do desalinho psíquico.
Angustia-te a sensibilidade o canceroso com prazo marcado na contingência carnal…
Faz-te sofrer o cerceamento social imposto ao delinquente, que se comprometeu por infelicidade momentânea, arruinando outrem e a si mesmo infelicitando.
Constrange-te a visão do deformado físico, teratogênico ou vítima circunstancial de um desastre ou tragédia, que arrasta a ruína orgânica, em viagem de longo curso.
Suscita-te piedade o espetáculo deprimente dos órfãos ao desamparo e dos velhinhos sem agasalho, exibindo a miséria nas ruas do desconforto.
Confrangem-te o peito os caídos ao relento, que fizeram dos passeios e portais rústicos de ruelas escuras o grabato de dolorosas provações.
Dói-te a patética das mães viúvas e esfaimadas e dos enfermos sem medicamentos ou, ainda, dos esquecidos pelo organismo social.
Todos são passíveis do teu melhor sentimento de amor e compunção.
Ao fitá-lo, recordas-te dos “filhos do Calvário” e evocas, naturalmente, Jesus…
Eles, porém, estes sofredores, estão em resgate, dependendo deles mesmos a felicidade para o amanhã.
Já foram alcançados pelo invencível poder da Lei Divina.
Outros há que passam distribuindo simpatia e cordialidade, merecedores, no entanto, da mais profunda comiseração.
Alguns têm o corpo jovem, e fazem dele mercadoria de preço variável na insegura balança das emoções negociáveis.
Muitos sorriem e são tiranos da família, que esmagam impiedosamente.
Vários são disputados nas altas rodas das comunidades e vivem do fruto infeliz das drogas estupefacientes.
Diversos mantêm bordéis e aliciam jovens levianos.
Uns jogam na bolsa da usura e ludibriam corações invigilantes e arrebatados…
Outros comercializam a honorabilidade do lar ou envilecem a dignidade dos ascendentes.
Inúmeros são agiotas corteses, conquanto inescrupulosos e cruéis.
Incontáveis caluniam, amaldiçoam, apontam as falhas do próximo e, aparentemente, são justos, leais e bons.
Alçados alguns às posições invejáveis das artes, da política, das religiões são mendazes e empedernidos, delicados por profissão e criminosos disfarçados.
Uma infinidade destes, porém, ao nosso lado ou sob o nosso teto parecem nobres e honrados, sadios e corretos, mas não são..
Aqueles, os em resgate, possivelmente encontram-se arrependidos, ou, sob o látego da dor predispõem-se às tarefas de recomeço feliz, mais tarde.
Estes, como são ignorados pelas leis dos homens, desconhecidos dos magistrados, prosseguem na carreira insidiosa da loucura que os arrasta à meta do autocídio direto ou indireto.
Ludibriando sempre, esquecem-se de si mesmos.
Não os esquecerá, todavia, a Lei.
O que fazem e como o fazem, o que pensam e contra quem pensam inscrevem-no, gravam-no no perispírito com rigorosa precisão, para depois…
Todas as culpas ocultas se transformarão em feridas que clamarão pelo tempo e espaço medicamentos eficazes e dolorosos.
Expoliadores dos bens divinos, experimentarão o fruto da falácia e da zombaria.
Ouviram, sim, através dos tempos, os apelos da verdade e da vida.
Conheceram e sabem qual a trilha da retidão.
Podem agir com acerto.
Preferem, no entanto, assim. São os construtores do amanhã.
Ora e apiadas-te, meditando neles e nos seus crimes disfarçados e ocultos, para te acautelares.
A queda e o erro, o ato infeliz e o compromisso negativo que os demais ignoram, todos podem conduzir em silencioso calvário. É necessário, porém, o esforço para a reeducação da mente e a disciplina do espírito.
Todas as vezes em que o Mestre ofereceu misericórdia e socorro a alguém no sublime desiderato do seu apostolado redentor, foi claro e severo quanto à não continuidade no erro.
Pensando nisso, dilata o amor aos sofredores, a piedade aos geradores de sofrimentos, mas cuida de não te comprometeres com a retaguarda, porquanto amanhã, diante da consciência liberta, as tuas sombras serão os fantasmas a criarem problemas contigo ante a Lei Sublime do Excelso Amor.

 

FRANCO, Divaldo Pereira. Espírito e Vida. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 2.

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Convite à Fraternidade

 

“Ninguém acende uma candeia e a coloca debaixo do médio, mas no velador.” (Mateus: capítulo 5º, versículo 15.)
Abençoado pela oportunidade de progredir em regime de liberdade relativa, no corpo que te serve de esteio para a evolução, considera a situação dos que foram colhidos pelas malhas da criminalidade e expungem em regime carcerário os erros, à margem da sociedade, a benefício deles mesmos e da comunidade.
Visitá-los constitui dever impostergável.
Não é necessário que sindiques as razões que os retêm entre as grades ou no campo aberto das colônias agrícolas correcionais ou que te inquietes em face aos dramas que os sobrecarregam.
Há sim, alguns que são criminosos impenitentes, reincidentes, sem coração… Doentes, portanto, psicopatas infelizes ou obsidiados atormentados, sem dúvida…
Outros, no entanto…
Mães que não suportaram os incessantes maus-tratos de companheiros degenerados;
Irmãos avassalados pelo que consideravam injustiças terríveis e não tiveram energias para superar o momento crítico;
Operários espezinhados que não dispunham de forças para vencer a crise;
Patrões ludibriados que tomaram a justiça nas mãos;
Jovens viciados por este ou aquele fator desequilibrante, que agiram atados sob a constrição de drogas ou paixões;
Homens e mulheres probos que foram surpreendidos pela infelicidade num momento de fraqueza;
Adolescentes ou anciãos que foram levados ao furto pela fome.
Quantas crianças, também, em Reformatórios, Escolas corretivas, porque não tiveram um pouco de carinho e desde cedo somente receberam reproche e desprezo social!
Podes fazer algo.
Tens muito para dar, especialmente no que diz respeito a valores morais e espirituais.
Confraterniza com eles e acende nas suas almas a flama do ideal imortalista, para que encontrem mesmo aí onde sofrem um norte que lhes constitua bússola e rota na imensa noite do desespero que sempre irrompe nas celas em que se demoram enjaulados por fora ou encarcerados por dentro.
Constatarás que ajudá-los é ajudar-se e ser fraterno para com eles é libertar-se de várias constrições que te inquietam, pondo a luz da tua fé no velador da fraternidade.

 

FRANCO, Divaldo Pereira. Convites da Vida. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 25.

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