BONS E MAUS PENSAMENTOS

BONS E MAUS PENSAMENTOS

pensamentos emitidos

 

Nossos Pensamentos

 

Tudo na vida gira em torno dos pensamentos que emitimos.
Se temos bons pensamentos a nossa vida será boa,
caso contrário, ela não será…
Então, nossa saúde física, espiritual e emocional
depende das energias que direcionamos.
Assim como: O bom humor
ou o mau humor é contagiante.
 
Vera Jacubowski

cada dia

 

O PENSAMENTO

 
“Espíritas, amai-­vos! Este o primeiro ensino!
Instruí-vos, este o segundo!”
(O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, Allan Kardec – cap. VI item 5)
4 – Rodrigo Félix da Cruz
Agradecimentos:
A Deus, a Espiritualidade e ao meu Mentor espiritual.
 

1. INTRODUÇÃO

 
Emmanuel, no  prefácio  do  livro  SINAL VERDE de  André Luiz, pela psicografia de Francisco Cândido Xavier, nós dá uma brilhante explicação sobre o pensamento e suas relações: “Não desconhecemos que todos respiramos num oceano de ondas mentais, com o impositivo de ajustá-­las em benefício próprio. Vasto mar de vibrações permutadas. Emitimos forças e recebe mo­las, o pensamento vige na base desse inevitável sistema de trocas” Mercado é definido como sistema de circulação de bens e capital dentro de  uma sociedade, ou seja, trata‐se  de  um sistema de trocas. Emmanuel explica que nós vivemos num intercâmbio de pensamentos entre todos os seres humanos encarnados e  desencarnados, cujo funcionamento  é semelhante  ao Mercado, no sentido de também ser um sistema de trocas. O  objetivo  deste  estudo é  compreender, sob  a  ótica  espírita, o pensamento e  suas consequências e  como funciona seu intercâmbio entre  as pessoas.

2. CONCEITO

 
Etimologicamente falando, a palavra Pensamento vem do latim pensare e significa pesar, isto é, medir, avaliar e comparar. No sentido mais lato, pensamento é toda atividade psíquica.
Numa  acepção  mais estreita, é  só  o  conjunto  de  todos os fenômenos cognitivos, e excluindo, portanto, os sentimentos e as volições. Em estrito senso, pensamento é sinônimo de intelecto, enquanto permite compreender — ou inteligir — a matéria do conhecimento e, na medida em que realiza  um grau  de  síntese  mais  elevado  que  a  percepção, a  memória  e  a imaginação.
O pensamento, neste sentido mais estrito, toma três formas: concepção, juízo e raciocínio, os quais são objeto de estudo, já da Lógica, que considera a sua validez em relação ao objeto pensado, já da Psicologia, que, rescindindo do valor crítico, investiga  a  sua  natureza  e  leis de  aparecimento (Grande  Enciclopédia Portuguesa e Brasileira). Podemos dizer, também, que  o pensamento  é  a  sequência de representações e  conceitos. Não  pertence ao  tempo nem ao  espaço. São generalizações que permanecem virtualizadas em nossa mente. O ato de pensar, como ato, é sempre novo, ou seja, é a atualização temporal e espacial do conceito. Exemplo: o círculo, como conceito, é sempre o mesmo. Ao pensarmos uma, duas, três, ene vezes sobre essa figura, cada uma delas será, para nós, sempre nova. Este é o sentido da evolução criadora de Bergson.
Para ele, todo o momento é criativo, porque nunca o vivenciamos anteriormente. Para  o Espiritismo, é  o  elemento  nobre, modelador das ações dos Espíritos, através  de  fluídos etéreos. Allan  Kardec,  em A GÊNESE, diz que  o pensamento “é a grande oficina ou o laboratório da vida espiritual. O pensamento e a vontade são para os Espíritos aquilo que a mão é para o homem”. (1977, cap. 14, it.14, p.282)
Para expandir o entendimento de forma dialética apresento três questões básicas para o entendimento do tema:
 

a) Pensamento – O que é?

– Tem ele força? – Qual?

O pensamento é uma manifestação do espírito, que, para tanto, utiliza‐se de seu livre‐arbítrio. Quando o emitimos, ele se materializa e ganha o espaço, por intermédio do fluido cósmico em que estamos mergulhados. Uma vez exteriorizado por  esse  fluido, pode  ser recepcionado  por  outro  Espírito, encarnado ou desencarnado. Porém, os desencarnados têm maior facilidade de captá‐lo, devido ao fato de sua capacidade perceptiva não se encontrar embaraçada pela matéria densa.  Alguns, contudo, têm essa  faculdade desenvolvida  o  bastante para lhes permitir que, embora encarnados, tenham a percepção do pensamento de outrem.

b) Campo mental é o mesmo que pensamento?

O campo mental ou corpo mental, como preferem alguns autores, tem a sua  sede  no espírito. Segundo André  Luiz, em outra  de  suas obras, o  livro EVOLUÇÃO  EM DOIS  MUNDOS, é  “o  envoltório  sutil da  mente”,  ainda não suscetível de ser definido. Por ora, limitando‐nos ao quanto nosso estágio evolutivo permite depreender, podemos dizer que é a parte do espírito que envolve a mente, mais  sutil ainda  do  que o  perispírito. Segundo alguns autores, seria um quarto elemento de  que se  compõe o homem, ao  lado dos três outros que os espíritos informaram a Allan Kardec (espírito, perispírito e corpo físico).

3.‐ Mente – O que é? –

Qual sua importância? – Por quê?

Em poucas palavras, podemos definir a  mente  como sendo  a  parte  do Espírito  que  o  dirige. É o  elemento  de  maior importância  para  ele, chegando, mesmo, alguns, a confundi‐la com o próprio Espírito. É a responsável pela produção do pensamento e pela formação do corpo espiritual (perispírito), que a espelha e que, por sua  vez, vai servir de molde  à formação do  corpo físico. Por tudo isso, podemos dizer que somos o resultado da nossa mente ou, até, que somos a mente. A resposta dessas questões foi fruto da leitura dos ensinamentos de André Luiz nos livros ENTRE O CÉU E A TERRA e EVOLUÇÃO EM DOIS MUNDOS.
O  próximo  passo  é  entender passo  a  passo  o  teor  do  que  até  aqui  foi
exposto.

pensamentos e desejos

3 GÊNESE DO PENSAMENTO

 

Quanto às etapas na gênese  do  pensamento, há  quem distinga  cinco, a saber:
1ª)  Estímulo — um problema que o desperta, podendo ser uma dúvida, incerteza, inquietação ou qualquer outra coisa;
2ª) Pesquisa — procura de documentação capaz de esclarecer o problema, através de uma atividade nervosa e psíquica que se desencadeia;
3ª) Hipótese —  fase  crucial  e  a  mais  importante  do processo  do pensamento, em que os dados obtidos são elaborados;
4ª) Solução —  abandono da  dúvida  em vista  da  força dos elementos colhidos;
5ª) Crítica — fase final de análise do caminho seguido.
Outros autores contentam‐se em mencionar três momentos no processo do  pensamento: este  começa  por  uma  intuição  empírica, sensorial  e  psicológica (introspecção),  que faz conhecer imediatamente  um fato  não compreendido  e levanta problemas. Depois seguem‐se as operações pelas quais se procura resolver esses problemas, e  que  constituem o  pensamento  discursivo.  Por  fim aparece  a intuição racional, onde desemboca o trabalho do pensamento. (Enciclopédia Luso‐Brasileira de Cultura).

4. PENSAMENTO E MATÉRIA MENTAL

 
Os  Espíritos da  equipe codificadora  afirmam que  uma  das modificações mais importantes do fluido universal é o fluido vital. Ele é o responsável pela força motriz que movimenta os corpos vivos. Sem ele, a matéria é inerte. Cada  ser tem uma  quantidade  de  fluido  vital, de  acordo  com suas necessidades. As variações dependem de  uma série  de fatores. Allan Kardec  nos instrui sobre o assunto em O LIVRO DOS ESPÍRITOS:
“A quantidade de fluido vital não é a mesma em todos os seres orgânicos:  varia  segundo as  espécies  e não é  constante  no  mesmo indivíduo, nem nos vários indivíduos de uma mesma espécie. Há os que estão, por  assim dizer, saturados  de  fluido vital, enquanto  outros  o possuem apenas em quantidade suficiente. É por isso que uns são mais ativos, mais enérgicos, e de certa maneira, de vida superabundante”.
“A quantidade de fluido vital se esgota. Pode tornar-­se incapaz de entreter a vida, se não for renovada pela absorção e  assimilação de substâncias que o contêm”.
“O fluido vital se transmite de um indivíduo a outro. Aquele que o tem  em  maior quantidade pode  dá-­lo ao que  tem  menos, e  em  certos casos fazer voltar uma vida prestes a extinguir-­se”.
Pela mente os Espíritos absorvem o fluido cósmico, transmudando‐o  em um sub‐produto, a matéria mental vibrátil, um fluido vivo e multiforme, estuante e inestancável, em processo vitalista semelhante à respiração, cujas vibrações são as impressas pela mente que a emitiu, cuja ação influencia, a partir de si mesma e sob a própria responsabilidade, a Criação. Esse subproduto é o fluído vital. A matéria mental tem natureza corpuscular, tômica e também resulta da associação de formas positivas e negativas. Utiliza‐se denominar tais princípios de  “núcleos, prótons, nêutrons, posítrons, elétrons ou fótons mentais”, em vista da ausência  de  terminologia  analógica  para  estruturação  mais  segura  de  nossos apontamentos. (Xavier, 1977, cap. 4).

 

5. ASSOCIAÇÃO DE IDEIAS

 

O Espírito André Luiz diz:

 
“Emitindo uma  ideia, passamos a  refletir  as  que  se  lhe assemelham, ideia  essa que  para  logo  se  corporifica, com intensidade correspondente à nossa insistência em sustenta­-la, mantendo-­nos, assim, espontaneamente  em  comunicação com todos os que  nos esposem  o modo de sentir” (Xavier, 1977, p. 48).
Significa  dizer:  dado um estímulo, imediatamente  colocamos o  nosso pensamento em sintonia com o clima das respostas que o referido estímulo sugere.
Observe a  leitura  de  um jornal:  cada  um de  nós vai direto  àquilo  que mais lhe interessa.  Se  gostamos de  futebol,  abrimos as páginas esportivas;  se  nossa preferência é a saber sobre a vida pública de um país, consultamos as páginas de economia e política; se preferimos a arte, vasculhamos o caderno ilustrado. Desse modo, as “nossas companhias”, quer boas ou ruins, dependem essencialmente de nossa escolha. Diante disso o ditado popular “diga‐me com quem andas que eu te direi que  és” pode ser adaptado para  “diga‐me  quem és que  eu  te  direi com quem
andas” ou ainda “Diga‐me como pensas que eu te direi com quem andas”.
 

6. PENSAMENTO FORMA E FORMA PENSAMENTO

Com frequência, as transformações são o produto de um pensamento. diz Kardec:
“Basta  ao Espírito  pensar  numa  coisa  para  que  tal coisa  se produza”.
Desta forma, tomando conhecimento de tal verdade, devemos fazer bom uso dos nossos pensamentos, pois eles são movimentados por energias cósmicas, fluidos etéreos, que, embora invisíveis aos nossos olhos, estão presentes onde as nossas forças físicas jamais  chegariam. Nosso  pensamento  é  um raio  que  tanto pode conduzir luz edificante como energias deletérias ou destruidoras.

7. FOTOGRAFIA DO PENSAMENTO

 
Sendo o  Pensamento  o  criador de  imagens  fluídicas, reflete‐se  no Perispírito  como  num espelho, tomando  corpo e, aí,  fotografando‐se. Se  um homem, por exemplo, tiver a ideia de matar alguém, embora seu corpo material se conserve impassível, seu corpo fluídico é acionado por essa ideia e a reproduz com todos os matizes. Ele  executa  fluidicamente  o  gesto, o  ato que  o  indivíduo premeditou. Seu pensamento cria a imagem da vítima e a cena inteira se desenha, como  num quadro, tal  qual lhe  está  na  mente. É assim que  os mais  secretos
movimentos da alma repercutem no invólucro fluídico. É assim que uma alma pode ler na outra alma como num livro e ver o que não é perceptível aos olhos corporais (Kardec, 1975, p. 115). No  livro  LIBERTAÇÃO, André Luiz narra  que, em determinada região umbralina, as pessoas eram selecionadas e  julgadas por  trabalhadores que
utilizavam uma espécie de aparelho que captava as imagens fluídicas das pessoas de acordo com os delitos cometidos. No  plano espiritual não há como  criar  máscaras ou esquivar‐se, somos reconhecidos pela  nossa  imagem fluídica irradiada  pelo nosso  perispírito. Tal imagem é  decorrente  de  nossos atos e  pensamentos durante  a  experiência corpórea.

8. PERTURBAÇÕES DO PENSAMENTO

 
Segundo a Psicologia, entende‐se como o conjunto de alterações mais ou menos profundas da estrutura diferenciada e intencional do ato psíquico. É assim possível descrever as anomalias da ideação (encadeamento das ideias), da atenção espontânea  e  voluntária, da  eficiência  intelectual  etc. Numa  outra  perspectiva, descreve‐se, através  das modalidades expressivas do  discurso, uma  aceleração aparente (fuga das ideias) ou um abrandamento (bradipsiquia) do pensamento, na mania  e  na  melancolia.  Na  esquizofrenia, o  pensamento  perturbado no  seu funcionamento, exprime‐se  por meio de  uma  linguagem estranha, caótica, dissociada, por vezes interrompida (Thines, 1984).
No  próximo tópico  veremos as perturbações  do pensamento segundo o
Espiritismo.

9. FIXAÇÃO MENTAL (MONOIDEÍSMO)

 
Monoideísmo  é  estado patológico  caracterizado pela  tendência de  uma pessoa retornar sempre  em seu  pensamento  em sua palavra  a um só tema.  É a ideia fixa, ou o estado de consciência mórbida, que se caracteriza pela persistência de  uma  ideia, que  nem o  curso  normal  das ideias, nem a  vontade  conseguem
dissipar. Vingança, desespero, paixões e  desânimo  são  algumas das causas da fixação  mental. Nosso  cérebro  funciona à  semelhança  de  um dínamo.  Dado  o primeiro  estímulo, interno ou  externo, o que passa  a  contar  é  a manutenção de nosso pensamento num mesmo teor de ideia.
Quanto mais tempo permanecermos num assunto, mais as imagens do tema se  cristalizarão em nosso halo mental. A fixação mental é uma questão de atitude assumida: melhorando o teor energético de  nosso  pensamento, ampliaremos o nosso  campo  mental para  o  bem e estaremos nos libertando dos pensamentos mal sãos.
Segue uma questão trazida ao lume por André Luiz:

O que é e qual a consequência da fixação mental?

 
Podemos entender como  fixação mental  o  pensamento permanente do espírito  em determinado sentido, no  caso, um ato do passado. Em geral, ocorre quando  o  espírito se  fixa num ato que  praticou  contrário  às leis naturais e  em detrimento de outrem. Quando o espírito se deixa levar por esse estado, abstrai‐se de tudo o mais que acontece em sua existência, mantendo seu psiquismo fixado unicamente  em torno  desse  fato.  É o  resultado do  julgamento  realizado pelo verdadeiro e único juiz das nossas ações: a nossa consciência.
Quando se encontra nessa situação, a presença da vítima é constante no pensamento do  Espírito, com o  ato recriminado aparecendo  com frequência  em sua tela mental. É inevitável a visita da dor reparadora.
 

10.  PENSAMENTO E VONTADE

 
O  fenômeno  da  sugestão mental é  oportuno. Emitindo  uma  ideia, passamos a refletir as que se lhe assemelham. Nesse sentido, somos herdeiros dos reflexos de nossas experiências anteriores, porém, com a capacidade de alterar‐lhe a direção. Acionando a alavanca da vontade, poderemos traçar novos rumos para a libertação de nosso espírito. A vontade é o elemento do livre‐arbítrio. Devemos ter comando sobre o  pensamento, pois  não falhamos só com palavras e  atos. Pelo pensamento  (sem barreira  ou  distância),  o  Espírito  encarnado age sobre  o semelhante, e o desencarnado, também, atua sobre nós, encarnados. Melhorando o pensamento, melhoramos a vida nos dois planos — físico e espiritual.

11.  CONSEQUÊNCIAS DO PENSAMENTO

 
É muito comum ouvirmos as pessoas dizerem que “pensamento é vida” e sem saberem, estão falando uma grande verdade. Sob a ótica espírita, o assunto se desdobra mostrando  outras realidades. Inclusive, faz com que  passemos a vigiar mais os nossos pensamentos e atitudes. Os  Espíritos nos mostram a  íntima  relação  que  há  entre  fluído  e pensamento. Em A GÊNESE Kardec informa que:
“Sendo o fluido veículo do pensamento, este atua sobre os fluidos como o som sobre o ar; eles nos trazem o pensamento, como o ar nos traz o som” (cap. XIV, 15).
No parágrafo seguinte ele continua dizendo:
“Há  mais:  criando imagens  fluídicas, o  pensamento  reflete  no envoltório perispirítico, como num espelho; Toma nele corpo e aí de certo modo se fotografa.”
Kardec conclui o item afirmando que:
“Desse  modo  é  que  os mais  secretos movimentos da alma repercutem no envoltório fluídico; que uma alma pode ler noutra alma como num livro e ver o que não é perceptível aos olhos do corpo”.
Diante disso, quando pensamos em algo criamos imagens fluídicas. Afinal, “O  pensamento  do encarnado atua  sobre  os fluidos  espirituais, como  o  dos desencarnados, e se transmite de Espírito a Espírito (…) e, conforme seja bom ou mau, saneia  ou vicia  os fluidos  ambientais” (A GÊNESE, cap. XIX,  18).  Para exemplificar essa força do pensamento é interessante nos reportamos à pesquisa feita na Inglaterra descrita no livro PERISPÍRITO E SUAS MODELAÇÕES (cap. 28).
Com objetivo de comprovar  ou  não a  força  do pensamento, cientistas colocaram dóceis ratinhos da  cidade  próximos a  ratos selvagens, mas sem possibilidade  de  contato físico. Os  ratos selvagens tomavam atitudes de intimidação  e  enviam olhares agressivos e  ameaçadores. Os ratinhos urbanos acabaram morrendo, embora não tivessem sofrido um único arranhão.
A autópsia mostrou  glândulas supra‐renais dilatadas, sinal  evidente  de  violenta  pressão nervosa emocional. O autor conclui que é possível a agressão através do olhar de ódio ou qualquer outro sentimento menos digno. O  homem pode  manter o  equilíbrio  de  sua  saúde  vital  através  da alimentação  e da respiração de  ar não poluído, entre  outros fatores, mas, acima disso, mantendo uma conduta mental sadia.
Nunca  é  demais  reforçar que  o  pensamento  exerce uma  poderosa influência nos fluidos espirituais, modificando suas características básicas. Os  pensamentos bons impõem‐lhes luminosidade  e  vibrações elevadas que causam conforto e sensação de bem estar às pessoas sob sua influência.
Os  pensamentos maus provocam alterações  vibratórias contrárias às citadas acima. Os  fluidos ficam escuros  e  sua  ação  provoca  mal‐estar físico  e psíquico. “Os maus  pensamentos corrompem os fluidos  espirituais, como
os miasmas deletérios corrompem o ar respirável”
(Allan Kardec – A GÊNESE, cap. XIV, item 16)
Pode‐se concluir, assim, que em torno de uma pessoa, de uma família, de uma cidade, de uma nação ou planeta, existe uma atmosfera espiritual fluídica, que varia vibratoriamente, segundo a natureza moral dos Espíritos envolvidos. À atmosfera  fluídica  associam‐se  seres desencarnados com tendências morais e  vibratórias semelhantes. Por esta  razão, os Espíritos superiores recomendam que nossa  conduta, nas relações  com a  vida, seja  a  mais elevada possível.
Uma criatura que vive entregue ao pessimismo e aos maus pensamentos tem em volta  de  si uma  atmosfera  espiritual  escura, da  qual  aproximam‐se Espíritos doentios. A angústia, a tristeza e a desesperança aparecem, formando um quadro físico‐psíquico deprimente, mas que pode ser modificado sob a orientação dos ensinos morais de Jesus.
“A ação  dos  Espíritos sobre  os fluidos  espirituais tem consequências de importância direta e capital para os encarnados. Desde o  instante  em  que  tais  fluidos  são o  veículo do pensamento;  que  o pensamento  lhes  pode  modificar as  propriedades, é  evidente  que  eles devem estar impregnados das qualidades boas ou más, dos pensamentos que os colocam  em  vibração, modificados pela pureza ou impureza dos sentimentos.” (Allan Kardec – A GÊNESE, cap. XIV, item 16)
À medida  que  cresce através do  conhecimento, o  homem percebe  que suas mazelas, tanto  físicas quanto espirituais, são  diretamente proporcionais ao seu  grau  evolutivo  e  que  ele  pode mudar esse  estado de  coisas, modificando‐se 20 – Rodrigo Félix da Cruz moralmente. Aliando‐se  a  boas companhias  espirituais  através  de  seus bons pensamentos, poderá estabelecer uma melhor atmosfera fluídica em torno de si e, consequentemente, do  ambiente  em que  vive. Resumindo, todos somos responsáveis de alguma maneira pelo estado de dificuldades morais em que vive o Planeta atualmente e cabe a nós mesmos modificá‐lo. “Melhorando­-se, a  humanidade verá depurar­se  a  atmosfera fluídica em cujo meio vive, porque não lhe enviará senão bons fluidos, e estes oporão uma barreira à invasão dos maus.
Se um dia a Terra chegar a  não ser povoada  senão por  homens  que, entre si, praticam  as  leis divinas do amor e da caridade, ninguém duvida que não se encontrem em condições  de  higiene  física  e moral completamente  outras  que  as  hoje existentes”. (Allan Kardec – Revista Espírita, Maio, 1867).
No  nosso  dia  a dia, nem sempre nos lembramos disso  tudo e  sem o percebermos, criamos ao redor imagens daquilo que está em nossas mentes. Tais criações mentais continuarão existindo enquanto as alimentarmos. Permanecerão ao  nosso  redor  e  fatalmente  atrairá  Espíritos com o  mesmo  padrão  vibratório. Enfim, nós mesmos criamos o nosso céu ou o nosso inferno e cabe a nós desfazê‐lo ou mantê‐lo.

12.  SÍNTESE

 
O  pensamento  é  (1)  nossa  identificação, (2)  é  carreador  de  nossas emoções, (3) determina nosso estado de saúde e (4) determina nossas ações. O  pensamento  é  o  principal atributo do  espírito  que é  o  princípio inteligente.
1) Pelos nossos pensamentos somos identificados no mundo espiritual. Ex: quando  estamos nervosos, labaredas vermelhas aparecem em nós, quando estamos com ódio ou mágoa, somos cobertos por uma luz negra ou acinzentada. 2) O pensamento leva as nossas emoções para o ambiente e para o alvo do mesmo. 3) Mantendo bons pensamentos evitamos diversos problemas de saúde e relacionamento (entre encarnados e desencarnados).
4) devemos refletir antes de agir.
O  pensamento  é  muito  importante  em nossas vidas, pois  somos consequência destes.

13. CONCLUSÃO

 
Vigilância e oração atenuam as vicissitudes da senda regenerativa. Através delas, pomo‐nos em sintonia  conosco  mesmos, tornando‐nos cada  dia mais autoconscientes. Percebendo  claramente nossas reações do  cotidiano, criamos condições para nos avaliarmos e  consequentemente  substituirmos os automatismos negativos pelos positivos. De  acordo  com o Espírito  Lourdes Catherine  (cap. 42)  o momento  ideal para  impedir que  um pensamento  negativo  se  instale  é quando  ele  surge. Ela sugere que  criemos um “saneador”. O  interessante  é  que  esse  saneador, ou melhor, “saneadores” estão constantemente  junto conosco, mas nem sempre lançamos mão deles. O  primeiro chama‐se permissão.
Quando nos permitimos criar situações aflitivas, de  agressões e  desequilíbrio  nos envolvemos de tal  forma  com fluidos desarmônicos que  “infectamos” nossa  psicosfera  espiritual. Segundo  a  autora, “Muitas pessoas não comandam a própria força mental, tornando-­se prisioneiro de  si mesmo” (p. 193). Realmente, não é  raro  ficarmos nas fantasias desequilibrantes. Ao invés disso, deveríamos voltar para as ideias de sucesso, força e paz. Deveríamos acreditar no nosso potencial e aproveitar as oportunidades da vida  para  crescer. E se  por acaso  nos arranharmos durante  o percurso, é igualmente importante lembrar que as quedas são lições a serem aprendidas. Cabe a nós nos colocarmos novamente de pé e seguirmos a jornada evolutiva.
O  segundo  saneador é  a oração. Através da  prece, melhoramos nosso padrão  vibratório  mesmo  que  momentaneamente. Para tanto, ela  precisa  ser acionada pela vontade e vir do coração. Se na luta do dia a dia não conseguirmos longo  tempo  para  orar,  façamos pequenos momentos de  desprendimento. Voltemos, por poucos minutos, nossa mente para o alto, entremos em estado de prece e mentalmente nos permitamos a “conversar” com o Pai.
Ele, com certeza, nos dará forças e  a própria oração  “limpará” nossos lixos mentais. Importante  é termos consciência de que nossa psicosfera será de luz ou de sombras na mesma proporção que investirmos no positivo ou no negativo.
Para  encerrar este  trabalho  deixo uma  prece  de  André  Luiz para  nossa reflexão sobre nossos pensamentos:

PENSAMENTOS 

IMPRÓPRIOS

 
Senhor  e  Mestre, vigia  meus  pensamentos!  Acomodado na certeza de que meus pensamentos são invioláveis aos meus semelhantes, muitas  vezes ponho­me  a pensar  o  que  não devo, não poupando definições  e  julgamentos que  se  revelados, me propiciariam duras recriminações, senão momentos até piores!…
Movimento-­me  pela vida  observando e  analisando pessoas  e circunstâncias, e nem sempre é possível furtar­-se de pensamentos cujo teor  não é  nem  fraterno  e  nem  misericordioso, levando-­me  a me recriminar intimamente após emiti-­los. Bem sei que para conduzir à falta basta o pensamento, porém não me sinto perfeito o bastante para evitar que eu julgue conforme meu estado de humor, levando a diminuir e até a
ridicularizar  o  meu próximo  em  minha imaginação  e  em  meus comentários, vez ou outra… Me guarda, Senhor, de perseverar  em  semelhante estado de alma, visto que só cabe a Deus o julgamento de coisas e pessoas, não me
sendo permitido emitir conclusões senão aquelas que possam beneficiar e restabelecer, reconstruir e reerguer…
Sempre que eu me sentir inclinado a julgar mentalmente meus irmãos, diminuindo-­os perante meu imenso orgulho, recorda-­me de que, se eu já consigo visualizar com tamanha perfeição os erros e os fracassos alheios, este é o momento certo para que eu visualize e corrija os meus próprios erros e fracassos, com perfeição semelhante!

Assim seja!

André Luiz, IDEAL André, 12.10.2002

14.  BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:

 
BOZZANO, E. Pensamento e Vontade.
Grande Enciclopédia  Portuguesa  e Brasileira. Lisboa/Rio  de  Janeiro, Editorial
Enciclopédia, s.d. p. LUIZ, A. Mecanismos da Mediunidade, cap. XIX. KARDEC, A. Obras Póstumas, pág. 115.  _______ A Gênese. Tradução Guillon Ribeiro, FEB, 33ª ed. _______ Obras Póstumas. 15. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1975. NETO,  Francisco do Espírito Santo;  BATUÌRA, Espírito; LOURDES  CATHERINE, Espírito. Conviver e Melhorar, Editora Boa Nova, 1999. PINHEIRO, Luiz Gonzaga. O Perispírito e Suas Modelações, EME Editora, 2000. THINES,  G.  e  LEMPEREUR, A. Dicionário  Geral  das Ciências Humanas. Lisboa, Edições 70, 1984. XAVIER, F. C. Mecanismos da Mediunidade, pelo Espírito André Luiz. 8. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1977. _______ Entre o Céu e a Terra.

O PENSAMENTO  Rodrigo Félix da Cruz
Trabalho de apoio ao Curso On­line de Espiritismo do
Portal Luz Espírita 

ouro e títulos

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