A Casa Vazia – Hugo Lapa

A CASA VAZIA 

Um homem procurou um grande mestre para lhe fazer uma pergunta, visando melhorar a si mesmo. Ele disse:

– Mestre, gostaria de me tornar uma pessoa equilibrada, que não se abala com coisa alguma. O que posso fazer para atingir esse estado em que nada me abala?
O mestre respondeu:

– Antes de te responder, quero te pedir uma coisa. Vá até a minha casa, que fica no alto dessa montanha, pegue tudo o que estiver dentro dela, e traga para cá.

O homem não entendeu o pedido do mestre, mas fez o que ele pediu. Subiu no alto da montanha e entrou na casa do mestre.
Assim que cruzou a porta de entrada, viu que a residência do mestre estava totalmente vazia. Não haviam móveis, roupas, artigos de limpeza, de higiene, livros, nem coisa alguma. Havia apenas o espaço vazio.
O homem então desceu a montanha e foi falar com o mestre, dizendo:
– Senhor, fui até a sua casa, mas não havia nada lá dentro. Por isso não pude retirar nada de sua casa, como me pediu. Mas não entendo…
O mestre disse:
– Preste atenção: Assim é o homem equilibrado, que não se abala com nada. Ele não deve possuir coisa alguma que possa lhe ser retirado, suprimido, roubado ou destruído pelos homens ou pelo tempo. O homem equilibrado não deve se identificar com coisa alguma, pois no momento em que se identifica, ele passa a pertencer àquilo, e isso pode lhe ser tirado. Se ele se identifica como um homem de negócios, ele pode deixar de ser; se ele se identifica com sua riqueza, pode perder sua fortuna; se ele se identifica com sua intelectualidade, pode ficar velho e esquecer tudo o que aprendeu; se ele se enxerga como um homem bom, pode sofrer quando cometer um erro e descobrir que não era tão bom como se julgava. Mas o homem que não se identifica com coisa alguma, apenas com Deus, ele é vazio de identidades, tal como a casa vazia onde nada pode ser tirado ou destruído. Da mesma forma que não se pode roubar uma casa que nada contém, ninguém pode desequilibrar ou abalar um homem que com nada se identifica.

Ninguém pode tirar a paz de alguém cuja paz em coisa alguma se sustenta.

Hugo Lapa.
AQUI ESTA UMA GRANDE VERDADE.
BOM DIA DE MUITAS ALEGRIAS E BÊNÇÃOS A TODOS.

PARA OS ESPÍRITAS

(Mas vale para todos)
Médico psiquiatra, dirigiu por muito tempo o Sanatório Espírita de Uberaba.
Desencarnado em 1988 vem, através da psicografia, nos dar esse importante alerta.
Irmãos e irmãs, o que vale no Espiritismo é o que você faça dos conhecimentos que for adquirindo nele. O resto – acredite -, não conta muito.
Quando desencarnei, ninguém queria saber qual era o meu nome, endereço, tampouco os títulos que eu possuía – A minha consciência é que, insistentemente, me pedia contas.
A bem dizer, a minha condição de espírita nada significava, e nem significa até hoje. o que vale é o valor – o seu valor pessoal, sem rótulos, ou faixas, de qualquer espécie. Deste Outro Lado, a única coisa capaz de lhe valer é o seu currículo – o seu currículo de bondade! Porque, no fundo, é isto que irá proporcionar a você alguma réstea de luz, para que, mesmo caminhando na escuridão, consiga evitar o abismo…
Não cometa a tolice de imaginar que, na Vida de além-túmulo, o espírita possa ser tratado com deferência. Privilégio, ou o famoso “jeitinho” brasileiro, é algo que por aqui não existe!
Chico Xavier dizia, e com razão, que os espíritas estavam desencarnando mal – estavam, e, em geral, ainda estão!
Sinceramente, o único predicado que eu invejo numa pessoa, seja ela qual for, é a bondade! Depois que a gente larga a carcaça, para quem é realmente bom, aqui todas as portas se abrem, e todos os caminhos se desimpedem!
Por isto, eis o conselho que lhe dou: teorize menos, e procure servir mais!
De uma encarnação a outra, o espírito melhora muito pouco… A evolução, para quem não se conscientiza, acontece quase que a passo de lesma – dessas que deixam o seu rastro gosmento no chão!
Não creia ser diferente. Não estou querendo desanimar a quem seja, mas, se você se interessa pela Verdade, ei-la aqui de maneira nua e crua.
“Nosso Lar”, a colônia espiritual que muita gente na Terra almeja habitar, tem muito mais católicos, protestantes, umbandistas, e até mais ateus, do que espíritas…
Não, não se creia o suprassumo, porque você não o é!
Como é que eu posso dizer isto?! Ser espírita é só acréscimo de responsabilidade espiritual – nada mais do que isto.
Conheço muita gente que não quer saber o que a gente sabe só para não ter que responder pelo que respondemos, ou responderemos.
Deixe, pois, de professar o Espiritismo como quem joga em um clube de futebol, ou um partido político.
Enquanto é tempo, pare de fazer “guerra santa” – contra os outros, e contra os próprios companheiros que você considera equivocados!
Cuide-se, porque a morte já vem chegando, e ela é uma locomotiva, que, para atropelá-lo, não pedirá licença!…
INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 22 de julho de 2013.

“A minha paz dou a vocês”.
Jesus
(João 14, 27)

Tenho me perguntado o que temos feito da paz que Jesus nos oferece diariamente. E concluo que, infelizmente, nos desfazemos da paz de Jesus quando somos intolerantes com o próximo, quando não perdoamos, quando promovemos intrigas, quando somos maledicentes, quando não respeitamos os que pensam diferentemente de nós, quando somos preconceituosas, quando não vivemos fraternalmente, como Jesus nos pediu.
Mais do que fazer a sua paz, Jesus nos ensinou a viver em paz. E é justamente isso que estamos esquecendo.
José Carlos De Lucca

CUSTA BEM POUCO

Custa bem pouco, cumprimentar alguém na rua, oferecer um sorriso e olhar amorosamente.
Vale muito, receber um cumprimento, um sorriso e um olhar.

Carmi Wildner

A Galinha Afetuosa ❤️

Gentil galinha, cheia de instintos maternais, encontrou um ovo de regular tamanho e espalmou as asas sobre ele, aquecendo-o carinhosamente. De quando em quando, beijava-o, enternecida.
Se saía a buscar alimento, voltava apressada, para que lhe não faltasse calor vitalizante. E pensava garbosa: – “Será meu pintainho! será meu filho!”.
Em formosa manhã de céu claro, notou que o filhotinho nascia robusto.
Criou-o, com todos os cuidados. Um dia porém, viu-o fugir pelas águas de um lago, sobre as quais deslizava.
Chamou-o como louca:
…e não houve resposta. Ele era um pato arisco e fujão.
A galinha voltou muito triste, ao velho poleiro.
-choquei um ovo de quem não pertencia a família…
Encontrou outro ovo… chocou-o.
Outra ave nasceu. Tratou-o com mil cuidados…
…e notou que não era pintainho.
Um dia, o corvinho voou, juntando-se a outros.
A galinha sofreu muitíssimo.
Embora resolvida a viver só, foi surpreendida certo dia, por outro ovo. Chocou-o.
Dentro de pouco o filhote surgia. A galinha afagou-o feliz.
Quando o filho estava crescido:
– ora ele persegue ratos na sombra!
Durante o dia era um desastrado… ele parecia cego. À noite seus
olhos brilhavam. Era uma corujinha que acabou fugindo da mãe.
A mãe chorou amargamente. Porém, encontrando outro ovo, buscou ampará-lo, a galinha ajudou-o como pôde, mas, o filho cresceu demais Passou a mirá-la de alto a baixo. Era um pavãozinho orgulhoso que chegou mesmo a maltratá-la.
A carinhosa ave, dessa vez, desesperou em definitivo. Saiu do galinheiro gritando e dispunha-se a cair nas águas de rio próximo, em sinal de protesto contra o destino, quando grande galinha mais velha a abordou, curiosa, a indagar dos motivos de sua dor.
A pobre respondeu, historiando o próprio caso.
A irmã experiente estampou no olhar linda expressão de complacência e considerou, cacarejando:
– Que é isto amiga? Não desespere. A obra do mundo é de Deus, nosso Pai. Há ovos de toda espécie inclusive os nossos, continue ajudando em nome do Poder Criador; entretanto, não se prenda aos resultados do serviço que pertencem a Ele e não a nós. Não podemos obrigar os outros a serem iguais a nós, mas é possível
auxiliar a todos, de acordo com as nossas possibilidades.
Entendeu?
O caminho humano estende-se, repleto de dramas iguais a este.
Temos filhos, irmãos e parentes diversos que de modo algum se afinam com as nossas tendências e sentimentos. Trazem consigo inibições e particularidades de outras vidas que não podemos eliminar de pronto. Estimaríamos que nos dessem compreensão e carinho, mas permanecem imantados a outras pessoas e situações, com as quais assumiram inadiáveis compromissos. De outras vezes, respiram noutros climas evolutivos.
Não nos aflijamos, porém.
A cada criatura pertence à claridade ou a sombra, a alegria ou a tristeza do degrau em que se colocou.
Amemos sem o egoísmo da posse e sem qualquer propósito de recompensa, convencidos de que Deus fará o resto.
Neio Lucio / Psicografia: Francisco C. Xavier / Livro: A Vida Fala I – 1973 – / Editora: FEB.

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