“Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas inclinações más”. Allan Kardec (1)
Ser espírita é ser autêntico, trabalhando na autonomia pessoal o direito à felicidade possível; é ser íntimo da alegria, num fluir contínuo de comunhão da criatura com a fonte da beleza, que é o Criador; é orar com absoluta confiança n’Ele, trabalhando com entusiasmo, agindo caridosamente, desculpando os ofensores, aplicando a bondade, a lealdade, a humildade, a compreensão e o algodão do perdão na chaga aberta por quantos nos ferem ou agem de maneira reprochável; é praticar a caridade em todos os níveis e em todas as oportunidades que se oferecem, porque “fora da Caridade não há salvação” para as nossas Almas; é saber amar o próximo, estendendo este amor até mesmo aos que nos magoam, nos ferem e são caracterizados à conta de inimigos, vez que, aquele que fere, é um doente da Alma, apartado do bem e do amor a Deus; é tolerar com paciência, as situações desagradáveis e as horas amargas, defrontadas no curso do carreiro evolutivo, não permitindo que os empecilhos se transformem em tristezas entorpecentes ou mecanismos ancilosantes que obstam nossa ação no bem com Jesus; é ser benevolente com os irmãos em Humanidade e não exigir deles qualidades que ainda não possuímos.
Quando tudo parece conspirar contra a felicidade almejada, o espírita será sempre aquele que erguerá os olhos para a face risonha da Vida que o antoja, superando o momento aziago com alegria, confiança em Deus, serenidade, bondade e amor…
O Espírita-Cristão, não carece ser na sociedade em que vive, um ser exótico, diferente dos demais, senão na consciência reta e pulcra no fiel comprimento dos deveres que lhe são próprios.
A Divina Sabedoria que rege nossos destinos, é perfeita em todos os sentidos e observando nossa condição de Espíritos Eternos, acalenta-nos em seu Amor Infinito e incondicional, preceituando para cada um de nós: saúde e não doença, conciliação e não discórdia, paz e não desequilíbrio, tolerância e não intransigência, alegria e não tristeza, esperança e não desânimo, perdão e não ressentimento, êxito e não fracasso, coragem e não fraqueza, fé e não medo destrutivo, disciplina e não desordem, progresso e não atraso.
A Doutrina de Jesus, se resume toda no amor e nos ensina a caridade, a justiça, a humildade, a paciência, a abnegação, o perdão e a resignação dinâmica que sabe agir no momento certo, jamais se amolentando na indiferença ou no desânimo…
O perdão oferecido pelo verdadeiro espírita, é aquele que brota das mais profundas anfractuosidades do coração e faz olvidar por completo as ofensas recebidas.
Os Espíritos amigos exoram:
“Pregai, exemplificando, a Caridade ativa, infatigável, que Jesus vos ensinou, substituindo a cólera que conspurca pelo amor que edifica; sede probos, leais e conscienciosos, fazendo sempre aos outros o que quereis que vos façam; amai sem escravizar-vos e sem escravizar”.
Espiritismo!… Que além de ser Ciência, Filosofia e Religião, é também poesia!…
“Felizes dos que te conhecem e tiram proveito de seus ensinos!…”
(1) Kardec, A. in “O Evangelho segundo o Espiritismo” – Capítulo XVII, item 4 § 5
Ser Espírita
Ser espírita é ser clemente É ter a alma de crente, Sempre voltada pro bem.
Ensinar ao que erra, A viver sempre na Terra, Sem fazer mal a ninguém.
É ter sempre por divisa O amor que suaviza O pranto, a dor, a aflição…
É fazer a caridade! É amparar a orfandade, Livrando-a da perdição
É crer em Deus e ter crença Na Sua bondade imensa.
É guardar sempre em mente Os conselhos de Jesus;
E encaminhar toda a gente, Como esse facho de luz.
É perdoar a injúria, É suavizar a penúria Daquele que não tem pão.
É tornar-se complacente, E ao inimigo insolente, Responder com o perdão.
É amar a Deus e nossa cruz, Carregar, com Jesus;
Para que em nossa aflição, A alma suba às alturas.
Embora o corpo em torturas, Esteja rolando no chão.
É estimar os animais… Pois, embora irracionais, Sentem dor e aflição.
E até o seu olhar Tem a expressão singular, De Almas em formação.
(José Fuzeira)
(Jornal Mundo Espírita de Dezembro de 1997)
A GENTE VAI EMBORA
A GENTE VAI EMBORA e fica tudo aí, os planos a longo prazo e as tarefas de casa, as dívidas com o banco, as parcelas do carro novo que a gente comprou pra ter status.
A GENTE VAI EMBORA sem sequer guardar as comidas na geladeira, tudo apodrece, a roupa fica no varal.
A GENTE VAI EMBORA, se dissolve e some toda a importância que pensávamos que tínhamos, a vida continua, as pessoas superam e seguem suas rotinas normalmente.
A GENTE VAI EMBORA as brigas, as grosserias, a impaciência, serviram para nos afastar de quem nos trazia felicidade e amor.
A GENTE VAI EMBORA e todos os grandes problemas que achávamos que tínhamos se transformam em um imenso vazio, não existem problemas. Os problemas moram dentro de nós. As coisas têm a energia que colocamos nelas e exercem em nós a influência que permitimos.
A GENTE VAI EMBORA e o mundo continua caótico, como se a nossa presença ou ausência não fizesse a menor diferença. Na verdade, não faz. Somos pequenos, porém, prepotentes. Vivemos nos esquecendo de que a morte anda sempre à espreita.
A GENTE VAI EMBORA, pois é. É bem assim: Piscou, a vida se vai.. . O cachorro é doado e se apega aos novos donos.
Os viúvos se casam novamente, andam de mãos dadas e vão ao cinema.
A GENTE VAI EMBORA e somos rapidamente substituídos no cargo que ocupávamos na empresa.
As coisas que sequer emprestávamos são doadas, algumas jogadas fora.
Quando menos se espera, A GENTE VAI EMBORA. Aliás, quem espera morrer? Se a gente esperasse pela morte, talvez a gente vivesse melhor. Talvez a gente colocasse nossa melhor roupa hoje, talvez a gente comesse a sobremesa antes do almoço. Talvez a gente esperasse menos dos outros, Se a gente esperasse pela morte, talvez perdoasse mais, risse mais, saísse à tarde para ver o mar, talvez a gente quisesse mais tempo e menos dinheiro.
Quem sabe, a gente entendesse que não vale a pena se entristecer com as coisas banais, ouvisse mais música e dançasse mesmo sem saber.
O tempo voa. A partir do momento que a gente nasce, começa a viagem veloz com destino ao fim – e ainda há aqueles que vivem com pressa! Sem se dar o presente de reparar que cada dia a mais é um dia a menos, porque A GENTE VAI EMBORA o tempo todo, aos poucos e um pouco mais a cada segundo que passa.
O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO COM O POUCO TEMPO que lhe resta?!
Que possamos ser cada dia melhores e que saibamos reconhecer o que realmente importa nessa passagem pela Terra!
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