É O PRÓPRIO ESPÍRITO QUE INVENTA O SEU INFERNO OU SEU CÉU

INFERNO OU CÉU

É O PRÓPRIO ESPÍRITO QUE INVENTA O SEU INFERNO OU CRIA AS BELEZAS DO SEU CÉU.

Emmanuel

Não é fácil manter sempre o céu dentro de nós nesse mundo de tantos contrastes, mas vale a pena tentar para ser feliz!
Nenhuma nação, grupo ou indivíduo pode dizer que é perfeitamente feliz neste mundo, e, o que se crê que seja felicidade, esconde muito sofrimento. As classes sofredoras são numerosas porque a Terra é um lugar de expiação, ou seja, de reparação e recuperação.
Quando a humanidade buscar o progresso moral, através da prática do bem, atrairá bons Espíritos, que então serão a maioria entre nós.
Acreditamos que poucas são as pessoas boas, mas isso se deve ao comportamento dos que desejam o mal, que são audaciosos. Existe timidez naqueles que tem o bem como prioridade, mas assim que quiserem, o amor se espalhará pelo mundo.
(Reflexão sobre as questões 931 e 932 do Livro dos Espíritos)

Ser feliz ou estar feliz

        Será possível sermos felizes, em um mundo tão infeliz?
        Um mundo onde mais da metade da população vive abaixo do nível da pobreza?
        Um mundo onde há terremotos, tsunamis, furacões, inundações e seca?
        Um mundo injusto, onde pouco mais de mil pessoas possuem riqueza, igual ou superior, à riqueza do conjunto de países onde vive 59% da Humanidade?
        É possível ser feliz num mundo assim? É possível ser feliz em um país como o Brasil, onde 46% da riqueza nacional está nas mãos de apenas cinco mil famílias?
        Uma privilegiada cabeça brasileira, ao analisar a questão, separou a felicidade em dois tempos: o tempo vertical e o tempo horizontal.
        O tempo vertical é o momento intenso, vibrante, de uma realização.
        Pode ser a conquista de um título num campeonato, o ter passado no vestibular, o primeiro encontro amoroso, o nascimento de um filho.
        Nesse tempo vertical, a pessoa está feliz. É um momento especial, mas passageiro.
 Assim, pode-se estar atravessando intensas dores, graves problemas e estar feliz em alguns momentos: pelo diploma conquistado pelo filho, pelo emprego tão aguardado que se anuncia, pela viagem sonhada que se concretiza.
        O tempo horizontal é o do dia a dia. Assim, a paixão, o ideal do amor eterno que faz a pessoa desejar estar com o outro é o tempo vertical, de estar feliz.
        No relacionamento a dois, na rotina em que, por vezes, se transforma o casamento, há um desgaste natural.
        Nesse momento, é que entra o diálogo, a tolerância, a renúncia,o cultivo da ternura, sem o que o amor esfria, até virar indiferença.
        Nesse momento a pessoa pode ser feliz. Feliz se tiver a capacidade de romper a rotina: inventar um programa, sair com amigos, ir ao teatro.
        Inventar e reinventar cada dia.
        Feliz se tiver a sabedoria para descomplicar as questões, acolher os limites, compreender e superar dificuldades.
Dessa forma, podemos estar felizes no dia que ganhamos uma promoção, um aumento de salário compensador.
        Podemos estar felizes quando nosso filho volta ao lar, depois de longa viagem ou alguém muito querido nos visita.
        São momentos intensos, vibrantes.
        O ser feliz é o estado prolongado, sempre recriado e alimentado.
        É a sabedoria de viver.
        A felicidade, pois, é uma conquista. Podemos sorvê-la, em grande dose em um momento, em um dia e estarmos felizes.
        Podemos sorvê-la em gotas homeopáticas, a cada dia, e sermos felizes.
Podemos, pois, escolher, como desejamos a nossa felicidade: em tempo vertical ou em tempo horizontal.
        Desejamos estar felizes ou ser felizes?
*   *   *
        Vives momentos de felicidade dos quais não te apercebes.
        Diante dos teus olhos estão paisagens ricas de beleza e cor.
        Seguem contigo as bênçãos de Deus, que ainda não sabes valorizar.
        As ocasiões de amar e ser amado se multiplicam.
        Rompe a carapaça que te impede o claro discernimento e aprende a ser feliz.

vinde a mim

Redação do Momento Espírita, com base em texto
extraído do livro Dialética da felicidade (3 tomos), de
Pedro Demo, 2001 e na apresentação do livro Momentos

de felicidade, pelo Espírito Joanna de Angelis, psicografia
de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.
Em 02.10.2008.

Coerência e Austeridade


O teu compromisso com a imortalidade é portador de grave e alta responsabilidade. Ele diz respeito ao teu futuro espiritual, em favor do qual deves investir os teus melhores recursos, por considerar-lhe o sentido de elevada magnitude, em razão a sua perenidade.
Renasceste na Terra, com a destinação luminosa, a fim de libertar-te de toda e qualquer sombra, que te vem impossibilitando o avanço na direção da plenitude e tem sido o fator determinante dos teus conflitos e dificuldades evolutivas.
Conhecedor, que és, dos conteúdos sublimes da fé racional que haures na Doutrina Espírita, já não podes permitir o luxo enfermiço da ignorância, nem as justificativas infantis em torno das impossibilidades, que te cabem ultrapassar com naturalidade e entusiasmo.
A luz que norteia os novos caminhos é bênção que vens fazendo jus pelos esforços contínuos de libertação das mazelas que te têm acompanhado ao largo do tempo.
Não mais te detenhas nos comportamentos infelizes, aqueles que proporcionam prazeres mórbidos, mas intoxicam a mente e pervertem os sentimentos, agrilhoando-te às masmorras do atraso moral.
És filho de Deus, que te ama, havendo-te concedido a honra de conhecer-Lhe o Embaixador incomparável, que se ofereceu em sacrifício espontâneo, a fim de que pudesses fruir da vida e dessa vida que proporciona abundância.
Antes, embora sentisses a necessidade de crescer interiormente, de fruir paz, de encantar-te com todos os contributos com que a Natureza te felicita, encontravas-te dependente dos instintos básicos, que nutriam as paixões primárias, impedindo-te a experiência das emoções elevadas.
Com Jesus aprisionado nas torpes celas do dogmatismo e da perversidade, das superstições e fórmulas sacramentais, cuidando dos poderosos e olvidando-se dos pobres de espírito, seguias hipnotizado pela ilusão das compensações concedidas pelo arrependimento antes da morte, aguardando um céu de ociosidade e contemplações eternas, ou receando o terrível inferno onde não vigem a misericórdia, nem a compaixão.
Desorientado, talvez, pela impropriedade de tais conceituações, abraçaste o materialismo imediatista e frustrante, buscando ignorar o sentido nobre da vida, buscando fruir tudo quanto o momento podia oferecer, permanecendo, no entanto, interiormente vazio de significado e desestimulado para a luta de renovação.
Nesse momento significativo, porém, encontraste Jesus descrucificado pelo Espiritismo, o companheiro dos desafortunados e dos vencidos, dos tristes e dos oprimidos, dos que choram sem conforto nem esperança, os viandantes sem roteiro, o qual, de braços abertos, a todos alberga no Seu generoso coração de Mestre irretocável.
Ouvindo-Lhe dos lábios sensíveis a melodia imperecível do Sermão da Montanha, renasceram, na tua alma, as esperanças, renovaram-se os teus propósitos de trabalho, renasceste para a vida e, agora, fascinado pelo Seu exemplo de amor, tentas seguir-Lhe as luminosas pegadas pelos ínvios caminhos da atualidade aflita.
Não vaciles, nem te permitas à paralisação da tua marcha.
Avança resoluto e conquista o tempo, recuperando aquele malbaratado na insensatez e na desorientação.
*
O teu compromisso com Jesus é formal e trata-se de um contrato sério para todos os teus dias atuais e futuros.
A Sua doutrina é feita de energia e de vida, não havendo lugar, nos seus postulados, para a indecisão, a amargura, o arrependimento da dedicação, as negociações ilícitas muito do agrado da frivolidade humana.
Aceitaste-Lhe a companhia e a diretriz, havendo-te prometido fidelidade e coerência existencial em relação aos seus ensinamentos.
A coerência te facultará a austeridade na conduta mental, verbal e comportamental, não anuindo os vícios que predominam nos grupos sociais e aos quais eras afeiçoado, mudando de atitude com energia e demonstrando que já não pertences mais aos círculos dos comportamentos vãos e atormentados.
A transformação moral a que te deves impor inicia-se através dos novos hábitos mentais e edificantes, deixando, à margem, aqueles que te intoxicavam e produziam tormentos de vária ordem.
As paisagens psíquicas a que te afeiçoaste estarão sempre enriquecidas de quadros cambiantes de beleza enriquecedora que te falam de amor e de mansidão, de alegria e de trabalho, de esforço regenerativo e de aprendizagem.
Quando alguém sai de uma furna onde se homiziava demoradamente, sofre a cegueira produzida pela feérica e abundante luz. Faz-se necessário absorvê-la cuidadosamente, adaptando-lhe a vista e acomodando-se ao deslumbramento que os olhos enfrentam e se tornará o novo mundo de observação.
É natural, portanto, que, ao sair das densas trevas da ignorância do bem e do abismo em sombras dos torpes comportamentos, a nova paisagem produza um choque inicial, fascinando a pouco e pouco, o observador que a descobre.
Cultivando a saúde emocional, o candidato à ascensão não tergiversa, não sendo gentil para com os outros através da defecção na própria crença, mas, delicadamente, declinando das contribuições perturbadoras e mantendo-se íntegro, em grande fidelidade, a tudo aquilo que hoje faz parte da sua agenda de comportamento iluminativo.
A sua grande preocupação deve cingir-se ao combate às imperfeições que ainda o atraem aos hábitos que reconhece doentios e de que se deseja libertar, não facultando espaços para os devaneios inquietadores a que se encontrava acostumado.
Uma agenda de preocupações novas, mais com o interior do que com o exterior da existência, toma-lhe os campos da mente e enriquece-se, cada vez mais, ao constatar a grandeza da existência que lhe passava despercebida, porque sempre estava entulhada pelo lixo das coisas irrelevantes.
Automaticamente, modifica-lhe a área da saúde e do bem-estar, respirando melhor o oxigênio da esperança e da alegria real, modificando-se significativamente e de tal forma que se surpreende ante os acontecimentos que passam a se suceder no seu caminho.
Sem dúvida, é necessária a coerência entre o bem que se crê e como se comporta, facultando austeridade dinâmica e não agressiva em relação a tudo e a todos.
*
Essa coerência sempre a mantiveram os primeiros discípulos de Jesus, alguns dos quais abraçaram o martírio, jubilosos, cantando as glórias do Céu com olvido dos tormentos da Terra.
Poderiam ter abjurado, porque lhes era concedido esse direito, sob a justificativa de que, ficando no corpo, poderiam servir mais, trabalhar mais pela divulgação do pensamento de Jesus. No entanto, sabiam que, nessa conduta, ocultava-se o medo do testemunho de provar a imortalidade e a mansidão do Rabi.
Foi exatamente essa coragem estoica e doce que surpreendia os perseguidores que mais se encolerizavam, temendo-lhe o sublime contágio…
Como hoje não mais existem as perseguições declaradas públicas e legais, tem em mente que as arenas são muito mais amplas e perigosas, porque se iniciam nas fronteiras do sentimento pessoal, alargando-se na direção do mundo inteiro.
Mantém-te vigilante, portanto, coerente e austero na tua vivência com Jesus.
Divaldo Pereira Franco. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. Psicografia do médium Divaldo Pereira Franco, na manhã do dia 10 de maio de 2011, no G-19, em Zurique-Suiça.

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