espiritismo e política

ESPIRITISMO E POLÍTICA

ESPIRITISMO E POLÍTICA

ESPIRITISMO E POLÍTICA

A visão de Emmanuel sobre o

“Espírita e a política”

Em 3 de outubro de 1952, meu pai, Eurípedes de Castro, representando a entidade União Evolucionista Cristã, se dirigiu a Pedro Leopoldo, Minas Gerais, com a missão de saber por meio de Chico Xavier a opinião de Emmanuel a respeito da participação dos espíritas na política.
Naquele tempo, como ainda hoje, havia controvérsias sobre trazer a política profana para dentro das casas espíritas. E é preciso lembrar que esses militantes eram sinceros e idealistas como Bezerra de Menezes, Campos Vergal, Freitas Nobre, Emílio Manso Vieira, Castro Neves e outros que levaram sua vivência para a vida pública.

Resposta de Emmanuel

Meus amigos, muita paz.
Acreditamos que a nossa função, em nos comunicar convosco, será sempre, a de cooperar, num convênio ativo de boa vontade,Chico Xavier com os nossos irmãos encarnados, em favor da vitória do Bem.
Nesse sentido, cabe-nos louvar todas as iniciativas que guardam a felicidade coletiva por meta, uma vez que, colaborando, segundo cremos, na melhoria da unidade individual, em nossa tarefa de esclarecimento evangélico, devemos contribuir no engrandecimento do Todo.
Assim sendo, embora não seja lícito a nós outros, os Espíritos que vos precedem na grande viagem da verdade, a interferência indébita em vossas realizações na ordem política, em razão do organismo público de administração exigir a livre manifestação do homem de passagem na Crosta da Terra, admitimos que aos espíritas cristãos cabe o direito de participação nos serviços direcionais da vida pública, desde que lhes competem à frente da Doutrina, esclarecendo, pois, que só nos resta exaltar o trabalho do Bem infinito, nos variados setores em que se manifesta, com os nossos sinceros votos pelo triunfo vivo dos nossos companheiros que atualmente se consagram à plantação do Evangelho nos arraiais da política nacional.
Atentos aos compromissos de cristianização do homem, a partir de nossa própria renovação íntima, sob os padrões de Jesus, pedimos a bênção do Altíssimo para que nós todos, acima de tudo, possamos buscar o nosso dever bem cumprido.

Política Divina


“Eu, porém, entre vós, sou como aquele que serve.” – Jesus. (LUCAS, 22:27.)
O discípulo sincero do Evangelho não necessita respirar o clima da política administrativa do mundo para cumprir o ministério que lhe é cometido.
O Governador da Terra, entre nós, para atender aos objetivos da política do amor, representou, antes de tudo, os interesses de Deus junto do coração humano, sem necessidade de portarias e decretos, respeitáveis embora.
Administrou servindo, elevou os demais, humilhando a si mesmo.
Não vestiu o traje do sacerdote, nem a toga do magistrado.
Amou profundamente os semelhantes e, nessa tarefa sublime, testemunhou a sua grandeza celestial.
Que seria das organizações cristãs, se o apostolado que lhes diz respeito estivesse subordinado a reis e ministros, câmaras e parlamentos transitórios?
Se desejas penetrar, efetivamente, o templo da verdade e da fé viva, da paz e do amor, com Jesus, não olvides as plataformas do Evangelho Redentor.
Ama a Deus sobre todas as coisas, com todo o teu coração e entendimento.
Ama o próximo como a ti mesmo.
Cessa o egoísmo da animalidade primitiva.
Faze o bem aos que te fazem mal.
Abençoa os que te perseguem e caluniam.
Ora pela paz dos que te ferem.
Bendize os que te contrariam o coração inclinado ao passado inferior.
Reparte as alegrias de teu espírito e os dons de tua vida com os menos afortunados e mais pobres do caminho.
Dissipa as trevas, fazendo brilhar a tua luz.
Revela o amor que acalma as tempestades do ódio.
Mantém viva a chama da esperança, onde sopra o frio do desalento.
Levanta os caídos.
Sê a muleta benfeitora dos que se arrastam sob aleijões morais.
Combate a ignorância, acendendo lâmpadas de auxílio fraterno, sem golpes de crítica e sem gritos de condenação.
Ama, compreende e perdoa sempre.
Dependerás, acaso, de decretos humanos para meter mãos à obra?
Lembra-te, meu amigo, de que os administradores do mundo são, na maioria das vezes, veneráveis prepostos da Sabedoria Imortal, amparando os potenciais econômicos, passageiros e perecíveis do mundo; todavia, não te esqueças das recomendações traçadas no Código da Vida Eterna, na execução das quais devemos edificar o Reino Divino, dentro de nós mesmos.
XAVIER, Francisco Cândido. Vinha de Luz. Pelo Espírito Emmanuel. 14.ed. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1996. Capítulo 59.

tarefa cristã emmanuel

Crise Política, Corrupção e Espiritismo

Sérgio Biagi Gregório
O objetivo central da política é a obtenção do bem comum. O bem comum é “um conjunto de condições concretas que permite a todos os membros de uma comunidade atingir um nível de vida à altura da dignidade humana”. Esta dignidade refere-se tanto às coisas materiais quanto às espirituais. Depreende-se que todo o cidadão deve ter liberdade de exercer uma profissão e aderir a qualquer culto religioso. Diz-se, também, que almejar o bem comum é proporcionar a felicidade natural a todos os habitantes de uma comunidade.
A corrupção, ou seja, o pagamento de propina para obter vantagens, quer sejam de ordem financeira ou tráfico de influência, deteriora a obtenção do bem comum, pois algumas pessoas estão sendo lesadas para que outras obtenham vantagens. Lembremo-nos de que “todo poder corrompe e todo poder absoluto corrompe absolutamente”. Significa dizer que sempre teremos que conviver com algum tipo de corrupção. Eticamente falando, o problema maior está no grau, no tamanho da corrupção e não a corrupção em si mesma.
No Brasil, estamos assistindo a uma enxurrada de denúncias, que vão desde o chamado caixa 2 de campanha política, até a compra de votos para aprovar projetos importantes na área governamental. O vídeo que mostra um funcionário dos Correios recebendo propina foi o estopim da crise. De lá para cá as denúncias não param. O deputado Roberto Jefferson, um dos acusados de comandar a propina nos Correios, saiu distribuindo acusações para todos os lados, no sentido de se defender do ocorrido.
Diante deste fato, pergunta-se: que tipo de subsídio o Espiritismo nos fornece para a compreensão dessa situação? Em O Evangelho Segundo o Espiritismo há alusão aos escândalos. Primeiramente, Jesus nos fala dos escândalos e que estes deverão vir, mas “Ai do mundo por causa dos escândalos; pois é necessário que venham escândalos; mas, ai do homem por quem o escândalo venha”.O escândalo significa mau exemplo, princípios falsos e abuso do poder. Ele deve ser sempre considerado do lado positivo, ou seja, como um estímulo para que o ser humano combata em si mesmo o orgulho, o egoísmo e a vaidade.
Lembremo-nos também da frase: “Ninguém há que, depois de ter acendido uma candeia, a cubra com um vaso, ou a ponha debaixo da cama; põe-na sobre o candeeiro, a fim de que os que entrem vejam a luz; – pois nada há secreto que não haja de ser descoberto, nem nada oculto que não haja de ser conhecido e de aparecer publicamente”. (S. LUCAS, cap. VIII, vv. 16 e 17.). A verdade, assim, não pode ficar oculta para sempre. Deduz-se que aquele que não soube fazer esforços para se pautar corretamente no bem, sofrerá as conseqüências de suas ações.
O Espiritismo auxiliará eficazmente as resoluções de ordem política, porque propõe substituirmos os impulsos antigos do egoísmo pelos da fraternidade universal. Allan Kardec propõe, em Obras Póstumas, o regime político que deverá vigorar no futuro, ou seja, a aristocracia intelecto-moral. Aristocracia – do grego aristos (melhor) e cracia (poder) significa poder dos melhores. Poder dos melhores pressupõe que os governantes tenham dado uma direção moral às suas inteligências.
Somente quando o poder da inteligência for banhado pelo poder moral e ético é que conseguiremos atingir um mundo mais justo e mais de acordo com o bem comum, pois os que governam propiciarão sob todos os meios possíveis a felicidade da maioria.

crise política espiritismo

Espiritismo e política

A FEB editora lança livro oportuno para o momento que estamos vivendo. Trata-se da obra Espiritismo e política, de Aylton Paiva, cuja apresentação redigida pelo Prof. Ayrton de Toledo, está transcrita a seguir:

Apresentação

A obra Espiritismo e política: contribuições para a evolução do ser e da sociedade representa mais um esforço de Aylton Guido Coimbra Paiva para conscientizar o leitor quanto à real e crescente oportunidade de influência da Doutrina Espírita sobre a ordem social. O texto está em concordância com os princípios fundamentais de nossa Doutrina. Constitui uma efetiva contribuição para o estudo, a prática e a divulgação do Espiritismo. A originalidade da obra está amparada pela publicação, em 1982, do livro do mesmo autor intitulado Espiritismo e política, DICESP — Divulgação Cultural Espírita S/C Editora. A linguagem utilizada é bastante simples e clara, ao alcance da generalidade dos leitores que buscam as obras espíritas.
O autor procura demonstrar que, “sob o aspecto filosófico, o Espiritismo tem muito a ver com a Política, já que esta deve ser a arte de administrar a sociedade de forma justa”. Segundo ele, a proposição espírita da lei do progresso é um intenso e profundo desafio para que trabalhemos pela evolução intelectual e moral da humanidade. Com tal objetivo, o espírita deve estimular a sociedade humana a fim de que haja hábitos espiritualizados, desenvolvimento da inteligência e elaboração de leis justas, em benefício de todos.
Existe, pois, uma inequívoca contribuição política que o Espiritismo oferece à sociedade, a fim de que se estruture, se organize e trabalhe alicerçada na verdade, na justiça e no amor.
Não se trata de estimular o leitor a participar da política partidária, nem também de afirmar que o espírita deve ou não deve participar, como membro atuante, de uma organização política. Trata-se, simplesmente, de reconhecer o direito de que, como membro de uma sociedade, o espírita escolha, livremente, a sua contribuição para que as relações humanas sejam, progressivamente, melhoradas no sentido da paz, da justiça e do amor fraternal.
Permitimo-nos recordar que reconhecidos trabalhadores do movimento espírita desempenharam, com méritos, atividades políticas junto aos poderes públicos. Citaremos apenas três deles:
1. Cairbar Schutel –
Conhecido como o “Bandeirante do Espiritismo”, fundador da Revista Internacional de Espiritismo – RIE (1925), do jornal O Clarim (1905) e da editora do mesmo nome. Na inauguração do seu Memorial ocorrida em 13 de novembro de 2013, foi feita referência aos documentos que mostram o trabalho político/social desenvolvido na cidade de Matão, da qual foi seu primeiro prefeito. Como um dos pioneiros do Movimento Espírita no Brasil, Cairbar Schutel afirma, em publicação da RIE, em 1929, que “Em política, em ciência e em religião, só há um norte a seguir, a verdade”.
2. José de Freitas Nobre –
Advogado e jornalista nascido em fortaleza. Em São Paulo, foi vereador, vice-prefeito e eleito deputado federal, exemplificando, na política, honestidade e retidão de caráter. Publicou três livros espíritas e foi fundador e editor durante vinte e seis anos da Folha Espírita, jornal que circula até nossos dias.

3. Adolfo Bezerra de Menezes –
Conhecido como o “Médico dos pobres” e como o “Kardec brasileiro”, foi Presidente da Federação Espírita Brasileira em 1889 e de 1895 a 1900. Conheceu o Espiritismo em 1872. Nessa época já havia iniciado sua trajetória política, que se estendeu até 1885. Cargos ocupados: Vereador, Presidente da Câmara Municipal da Corte e Deputado Geral, tendo sempre agido em favor da justiça e da honestidade. Citado por Freitas Nobre em 1981, Bezerra de Menezes teria afirmado: “Para nós, a política é a ciência de criar o bem de todos, e nesse princípio nos firmaremos”.
Apoiado na moral evangélica e sem comprometer-se com legendas ou organizações partidárias, o Movimento Espírita pode contribuir, no campo das ideias, para a solução dos problemas políticos e sociais que surgem, naturalmente, no processo da evolução planetária.
Seria oportuno, neste momento, recordar a afirmação de Kardec no capítulo XVIII, item 25, de A gênese, obra editada em 1868:
O Espiritismo não cria a renovação social; a madureza da humanidade é que fará dessa renovação uma necessidade. Pelo seu poder moralizador, por suas tendências progressistas, pela amplitude de suas vistas, pela generalidade das questões que abrange, o Espiritismo é mais apto do que qualquer outra doutrina, a secundar o movimento de regeneração, por isso, é ele contemporâneo desse movimento.
Aylton Paiva apoia-se, como dissemos no início desta apresentação, nos fundamentos da Doutrina Espírita, quando enfatiza que a participação do espírita no processo político, social, cultural e econômico deve ser consciente e responsável, tendo como diretriz os princípios e normas contidos em O livro dos espíritos.

própria consciência

POLÍTICA

Emmanuel.

“E quem governa seja como quem serve”
– Jesus- Lucas, 22:26.

O Evangelho apresenta, igualmente, a mais elevada fórmula de vida político administrativa aos povos da Terra.
Quem afirma que semelhantes serviços não se compadecem com os labores do Mestre não penetrou ainda toda a verdade de suas Lições Divinas.
*
A magna questão é encontrar o elemento humano disposto à execução do sublime princípio.
*
Os ideais democráticos do mundo não derivam senão do próprio ensinamento do Salvador.
*
Poderá encontrar algum sociólogo do planeta, plataforma superior além da gloriosa síntese que reclama o governante as legítimas qualidades do servidor fiel?
*
As revoluções, que custaram tanto sangue, não foram senão uma ânsia de obtenção da fórmula sagrada na realidade política das nações.
*
Nem, por isso, entretanto, deixaram de ser movimentos criminosos e desleais, como infiéis e perversos têm sido os falsos políticos na atuação do governo comum.
*
O ensinamento de Jesus, nesse particular, ainda está acima da compreensão vulgar das criaturas.
*
Quase todos os homens se atiram à conquista dos postos de autoridade e evidência, mas geralmente se encontram excessivamente interessados com as suas próprias vantagens no imediatismo do mundo.
*
Ignoram que o Cristo aí conta com eles, não como quem governa tirânica ou arbitrariamente, mas como quem serve com alegria, não como quem administra a golpes de força, mas como quem obedece ao Esquema Divino, junto dos seres e cousas da vida.
Jesus é o Supremo Governador da Terra e, ao mesmo tempo, o Supremo Servidor das criaturas humanas.
Alma e Luz (psicografia Chico Xavier – espirito Emmanuel)

o próximo

Comentários