FENÔMENO DA MORTE

Fenômeno da Morte

Com o fenômeno da morte, o Espírito se afasta do corpo que já não mais lhe serve como instrumento, podendo dizer, na ocasião: “habitei esse corpo, serviu-me ele de vestimenta durante muitos anos”.
O corpo jamais poderá dizer: “Esse espírito que aí vai foi meu”, simplesmente porque o corpo é matéria morta, que começa a decompor-se tão logo ocorra a morte.
Ao conscientizar-se dessa realidade, o homem passa a ter uma verdadeira consciência de imortalidade. Quanto mais medita sobre o assunto – desde que desligado de explicações de determinados teólogos – tanto mais adquire um estado de consciência a que se pode chamar “cidadania espiritual”. Passa a sentir-se imortal.
A morte já não mais se constitui naquele desastre terrível a bi- ou tri partir-lhe o ser: “Vou para debaixo da terra, minha alma vai para o céu e eu para não sei onde.”
Ao assumir a cidadania espiritual, seus horizontes se alargam. Já não é apenas um homem, mas um Ser imortal, cujo destino não se prende apenas à Terra, vez que se sente pertencente ao Universo, às “muitas moradas da casa do Pai”, conforme ensinamentos de Jesus.
Assim pensando, chegamos à conclusão de que somos essencialmente espíritos, atualmente encarnados. Um dia deixaremos nosso corpo terrestre, como Jesus deixou o seu, conservando apenas o corpo celeste, imortal, conforme o Mestre, de forma genial ensinou e exemplificou!

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O FENÔMENO DA MORTE

Marco Túlio Michalick

A morte é algo que intriga a maioria das pessoas. Muitos não querem pensar nela, mas é interessante imaginar o que nos espera após o fenômeno da morte. Para aonde vamos? Esta é a pergunta mais comum.
Cada religião interpreta de um jeito. Algumas pregam que as pessoas passarão pelo purgatório antes de entrar no céu ou no inferno. Outra hipótese é a de que ficaremos aguardando o dia do juízo final. O espiritismo, assim como outras doutrinas, afirma a realidade da reencarnação e que o fenômeno da morte é apenas uma mudança de plano.
As pessoas que não acreditam na reencarnação normalmente fazem chacotas com os que acreditam, dizendo que “ninguém até hoje voltou para dizer como é do outro lado”. Mas, por meio da mediunidade, os espíritos enviam mensagens, escrevem livros e descrevem como é do “outro lado”. Além disto, a experiência de quase-morte é uma comprovação de quem esteve do “outro lado”. Afinal, a pessoa é considerada clinicamente morta e depois de alguns minutos, retoma ao mundo material, sem que a medicina consiga provar e comprovar como ocorre este fenômeno. Pesquisas nesta área oferecem relatos impressionantes. Um destes é o de um rapaz que, após ser considerado clinicamente morto pelos médicos, deixou seu corpo e passou a caminhar pelos corredores do hospital. Saiu do local e foi passear no parque. Este homem declarou ter visto um conhecido neste parque o que depois foi confirmado pelo outro. Mas do seu relato, o que mais impressionou foi o fato de ter presenciado o atropelamento de um homem na rua. O homem, após desencarnar,
chegou a conversar com este paciente. Depois, uma forte luz levou o atropelado. Logo após, o paciente sentiu-se atraído novamente para o hospital. Quando comentou o que viu em sua EQM (Experiência de Quase Morte) para algumas pessoas, elas checaram junto à polícia as informações sobre o atropelamento, que foi confirmado pelas autoridades.
Os materialistas são os que mais sofrem ao pensar na morte. Geralmente, são criaturas apegadas demais aos bens terrenos e ao pensar na perda dos prazeres triviais, sofrem por antecipação. Esta preocupação poderá acompanhá-las além túmulo. Em Temas da Vida e da Morte, o espírito Manoel Philomeno de Miranda explica que “à medida, porém, que se aclaram os enigmas em torno da realidade post mortem, em que os fatos demonstram o seu prosseguimento, oferecendo uma visão correta sobre a sua continuação, o temor cede lugar à confiança e as dúvidas são substituídas pela certeza da perenidade do ser, que se sente estimulado a preparar, desde então, esse futuro, no qual a felicidade possui uma dinâmica que fomenta o progresso incessante, em decorrência do esforço empreendido por quem deseja alcançá-lo”. Assim, o materialista começa a ter uma nova visão e convicção com relação ao fenômeno da morte, mudando sua forma de pensar e agir.
A morte é uma conseqüência da vida, mas a vida é uma conseqüência da Vida Maior. Pensando desta forma, descartamos a palavra morte no seu sentido natural. Em seu lugar, coloquemos vida, ficando “vida após a vida”. O que é na realidade o certo, pois deixamos a vida material para vivermos uma outra, a espiritual, alternando entre uma e outra, prosseguindo em nossa evolução espiritual.
Em Apologia de Sócrates, Platão escreve qual era o pensamento de seu mestre sobre a morte: “Quanto a esta, apenas pode ser uma destas duas coisas: ou aquele que morre é reduzido ao nada e não tem mais qualquer consciência, ou então, conforme ao que se diz, a morte é uma mudança, uma transmigração da alma do lugar onde nos encontramos para outro lugar. Se a morte é a extinção de todo sentimento e assemelha-se a um desses sonos nos quais nada se vê, mesmo em sonho, então morrer é um ganho maravilhoso. (…) Por outro lado, se a morte é como uma passagem daqui para outro lugar, e se é verdade, como se diz, que todos os mortos aí se reúnem, pode-se imaginar maior bem?”.

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A COLHEITA É OBRIGATÓRIA

O que nos espera do “outro lado” pode ser comparado por meio de uma metáfora, a plantação na lavoura. Iremos colher dependendo do que plantamos, ou seja, do esforço aplicado naquele trabalho, das condições de aproveitamento do tempo, da perseverança em vencer os obstáculos, e finalmente, da disposição em dividirmos esta colheita com outras pessoas. Devemos fazer uma análise da nossa “plantação” e nos perguntarmos: Estou plantando o suficiente para ter uma boa colheita? Esta é uma forma sutil de sabermos o que colheremos do “outro lado”.
Joanna de Angelis, em Dias Gloriosos, explica que “face à conduta durante a existência física, de certo modo vão sendo delineados os processos para a libertação pelo veículo da morte, cuja ocorrência é muito mais grave do que pode parecer ao observador menos cuidadoso. Morremos ou desencarnamos conforme vivemos. Os pensamentos e atos são implacáveis tecelões que se responsabilizam pelo desenlace final que liberta o espírito do corpo. Desse modo, a ocorrência terminal, encarregada de produzir a desencarnação, é resultado de todo o processo vivido durante o estágio orgânico. Cada qual experimenta o curso libertador de acordo com o procedimento mantido enquanto encarnado, o que se lhe transforma em futuros programas existenciais”.
Acho relevante transcrever uma passagem do livro de Suety Caldas Schubert, Mediunidade: Caminho Para Ser Feliz, onde ela escreveu registros feitos pelo escritor Conan Doyle sobre Emmanuel Swendenborg, um grande médium sueco que viveu em Londres, em 1744, considerado um dos precursores do espiritismo e que narrou em seus livros o que viu no plano espiritual. Conan Doyle escreveu: “O médium sueco constatou que o Outro Mundo, para onde vamos após a morte, consiste em várias esferas (ou planos), expressando os graus de luminosidade e felicidade. Cada pessoa irá para aquela que se adapte à sua condição espiritual.
Viu casas onde residem famílias, templos, auditórios, museus, escolas, academias, bibliotecas. Ali são cultivadas a arte, a literatura, a ciência, a música e os esportes.
Havia anjos e demônios, mas não eram diferentes dos seres humanos; eram aqueles que tinham vivido na Terra e que, ou eram almas retardatárias, como os demônios, ou altamente desenvolvidas, como os anjos.
Não existem penas eternas. Os que se achavam nos Infernos (planos inferiores) podiam trabalhar para dali saírem, desde que tivessem vontade. Os que se achavam no Céu (planos superiores) também prosseguiam trabalhando por uma posição cada vez mais elevada. Todas as crianças eram recebidas igualmente, fossem ou não batizadas. Cresciam no Outro Mundo; jovens lhes serviam de mães, até que chegassem as mães verdadeiras”.
Deus é perfeito em sua criação. Ele nos dá inúmeras condições de evoluir. Ninguém fica desamparado, seja neste plano ou nos outros. Cabe a nós, e somente a nós, decidirmos em que condições queremos viver, seja qual for o plano. Vamos trabalhar em prol do bem, pois estaremos atraindo bons fluidos e pessoas afins para o nosso desiderato. Obstáculos não vão faltar, mas teremos a mão do companheiro ao lado formando uma corrente positiva, fortalecendo nossas intenções e purificando os pensamentos.
Não devemos temer a morte, e sim, evoluir nesta vida, afinal, uma outra vida nos espera do “outro lado”.
(Extraído da Revista Cristã de Espiritismo nº 28, páginas 30-34)
visitantes deste tempo provérbio aborígene

Morte

Tudo que nasce, vive, morre e se transforma.
O corpo se organiza, tem o seu ciclo vital, desagrega-se e modifica as moléculas que o constituem, mediante o fenômeno da morte.
A morte é, portanto, acontecimento biológico, inevitável, para todas as formas vivas na Terra.
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Considera a fragilidade orgânica na qual te movimentas, e, ao cair do dia, antes do repouso no lar, pensa na possibilidade de a perderes mediante a transformação pela morte.
O sono é uma quase desencarnação, e ninguém tem segurança se despertará na aparelhagem física no dia seguinte…
Faze uma avaliação do teu dia, busca retificar o em que te enganaste, reprograma as tuas atividades e vive com a retidão que caracteriza aquele que dispõe de pouco tempo, confiando no prosseguimento da vida após o transe.
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Desenfaixa-te dos elos retentivos com a retaguarda, sempre que te sintas atado, recordando que a vida prossegue, e toda vinculação com os caprichos humanos representa sofrimento em programação.
Todos os momentos que passam, podem ser considerados adeuses.
Assim, avança para o amanhã, libertando-te, para alcançares o triunfo da tua imortalidade.
FRANCO, Divaldo Pereira. Episódios Diários. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 50.

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