LEMBRA-TE DE QUE FALANDO OU SILENCIANDO

LEMBRA-TE DE QUE FALANDO OU SILENCIANDO – CHICO XAVIER

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LEMBRA-TE DE QUE FALANDO OU SILENCIANDO

“LEMBRA-TE DE QUE FALANDO
OU SILENCIANDO, SEMPRE É
POSSÍVEL FAZER ALGUM BEM.”

Chico Xavier

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Fé 

 

“Assim também a fé, se não tiver obras, é morta em si mesma.”
– (Tiago, 2:17)

 

A Epístola de Tiago, chamada universal por ter sido dirigida a todas as primitivas igrejas cristãs, quando proclama ser morta a fé sem obras, tem a corroborá-la a Primera Epístola de Paulo aos Coríntios, onde nos deparamos com a afirmação de que, “se alguém tivesse o dom da profecia, falasse a língua dos anjos, penetrasse todos os mistérios, tivesse toda a fé ao ponto de transportar montanhas, desse seu corpo para ser queimado em praça pública ou distribuísse toda sua fortuna entre os pobres, se não tivesse caridade, nada disso lhe serviria”.
Proclama, ainda, Paulo de Tarso que “dentre estas três virtudes: a fé, a esperança e a caridade, a mais excelente é a caridade”.
Diz Tiago em sua epístola: “Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé, e não tiver obras? Porventura a fé pode salvá-lo? E se o irmão ou irmã estiverem nus e tiverem falta de mantimento quotidiano. E algum de nós disser-lhes: Ide em paz, aguentai-vos, e fartai-vos; e lhes não derdes as coisa necessárias para o corpo, que proveito virá daí?.”
– Tudo isso nos leva à dedução de que a caridade é a mais excelsa das virtudes. De nada adianta ter fé ao ponto de transportar montanhas, se não for devidamente acompanhada pelas boas obras.
Pelo que nos é dado deduzir, tanto dos ensinamentos de Tiago como dos de Paulo de Tarso, a afirmação de Jesus Cristo: “a cada um segundo as suas obras”, serviu de fundamento para os ensinamentos desses dois apóstolos sobre a excelência da caridade.
Na parábola do Bom Samaritano observamos que o sacerdote – homem de fé e mentor religioso – passou ao largo, nada fazendo em favor do moribundo que jazia à margem da estrada. O samaritano, por sua vez, apesar de ser considerado herege e apóstata pelos ortodoxos judeus, foi quem, tocado de íntima compaixão, socorreu o ferido, propiciando-lhe toda a assistência a seu alcance.
O sacerdote talvez tivesse dito como afirma Tiago: “Fique em paz, aguentai-vos”. É inegável, pois, que a boa ação do samaritano suplantou de muito a fé do sacerdote.
Tiago afirma em sua epístola que uma pessoa dotada de fé robusta, se for procurada por alguém que está nu e com fome deva, e não socorrê-la, a sua atitude anula a sua fé. E óbvio que se primeiramente deve-se suprir as necessidades físicas de uma criatura faminta, a fim de predispô-la para assimilar ensinamentos de ordem espiritual. Não se pode falar em fé, a uma pessoa que está nua, com frio ou com fome.
É imperioso que ela seja socorrida nessas necessidades primárias, antes de se pretender orientá-la no caminho da fé ou da iluminação interior.
O Espiritismo também é categórico na demonstração da supremacia da sobras sobre a fé, ao ponto de ter consagrado como um dos seus lemas fundamentais: “Fora da Caridade não há salvação”.
Com base profunda nos Evangelhos, a Doutrina Espírita sustenta que todo serviço de amparo social desinteressado é um reforço divino na obra da fraternidade e da iluminação interior da Humanidade, pois conforme esclarece o iluminado Espírito Emmanuel: “As obras da caridade material somente alcançam sua feição divina, quando colimam a espiritualização do homem renovando-lhe os valores íntimos, porque, reformada a criatura humana em Jesus Cristo, teremos na Terra uma sociedade transformada, onde o lar genuinamente cristão será naturalmente o asilo de todos os que sofrem”.
E’ pela consciência que a nossa fé em Deus é manifestada. E’ pela obra que o nosso amor a Deus é revelado. Nos idos da Idade Média praticavam-se as mais tenebrosas torturas e queimavam-se pessoas em praça pública, tudo em nome da fé, enquanto a fé positiva constrói e enaltece, a fé negativa escraviza, fanatiza e destrói.
É evidente, também, que as boas obras estão ao alcance de todos, do rico, do pobre, do sábio ou do menos esclarecido. As obras generosas e boas independem da crença religiosa. Elas são de caráter universal e irrestrito.
Os Evangelhos nos dão o ensinamento edificante do “óbolo da viúva”, como uma das mais patentes demonstrações do que pode fazer quem está animado do propósito de servir os menos protegidos de bens materiais.
A pobre viúva, em sua pobreza material, quis ainda auxiliar os mais carentes que ela, dando viva demonstração da grandiosidade de sua alma. Deus não julga pelo montante da oferecendo, mas pelo desapego com que ela é doada.

 

Paulo A. Godoy

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Domínio Espiritual

 

“Não estou só, porque o Pai está comigo.”
– Jesus. (JOÃO, capítulo 16, versículo 32.)
Nos transes aflitivos a criatura demonstra sempre onde se localizam as forças exteriores que lhe subjugam a alma.
Nas grandes horas de testemunho, no sofrimento ou na morte, os avarentos clamam pelas posses efêmeras, os arbitrários exigem a obediência de que se julgam credores, os super sentimentalistas reclamam o objeto de suas afeições.
Jesus, todavia, no campo supremo das últimas horas terrestres, mostra-se absoluto senhor de si mesmo, ensinando-nos a sublime identificação com os propósitos do Pai, como o mais avançado recurso de domínio próprio.
Ligado naturalmente às mais diversas forças, no dia do Calvário não se prendeu a nenhuma delas.
Atendia ao governo humano lealmente, mas Pilatos não o atemoriza.
Respeitava a lei de Moisés; entretanto, Caifás não o impressiona.
Amava enternecidamente os discípulos; contudo, as razões afetivas não lhe dominam o coração.
Cultivava com admirável devotamento o seu trabalho de instruir e socorrer, curar e consolar; no entanto, a possibilidade de permanecer não lhe seduz o espírito.
O ato de Judas não lhe arranca maldições.
A ingratidão dos beneficiados não lhe provoca desespero.
O pranto das mulheres de Jerusalém não lhe entibia o ânimo firme.
O sarcasmo da multidão não lhe quebra o silêncio.
A cruz não lhe altera a serenidade.
Suspenso no madeiro, roga desculpas para a ignorância do povo.
Sua lição de domínio espiritual é profunda e imperecível. Revela a necessidade de sermos “nós mesmos”, nos transes mais escabrosos da vida, de consciência tranquila elevada à Divina Justiça e de coração fiel dirigido pela Divina Vontade.

 

XAVIER, Francisco Cândido. Caminho, Verdade e Vida. Pelo Espírito Emmanuel. 28.ed. Brasília: FEB, 2009. Capítulo 170.

aprender e desculpar

Zelo do Bem

 

“E qual é aquele que vos fará mal, se fordes zelosos do bem?” – (I PEDRO, capítulo 3, versículo 13.)

 

Temer os que praticam o mal é demonstrar que o bem ainda não se nos radicou na alma convenientemente.
A interrogação de Pedro reveste-se de enorme sentido.
Se existe sólido propósito do bem nos teus caminhos, se és cuidadoso em sua prática, quem mobilizará tamanho poder para anular as edificações de Deus?
O problema reside, entretanto, na necessidade de entendimento. Somos ainda incapazes de examinar todos os aspectos de uma questão, todos os contornos de uma paisagem. O que hoje nos parece a felicidade real pode ser amanhã cruel desengano. Nossos desejos humanos modificam-se aos jorros purificadores da fonte evolutiva. Urge, pois, afeiçoarmo-nos à Lei Divina, refletir-lhe os princípios sagrados e submeter-nos aos Superiores Desígnios, trabalhando incessantemente para o bem, onde estivermos.
Os melindres pessoais, as falsas necessidades, os preconceitos cristalizados, operam muita vez a cegueira do espírito. Procedem daí imensos desastres para todos os que guardam a intenção de bem fazer, dando ouvidos, porém, ao personalismo inferior.
Quem cultiva a obediência ao Pai, no coração, sabe encontrar as oportunidades de construir com o seu amor.
Os que alcançam, portanto, a compreensão legítima não podem temer o mal. Nunca se perdem na secura da exigência nem nos desvios do sentimen talismo. Para essas almas, que encontraram no íntimo de si próprias o prazer de servir sem indagar, os insucessos, as provas, as enfermidades e os obs táculos são simplesmente novas decisões das Forças Divinas, relativamente à tarefa que lhes dizem respeito, destinadas a conduzi-las para a vida maior.

 

XAVIER, Francisco Cândido. Caminho, Verdade e Vida. Pelo Espírito Emmanuel. 28.ed. Brasília: FEB, 2009. Capítulo 173.

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