A MORAL ELEVADA É O MELHOR ANTÍDOTO

 

 

A moral elevada

A moral elevada é e sempre será o melhor antídoto,
para todas as doenças do corpo e da alma.

Vera Jacubowski

moral elevada vera jacubowski

VALORES MORAIS E DOUTRINA ESPÍRITA

 

Uma das recomendações básicas da Doutrina Espírita, e ditadas pelos espíritos superiores, para que consigamos dar início a tão falada reforma íntima, que é uma das bandeiras do espiritismo é a necessidade de fazermos uma autoanálise, uma introspecção e, dentro desse olhar interno, necessário é que possamos ver como anda a nossa escala de valores.
Como somos seres imortais, devemos procurar saber, se temos buscado valorizar o que realmente tem valor efetivo nessa nossa caminhada, ou se ainda temos dado importância somente as coisas efêmeras e fúteis que nada acrescentam. Será que temos ocupado nosso tempo com coisas úteis ao nosso progresso intelectual e moral ou temos somente ocupado o tempo com as coisas passageiras, na busca de satisfações imediatas.
Esses questionamentos devem ser uma constante em nossas vidas, ou, pelo menos na vida daqueles que realmente anseiam por melhores dias – futuro -.
Geralmente, alguns de nós dedicam muito tempo relembrando ou lamentando o passado. (lamentar é diferente de analisar) ou, ainda, pensando no futuro próximo nos esquecemos de viver o presente, o momento atual, o nosso hoje.
O passado deve somente nos servir de lição, de experiência, mas é passado e não pode ser modificado. O futuro, este sim, é construído agora, no momento atual, e não pode ser antecipado, pode ser programado.
Nós desconhecemos, ainda, que carregamos em nossa intimidade todos os meios que precisamos para viver, e viver em plenitude, e não aceitar essa verdade, seria aceitar a existência de um deus cruel e tirano privilegiado uns poucos em detrimento da maioria, o que viria a contrariar um dos atributos de Deus, que é ser soberanamente bom e justo.
Se temos todos os meios de vivenciar e valorizar esses valores mais nobres, que nos levarão a sermos verdadeiros homens de bem, tendo uma vida mais tranquila, feliz e harmoniosa e que estão adormecidos, em estado de letargia,fazendo com que tenhamos ainda uma vivência de angustia de dor, sofrimento e tristeza, infelicidade, pergunta-se : de onde vem essa sensação de impotência diante da vida?
Se não encontramos ainda respostas claras e objetivas para esse questionamento, o simples fato de aceitarmos que possuímos condições de irmos em busca desses valores mais nobres, que não estão longe, pelo contrário, estão dentro de nós mesmos, já nos dá a certeza que depende somente de nós mesmos acharmos o caminho.
Léon Denis – (Depois da Morte) –, diz: “Cada qual sabe onde é mais fácil iniciar essa busca.”
Algumas das raízes do nosso sofrimento, de ainda estarmos inertes diante de valores morais a desejar, é porque ignoramos essas infinitas possibilidades que trazemos por herança natural e,somente depositar nossas expectativas de crescimento, de evolução no mundo exterior, esperando que tudo e todos satisfaçam nossos caprichos e necessidades,e aí não chegamos a lugar nenhum e nos tornamos infelizes.
Léon Denis – (Depois da Morte) – O espírito é criado para a felicidade, criado, portanto, para vivenciar valores mais elevados, mas para poder apreciar esses valores, para poder conhecer o seu justo valor, o homem deve conquistar esses valores por si próprio, só que para isso, o espírito deve desenvolver as potencialidades que estão guardadas em seu íntimo, mas como ainda não conseguimos desenvolver essas potencialidades existentes em nós, projetamos os nossos valores no mundo material, ou seja: nos cartazes de propaganda, nos carros importados,nos rótulos,nas estampa,nas promessas românticas, nos títulos acadêmicos – (Kardec diz que o Espiritismo não sendo uma teoria abstrata não se dirige apenas aos sábios, por conseguinte o homem espírita fala ao coração e para falar a linguagem do coração não há necessidade de diplomas.)
Na imagem que os outros criam diante de nós, só que muitas vezes os outros estão se escondendo de si mesmos e criando e alimentando a ilusão de que realmente nos farão felizes. Ainda chegamos acreditar que o cigarro e bebida, os cosméticos, vai nos trazer a liberdade e a beleza anunciadas em suas belas propagandas. Mas não é só nesse mundo exterior visto na mídia que exteriorizamos as nossas falsas expectativas, também na casa espírita, ainda projetamos valores que poderiam nos levar ao bem estar, ao crescimento moral, nos benfeitores espirituais – como se eles fossem obrigados a resolver os nossos problemas, no passe, na água fluidificada, ou ainda, há quem pense que sofrendo calado, inerte, passivo nesta encarnação poderá ser feliz e ter um caráter mais nobre em outra.
Não faço nada de errado, mas também não faço nada de bom.
Nós desprezamos o nosso potencial de adquirir valores morais mais abrangentes, quando nos colocamos como vítimas e deixamos de tomar atitudes nobres e positivas para o nosso bem estar. Enfim, construímos ilusões, alimentamos fantasias e agindo dessa maneira, continuamos investindo nossos valores em relacionamentos repletos de expectativas e acabamos nos condenando a desilusão.
Emmanuel – psicografia de Chico Xavier, diz: – a desilusão em nossa vida é a visita da verdade. Importante – atrás da desilusão há sempre um processo inicial chamado ilusão. Ou seja – nós criamos valores cheios de expectativas em relação ao comportamento do outro, (ilusão), só que ignoramos que as pessoas são imprevisíveis e incertas com relação ao que querem, o que procuram, ao que tem e ao que sentem, assim como nós.
Isto significa dizer que, às vezes, aqueles valores que achamos que faz o outro ser um homem de bem, para o outro é um meio de infelicidade.
Quando o homem conseguir vivenciar valores nobres como fraternidade, solidariedade, amor, perdão, indulgência, a humildade, ele conseguira também, deixar de controlar, vigiar e moldar as situações e as pessoas, aceitará que somos todos seres únicos e moldados por experiências únicas, isso porque o descontrole em nossa vida vem da ânsia, da vontade de querer controlar a vida alheia. Portanto, a conquista de valores nobres não pode ser vista como uma questão de circunstâncias, de estarmos sozinhos ou acompanhados pelos outros, não tem nada a ver, os outros não são empecilhos ao nosso crescimento, nem tampouco ter como impedimento os problemas que carregamos – o que seria outra ilusão.
A conquista de valores nobres pode estar numa postura tranquila diante dos encontros e desencontros de nossa existência, reconhecendo através da realidade da imortalidade do espírito as infinitas possibilidades de recomeçar uma nova jornada, uma nova etapa.
Talvez a conquista de valores morais mais abrangentes, seja reconhecer que são os nossos erros e acertos que nos levarão a um único resultado – o aprendizado.
Talvez seja evitarmos o julgamento pré-concebido, basta ouvir um comentário, ver uma cena, ler um matéria, já vem uma enxurrada de críticas, nunca nos damos ao direito de ver outro lado da moeda – mesmos certos não temos o direito de julgar, lembrando as palavras do Mestre – atire a primeira pedra, quem nunca errou.
Talvez seja identificar em nosso semelhante um companheiro de jornada, um espírito imortal, antes de vê-lo como pai, mãe, filho, irmão, chefe ou subordinado, rico ou pobre, já que somos todos seres transitórios, que só levarão consigo as lições absorvidas.
Conquistar valores nobres, talvez seja segurar tudo e todos com as mãos abertas, sem reter nada e ninguém, porque nenhuma pessoa ou coisa é nossa propriedade.
Vivenciar valores nobres, talvez seja, termos apenas a noção de que podemos ser parcialmente felizes aqui e agora dentro tão somente de nossas reais possibilidades,e nunca através da realização de nossos intranquilos e desnecessários desejos.
Vivenciar valores nobres pode estar na convivência com a nossa família, quando temos a chance de fazer o bem, ajudando nas tarefas domésticas, dizendo palavras agradáveis, expressando afeto, carinho para os que vivem conosco, mesmo achando que eles não merecem, olhar aquela criança que bate a nossa porta em busca do pão, não esquecendo que ela também é nossa irmã, é igual a nós, chora, ri, sofre com as perdas, sente-se feliz ao receber um agrado, um sorriso.
Talvez seja, no trabalho, desempenhar nossas funções com a máxima atenção, sendo simpático e solícito com os colegas com quais se divide longas horas diárias, sem querer tirar proveito de uma situação puxando o tapete de alguém.
Aproveitar um domingo de descanso para visitar um asilo, um orfanato, reservar um tempo para meditar, avaliando a nossa conduta.
Se tudo isso nos parece ainda muito difícil, devemos nos amparar na luz do mestre Jesus, que nos convida todos os dias a seguir os seus passos, já que todos fomos criados para sermos verdadeiramente felizes.E a felicidade está diretamente ligada a vivencia de valores nobres.
Kardec – Revista Espírita 1865, esclarece que o objetivo de todo indivíduo na terra, é querer a felicidade a qualquer custo, mas como conquistá-la sem vivenciar valores morais a altura dessa necessidade.
O problema é que cada um de nós procura uma rota diferente em busca da felicidade, e mais, nessa caminhada, nessa busca, o homem vivencia valores puramente materiais.
Kardec – diz que cada um de nós espera encontrar aquilo que nos agrada, que nos faz bem, incluído aí a felicidade, num lugar ou numa coisa diferente que mais nos agrade particularmente. E vejam, onde nós esperamos encontrar a felicidade:
Uns na glória outros nas honrarias e a grande maioria – na fortuna, na riqueza material. A fortuna é em nossos dias o mais poderoso meio de se chegar a tudo, a fortuna serve de pedestal a tudo. Afinal, que valores morais são esses?
Os nossos desejos (materiais) aumentam na mesma proporção daqueles que são satisfeitos – sempre queremos mais.
E onde entra a Doutrina Espírita poderá ajudar? O espiritismo tem a missão de enfatizar ao homem, que as riquezas materiais e o progresso intelectual não é o mais importante, é apenas um passo que faculta o progresso de natureza moral, de valores morais mais elevados. Isto porque, sem crescimento moral o homem cresce apenas horizontalmente, sem penetrar na verticalidade do conhecimento divino.
Portanto, o Espiritismo é a chave que abre a porta da ignorância e facilita o conhecimento da verdade, verdade essa que nos levará a vivenciar valores morais mais elevados, fazendo do amor a nossa bandeira, procurando a cada passo ouvir a nossa própria consciência, fazendo o bem pelo bem, perdoando e estendendo a mão, lutando por um mundo melhor, se esforçando contra os vícios e fraquezas, só que infelizmente as nossas condutas, quase sempre estão pautadas na lei da compensação, fazer e receber,isso acaba nos traindo sempre.

 

Conteúdo de palestra apresentada no Centro Espírita
Comunhão Espírita Cristã de Curitiba
Por – Gilberto L. Tomasi

ORAÇÃO CHICO XAVIER

Coerência e Austeridade

O teu compromisso com a imortalidade é portador de grave e alta responsabilidade. Ele diz respeito ao teu futuro espiritual, em favor do qual deves investir os teus melhores recursos, por considerar-lhe o sentido de elevada magnitude, em razão a sua perenidade.
Renasceste na Terra, com a destinação luminosa, a fim de libertar-te de toda e qualquer sombra, que te vem impossibilitando o avanço na direção da plenitude e tem sido o fator determinante dos teus conflitos e dificuldades evolutivas.
Conhecedor, que és, dos conteúdos sublimes da fé racional que haures na Doutrina Espírita, já não podes permitir o luxo enfermiço da ignorância, nem as justificativas infantis em torno das impossibilidades, que te cabem ultrapassar com naturalidade e entusiasmo.
A luz que norteia os novos caminhos é bênção que vens fazendo jus pelos esforços contínuos de libertação das mazelas que te têm acompanhado ao largo do tempo.
Não mais te detenhas nos comportamentos infelizes, aqueles que proporcionam prazeres mórbidos, mas intoxicam a mente e pervertem os sentimentos, agrilhoando-te às masmorras do atraso moral.
És filho de Deus, que te ama, havendo-te concedido a honra de conhecer-Lhe o Embaixador incomparável, que se ofereceu em sacrifício espontâneo, a fim de que pudesses fruir da vida e dessa vida que proporciona abundância.
Antes, embora sentisses a necessidade de crescer interiormente, de fruir paz, de encantar-te com todos os contributos com que a Natureza te felicita, encontravas-te dependente dos instintos básicos, que nutriam as paixões primárias, impedindo-te a experiência das emoções elevadas.
Com Jesus aprisionado nas torpes celas do dogmatismo e da perversidade, das superstições e fórmulas sacramentais, cuidando dos poderosos e olvidando-se dos pobres de espírito, seguias hipnotizado pela ilusão das compensações concedidas pelo arrependimento antes da morte, aguardando um céu de ociosidade e contemplações eternas, ou receando o terrível inferno onde não vigem a misericórdia, nem a compaixão.
Desorientado, talvez, pela impropriedade de tais conceituações, abraçaste o materialismo imediatista e frustrante, buscando ignorar o sentido nobre da vida, buscando fruir tudo quanto o momento podia oferecer, permanecendo, no entanto, interiormente vazio de significado e desestimulado para a luta de renovação.
Nesse momento significativo, porém, encontraste Jesus descrucificado pelo Espiritismo, o companheiro dos desafortunados e dos vencidos, dos tristes e dos oprimidos, dos que choram sem conforto nem esperança, os viandantes sem roteiro, o qual, de braços abertos, a todos alberga no Seu generoso coração de Mestre irretocável.
Ouvindo-Lhe dos lábios sensíveis a melodia imperecível do Sermão da Montanha, renasceram, na tua alma, as esperanças, renovaram-se os teus propósitos de trabalho, renasceste para a vida e, agora, fascinado pelo Seu exemplo de amor, tentas seguir-Lhe as luminosas pegadas pelos ínvios caminhos da atualidade aflita.
Não vaciles, nem te permitas à paralisação da tua marcha.
Avança resoluto e conquista o tempo, recuperando aquele malbaratado na insensatez e na desorientação.
*
O teu compromisso com Jesus é formal e trata-se de um contrato sério para todos os teus dias atuais e futuros.
A Sua doutrina é feita de energia e de vida, não havendo lugar, nos seus postulados, para a indecisão, a amargura, o arrependimento da dedicação, as negociações ilícitas muito do agrado da frivolidade humana.
Aceitaste-Lhe a companhia e a diretriz, havendo-te prometido fidelidade e coerência existencial em relação aos seus ensinamentos.
A coerência te facultará a austeridade na conduta mental, verbal e comportamental, não anuindo os vícios que predominam nos grupos sociais e aos quais eras afeiçoado, mudando de atitude com energia e demonstrando que já não pertences mais aos círculos dos comportamentos vãos e atormentados.
A transformação moral a que te deves impor inicia-se através dos novos hábitos mentais e edificantes, deixando, à margem, aqueles que te intoxicavam e produziam tormentos de vária ordem.
As paisagens psíquicas a que te afeiçoaste estarão sempre enriquecidas de quadros cambiantes de beleza enriquecedora que te falam de amor e de mansidão, de alegria e de trabalho, de esforço regenerativo e de aprendizagem.
Quando alguém sai de uma furna onde se homiziava demoradamente, sofre a cegueira produzida pela feérica e abundante luz. Faz-se necessário absorvê-la cuidadosamente, adaptando-lhe a vista e acomodando-se ao deslumbramento que os olhos enfrentam e se tornará o novo mundo de observação.
É natural, portanto, que, ao sair das densas trevas da ignorância do bem e do abismo em sombras dos torpes comportamentos, a nova paisagem produza um choque inicial, fascinando a pouco e pouco, o observador que a descobre.
Cultivando a saúde emocional, o candidato à ascensão não tergiversa, não sendo gentil para com os outros através da defecção na própria crença, mas, delicadamente, declinando das contribuições perturbadoras e mantendo-se íntegro, em grande fidelidade, a tudo aquilo que hoje faz parte da sua agenda de comportamento iluminativo.
A sua grande preocupação deve cingir-se ao combate às imperfeições que ainda o atraem aos hábitos que reconhece doentios e de que se deseja libertar, não facultando espaços para os devaneios inquietadores a que se encontrava acostumado.
Uma agenda de preocupações novas, mais com o interior do que com o exterior da existência, toma-lhe os campos da mente e enriquece-se, cada vez mais, ao constatar a grandeza da existência que lhe passava despercebida, porque sempre estava entulhada pelo lixo das coisas irrelevantes.
Automaticamente, modifica-lhe a área da saúde e do bem-estar, respirando melhor o oxigênio da esperança e da alegria real, modificando-se significativamente e de tal forma que se surpreende ante os acontecimentos que passam a se suceder no seu caminho.
Sem dúvida, é necessária a coerência entre o bem que se crê e como se comporta, facultando austeridade dinâmica e não agressiva em relação a tudo e a todos.
*
Essa coerência sempre a mantiveram os primeiros discípulos de Jesus, alguns dos quais abraçaram o martírio, jubilosos, cantando as glórias do Céu com olvido dos tormentos da Terra.
Poderiam ter abjurado, porque lhes era concedido esse direito, sob a justificativa de que, ficando no corpo, poderiam servir mais, trabalhar mais pela divulgação do pensamento de Jesus. No entanto, sabiam que, nessa conduta, ocultava-se o medo do testemunho de provar a imortalidade e a mansidão do Rabi.
Foi exatamente essa coragem estoica e doce que surpreendia os perseguidores que mais se encolerizavam, temendo-lhe o sublime contágio…
Como hoje não mais existem as perseguições declaradas públicas e legais, tem em mente que as arenas são muito mais amplas e perigosas, porque se iniciam nas fronteiras do sentimento pessoal, alargando-se na direção do mundo inteiro.
Mantém-te vigilante, portanto, coerente e austero na tua vivência com Jesus.
Divaldo Pereira Franco. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. Psicografia do médium Divaldo Pereira Franco, na manhã do dia 10 de maio de 2011, no G-19, em Zurique-Suiça.

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