Não Tenho Medo do Barulho dos Maus – Martin Luther King

SILÊNCIO DOS BONS 

Não tenho medo do barulho dos maus, mas tenho pavor do silêncio dos bons.
Martin Luther King

AS LIÇÕES DE JESUS

Ógui Lourenço Mauri
Não foi sem propósito do Alto que Jesus nasceu, em carne e osso, entre os homens. E tampouco podemos chamar de imprevisto o momento, ou a época, em que isso aconteceu. A História Sagrada traz que o nascimento de Jesus se deu em obediência a toda uma Programação Divina, num momento em que o mundo estava tomado por terrível miscelânea de ideias religiosas, predominantemente politeístas. À época, a população de nosso planeta não passava de um imenso rebanho desgarrado. Cada povo fazia da religião uma nova fonte de vaidades, onde prevalecia o apego aos bens materiais.
A missão de Jesus Cristo não teve início na manjedoura e tampouco terminou no Calvário. É certo que Jesus trabalhou e trabalha pela humanidade terrena desde a formação do planeta e, em assim sendo, Ele sempre será o Governador Espiritual da Terra, o seu Grande Administrador.
Jesus se fez um habitante físico da Terra para, numa curta passagem, mostrar aos seres humanos que todos nós somos irmãos, filhos do mesmo Pai e com a mesma destinação. Mostrou que a Lei de Deus, imutável e imorredoura, é fundamentada no Amor. Veio apresentar Deus – a Seus discípulos mais próximos e ao povo – como Pai de todos os homens. Um Pai que ama a todos os seus filhos de forma igual; com fraternidade, justiça e misericórdia. Enfatizou que Deus é um pai que nunca pune os filhos; corrige-os, perdoando sempre. Um Pai que não deve ser temido, mas amado.
Como disse Isaías, Jesus veio até nós fisicamente para fazer raiar a luz aos que se achavam na região da morte, dar crença aos que não a tinham, guiar os que se haviam perdido e se achavam desviados da estrada da verdadeira vida, e, finalmente, encarnou entre nós para se apresentar a todos como o modelo, o paradigma, o enviado de Deus, o único capacitado a nos legar um ensino puro e perfeito. É daí que vem a conhecida sentença que João Evangelista lhe atribui: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida; ninguém vai ao Pai senão por mim”.
Como sábio educador, o Mestre recorria com frequência às parábolas, a fim de melhor impressionar e despertar o interesse de Seus ouvintes. Esse recurso fez com que Seus ensinamentos atingissem diretamente as mentes e os corações dos homens e – mais que isso – se perpetuassem na memória dos povos ao longo dos séculos.
Jesus liberou a criatura humana da necessidade do comparecimento ao templo, a fim de ali encontrar-se com Deus. O Mestre jamais convidou alguém a orar num templo. Pelo contrário, quando a Samaritana se manifestou no sentido de adorar a Deus no Templo de Jerusalém, o Mestre desautorizou tal atitude, dizendo-lhe: “Mulher, crê-me que a hora vem, em que nem neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai. Deus é Espírito e em verdade”. Para Jesus, não havia santuários, lugares especiais. Seus ensinamentos, Suas curas, Suas orações sempre foram levadas a efeito onde quer que Ele se encontrasse.
Cabe ressaltar que Jesus retornou à Pátria Espiritual sem deixar nada escrito; que não criou nenhuma religião; e que, por aqui, no mundo físico, não ostentou nenhum título terreno, a não ser o de Mestre, dado por aqueles que o cercavam e assim o entendiam e o tratavam. Jesus tem Sua mensagem viva entre nós porque ele fez, dos locais por onde passou, Seu templo; fez de Seu modo de viver – marcado pela sabedoria e humildade – a forma de transmitir Suas lições.
Ademais, Espírito perfeito e sábio, Jesus operava prodígios aos olhos dos terrícolas, ainda ignorantes, sem contrariar nenhuma lei da natureza. Manipulava os fluidos como lúcido conhecedor de suas propriedades e qualidades; e, portanto, não há por que falar em milagres nas curas que operou.
O verdadeiro milagre de Sua passagem pela Terra foi outro, ou seja, foi o de ter conseguido em pouco mais de três anos, sem nada haver escrito e vivendo numa das regiões mais pobres de Sua época, modificar a face espiritual do mundo em que vivemos, o qual, desde então, divide a sua História em “antes” e “depois” de Cristo.
(FONTES DE CONSULTA: — Revista “O Consolador”, Artigo “A Missão de Jesus”, de Thiago Bernardes. Outros Artigos, Avulsos: “A Neurociência e a Inteligência Emocional” de Kátia Flocke; “A Missão de Jesus”, de Cleto Brutes; e “Jesus, O Educador de Almas”, de José Pacini).

companhias charles chapin

O QUE PREOCUPA É O SILÊNCIO DOS BONS

De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça.
De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto.
Rui Barbosa, (jurista, político e famoso orador brasileiro) pareceu profético, quando em 1914, enunciou a frase acima.
Em nossa sociedade atual, vemos tantas injustiças que “parecem” contradizer a justiça divina. Neste estado de coisas nos vemos tentados em nossa fé no futuro, nas pessoas e na providência divina.
Nossa persistência no bem, nossa honestidade e a capacidade de superarmos os desafios sofrem um verdadeiro teste diário. A Doutrina Espírita nos esclarece que a Terra é um planeta de provas e expiações, e, portanto, tais dificuldades, empecilhos e a influência “negativa” do meio sobre nós representam uma prova e/ou uma expiação para cada um de nós. Estamos na terra para exercitar na prática nossa fé, paciência, persistência e resignação, fazendo uma verdadeira musculação moral, exercitando os músculos de nossas virtudes.
Neste contexto, o que mais preocupa não é a existência em si dos sofrimentos, desgraças e desvios morais em nosso mundo, que representam apenas o reflexo de nosso estágio evolutivo, o que preocupa sim, é a omissão daqueles que já se alinharam, ou buscam se alinhar, nas fileiras do bem. Martim Luther King traduziu perfeitamente esta preocupação em sua célebre frase: “O que me preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos desonestos, nem dos sem ética. O que mais me preocupa é o silêncio dos bons.”
A resposta da espiritualidade superior na questão 642 do Livro dos Espíritos nos deixa bem claro que para agradar a Deus, não nos basta não fazer o mal, mas fazer todo o bem possível, na medida em que responderemos por todo mal que tenha ocorrido por nossa omissão no bem.
Não nos cabe a indignação improdutiva com os fatos, o desanimo destruidor das boas iniciativas, a crítica aos fatos sem a proposta de alternativas mais dignas. Porquê repetitivamente assistir aos noticiários desagradáveis, ler às notícias tristes e ficar alimentando um estado de ânimo deprimido. Não quer dizer que devamos nos alienar aos fatos, mas que aprendamos a sair daquele estado em que ficamos ruminando os aspectos negativos dos fatos durante tanto tempo que esquecemos de olhar para o lado para enxergar o que há de bom, e assim percamos as oportunidades de fazer o bem que nos é possível.
A resposta da espiritualidade à questão 932 do Livro dos Espíritos, transcrita abaixo, representa para nós ao mesmo tempo um puxão de orelhas à inércia dos bons e um estímulo na medida que nos afirma que basta a vontade firme para que o bem prepondere. Questão 932 – Por que, no mundo, tão amiúde, a influência dos maus sobrepuja a dos bons? Resposta: – Por fraqueza destes. Os maus são intrigantes, os bons são tímidos. Quando estes quiserem, preponderarão.
Espiritismo na Rede

por acaso chico xavier

ALÉM DA MORTE…

Frederico Figner, que no livro Voltei adotou o pseudônimo de “Irmão Jacob”, psicografado pelo médium Francisco Cândido Xavier, foi diretor da Federação Espírita Brasileira e espírita atuante, prometeu escrever do além tão logo lá chegasse. Quando encarnado, acreditava que a morte era uma mera libertação do espírito e que seguiria para as esferas de julgamento de onde voltaria a reencarnar, caso não se transferisse aos Mundos Felizes. Mas, conforme seu depoimento, o que aconteceu após a sua desencarnação não foi bem assim.
Deixou-nos um alerta. “Não se acreditem quitados com a Lei, atendendo pequeninos deveres de solidariedade humana.”
Quando ainda doente no mundo espiritual, pediu para escrever sobre o que acontece após morte. Recebeu permissão, mas encontrou dificuldades fluídicas. Ofendeu-se quando foi impedido de se comunicar.
Irmão Andrade, seu guia espiritual, ajudou na sua desencarnação. Ele sentiu dois corações batendo. A visão alterava-se. Sentia-se dentro de um nevoeiro enquanto recebia passes. A consciência examinava acertos e desacertos da vida, buscando justificativas para atenuar as faltas cometidas.
De repente, viu-se à frente de tudo que idealizou e realizou na vida. As ideias mais insignificantes e os mínimos atos desfilavam em uma velocidade vertiginosa. Tentou orar, mas não teve coordenação mental. Chorou quando viu o vulto da filha Marta aconselhando-o a descansar.

PRECISARIA DE MAIS TEMPO PARA O DESLIGAMENTO TOTAL

Durante o transe, amparado por sua filha Marta, tentou falar e se mexer, mas os músculos não obedeceram. Viu-se em duplicata, com fio prateado ligando-o ao corpo físico. Precisaria de mais tempo para o desligamento total.
Sua capacidade visual melhorou e divisou duas figuras ao lado da filha Marta: Bezerra de Menezes e o irmão Andrade. Tentou cumprimentá-los, mas não conseguiu se erguer. Continuava imantado aos seus objetos pessoais. Precisava sair daquele ambiente para se equilibrar.
Foi levado para perto do mar para renovar as forças. As dores desapareceram. Descansou. Teve a sensação de haver rejuvenescido e notou que estava com trajes impróprios, na ilusão de encontrar alguém encarnado.
Na volta para casa, vestiu um terno cinza. Uma senhora encarnada que caminhava em direção a eles passou sem que nada ocorresse de ambos os lados. Recomposto da surpresa foi informado que estão em dimensões diferentes. No velório, projeções mentais dos presentes provocam-lhe mal-estar e angústia.
No velório, Jacob analisou as dificuldades e as lutas de um “morto” que não se preparou. Os comentários divergentes a seu respeito provocaram-lhe perturbações passageiras. Continuava ligado ao corpo. Bezerra esclareceu que não é possível libertar os encarnados rapidamente, depende da vida mental e dos ideais ligados à vida terrestre.
A Conversação. Jacob melhorou e se aproximou de amigos encarnados, mas não do corpo, conforme orientação recebida. Percebeu entidades menos simpáticas e foi impedido de responder. Decepcionou-se com comentários de amigos encarnados sobre as despesas do enterro. Não conseguiu suportar estes dardos mentais.

ENTERROS MUITO CONCORRIDOS

Viu círculos de luz num dos carros, e percebeu orações a seu favor, e alegrou-se. Assistiu de longe, pois Bezerra informou que enterros muito concorridos impõem grande perturbações à alma. Descobriu que quem não renunciou aos hábitos e sentidos do corpo demora para se desprender.
Entre companheiros. Finalmente liberto do corpo, Jacob visitou seu lar e seu núcleo de trabalho. Abraçou amigos e seguiu em direção à praia para se reunir com outros espíritos recém-desencarnados. Durante o trajeto, ficou preocupado por não lembrar de vidas passadas e por não saber onde iria morar. Sua filha garantiu que tudo seria solucionado pouco a pouco.
Minutos depois, respeitável senhora chegou acompanhada de benfeitores e saudou a todos. Jacob viu uma luz irradiando de seu tórax e sentiu inveja. Marta o repreendeu. Bezerra fez uma preleção informando que aqueles que não tiverem serenidade terão dificuldades no caminho que será percorrido até a colônia espiritual.

COMO DEVEMOS PARTICIPAR DE UM VELÓRIO

Como se trata de um evento muito delicado para o desencarnante, gostaríamos de relacionar alguns comportamentos para todos aqueles que se dirigirem a um velório:
– Orar com sinceridade em favor do desencarnante e de sua família, compreendendo que mais cedo ou mais tarde chegará a nossa hora e que, então, constataremos o gigantesco valor da prece a nós dirigida em situações como a desencarnação;
– Esforçar-se para não lembrar episódios infelizes envolvendo o desencarnante, compreendendo que todo pensamento tem elevada repercussão espiritual;
– Estar sempre disponível para o chamado “atendimento fraterno” com os irmãos presentes, mas não esquecer que o velório não é uma situação adequada a debates de natureza filosófico-religiosa;
– Respeitar a religião de todos os presentes e os cultos correspondentes a essas crenças, buscando contribuir efetivamente para a psicosfera de solidariedade do ambiente mesmo que em silêncio;
– Não perder o foco do objetivo maior da presença no velório, que é o auxílio espiritual ao desencarnante e aos familiares, assim como aos Espíritos desencarnados que estejam no local necessitando de auxílio através da oração para contribuir no desligamento do desencarnante;
– Se convidado a enunciar prece ou algumas palavras de homenagem ao desencarnante, tomar o cuidado de manter sempre a brevidade, a objetividade e o otimismo, evitando quaisquer imagens negativas que possam ser sugeridas por nossas palavras em relação aos irmãos presentes, sejam eles encarnados ou desencarnados;
– Aproveitar a ocasião para refletir sobre a impermanência de todas as situações materiais da vida física, fortalecendo o nosso desejo de amar e servir durante o tempo que ainda nos resta no corpo físico.

ALÉM DO BEM E DO MAL

OS ESPÍRITOS NÃO FICAM NAS SEPULTURAS

Como se sabe, a visita às sepulturas apenas expressa que lembramos do amado ausente. Mas não é o lugar, objetos, flores e velas que realmente importam. O que importa é a intenção, a lembrança sincera, o amor e a oração.
Túmulos suntuosos não importam e não fazem diferença para quem parte.
No programa Debate na Rio, que apresento na Rádio Rio de Janeiro, um ouvinte perguntou onde ele poderia orar no dia 2 de novembro pela alma de um amigo que foi cremado, e as cinzas jogadas no mar. Eu respondi que ele poderia orar de um leito de hospital, no templo religioso, em casa ou na prisão, pois não é preciso ir ao cemitério para orar pelo falecido. Os espíritos desencarnados não ficam nos túmulos presos aos despojos mortais. Eles continuam vivendo perto de nós ou nas Colônias Espirituais, como “Nosso Lar”, mostrada em filme.
Podemos, portanto, orar pelos espíritos, onde estivermos. O lugar não importa, desde que a prece seja sincera. Da mesma forma que ligamos pelo celular para alguém que mora em outro país, podemos também orar de qualquer lugar para os entes queridos que vivem na pátria espiritual, usando o “celular” do pensamento. Quando oramos, a força do pensamento emite um fio luminoso impulsionado pelo sentimento de amor, indo ao encontro do espírito para o qual rogamos as bênçãos de Deus.
Porém, o que importa é orarmos com sinceridade em benefício deles; afinal, se os nossos parentes e amigos já são felizes, as nossas preces aumentarão ainda mais essa felicidade. Por sua vez, caso estejam sofrendo, como os espíritos dos suicidas, as nossas orações têm o poder de aliviar os seus grandes sofrimentos. Isso acontece quando oramos; a força do nosso pensamento emite um fio luminoso impulsionado pelo sentimento de amor, que segue em direção ao espírito para o qual rogamos as bênçãos de Deus.

FALAR COM OS DESENCARNADOS PELA ORAÇÃO

Quando sentimos saudade dos parentes ou dos amigos que estão vivendo muito distantes de nós, simplesmente telefonamos para eles, matando a saudade. Assim acontece, também, quando sentimos falta dos entes queridos que partiram para o mundo espiritual, e falamos com eles através da oração. Para tanto, usamos o “celular” do nosso pensamento, pois ao orarmos, emitimos um fio luminoso que é impulsionado pelo sentimento de amor, que vai em direção a esses espíritos que continuamos amando e que continuam a nos amar. Pelo “celular” do nosso pensamento, podemos ligar para eles de qualquer lugar onde estejamos.
FRED FIGNER – IRMÃO JACOB DO LIVRO “VOLTEI”
– PSICOGRAFADO POR CHICO XAVIER

ESPÍRITO IMORTAL VERA JACUBOWSKI

 

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