O HOMEM QUE JULGA INFALÍVEL A SUA RAZÃO

O HOMEM QUE JULGA INFALÍVEL A SUA RAZÃO

O HOMEM QUE JULGA INFALÍVEL A SUA RAZÃO

VIVER EM PAZ

 

Não desertes do caminho que Deus te deu a trilhar.
Nem te distancies dos compromissos.
Se queres viver em paz cumpre com a tua obrigação de cada dia.
Valoriza o teu esforço e dos outros.
Não menosprezes a tarefa, por mais insignificantes que te apareça.
As coisas grandes surgem das pequenas
O Universo alicerça-se no átomo.
Observa a simplicidade da vida e entra em sintonia com ela
Escuta a música das fontes.
Contempla as flores que desabrocham nos campos.
Não te angusties pelo amanhã.
Viver com alegria significa saúde e paz.

 

Da Obra – Orai e Vigiai – Irmão José/Carlos A. Baccelli

SER BOM DEIUS

O HOMEM QUE JULGA INFALÍVEL A SUA RAZÃO

REFLEXÕES SOBRE O CONHECIMENTO

 

 

O homem que julga infalível a sua razão está bem perto do erro. Mesmo aqueles cujas ideias são as mais falsas se apoiam na sua própria razão, e é por isso que rejeitam tudo o que lhes parece impossível.[1]
O conhecimento é, talvez, um dos bens mais bem distribuído, pois não há quem dele esteja totalmente desprovido.
Mas, afinal o que é conhecimento?
O conhecimento é uma certa relação entre o espírito e o mundo, entre o sujeito e o objeto.
Podemos dizer que conhecemos nosso corpo, por exemplo, o que pareceria mais fácil por estar ele bem próximo de nós.
Mas quando analisamos o nosso corpo percebemos que pouco conhecimento temos de como se dá a digestão, a cicatrização de um ferimento, como os alimentos que ingerimos se transformam em sangue, músculos, nervos, ossos, cabelos, etc., mesmo que não nos alimentemos de sangue, músculos, nervos, ossos, cabelos, etc.
E se dizemos conhecer-nos psicologicamente, talvez não tenhamos respostas satisfatórias a perguntas como estas:
Por que me irrito com certas situações, com certas pessoas, com certas contrariedades?
Por que sinto inveja, ciúmes, cólera, orgulho, medo, vaidade, amor, desejo, afeto, saudade, etc.?
É provável que conheçamos essas paixões e sentimentos pelos efeitos que produzem em nós, mas não conhecemos a fundo suas causas.
O que temos em nosso intelecto, em nossa razão, quando pensamos nessas questões, corresponde mais ou menos ao que é na realidade.
É esse mais ou menos que distingue o conhecimento da verdade; sobre nosso corpo podemos nos enganar, sobre nosso moral, ou psique, podemos estar longe da verdade.
Deve-se concluir daí que não há conhecimento absoluto, não há conhecimento perfeito.
Você conhece sua casa? Parece certo que sim. Mas para conhecê-la de fato teria que saber perfeitamente o que existe nela, do teto aos alicerces sob o chão. Quem sabe se ela não tem alguma goteira, aranhas escondidas sob os rodapés, ninho de pássaros sob o telhado, cupins corroendo as portas?
Vejamos que inclusive sobre nossa própria casa podemos ignorar muitas coisas.
Para ter um conhecimento perfeito teríamos que saber sobre cada grão de poeira em cada recanto, o mais ínfimo átomo de cada grão, o mais ínfimo elétron de cada átomo…
Como poderíamos? Seria necessária uma ciência acabada e uma inteligência infinita: nem uma, nem outra, estão ao nosso alcance neste mundo.
Porém, isso não significa que não conheçamos nada. Se nada conhecêssemos, como saberíamos o que é conhecer e o que é ignorar? Assim, podemos admitir uma verdade possível, mas quase sempre relativa. Se a verdade não fosse de forma alguma possível, como poderíamos raciocinar e para que serviria a filosofia?
Ocorre é que o conhecimento não é a própria verdade, mas um meio de se chegar à verdade. E como o conhecimento geralmente é adquirido pelos sentidos físicos, estará sujeito a erros porque nossos sentidos geralmente nos enganam.
Um exemplo disso é a nossa visão do Sol. Nossos olhos percebem esse astro muito pequeno com relação à Terra, mas pelo que dizem os especialista seu volume é 1.300.000 vezes maior que nosso planeta.
O filósofo Descartes nos dá um exemplo interessante de como nossos sentidos físicos são deficientes na aquisição do conhecimento.
Imagine-se observando uma porção de cera de abelha, recém trazida da floresta. Você pode tocá-la, sentir sua textura, sua consistência, e até o perfume das flores de que se utilizaram as abelhas para fabricá-la. E se alguém lhe perguntar: o que é cera? você fará uma boa descrição daquilo que seus sentidos podem apreender.
No entanto, ao descrever o objeto você se aproxima de uma lareira acesa, coloca a cera no chão quente, e então o que era sólido se torna líquido, muda a consistência, a textura, o perfume. Ao cabo de algum tempo exposta à alta temperatura não há mais que uma mancha sobre o assoalho.
E você se pergunta: o que é verdadeiramente a cera?
Equipamentos sofisticados podem sondar o que restou daquele objeto, mas os sentidos físicos não mais. Podemos dizer que o conhecimento que adquirimos das coisas com os sentidos físicos é bastante relativo, e muitas vezes equivocado.
Como vimos, conhecimento e verdade não significam a mesma coisa, são conceitos diferentes.
O conhecimento é um meio de se chegar à verdade e, como tal, não pode ser absoluto. Um meio é sempre impermanente, inconstante, e se modifica ao longo do tempo.
É assim que o que se admitia como verdade ao tempo de Copérnico, a respeito do sistema solar, sofreu ajustes significativos, e sofrerá ainda mais no futuro. Ptolomeu, Newton, Einstein, abriram caminho para a Física contemporânea, mas muitos conceitos foram modificados por outros cientistas, e assim por diante.
É dessa forma que se dá o progresso das ciências, que não são absolutas, nem poderiam ser sem deixar de ser ciência.
Então poderíamos concluir que não existe a verdade, e que tudo é relativo? Parece não ser assim. Se nada fosse verdadeiro nem falso, não haveria nenhuma diferença entre o conhecimento e a ignorância, nem entre a sinceridade e a mentira.
“Imagine, por exemplo, que você vai ser testemunha num processo… Não vão pedir que você demonstre cientificamente este ou aquele ponto, mas simplesmente que diga o que acha ou, melhor ainda, o que sabe.
Você pode se enganar? Claro. É por isso que a pluralidade dos testemunhos é desejável. Mas essa pluralidade só tem sentido se supõe possível uma verdade, e não haveria justiça de outro modo.
Se não tivéssemos nenhum acesso à verdade, ou se a verdade não existisse, que diferença haveria entre um culpado e um inocente? Entre um depoimento e uma calúnia? Entre a justiça e um erro judiciário?(…)
É por isso que é necessário buscar a verdade, como dizia Platão, “com toda a alma” – e tanto mais por não ser a alma outra coisa, talvez, que essa busca mesma.
E é por isso que, também, nunca acabaremos de buscar. Não porque não conhecemos nada, o que não é muito verossímil, mas porque nunca conhecemos tudo. O grande Aristóteles, com seu habitual senso de proporção, diz uma coisa impecável: “A busca da verdade é ao mesmo tempo difícil e fácil: ninguém pode alcançá-la absolutamente, nem deixá-la escapar totalmente.
É isso que nos possibilita aprender sempre e que desacredita tanto os dogmáticos (que pretendem possuir absolutamente o verdadeiro) como os sofistas (que pretendem que o verdadeiro não existe ou está obsolutamente fora de alcance.
Entre a ignorância absoluta e o saber absoluto, há lugar para o conhecimento e para o progresso dos conhecimentos. ”[2]

 

Equipe Filosofia no ar / TC 26/04/2011
[1] O Livro dos Espíritos – Introdução ao estudo da Doutrina Espírita, VII.
[2] André Comte-Sponville – Apresentação da Filosofia, cap. 5 – O conhecimento.

LEI DIVINA

Agora, não depois

Chico Xavier

 

Nem cedo, nem tarde.
O presente é hoje.
O passado está no arquivo.
Se tens alguma dádiva a fazer, entrega isso agora.
Se desejas apagar um erro, consciente ou inconscientemente, procura sanar essa falha sem delongas.
Caso te sintas na obrigação de escrever uma carta não relegues semelhante dever ao esquecimento.
Geral, não retardes o teu esforço para trazê-lo à realização.
Se alguém te ofendeu, desculpa e esquece, para que não sigas adiante carregando sombras no coração.
Auxilia aos outros, enquanto os dias te favorecem.
Faze o bem agora, pois, na maioria dos casos, “depois” significa “fora do tempo”, ou tarde demais.

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