Prece de Luz de André Luiz

prece de luz

Senhor Jesus,

Dai-nos o poder de operar a própria conversão
Para que o Teu Reino de Amor seja irradiado
Do Centro de nós mesmos!
Contigo em nós, converteremos
A treva em claridade,
A dor em alegria,
O ódio em amor,
A descrença em fé viva,
A dúvida em certeza,
A maldade em bondade,
A ignorância em compreensão e sabedoria,
A dureza em ternura,
A fraqueza em força,
O egoísmo em cântico fraterno,
O orgulho em humildade,
O torvo mal em Infinito Bem.
Sabemos, Senhor,
Que, de nós mesmos,
Somente possuímos a inferioridade
De que nos devemos desvencilhar,
Mas, unidos a Ti,
Somos galhos frutíferos na árvore dos séculos,
Que as tempestades da experiência
Jamais deceparão…
Assim, pois, Mestre amoroso,
Digna-te amparar-nos
A fim de que nos elevemos,
Ao encontro de tuas mãos sábias e compassivas,
Que nos erguerão da inutilidade,
Para o serviço da cooperação Divina,
Agora e para sempre.
Assim Seja.
pombinha
André Luiz
Psicografia de Chico Xavier
cada dia

A Luz Inextinguível

“A caridade jamais se acaba.” – Paulo. (I CORÍNTIOS, 13:8.)
Permaneces no campo da experiência humana, em plena atividade transformadora.
Todas as situações de que te envaideças, comumente, são apenas ângulos necessários mas instáveis de tua luta.
A fortuna material, se não a fundamentadas no trabalho edificante e contínuo, é patrimônio inseguro.
A família humana, sem laços de verdadeira afinidade espiritual, é ajuntamento de almas, em experimentação de fraternidade, da qual te afastarás, um dia, com extremas desilusões.
A iminência diretiva, quando não solidificada em alicerces robustos de justiça e sabedoria, de trabalho e consagração ao bem, é antecâmara do desencanto.
A posição social é sempre um jogo transitório.
As emoções da esfera física, em sua maior parte, apagam-se como a chama duma vela.
A mocidade do corpo denso é floração passageira.
A fama e a popularidade costumam ser processos de tortura incessante.
A tranqüilidade mentirosa é introdução a tormentos morais.
A festa desequilibrante é véspera de laborioso reparo.
O abuso de qualquer natureza compele ao reajustamento apressado.
Tudo, ao redor de teus passos, na vida exterior, é obscuro e problemático.
O amor, porém, é a luz inextinguível.
A caridade jamais se acaba.
O bem que praticares, em algum lugar, é teu advogado em toda parte.
Através do amor que nos eleva, o mundo se aprimora.
Ama, pois, em Cristo, e alcançarás a glória eterna.
XAVIER, Francisco Cândido. Vinha de Luz.
Pelo Espírito Emmanuel. 14.ed. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1996. Capítulo 162.
perdão cura

As provas da pobreza e da riqueza

Vera Gaetani
Quando se pretende colocar a riqueza como uma prova antes que um privilégio, é obrigatório começar citando uma passagem da vida de Jesus narrada por três dos quatro evangelistas. Aproximou-se dele um jovem que o interpelou: — Bom Mestre, que devo fazer para adquirir a vida eterna? Depois de advertir que bom só Deus o é, respondeu-lhe Jesus: — Se você quer entrar na vida, guarde os mandamentos. — Que mandamentos? perguntou o jovem. Jesus enumerou alguns: Não matar; não cometer adultério; não furtar; não dar falso testemunho; honrai pai e mãe e amar o próximo como a si mesmo.
O moço lhe respondeu: — Tenho guardado todos esses mandamentos desde que cheguei à mocidade. Que é o que ainda me falta? Disse Jesus: — Se você quer ser perfeito, vá, venda tudo o que tem, dê o dinheiro aos pobres e terá um tesouro no céu. Depois, venha e siga-me.
Ouvindo essas palavras, o moço se foi tristonho, porque possuía grandes haveres. Jesus comentou então com os discípulos: — Digo-lhes, em verdade, que bem difícil é que um rico entre no reino dos céus. E usa em seguida uma figura de linguagem bastante forte: — É mais fácil que um camelo passe pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no reino dos céus.
Segundo Kardec, o que se deve entender essa passagem não é que seja impossível um rico entrar no reino dos céus pois, se assim fosse, Deus teria posto nas mãos de alguns um instrumento fatal de perdição; mas deve-se entender que é muito difícil um rico entrar no reino dos céus.
E por quê? Porque a riqueza gera tentações; exerce fascinação sobre as pessoas, é excitante do orgulho, do egoísmo, da vida sensual; é o laço mais forte que prende o homem à Terra e o faz esquecer das coisas do espírito.
Particularmente as pessoas que passam de repente da pobreza à riqueza, essas sofrem uma tal vertigem que se esquecem até dos que lhe compartilharam a situação anterior, tornando-se insensíveis, egoístas e fúteis.
Tudo isso que Kardec coloca faz-nos entender que a riqueza é uma prova muito arriscada para o espírito, mais perigosa do que a prova da pobreza. São palavras do próprio Kardec: “a pobreza é, para os que a sofrem, a prova da paciência e da resignação; a riqueza é, para os outros, a prova da caridade e da abnegação”.
O pobre está sempre esperando: na fila por emprego; na fila por atendimento; esperando que cumpram o que lhe prometeram; esperando o dia do pagamento para saldar suas dívidas; esperando abono de Natal para comprar um objeto de utilidade doméstica e assim por diante.
O pobre precisa ainda contentar-se com o artigo inferior, porque esse é acessível ao seu bolso, embora também aspire a coisas mais bonitas, mais perfeitas, mais confortáveis e, conseqüentemente, mais caras. O pobre sem paciência e sem resignação torna-se invejoso e revolta-se a ponto de assaltar e matar por causa de um objeto de grife.
Todavia, a prova da riqueza é de mais alto risco. Quando Jesus disse ao moço que se desfizesse de todos os bens, é lógico que não pretendeu fazer do despojamento total o princípio absoluto da salvação.
É que, antes, o moço dissera que ele já observara os mandamentos desde a sua mocidade, o que eqüivale a dizer que ele já era um homem perfeitamente honesto para os padrões humanos, mas a sua virtude não chegava à abnegação. Por isso Jesus lhe propõe a prova decisiva, porque põe a nu o fundo do pensamento e dos sentimentos da criatura. Quando o dinheiro é muito, a criatura pode agir plena e desembaraçadamente e então ela se revela tal qual é.
Talvez um pobre aparentemente humilde se revele um tirano se, de repente, se tornar rico.
Muitas vezes, para deixarmos de colaborar com o bem, nós, de má vontade, nos dizemos pobres, como se a pobreza fosse uma desculpa. Há outras riquezas que nos felicitam a cada hora. Muitos ricos dariam grande fortuna pelo tesouro da fé, pela bênção da saúde, pelo recurso da locomoção, por membros perfeitos, por equilíbrio e lucidez.
Antes de censurarmos o rico, saiamos de nós mesmos e auxiliemos o próximo que, muitas vezes, espera simplesmente uma palavra de entendimento e reconforto.

O Evangelho Segundo o Espiritismo – Kardec
Livro da Esperança – Emmanuel

POBREZA E RIQUEZA

O pobre, pobre de humildade e de espírito de serviço, é o irmão dileto do rico, rico de avareza e indiferença.
O pobre, rico de resignação e de atividade no bem, é o companheiro ideal do rico, rico de bondade e entendimento.
Pobreza e riqueza são portas abertas à glorificação espiritual.
Na primeira, é mais fácil aprender a servir, na segunda, a ciência de dar exige agradável acesso.
Não vale a pobreza sem a conformação e ruinosa é a riqueza insensata.
Todos os homens, na intimidade de si mesmos, são defrontados por desafios da carência e da fortuna que os convocam ao esforço de sublimação.
Aquele que se empobrece de ignorância e maldade, buscando enriquecer-se de amor e sabedoria, no serviço ao próximo, através do trabalho e do estudo incessantes, adquirindo compreensão e conhecimento, luz e paz, diante das Leis Divinas, é, de todos os pobres e de todos os ricos, o homem mais valioso e mais feliz.
Mensagem ditada pelo Espírito André Luiz no lápis de luz de Chico Xavier no livro Caridade

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