Quem Não Ajuda Seus Semelhantes

SEMELHANTES

Ajuda aos Semelhantes

Quem não ajuda seus semelhantes, mesmo que seja com palavras ou algum incentivo, para que haja pessoas num mundo mais feliz, não conhecerá tão facilmente, os benefícios da verdadeira paz.
Vera Jacubowski

destino

A Evolução Segundo o Espiritismo

Allan Kardec, em toda a sua obra, procurou demonstrar que o Espiritismo nada tem a ver com o maravilhoso e o sobrenatural, e não guarda relação com nenhum tipo de superstição. Assim, a teoria da evolução no espiritismo está intimamente atrelada à da ciência. Claro, é preciso reconhecer que, na codificação de Kardec, está atrelada ao que se sabia
de ciência de sua época, com todas as suas falhas e preconceitos (e daí advém às críticas de que Kardec era racista, e tal).
Mas, como o próprio Kardec postulou: “Caminhando de par com o progresso, o Espiritismo jamais será ultrapassado, porque, se novas descobertas lhe demonstrassem estar em erro
acerca de um ponto qualquer, ele se modificaria nesse ponto. Se uma verdade nova se revelar, ele a aceitará”.
Assim, cabe aos espíritas a atualização da doutrina através de um contínuo estudo.
O diferencial aqui é que, no espiritismo, toda a explicação da evolução do universo, planetas e seres, se processa de acordo com a ciência, mas possui sua causa em uma inteligência (ou inteligências), durante todo o processo. Creio que seja análoga a Teoria do Design inteligente, que é diferente da Teoria do Criacionismo e do Pastafarianismo.

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A Formação da vida na Terra

Acredita-se que a vida na Terra tenha surgido há cerca de 2 bilhões de anos, e, segundo a teoria que hoje prevalece (de Oparin e Müller), o primeiro ser vivo surgiu da combinação de elementos químicos presentes na Terra primitiva.
A fim de romper as moléculas dos gases simples da atmosfera e reorganizar as partes em moléculas orgânicas, era preciso energia, abundante na Terra jovem. Existiam calor e vapor d’água.
Tempestades violentas eram acompanhadas de relâmpagos que forneciam energia elétrica.
O Sol bombardeava a Terra com partículas de alta energia
luz ultravioleta. Essas condições foram simuladas em laboratório, e os cientistas demonstraram que assim se produzem moléculas orgânicas. Entre elas, estão alguns aminoácidos, os importantes blocos de construção das proteínas, componentes fundamentais da matéria viva.
Em seguida, na sequência que conduziu à vida, esses compostos foram levados da atmosfera pelas chuvas e começaram a se concentrar em certas áreas do oceano.
Algumas moléculas orgânicas tendem a se agarrar no oceano primitivo, esses agregados provavelmente tomaram a forma de gotas, envolvidos por fina película protetora. Denominam-se esses seres de coacervados. Essas estruturas, apesar de não
serem vivas, têm propriedades osmóticas e podem se unir, formando outro coacervado mais complexo.
Da evolução destes coacervados, surgem as primeiras formas de vida. Os primeiros seres vivos, segundo se acredita, eram heterótrofos (buscavam o alimento fora deles), habitante das águas, unicelular e com um único sentido: o tato.
Emmanuel, através da mediunidade de Chico Xavier, escreve no livro “A Caminho da Luz” que todo esse processo admirável não foi obra do acaso, resultado de forças cegas, inconsequentes, e sim, a conseqüência de um trabalho bem elaborado dos Espíritos superiores, responsáveis pelo destino de nosso planeta.
Emmanuel nos informa que Jesus (ele mesmo) e sua falange de engenheiros, químicos e biólogos siderais estiveram presentes todo o tempo, acompanhando fase a fase o despertar da vida no planeta. Não podemos também desconsiderar a presença do princípio inteligente (que poderíamos chamar de “Deus”) que, como “campo organizador da forma”, deve ter exercido um papel preponderante no processo de gênese orgânica.

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Emmanuel nos diz:

“E quando serenaram os elementos do mundo nascente, quando a luz do Sol beijava, em silêncio, a beleza melancólica dos continentes e dos mares primitivos, Jesus reuniu nas Alturas os intérpretes divinos do seu pensamento. Viu-se então, descer sobre a Terra, das amplidões dos espaços ilimitados, uma nuvem de forças cósmicas que envolveram o
imenso laboratório em repouso. Daí a algum tempo, podia-se observar a existência de um elemento viscoso que cobria toda a Terra. Estavam dados os primeiros passos no caminho da vida organizada.”
Este relato, obviamente que de forma romanceada, sugere elementos da Panspermia, teoria marginalizada pela ciência até poucos anos e que sustenta que o “detonador” da vida na Terra foram elementos provenientes do espaço (trazidos por
cometas, meteoritos e nebulosas).
Nas questões 43, 44 e 45 de “O Livro dos Espíritos” (de 1857), a Quimiossíntese e a Teoria dos Coacervados, de Alexander Oparin (de 1936), são prenunciadas pelos Espíritos, com palavras diferentes, mas com a mesma ideia.

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A Evolução Espiritual

Quanto à origem dos Espíritos, quase nada se sabe. Allan Kardec diz: “Desconhecemos a origem e o modo de criação dos Espíritos; apenas sabemos que eles são criados simples e ignorantes, isto é, sem ciência e sem conhecimento, porém perfectíveis e com igual aptidão para tudo adquirirem e tudo conhecerem”.
Na opinião de alguns filósofos espiritualistas, o princípio inteligente, distinto do princípio material, se individualiza e elabora, passando pelos diversos graus da animalidade.
É aí que a alma se ensaia para a vida e desenvolve, pelo exercício, suas primeiras faculdades.
Esse seria, por assim dizer, o período de incubação.
“Haveria assim filiação espiritual do animal para o homem, como há filiação corporal.”
Hoje não resta mais dúvida de que os Espíritos, em sua longa trajetória, têm percorrido os diversos reinos da natureza. O pensamento de Léon Denis, de que “a alma dorme na pedra, sonha na planta, movesse no animal e desperta no homem”, está plenamente incorporado ao corpo doutrinário do Espiritismo.

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André Luiz, no livro “Mecanismos da
Mediunidade”

explica que “Temos, hoje, o Espírito por viajante do Cosmo, respirando em diversas faixas de evolução, condicionados nas suas percepções, à escala do progresso que já alcançou”. E que tal progresso, estampado no campo mental de cada alma, vai ser condicionado por duas variantes: “o tempo de evolução, ou seja, aquilo que a vida já lhe deu, e o tempo de esforço pessoal na construção do destino, ou seja, aquilo que ele próprio já deu à vida”.

No livro “No mundo Maior”, André Luiz

completa o seu pensamento: “Não somos criações milagrosas, destinadas ao adorno de um paraíso de papelão. Somos filhos de Deus e herdeiros dos séculos, conquistando valores, de experiência em experiência, de milênio a milênio”.
Assim, no reino mineral, o princípio espiritual refletiria a sua presença nas manifestações das forças de atração e coesão com que as moléculas se ajuntam em característicos sistemas cristalográficos.
No reino vegetal, mostraria maiores aquisições pelo fenômeno de sensibilidade celular. No reino animal, o princípio inteligente somaria novas aquisições refletidas nos instintos.
O reino hominal, todo esse cabedal de experiências estaria ampliado pelos novos lastros da conscientização, a carregar consigo, raciocínio, afetividade, responsabilidade e outras
tantas condições que caracterizam esta fase.

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Princípio Inteligente
Mineral – atração
vegetal – sensação
animal – instinto
hominal – razão
Reino Mineral

Acredita-se que antes de unir-se ao elemento material primitivo do planeta, (o “protoplasma”, na expressão de Emmanuel), dando início à vida no orbe, o princípio inteligente encontrava-se nos cristais, completando seu estágio de individualização em longuíssimo processo de auto-fixação, ensaiando, aos poucos, os primeiros movimentos internos de organização e crescimento volumétrico.
Até hoje constitui fato pouco explicado pela ciência acadêmica, de determinadas substâncias arranjarem-se sob a forma de cristais perfeitamente arrumados segundo linhas geométricas definidas, o que não deixa de ser uma organização, ainda que não um organismo.
“O cristal é quase um ser vivente”, disse Gabriel Delanne. Naturalmente que não iremos pensar numa inteligência própria da matéria. Todavia, o cientista Jean Emille Charon declarou que “o comportamento das partículas interatômicas revela vida incipiente”.

Reino Vegetal e Animal

Após adquirir a capacidade de aglutinar os diversos elementos da matéria em sua peregrinação pelos minerais, o princípio espiritual vai iniciar outra etapa de sua longa carreira evolutiva. Identificam-se com os vírus, logo a seguir com as bactérias rudimentares, as algas unicelulares e, sucedendo-as,
com as algas pluricelulares.

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O princípio inteligente

passa então a vivenciar as experiências nos vegetais mais complexos, melhor estruturados, onde ele vai adquirir a capacidade de reagir direta ou indiretamente a qualquer mudança exterior (irritabilidade) e depois a faculdade de sentir, captar e registrar as alterações do meio que o cerca (sensação) – conquistas do princípio espiritual em seu percurso pelo reino vegetal.
Mais tarde, assinala-se o ingresso da “energia pensante”, no reino animal. O princípio inteligente vai desdobrar-se entre os espongiários, os celenterados, os equinodermos e crustáceos, anfíbios, répteis, os peixes e as aves, até chegar aos mamíferos.
Neste imenso percurso, o elemento espiritual estará enriquecendo a sua estrutura energética, aprimorando o seu psiquismo rudimentar e assimilando os valores múltiplos da organização, da reprodução, da memória, da autopreservação, enfim, dos diversos instintos, preparando-se para a sublime conquista da razão.
Afirma-se que a conquista maior do princípio inteligente em sua passagem pelos animais foi o instinto.
Denominam-se por instinto as formas de comportamento dos organismos que não são adquiridas durante a vida, mas herdadas. São impulsos naturais involuntários pelos quais os seres executam certos atos de forma mecânica, sem conhecer o fim ou o porquê desses atos (como o gato enterrar suas fezes e urina, ou certos pássaros fazerem seus ninhos de certa forma).
No entanto, em muitos animais, especialmente nos animais superiores (macaco, cão, gato, cavalo, burro e o elefante), já se identifica uma inteligência rudimentar. Além dos atos instintivos, observam-se, às vezes, atitudes que demandam certo grau de perspicácia e lucidez. Seria uma forma primitiva de inteligência relacionada apenas a coisas que importam à autopreservação do animal.
André Luiz diz que nos animais superiores observa-se um pensamento descontínuo e fragmentário, a partir do qual vai desenvolver-se o pensamento contínuo do reino honimal.

Reino Hominal

Afirma André Luiz que, para alcançar a idade da razão, com o título de homem, dotado de raciocínio e discernimento, o ser automatizado em seus impulsos, no caminho para o reino angélico, despendeu nada menos que um bilhão e meio de
anos.
Com a conquista da razão, aparecem o raciocínio, a lucidez, o livre-arbítrio e o pensamento contínuo. Até então, o progresso tinha uma orientação centrípeta, ou seja, de fora para dentro; o ser crescia pela força das coisas, já que não tinha consciência de sua realidade, nem tampouco liberdade de escolha.
Ao entrar no reino hominal, o princípio inteligente – agora sim, Espírito – está apto a dirigir a sua vida, a conquistar os seus valores pelo esforço próprio, a iniciar uma evolução de orientação centrífuga (de dentro para fora).
Mas a conquista da inteligência é apenas o primeiro passo que o Espírito vai dar em sua estadia no reino hominal. Ele deverá agora se iniciar na valorosa luta para conquistar os valores superiores da alma: a responsabilidade, a sensibilidade, a
sublimação das emoções, enfim, todos os condicionamentos que permitirão ao Espírito alçar-se à comunidade dos Seres Angélicos.
Bibliografia:
Evolução em Dois Mundos – André Luiz/Chico Xavier – Waldo
Vieira
No Mundo Maior – Cap. IV – André Luiz/Chico Xavier
Mecanismos da Mediunidade – André Luiz/Chico Xavier
Morte Vida Renascimento – Hernani Guimarães Andrade
Impulsos Criativos da Evolução – Jorge Andréa
A Caminho da Luz – Emmanuel/Chico Xavier
Evolução Anímica – Gabriel Delanne
Biologia – Helena Curtis

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