Recorda que o Senhor Espera por Tua Boa Vontade

pombas
BOA VONTADE

Alma e Luz


Francisco Cândido Xavier – Emmanuel

A alma é a raiz.

O corpo é o tronco.
A imaginação é a tela que detém os nossos desejos.
O corpo é a realidade, em que se manifesta.
A alma é a sublimidade da música.
O corpo é a câmara na qual o compositor procura os recursos para reproduzir ou inspirar-se ante a melodia dos anjos.
A alma é a lógica nos acontecimentos da vida.
O corpo é instrumento em que se aprende a respeitá-la.
A alma é a inspiração da Vida Maior.
O corpo é a matéria densa em que nós outros manipulamos as formas dos anseios que os nossos sentimentos acalentam no dia-a-dia.
A alma é o plano.
O corpo é a inteligência instintiva que o executa.
A alma é o campo.
O corpo é a enxada que obedece ao lavrador.
A alma é o oleiro.
O corpo é o elemento que o obedece na formação de vasos diversos.
A alma é o ambiente.
O corpo é a forma que nos define os pensamentos.
A alma é a fonte dos nossos ideais.
O corpo é o buril de trabalho com que nos conduzimos,
pela própria vontade, às atividades do bem ou do mal, conforme nossas escolhas.
A alma é a diretriz.
O corpo é o território em que viajamos com a possibilidade de nutrir a saúde ou as provações da doença.
A alma é o amor de que nos alimentamos para a vida.
O corpo é a atitude que nos tutela a independência própria para assumir as nossas preferências das quais teremos os resultados respectivos.
O corpo é o refletor de nossas disposições íntimas para servi-la ou conturbá-la.
A vida é semelhante mina de ouro.
Tomando o corpo físico, que lembra o uniforme do trabalhador que se esforça para encontrar e deter alguma parcela do precioso metal, na reencarnação, simbolizamos desta forma a presença ou a busca da luz em que todos vivemos.
Necessário remover toneladas de cascalho para achar alguma quantidade da preciosidade referida.
Aqueles que se devotam às boas obras e se desenvolvem no autoconhecimento levam consigo alguma luz ao Plano Espiritual; isso, porém, por vezes, determina grande número de existências, na Crosta Terrestre.
Os amigos que se consagram ociosidade ou revolta, ao desanimo ou ao ódio, devem voltarão mesmo padrão de existência, nas áreas físicas do Planeta, tantas vezes quantas foram as romagens no ambiente das provas que não quiseram vencer.
Conduzindo Vida Superior apenas cascalho improdutivo, às vezes necessitam regressar às dificuldades que desprezaram, demorando-se no mundo material.
E isso acontece com muitos amigos que apenas conduziram consigo o cascalho da inutilidade, sem possibilidade de partilhar o trabalho nas Legiões do Bem. Alma e Luz.
Francisco Cândido Xavier – Emmanuel

Lamentam-se, em vão, porque em verdade recusaram sistematicamente as oportunidades de serviço e elevação que lhes foram concedidas.
Conduzindo às Esferas Superiores unicamente cascalho, sem qualquer resquício de luz de que se acham necessitados, são constrangidos a retornar às tarefas que menosprezaram no mundo.
Saibamos procurar a luz nas pedras da existência, estudando e aprendendo, amando ao próximo como sendo nós mesmos e sublimando os ideais de elevação que adquirimos, com a realização de nossos princípios.
Eis porque este livro simples e despretensioso recebeu o nome de:

Alma e Luz.

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CULPA E REPARAÇÃO:

Uma trajetória em direção à paz…
Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma?
Mateus, 16- 26

Culpa é a consciência de um erro cometido através de um ato que provocou algum prejuízo [seja material ou moral] a si mesmo ou a outrem. A consciência do erro traz-nos sofrimento. E tal sentimento pode ser vivenciado de duas formas: saudável ou patologicamente.
Chamaremos de culpa saudável aquela que nos leva ao arrependimento sincero e que, embora revestida de dor, impulsiona o ser à reparação.
Na origem da palavra, arrependimento quer dizer mudança de atitude, ou seja, atitude contrária, ou oposta, àquela tomada anteriormente. Ela origina-se do grego metanoia (meta=mudança, noia=mente). Arrependimento quer dizer, portanto, mudança de mentalidade.

Allan Kardec, no livro O Céu e o Inferno, no código penal da vida futura, afirma que “o arrependimento, conquanto seja o primeiro passo para a regeneração, não basta por si só; são precisas a expiação e a reparação. (…) Arrependimento, expiação e reparação constituem, portanto, as três condições necessárias para apagar os traços de uma falta e suas consequências”.
As expiações são impostas e decorrem de faltas cometidas pelo espírito, sempre com o objetivo de auxílio e amor, visando a reeducação do espírito. Porém, é bom que fique claro: Deus não pune nem condena, mas utiliza desse mecanismo, pois o espírito não está apto a compreender o que lhe seria mais útil para o seu progresso e purificação.
Na Revista Espírita, edição de Setembro de 1863, temos um valiosíssimo ensinamento, referente ao tema analisado no presente texto:
“As misérias deste mundo são, pois, expiações pelo seu lado efetivo e material, e provas pelas suas consequências morais. Qualquer que seja o nome que se lhes dê, o resultado deve ser o mesmo: a melhoria.” Em presença de um objetivo tão importante, seria pueril fazer uma questão de princípio de uma questão de palavra; isso provaria que se liga mais importância às palavras do que à coisa.”


CULPA- ARREPENDIMENTO – EXPIAÇÃO e REPARAÇÂO

O arrependimento suaviza os travos da expiação, abrindo pela esperança o caminho da reabilitação; só a reparação, contudo, pode anular o efeito destruindo-lhe a causa. Do contrário, o perdão seria uma graça, não uma anulação.
(…) A reparação consiste em fazer o bem àqueles a quem se havia feito o mal. Quem não repara os seus erros numa existência, por fraqueza ou má vontade, achar-se-á numa existência ulterior em contato com as mesmas pessoas que de si tiverem queixas, e em condições voluntariamente escolhidas, de modo a demonstrar-lhes reconhecimento e fazer-lhes tanto bem quanto mal lhes tenha feito”.
(Veja em ‘Céu e Inferno, o capítulo Código Penal da Vida Futura.)

Eu NÃO PEDI pra NASCER !

Será ??? PEDIU, SIM !!!

Num gesto de rebeldia contra os pais, é muito comum o jovem desabafar: “eu não pedi para nascer; eles que me puseram no mundo, que me aguentem assim como eu sou”.
 
Vamos analisar este ponto de vista, isto é, a cômoda posição passiva que leva o indivíduo a isentar-se da própria responsabilidade atribuindo seus fracassos e insucessos sempre a outras pessoas. “Eu não pedi para nascer” é o mesmo que dizer: “não tenho culpa de agir errado, meus pais é que quiseram que eu nascesse”. É um gesto de desleixo, pouco condizente muitas vezes com a atitude exterior daqueles que o adotam; geralmente, homens que procuram aparentar masculinidade ou mulheres que se dizem adeptas da liberdade total. Liberdade total para os desmandos; dependência total quanto às responsabilidades.
Pela lei da reencarnação, também não é certo dizermos que não pedimos para nascer. Que não pedimos para reencarnar. Dizem-nos, os Espíritos que no Plano Espiritual existem verdadeiras filas de espíritos esperando oportunidade de reencarnar, oportunidade de progredir. Progresso esse só possível ao Espírito lutando em novo corpo carnal. Ora, quem fica na fila é porque quer, porque acha que deve chegar ao seu objetivo. Logo, quem está na fila da reencarnação quer reencarnar, tem consciência de seu desejo e sabe, em termos gerais quais são as provas e expiações a que terá de se submeter visando à autopurificação.
 
Todos pedem para nascer. Mesmo aqueles Espíritos inconscientes devido a seu estado de ignorância, fazem apelos inconscientemente; para reencarnar. Apelos estes que são atendidos pelos Espíritos Superiores que trabalham pela felicidade de todos. É falsa a afirmação de que não pedimos para nascer, para reencarnar. É uma fuga das responsabilidades assumidas.
 
Acreditemos ou não na reencarnação, todos estamos a ela sujeitos. Uma só existência corporal é insuficiente para o Espírito galgar do primeiro ao último degrau da evolução. Aliás, qual será o último degrau da evolução, considerando-se o infinito que é o Universo? Logo, quando terminará a longa escalada evolutiva do Espírito? É uma pergunta ainda difícil de ser respondida; difícil, justamente porque estamos bastante distantes dos graus mais adiantados na escala evolutiva.
 
Não chegamos a compreender a Eterna Perfeição, por isso ela nos parece impossível. Mas, no íntimo de nosso ser, algo nos impulsiona a procurá-la; esse algo somos nós mesmos, o Espírito imortal que somos – filhos de Deus, que, no fundo de nosso ser aspiramos retornar ao Pai. Esse retorno se fará lenta ou rapidamente, dependendo de nosso esforço, de nossa vontade de nos identificarmos com a vontade do Criador, que é, principalmente, aquela que nos concita a amar todas as demais criaturas.
 
Dizer que não pedimos para nascer não é um gesto que nos identifica com a vontade do Criador. Ele sabe que pedimos para reencarnar, ou melhor, que sentimos uma enorme necessidade de reencarnar. Do contrário, ficaremos estacionados na ignorância. A reencarnação é uma necessidade da qual ninguém escapa. E para reencarnar é preciso encontrarmos pai e mãe que estejam dispostos a nos doar novo corpo: a nos dar uma nova morada para nosso Espírito. Enfim, pai e mãe que concordem em nos fornecer novo instrumento de trabalho para o nosso progresso espiritual. É claro que na maioria das vezes os pais estão comprometidos – por débitos ou amizades do passado – com os Espíritos que concordam em receber como filhos. A responsabilidade de progresso é mútua, mas não exclui – em hipótese alguma – a responsabilidade dos filhos.
 
Na sua revolta devida muitas vezes à sua acomodação ou à não-conformação às Leis de Deus, o homem se volta contra os pais, dizendo-os responsáveis pela sua própria existência. É que, não podendo atingir a Deus, ele fere aqueles que identifica com o Criador: seus próprios pais. No entanto, deve o homem saber que pai e mãe são meios por ele mesmo utilizados para voltar à arena da luta na Terra, visando o seu próprio progresso.
 
Valentim Lorenzetti

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