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A REENCARNAÇÃO DE SEGISMUNDO FILME COMPLETO

A REENCARNAÇÃO DE SEGISMUNDO FILME COMPLETO

Sinopse e detalhes

Missionários da luz cap 13 reencarnação
1. Estudo da obra “ MISSIONÁRIOS DA LUZ” Autor André Luiz, espírito, psicografada por Francisco Cândido Xavier. Federação Espírita Brasileira – ano de 1944. Capítulo 13 A REENCARNAÇÃO Segunda-feira, 25 de agosto de 2014 Angela e Rose
2. -Alexandre, lembra-se de Segismundo, nosso velho amigo? -Sim! O drama dele vive ainda em nossa memória. Herculano André Luiz – Ambos lhe devemos muitos favores. Alexandre – Segismundo voltará à vida física e necessita de nossa colaboração urgente.
3. Apesar de, hoje, ser um Espírito mais esclarecido, Segismundo adquiriu compromissos muito sérios em seu passado espiritual. Herculano: “- Essa situação faz com que uma nova encarnação, de resgate, ao lado daqueles a quem prejudicou, se faça necessária.” Quem são as outras personagens dessa trama? Adelino……………… O infeliz marido que Segismundo assassinou em uma competição armada (duelo?). Raquel………………. A viúva de Adelino então, em desespero, terminou nos caminhos da prostituição.
4. Raquel Segismundo Adelino Raquel Segismundo Adelino
5. A.L.: “Alexandre explicou-me que, noutro tempo, recebera muitos favores das personagens envolvidas naquele caso de reencarnação e que se sentia FELIZ pela OPORTUNIDADE de lhes ser ÚTIL.”
6. Segismundo: “Adelino, esqueceu as promessas que fez na espiritualidade e o perdão aos meus antigos erros…” Alexandre: “- Ora, Segismundo, por que envenenar o coração? Tenha calma e prudência. Equilibre-se! O momento é de gratidão a Deus e de harmonia com os semelhantes.”
7. Joãozinho Raquel Adelino
8. Joãozinho: “- Mamãe, por que o papai está triste?”
9. Joãozinho: “- Papai, por que não vem rezar à noite comigo e com a mamãe?”
10. Alexandre: “- Estamos convidados a participar das suas mais íntimas orações. Acompanhemo-los.” A avó materna de Raquel e mais duas outras entidades também foram acionadas por Herculano.
11. Raquel Avó de Raquel Adelino Alexandre: “- Na atualidade os corpos de Adelino e Raquel repousam lado a lado no leito, mas cada um vive num plano mental diferente.”
12. Alexandre: “- Contempla o pobrezinho que te pede socorro! Observa-lhe o estado de humilhação e necessidade. Não te doeria a indiferença dos outros? A.L.: “Compreendi que a aproximação de Segismundo despertava em Adelino, reencarnado, as reminiscências do passado sombrio.”
13. – O perdão de Adelino foi sincero. Segismundo: – “Perdoe-me irmão! O Senhor irá recompensá-lo pelo bem que me faz.”
14. Alexandre: “- Com o auxílio de Jesus, a tarefa foi executada com êxito!”
15. André Luiz ainda ficou com uma dúvida: – “Não seria licito providenciar a reencarnação do necessitado, sem quaisquer delongas? Porque tamanha demonstração de carinho para com o esposo de Raquel?” Alexandre: “- O pensamento envenenado de Adelino destruía a substância da hereditariedade, intoxicando a cromatina dentro da própria bolsa seminal. Ele poderia atender aos apelos da Natureza, entregando-se à união sexual, mas não atingiria os objetivos sagrados da Criação, porque, pelas disposições lamentáveis de sua vida íntima, estava aniquilando as células criadoras, ao nascerem, e, quando não as aniquilasse por completo,intoxicava os genes do caráter, dificultando-nos a ação…!”
16. Adelino, Raquel e Joãozinho. Herculano Segismundo André Luiz Alexandre: -” Este não é um estudo que você possa entender, por enquanto. Estou examinando a geografia dos genes nas estrias cromossômicas, a fim de certificar-me até que ponto poderemos colaborar em favor de nosso amigo Segismundo, com recursos magnéticos para a organização das propriedades hereditárias.” Espíritos construtores.
17. André Luiz ainda ficou com uma dúvida: -“A lei da herança, porém, será ilimitada? A criatura -receberá, ao renascer, a total imposição dos característicos dos pais? As enfermidades ou as disposições criminosas serão transmissíveis de maneira integral?” Alexandre: “- Não, André a criatura terrena herda tendências e não, qualidades. As primeiras (tendências) cercam o homem que renasce, desde os primeiros dias de luta, não só em seu corpo transitório, mas também no ambiente geral a que foi chamado a viver, aprimorando-se; as segundas (qualidades) resultam do labor individual da alma encarnada, na defesa, educação e aperfeiçoamento de si mesma nos círculos benditos da experiência. ”
18. Segismundo: “- Sabe que empreendi pequenina obra de socorro, nas cercanias de nossa colônia espiritual…Sinto que não está terminada.Não sei se fiz bem pedindo agora o retorno à Crosta do Mundo. Entretanto reconheci que para seguir além, precisava reconciliar-me com a própria consciência, buscando os adversários de outro tempo, a fim de resgatar minhas faltas… “
19. Alexandre: “- Segismundo, restaure a sua fé, regenere a esperança, porque você não pode entrar na corrente material, à maneira dos nossos irmãos ignorantes e infelizes, que reclamam quase absoluto estado de inconsciência para penetrarem, de novo, o santuário maternal.
20. André Luiz e mais uma dúvida: -“Existem, então aqueles que reencarnam inconscientes do ato que realizam? Alexandre: “- Certamente! A maioria dos que retomam a existência corporal na esfera do Globo é magnetizada pelos benfeitores espirituais, que lhe organizam novas tarefas redentoras, e quantos recebem semelhantes auxilio são conduzidos ao templo maternal de carne como crianças adormecidas. O trabalho inicial, que a rigor lhes compete na organização do feto, passa a ser executado pela mente materna e pelos amigos que os ajudam de nosso plano. São inúmeros os que regressam à Crosta nessas condições, reconduzidos por autoridades superiores de nossa esfera de ação, em vista das necessidades de certas almas encarnadas, de certos lares e determinados agrupamentos.”
21. André Luiz : “- O que vimos, porém, com Segismundo perguntei, é regra geral para todos os casos? “ Alexandre: “- De modo algum! Os processos de reencarnação, tanto quanto os da morte física, diferem ao infinito,não existindo, segundo cremos, dois absolutamente iguais. ” “- As facilidades e obstáculos estão subordinados a fatores numerosos, muitas vezes relativos ao estado consciencial dos próprios interessados no regresso à Crosta ou na libertação dos veículos carnais. ” “- Há companheiros de grande elevação que, ao reencarnarem, quase dispensam o nosso concurso . ” “- Outros, procedentes das zonas inferiores, necessitam de cooperação muito mais complexa que a exercida no caso de Segismundo. ”
22. Encontramos no livro “IMAGENS DO ALÉM”, de autoria da médium Heigorina Cunha, sob a orientação do irmão espiritual Lucius, as seguintes ilustrações: Pavilhão de Restringimento, localizado no Ministério da Regeneração na Colônia Nosso Lar. Esquema muito simplificado de aparelho eletromagnético de restringimento do corpo espiritual para reencarnações compulsórias e adiadas, e pequeníssimo corpo ovalado em que resulta, contendo todo o substrato do Espírito reencarnante, sendo que os pontos indicados correspondem aos seus centros de força.
23. Diálogo entre Heigorina Cunha e Chico Xavier (Imagens do Além, capítulo 7): “Quando apresentamos ao nosso Chico Xavier, o desenho do restringimento, ele nos disse: – Heigorina é isto mesmo o “restringimento”. O processo é mais lento, tratando-se de reencarnação compulsória, nesta categoria de Espírito. Leva mais de ano para completar o restringimento.” André Luiz volta a falar sobre o “restringimento do perispírito” em outras obras: “Evolução em dois mundos”; “E a vida continua”; “Entre a terra e o céu”.
24. André Luiz: “Inclinei-me para a organização feminina de nossa irmã reencarnada, dentro de uma veneração que nunca, até então, havia sentido.”
25. André Luiz : “- Como seria feito o auxilio naquelas circunstâncias? Raquel estaria consciente de nossa colaboração? Como interpretaria o casal as atividades de nosso plano, caso viesse a conhecer a extensão de nossa tarefa? “ Alexandre: “- Em casos dessa natureza André, a nossa intervenção desenvolve-se com a mesma santidade que caracteriza o concurso de um médico responsável e honesto, ao praticar a intervenção no parto comum. ” “- A modelagem fetal e o desenvolvimento do embrião obedecem a leis físicas naturais, mas, em todos esses fenômenos, os ascendentes de cooperação espiritual coexistem com as leis, de acordo com os planos de evolução ou resgate. Nosso concurso é, portanto, em processos tais , uma das tarefas mais comuns. ”
26. Alexandre: “- Temos aqui o altar sublime da maternidade humana. Devemos cooperar, na tarefa do amor, guardando a consciência voltada para a Majestade Suprema. “
27. Alexandre: “- O organismo maternal fornecerá todo o alimento para a organização básica do aparelho físico, enquanto a forma reduzida de Segismundo, como vigoroso modelo, atuará como imã entre limalhas de ferro, dando forma consistente à sua futura manifestação no cenário da Crosta.”
28. Alexandre: “- Meu trabalho está findo. Entretanto, André,poderei solicitar aos Construtores a aquiescência de sua cooperação fraterna os serviços protetores, sempre que você conte com oportunidade de vir até aqui. “


TEMA: REENCARNAÇÃO


PALESTRA 2 – O PROCESSO REENCARNATÓRIO
TEXTO DOUTRINÁRIO


“Jesus, tendo vindo às cercanias de Cesaréia de Filipe, interrogou
assim seus discípulos: “Que dizem os homens, com relação ao Filho do
Homem? Quem dizem que eu sou?” – Eles lhe responderam: “Dizem uns
que és João Batista; outros, que Elias; outros, que Jeremias, ou algum dos  profetas.” (Mateus, 16:13-14).


A NECESSIDADE DA REENCARNAÇÃO


“Não te admires de que eu te haja dito ser preciso que nasças de novo.” Jesus (João, 3:7).

“Não há, pois, duvidar de que sob o nome de ressurreição o princípio da reencarnação era ponto de uma das crenças fundamentais dos judeus, ponto que Jesus e os profetas confirmaram de modo formal; donde se segue que negar a reencarnação é negar as palavras do Cristo.” (Allan Kardec, O Evangelho segundo o Espiritismo, 93. ed.,cap. IV, item 16).

“Como pode a alma, que não alcançou a perfeição durante a vida corpórea, acabar de depurar-se?

Sofrendo a prova de uma nova existência.”

“Como realiza essa nova existência? Será pela sua transformação como Espírito?

Depurando-se, a alma indubitavelmente experimenta uma transformação, mas para isso necessária lhe é a prova da vida corporal.”

“A alma passa então por muitas existências corporais ?

Sim, todos contamos muitas existências. Os que dizem o contrário pretendem manter-vos na ignorância em que eles próprios se encontram. Esse, o desejo deles.”

“Parece resultar desse princípio que a alma, depois de haver deixado um corpo, toma outro, ou, então,
que reencarnam em novo corpo. É assim que se deve entender?


Evidentemente.” (Allan Kardec, O livro dos espíritos, 62. ed., perg. 166).


A escolha das provas


“Do fato de pertencer ao Espírito a escolha do gênero de provas que deva sofrer, seguir-se-á que todas as tribulações que experimentamos na vida nós as previmos e buscamos?

Todas, não, porque não escolhestes e previstes tudo o que vos sucede no mundo, até às mínimas coisas. Escolhestes apenas o gênero das provações. As particularidades correm por conta da posição em que vos achais; são, muitas vezes, conseqüências das vossas próprias ações.
Escolhendo, por exemplo, nascer entre malfeitores, sabia o Espírito a que arrastamentos se expunha; ignorava, porém, quais os atos que viria a praticar. Esses atos resultam do exercício da sua vontade, ou do seu livre-arbítrio. Sabe o Espírito.
que, escolhendo tal caminho, terá que sustentar lutas de determinada espécie; sabe, portanto, de que natureza serão as vicissitudes que se lhe depararão, mas ignora se se verificará este ou aquele êxito. Os acontecimentos secundários se originam das circunstâncias e da força mesma das coisas.
Previstos só são os fatos principais, os que influem no destino. Se tomares uma estrada cheia de sulcos profundos, sabes que terás de andar cautelosamente, porque há muitas probabilidades de caíres; ignoras, contudo, em que ponto cairás e bem pode suceder que não caias, se fores bastante prudente. Se, ao percorreres uma rua, uma telha te cair na cabeça, não creias que estava escrito, segundo vulgarmente se diz.”
(Allan Kardec, O livro dos
espíritos, 62. ed., perg. 259).

“Como pode o Espírito desejar nascer entre gente de má vida?

Forçoso é que seja posto num meio onde possa sofrer a prova que pediu. Pois bem! É necessário que haja analogia. Para lutar contra o instinto do roubo, preciso é que se ache em contacto com gente dada à
prática de roubar.”
(Allan Kardec, O livro dos espíritos, 62. ed., perg. 260).

“Cabe ao Espírito a escolha do corpo em que encarne, ou somente a do gênero de vida que lhe sirva de prova?

Pode também escolher o corpo, porquanto as imperfeições que este apresente ainda serão, para o Espírito, provas que lhe auxiliarão o progresso, se vencer os obstáculos que lhe oponha. Nem sempre, porém, lhe é permitida a escolha do seu invólucro corpóreo; mas, simplesmente, a faculdade de pedir que seja tal ou qual.

Poderia o Espírito recusar, à última hora, tomar o corpo por ele escolhido?

Se recusasse, sofreria muito mais do que aquele que não tentasse prova alguma.”
(Allan Kardec, O livro dos espíritos, 62. ed., perg. 335 e 335 a)


ESQUECIMENTO E REENCARNAÇÃO


“Examinando o esquecimento temporário do pretérito, no campo físico, importa considerar cada existência por estágio de serviço em que a alma readquire, no mundo, o aprendizado que lhe compete.
Surgindo semelhante período, entre o berço que lhe configura o inicio e o túmulo que lhe demarca a cessação, é justo aceitar-lhe o caráter acidental, não obstante se lhe reconheça a vinculação à vida eterna.

É forçoso, então, ponderar o impositivo de recurso e aproveitamento, tanto quanto, nas aplicações da força elétrica, é preciso atender ao problema de carga e condução.

Encetando uma nova existência corpórea, para determinado efeito, a criatura recebe, desse modo, implementos cerebrais completamente novos, no domínio das energias físicas, e, para que se lhe adormeça
a memória, funciona a hipnose natural como recurso básico, de vez que, em muitas ocasiões,dorme em pesada letargia, muito tempo antes de acolher-se ao abrigo materno. Na melhor das hipóteses, quando se
desfruta grande atividade mental nas esferas superiores, só é compelida ao sono relativamente profundo, enquanto perdure a vida fetal. Em ambos os casos, há prostração psíquica nos primeiros sete anos de tenra instrumentação fisiológica dos encarnados, tempo em que se lhes reaviva a experiência terrestre.

Temos assim mais ou menos três mil dias de sono induzido ou hipnose terapêutica, a estabelecerem enormes alterações nos veículos de exteriorização do Espírito, as quais, acrescidas às consequências dos
fenômenos naturais de restringimento do corpo espiritual, no refúgio uterino, motivam o entorpecimento das recordações do passado, para que se alivie a mente na direção de novas conquistas. E, como todo esse tempo é ocupado em prover-se a criança de novos conceitos e pensamentos acerca de si própria, é compreensível que toda criatura sobrenade na adolescência, como alguém que fosse longamente hipnotizado para fins edificantes, acordando, gradativamente, na situação transformada em que a vida lhe propõe a continuidade
do serviço devido à regeneração ou à evolução clara e simples.

E isso, na essência, é o que verdadeiramente acontece, porque, pouco a pouco, o Espírito reencarnado retoma a herança de si mesmo, na estrutura psicológica do destino, reavendo o patrimônio das realizações e das dívidas que acumulou, a se lhe regravarem no ser, em forma de tendências inatas, e reencontrando as pessoas e as circunstâncias, as simpatias e as aversões, as vantagens e as dificuldades, com as quais se ache afinizado ou comprometido.

Transfigurou-se, então, a ribalta, mas a peça continua.

A moldura social ou doméstica, muitas vezes, é diferente, mas, no quadro do trabalho e da luta, a consciência é a mesma, com a obrigação de aprimorar-se, ante a bênção de Deus, para a luz da imoralidade.”

(Emmanuel, Religião dos espíritos, 15. ed., p.111-113).


A UNIÃO DA ALMA E DO CORPO


“Em que momento a alma se une ao corpo?

A união começa na concepção, mas só é completa por ocasião do nascimento. Desde o instante da concepção, o Espírito designado para habitar certo corpo a este se liga por um laço fluídico, que cada vez mais se vai apertando até ao instante em que a criança vê a luz. O grito, que o recém-nascido solta, anuncia que ela se conta no número dos vivos e dos servos de Deus.”
(Allan Kardec, O livro dos espíritos, 62. ed., perg. 344).

“Quando o Espírito tem de encarnar num corpo humano em vias de formação, um laço fluídico, que mais não é do que uma expansão do seu perispírito, o liga ao gérmen que o atrai por uma força irresistível, desde o momento da concepção. À medida que o gérmen se desenvolve, o laço se encurta. Sob a influência do princípio vito-material do gérmen, o perispírito, que possui certas propriedades da matéria, se une, molécula a molécula, ao corpo em formação, donde o poder dizer-se que o Espírito, por intermédio do seu perispírito, se enraíza, de certa maneira, nesse gérmen, como uma planta na terra. Quando o gérmen chega ao seu pleno desenvolvimento, completa é a união; nasce então o ser para a vida exterior.

Por um efeito contrário, a união do perispírito e da matéria carnal, que se efetuara sob a influência do princípio vital do gérmen, cessa, desde que esse princípio deixa de atuar, em conseqüência da desorganização
do corpo. Mantida que era por uma força atuante, tal união se desfaz, logo que essa força deixa de atuar. Então, o perispírito se desprende, molécula a molécula, conforme se unira, e ao Espírito é restituída a liberdade.

Assim, não é a partida do Espírito que causa a morte do corpo; esta é que determina a partida do Espírito.

Dado que, um instante após a morte, completa é a integração do Espírito; que suas faculdades adquirem até maior poder de penetração, ao passo que o principio de vida se acha extinto no corpo, provado
evidentemente fica que são distintos o princípio vital e o princípio espiritual. […]

Um fenômeno particular, que a observação igualmente assinala, acompanha sempre a encarnação do Espírito. Desde que este é apanhado no laço fluídico que o prende ao gérmen, entra em estado de
perturbação, que aumenta, à medida que o laço se aperta, perdendo o Espírito, nos últimos momentos, toda a consciência de si próprio, de sorte que jamais presencia o seu nascimento. Quando a criança respira, começa o Espírito a recobrar as faculdades, que se desenvolvem à proporção que se formam e consolidam os órgãos que lhes hão de servir às manifestações.

Mas, ao mesmo tempo que o Espírito recobra a consciência de si mesmo, perde a lembrança do seu passado, sem perder as faculdades, as qualidades e as aptidões anteriormente adquiridas, que haviam
ficado temporariamente em estado de latência e que, voltando à atividade, vão ajudá-lo a fazer mais e melhor do que antes. Ele renasce qual se fizera pelo seu trabalho anterior; o seu renascimento lhe é um novo ponto de partida, um novo degrau a subir. Ainda aí a bondade do Criador se manifesta, porquanto, adicionada aos amargores de uma nova existência, a lembrança, muitas vezes aflitiva e humilhante do passado, poderia turbá-lo e lhe criar embaraços. Ele apenas se lembra do que aprendeu, por lhe ser isso útil. Se às vezes lhe é dado ter uma intuição dos acontecimentos passados, essa intuição é como a lembrança de um sonho fugitivo. Ei-lo, pois, novo homem por mais antigo que seja como espírito.”
(Allan Kardec, A gênese, 32. ed., p. 214-216).

Consequências da corrente de trocas entre mãe e filho “Quando o embrião está sendo formado, existe uma interpenetração de fluidos entre a gestante e a entidade então ligada ao feto? Existem conseqüências verificáveis?

– Essa interpenetração de fluidos é natural e justa, ocasionando, não raras vezes, fenômenos sutilíssimos, como os chamados “sinais de nascença” que, somente mais tarde, poderão ser entendidos pela ciência do mundo, enriquecendo o quadro de valores da Biologia, no estudo profundo das origens.” (Emmanuel, O consolador, 24. ed., perg. 32).

Importância do equilíbrio mental da gestante “- Se Zulmira atua, de maneira decisiva, na formação do novo veículo do menino, o menino atua vigorosamente nela, estabelecendo fenômenos perturbadores em sua constituição de mulher. A permuta de impressões entre ambos é inevitável e os padecimentos que Júlio trazia na garganta foram impressos na mente maternal, que os reproduz no corpo em que se manifesta. A corrente de troca entre mãe e filho não se circunscreve à alimentação de natureza material; estende-se ao intercâmbio constante das sensações diversas. Os pensamentos de Zulmira guardam imensa força sobre Júlio, tanto quanto os de Júlio revelam expressivo poder sobre a nova mãezinha. As mentes de um e de outro como que se justapõem, mantendo-se em permanente comunhão, até que a Natureza complete o serviço que lhe cabe no tempo. De semelhante associação, procedem os chamados ‘sinais de nascença’. Certos estados íntimos da mulher alcançam, de algum modo, o princípio fetal, marcando-o para a existência inteira. É que o trabalho da maternidade
assemelha-se a delicado processo de modelagem, requisitando, por isso muita cautela e harmonia para que a tarefa seja perfeita.”
(André Luiz, Entre a terra e o céu, 12. ed., p. 186).

6 EDITORA AUTA DE SOUZA


O TRABALHO DOS ESPÍRITOS AUXILIARES


O modelo traçado para o novo corpo No livro Missionários da luz, André Luiz esclarece o trabalho dos Espíritos no auxílio do planejamento reencarnatório:

“Aproximando-nos dos pavilhões de desenho, onde numerosos cooperadores traçavam planos para reencarnações incomuns, foi o meu novo companheiro procurado por uma entidade simpática que lhe pedia informações. Manassés apresentou-ma, otimista. Tratava-se dum colega que, depois de quinze anos de trabalho nas atividades de auxílio, regressaria à esfera carnal para a liquidação de determinadas contas. O recém-chegado parecia hesitante. Via-se-lhe o receio, a indecisão.

– Não se deixe dominar pelas impressões negativas – dirigia-se Manassés a ele, infundindo-lhe bom ânimo. – O problema do renascimento não é assim tão intrincado. Naturalmente, exige coragem, boas disposições.

– Entretanto – exclamava o interlocutor, algo triste -, temo contrair novos débitos ao invés de pagar os velhos compromissos. E’ tão penoso vencer na experiência carnal, em vista do esquecimento que sobrevém
à encarnação…

– Mas seria muito mais difícil triunfar guardando a lembrança – redarguiu Manassés, incontinenti.

Prosseguindo, sorridente, acrescentou:

– Se tivéssemos grandes virtudes e belas realizações, não precisaríamos recapitular as lições já vividas na carne. E se apenas possuímos chagas e desvios para rememorar, abençoemos o olvido que o Senhor nos concede em caráter temporário.

Esforçou-se o outro para esboçar um sorriso e objetou:

– Conheço-lhe o otimismo; quisera ser igualmente assim. Voltarei confiante no concurso fraterno de vocês.

E modificando o tom de voz, indagou:
– Pode informar se o meu modelo está pronto ?

– Creio que poderá procurá-lo amanhã – tornou Manassés, bem disposto ; já fui observar o gráfico inicial e dou-lhe parabéns por haver aceitado a sugestão amorosa dos amigos bem orientados, sobre o defeito da perna. Certamente, lutará você com grandes dificuldades nos princípios da nova luta, mas a resolução lhe fará grande bem.

– Sim – disse o outro, algo confortado -, preciso defender-me contra certas tentações de minha natureza inferior e a perna doente me auxiliará, ministrando-me boas preocupações. Ser-me-á um antídoto à vaidade, uma sentinela contra a devastação do amor-próprio excessivo.
– Muito bem! – respondeu Manassés, francamente otimista.[…]

– Pondere a graça recebida, Silvério, e, depois de tomar-lhe a posse no plano físico, não volte aqui antes dos setenta. Trate de aproveitar a oportunidade. Todos os seus amigos esperam que você volte, mais tarde, à nossa colônia, na gloriosa condição de um ´completista´.[…]
As últimas observações de Manasses acenderam-me curiosidade mais forte. Não contive a indagação que me vagueava no pensamento e perguntei sem rebuços:

– Meu amigo, que significa a palavra ´completista´?

Ele sorriu, complacente, e retrucou, bem-humorado:

– E’ o titulo que designa os raros irmãos que aproveitaram todas as possibilidades construtivas que o corpo terrestre lhes oferecia. Em geral, quase todos nós, em regressando à esfera carnal, perdemos oportunidades muito importantes no desperdício das forças fisiológicas. Perambulamos por lá, fazendo alguma coisa de útil para nós e para outrem, mas, por vezes, desprezamos cinquenta, sessenta, setenta per cento e, freqüentemente, até mais, de nossas possibilidades. Em muitas ocasiões, prevalece ainda, contra nós, a agravante de termos movimentado as energias sagradas da vida em atividades inferiores que degradam a inteligência e embrutecem o coração. Aqueles, porém, que mobilizam a máquina física, à maneira do operário fidelíssimo, conquistam direitos muito expressivos em nossos planos. O ´completista´, na qualidade de trabalhador leal e produtivo, pode escolher, à vontade, o corpo futuro, quando lhe apraz o regresso à Crosta em missões de amor e iluminação, ou recebe veículo enobrecido para o prosseguimento de suas tarefas, a
caminho de círculos mais elevados de trabalho.

Semelhante notícia representava para mim valiosa revelação. Nada mais legítimo que dotar o servidor fiel de recursos completos.”
(André Luiz, Missionários da luz, 24. ed., p.167-169).

Serviços especiais de reencarnação “Grande percentagem de reencarnações na Crosta se processa em moldes padronizados para todos, no campo de manifestações puramente evolutivas. Mas outra percentagem não obedece ao mesmo programa.

7
Elevando-se a alma em cultura e conhecimentos, e, consequentemente, em responsabilidade, o processo reencarnacionista individual é mais complexo, fugindo à expressão geral, como é lógico. Em vista disso, as
colônias espirituais mais elevadas mantêm serviços especiais para a reencarnação de trabalhadores e missionários. […].

– Quando me refiro a trabalhadores, falo dos companheiros não completamente bons e redimidos, mas daqueles que apresentam maior soma de qualidades superiores, a caminho da vitória plena sobre as condições e manifestações grosseiras da vida. Em geral, como acontece a nós outros, são entidades em débito, mas com valores de boa vontade, perseverança e sinceridade, que lhes outorgam o direito de
influir sobre os fatores de sua reencarnação, escapando, de certo modo, ao padrão geral. Claro que nem sempre tais alterações se verificam em condições agradáveis para a experiência futura. Os serviços de retificação representam tarefas enormes.

E desejando imprimir fortemente em meu espírito a noção da responsabilidade, o instrutor prosseguiu, tornando mais grave a inflexão da voz:

– O problema da queda é também uma questão de aprendizado e o mal indica posição de desequilíbrio, exigindo restauração e corrigenda. A evolução confere-nos poder, mas gastamos muito tempo, aprendendo a utilizar esse poder harmonicamente. A racionalidade oferece campo seguro aos nossos conhecimentos; entretanto, André, quase todos nós, trabalhadores da Terra, nos demoramos séculos no serviço de iluminação íntima, porque não basta adquirir ideias e possibilidades, é preciso ser responsável, e nem é justo tenhamos tão somente a informação do raciocínio, mas também a luz do amor.

– Daí as lutas sucessivas em continuadas reencarnações da alma! – exclamei, vivamente impressionado
.
– Sim – continuou meu amável interlocutor – , temos necessidade da luta que corrige, renova, restaura e aperfeiçoa. A reencarnação é o meio, a educação divina é o fim. Por isso mesmo, a par de milhões de semelhantes nossos que evolvem, existem milhões que se reeducam em determinados setores do sentimento, porquanto, se já possuem certos valores da vida, faltam-lhes outros não menos importantes.

– Sim, sim – retruquei -, tenho as minhas recordações nesse sentido. […]
– Pois bem, o próprio Jesus nos deixou material de pensamento para o assunto em exame, quando nos asseverou que se a nossa mão ou os nossos olhos fossem motivos de escândalo deveriam ser cortadas ao penetrarmos no templo da vida. Compete-nos transferir a imagem literal para a interpretação simples do Espírito. Se já falimos muitas vezes em experiências da autoridade, da riqueza, da beleza física, da inteligência, não seria lógico receber idêntica oportunidade nos trabalhos retificadores.”

(André Luiz, Missionários da luz,
22. ed., p. 158-160).


A REENCARNAÇÃO DE SEGISMUNDO
Livro: Missionários da luz


Autor: André Luiz, psicografia de Chico Xavier, 22. ed., Feb.

Personagens: Adelino e Raquel, futuros pais; Segismundo, espírito reencarnante; André Luiz e Herculano, aprendizes; Alexandre, o mentor.

Local: residência de Adelino e Raquel

No livro Missionários da luz, nos capítulos 12 e 13, André Luiz fala do auxílio que sua equipe de cooperadores ofereceu ao trio Segismundo-Adelino-Raquel.

A preparação para o reencarne “- O caso é típico. O drama de Segismundo é demasiadamente complexo para ser comentado em
poucas palavras. Basta, todavia, recordar que ele, Adelino e Raquel são os protagonistas culminantes de dolorosa tragédia, ocorrida ao tempo de minha última peregrinação pela Crosta. Em seguida a uma paixão
desvairada, Adelino foi vitima de homicídio; Segismundo, do crime; e Raquel, do prostíbulo. Desencarnaram, cada um por sua vez, sob intensa vibração de ódio e desesperação, padecendo vários anos, em zonas inferiores.[…]

A equipe de Alexandre, Herculano e André Luiz partiu em socorro dos três para o serviço de reencarnação de Segismundo que terá como pais Adelino e Raquel.

[…]- Segismundo, presentemente – prosseguiu o outro- voltará ao rio da vida física. A situação assim o exige e não devemos perder a oportunidade de encaminhá-lo ao necessário resgate. Segundo está informado, Raquel, a pobre criatura que ele desviou, em nossa época de laços afetivos mais fortes, e Adelino, o infeliz marido que o nosso irmão assassinou em lamentável competição armada, já se encontram na Crosta desde muito e, há quatro anos, religaram-se nos elos do matrimônio. Tudo está preparado a fim de que Segismundo regresse à companhia da vítima e do inimigo do pretérito, no sentido de santificar o coração. Será ele, de EDITORA AUTA DE SOUZA conformidade com a permissão de nossos Maiores o segundo filhinho do casal. Todavia, estamos lutando com grandes dificuldades para localizá-lo.
Infelizmente, Adelino, que lhe será o futuro pai transitório, repele-o
com calor, tão logo surgem as horas de sono físico, trabalhando contra os nossos melhores propósitos de harmonização. Em vista disso, o trabalho preparatório da nova experiência tem sido muito moroso e
desagradável.

– E Segismundo? – indagou o mentor, preocupado – qual a sua atitude dominante?

Herculano, o mensageiro que nos visitava, informou com fraternal interesse:

– A princípio, animava-se da melhor esperança. Agora, porém, que o rival antigo lhe oferece pensamentos de ódio e ciúme, olvidando compromissos assumidos em nossa esfera de ação, sente-se novamente
desventurado e sem forças para reparar o mal. De outras vezes, enche-se-lhe a tristeza de profunda revolta e, nesse estado negativo, subtrai-se à nossa cooperação eficiente.

O visitante fez ligeira pausa e acrescentou, com inflexão de rogativa:
– Não poderá você ajudar-nos nesse difícil processo de reencarnação?
Lembro-me de que sua amizade dividia-se entre ambos. Quem sabe se a sua intervenção afetuosa conseguiria convencer Adelino?

– Conte comigo – redarguiu o orientador, atenciosamente -,farei quanto estiver em minhas possibilidades para que não se perca o ensejo em vista.

Ante o sorriso de satisfação do outro, Alexandre concluiu:

– Na próxima semana, estarei a seu lado para conversar espiritualmente com Adelino e solucionar o problema da reaproximação. Estejamos confiantes no auxílio divino.” (p. 154-156).

“- Foi excelente medida – falou Alexandre, bem-humorado – consagrarei aos meus amigos a minha noite próxima. Veremos o que é possível fazer.

Entramos. O casal Adelino-Raquel tomava a refeição da tarde, junto de um pequenino, no qual advinhei o primogênito da casa.” (p. 181).

Durante algum tempo a equipe visitou a família, observando que lá estava Segismundo preocupado.

Também Adelino estava mal humorado e pouco disposto. Dormia mal.
Alexandre, após oração cooperadora, conversa com Adelino:

“- É assim que recebes os irmãos mais infelizes? É assim que te portas, ante os desígnios supremos?

Onde pusestes as noções de solidariedade humana? Por que fugir aos mais infortunados da sorte? […]

Contempla o pobrezinho que te pede socorro! Observa-lhe o estado de humilhação e necessidade.

Imagina-te na posição dele e reflete! Não te doeria a indiferença dos outros? Não te dilaceraria a alma a crueldade alheia? […] (p. 193).

Adelino não hesitou e, embora o grande esforço íntimo, visível à nossa percepção espiritual, apertou a destra do ex adversário, fundamente comovido.

Perdoe-me, irmão! – murmurou Segismundo, com infinita humildade. – O Senhor recompensá-lo-á pelo bem que me faz!… (p. 195).

[…] Ao retirar-se, Alexandre, satisfeito, comentou paternalmente:
– Com o auxilio de Jesus, a tarefa foi executada com êxito.

E, fixando Segismundo, acrescentou:
– Creio que na próxima semana poderá iniciar o seu serviço definitivo de reencarnação. Acompanhá-loemos com carinho. Não receie coisa alguma. […]

– Voltaremos a vê-los no dia da ligação inicial de Segismundo com a matéria física. Preciso cooperar, na ocasião, com os nossos amigos construtores, aos quais pedi me apresentassem os mapas cromossômicos, referentemente aos serviços a serem encetados.” (p. 195-196).

A redução da forma física de Segismundo “Ponderei, então, no concurso enorme que todos recebemos ao regressar ao círculo carnal.
Aqueles devotados benfeitores auxiliavam Segismundo, desde o primeiro dia, e, ainda ali, diante do possível recuo do interessado, eles mesmos se mostravam dispostos a consolar-lhe todas as tristezas, levantando-lhe o ânimo para o êxito final.

Os Espíritos Construtores começaram o trabalho de magnetização do corpo perispirítico, no que eram amplamente secundados pelo esforço do abnegado orientador, que se mantinha dedicado e firme em todos
os campos de serviço.

Sem que me possa fazer compreendido, de pronto, pelo leitor comum, devo dizer que ‘alguma coisa da forma de Segismundo estava sendo eliminada’. Quase que imperceptivelmente, à medida que se intensificavam as operações magnéticas, tornava-se ele mais pálido. Seu olhar parecia penetrar outros domínios. Tornava-se vago, menos lúcido.

A certa altura, Alexandre falou-lhe com autoridade :

– Segismundo, ajude-nos! Mantenha clareza de propósitos e pensamento firme!

Tive a impressão de que o reencarnante se esforçava por obedecer.
– Agora – continuou o instrutor – sintonize conosco relativamente à forma pré-infantil. Mentalize sua volta ao refúgio maternal da carne terrestre! Lembre-se da organização fetal, faça-se pequenino! Imagine sua necessidade de tornar a ser criança para aprender a ser homem!
Compreendi que o interessado precisava oferecer o maior coeficiente de cooperação individual para o êxito amplo. Surpreendido, reconheci que, ao influxo magnético de Alexandre e dos Construtores Espirituais,
a forma perispiritual de Segismundo tornava-se reduzida.

A operação não foi curta, nem simples. Identificava o esforço geral para que se efetuasse a redução necessária.

Segismundo parecia cada vez menos consciente. Não nos fixava com a mesma lucidez e suas respostas às nossas perguntas afetuosas não se revelavam completas.

Por fim, com grande assombro meu, verifiquei que a forma de nosso amigo assemelhava-se à de uma criança.” (p. 214-215).

A ligação de Segismundo ao corpo “ Estávamos a duas horas depois de meia-noite.

Permaneciam agora, ao nosso lado, não somente Alexandre e os Construtores, mas também diversos amigos espirituais da família.
Congregando todos os companheiros em torno de si, como figura máxima daquela reunião, Alexandre falou, gravemente:

– Agora, meus irmãos, penetremos a câmara de nossos dedicados colaboradores para que se efetue o júbilo da união espiritual.
E, depositando Segismundo nos braços da entidade que fora na Crosta Terrestre a carinhosa mãe de Raquel, acentuou:

– Seja você, minha irmã, a portadora do sagrado depósito. O coração filial que nos espera sentirá novas felicidades ao contato de sua ternura. Raquel bem merece semelhante alegria.

Voltando-se para a assembléia ali congregada, explicou:

– Faremos agora o ato de ligação inicial, em sentido direto, de Segismundo com a matéria orgânica. Espero, porém, caros companheiros, a visita reiterada de todos vocês ao nosso irmão reencarnante, principalmente no período de gestação do seu corpo futuro. Não ignoram o valor da colaboração afetuosa nesse serviço.
Somente aqueles que semearam muitas afeições podem receber o concurso de muitos amigos e Segismundo deve receber esse prêmio pelos seus nobres sentimentos e elevados trabalhos a todos nós, nestes últimos anos em que se devotou a grandes obras de benemerência e fraternidade.

Logo após, penetrávamos o aposento conjugal, onde o espetáculo íntimo era divinamente belo. No leito de madeira, em macios lençóis de linho, repousavam dois corpos que a bênção do sono imobilizava, mas, ali mesmo, Adelino e Raquel nos esperavam em espírito, conscientes da grandeza da hora em curso. Em despertando na esfera densa de luta e aprendizado, seus cérebros carnais não conseguiriam fixar a reminiscência perfeita daquela cena espiritual, em que se destacavam como principais protagonistas; contudo, o fato gravar-se-ia para sempre em sua memória eterna. (p. 223-224).

A presença de amigos invisíveis “Os amigos invisíveis do lar, companheiros de nosso plano, haviam enchido a câmara de flores de luz.

Desde a meia-noite, haviam obtido permissão para ingressar no futuro berço de Segismundo, com o amoroso propósito de adornar-lhe os caminhos do recomeço.

Mais de cem amigos se reuniam ali, prestando-lhe afetuosa homenagem.

Alexandre caminhou à nossa frente, cumprimentando carinhosamente o casal, temporariamente desligado dos veículos físicos.

Em seguida, com a melhor harmonia, os presentes passaram às saudações, enchendo de conforto celeste o coração dos cônjuges esperançosos.

O quadro era lindo e comovedor. Duas entidades, ao meu lado, comentavam fraternalmente : E’ sempre penoso voltar à carne, depois de havermos conhecido as regiões de luz divina; entretanto, é tão sagrado o amor cristão que, mesmo em tal circunstância, sublime é a felicidade daqueles que o praticam.

– Sim – respondeu a outra -, Segismundo tem lutado muito pela redenção e, nessa luta, vem sendo um servo devotado de todos nós. Bem merece as alegrias desta hora.

A esse tempo, observei que a entidade convidada a guardar o reencarnante se mantinha à pequena distância de Raquel, entre os Espíritos Construtores. […]

Valendo-me daquele instante, indiquei Segismundo, recolhido nos braços acolhedores que o guardavam, e perguntei:

– Nosso irmão reencarnante apresentar-se-á, mais tarde, entre os homens, tal qual vivia entre nós?

Já que as suas instruções se baseiam na forma perispiritual preexistente, terá ele a mesma altura, bem como as mesmas expressões que o caracterizavam em nossa esfera?

Alexandre respondeu sem titubear:

– Raciocine devagar, André! Falamos da forma preexistente, nela significando o modelo de configuração típica ou, mais propriamente, o ‘uniforme humano’. Os contornos e minúcias anatômicas vão desenvolver-se de acordo com os princípios de equilíbrio e com a lei da hereditariedade.
A forma física futura de nosso amigo Segismundo dependerá dos cromossomos paternos e maternos; adicione, porém, a esse fator primordial, a influência dos moldes mentais de Raquel, a atuação do próprio interessado, o concurso dos Espíritos Construtores, que agirão como funcionários da natureza divina, invisíveis ao olhar terrestre, o auxílio afetuoso das entidades amigas que visitarão constantemente o reencarnante, nos meses de formação do novo corpo, e poderá fazer uma ideia do que vem a ser o templo físico que ele possuirá, por algum tempo, como dádiva da Superior Autoridade de Deus, a fim de que se valha da bendita oportunidade de redenção do passado e iluminação para o futuro, no tempo e no espaço.
Alguns fisiologistas da Crosta concordam em asseverar que a vida humana é uma resultante de conflitos biológicos, esquecidos de que, muitas vezes, o conflito aparente das forças orgânicas não é senão a prática avançada da lei de cooperação espiritual.

[…].
O próprio Segismundo e o nosso irmão Herculano estão de posse dos informes a que nos reportamos, porque ninguém penetra num educandário, para estágio mais ou menos longo, sem finalidade específica e sem conhecimento dos estatutos a que deve obedecer.

Nesse ponto, o mentor generoso fez ligeiro intervalo e continuou em seguida:

– Os contornos anatômicos da forma física, disformes ou perfeitos, longilíneos ou brevilíneos, belos ou feios, fazem parte dos estatutos educativos. Em geral, a reencarnação sistemática é sempre um curso
laborioso de trabalho contra os defeitos morais preexistentes nas lições e conflitos presentes.
Pormenores anatômicos imperfeitos, circunstâncias adversas, ambientes hostis, constituem, na maioria das vezes, os melhores lugares de aprendizado e redenção para aqueles que renascem. Por isso, o mapa de provas úteis é organizado com antecedência, como o caderno de apontamentos dos aprendizes nas escolas comuns.

Em vista disso, o mapa alusivo a Segismundo está devidamente traçado, levando-se em conta a cooperação fisiológica dos pais, a paisagem doméstica e o concurso fraterno que lhe será prestado por inúmeros amigos daqui. Imagine, pois, o nosso amigo voltando a uma escola, que é a Terra; assim procedendo, alimenta um propósito que é o da aquisição de valores novos. Ora, para realizá-lo terá de submeter-se às regras do educandário, renunciando, até certo ponto, à grande liberdade de que dispõe em nosso meio.” (p. 224-227).


Fim dos trabalhos


Alguns dias após terminada a operação da reencarnação de Segismundo, Alexandre exclamou:

“ – Está terminada a tarefa inicial de ligação. Que Deus nos proteja.

Sentindo a admiração com que eu seguia, agora, o processo da divisão celular, em que se formava rapidamente a vesícula de germinação, o orientador acentuou:

O organismo maternal fornecerá todo o alimento para a organização básica do aparelho físico, enquanto a forma reduzida de Segismundo, como vigoroso modelo, atuará como ímã entre limalhas de ferro, dando forma consistente à sua futura manifestação no cenário da Crosta.” (p. 156).


CONTABILIDADE E DESTINO


“Há quem peça a provação da riqueza para desvencilhar-se de pesados grilhões nos círculos da economia terrestre e há quem rogue penúria, buscando aprender como se deve agir na fartura.

Há quem suplique doenças do corpo para valorizar a saúde e há quem solicite saúde para estender assistência aos enfermos dos quais se fez devedor.

Há quem exore mutilações e defeitos no campo físico para reconquistar a felicidade na vida imperecível e há quem advogue para si mesmo a concessão de harmonia corpórea para a realização de tarefas determinadas em benefício dos outros.

Há quem se proponha a receber um cérebro claro e forte para servir aos ignorantes e há quem peça um cérebro frustrado para restaurar-se, através da humildade e da dor, perante o próprio destino.

Se já te conscientizaste quanto à grandeza da Criação, confere os talentos e as inibições que te assinalam e por eles compreenderás de que tarefa mais alta a vida te incumbe no curto espaço da existência terrestre, porque facilidade ou obstáculo, ouro fácil e recurso difícil, raciocínio pronto e ideia tardia, são empréstimos da Providência Divina, com tempo exato para o acerto preciso em nosso próprio favor, diante das Leis de Deus.”

(Emmanuel, Nascer e renascer, 2. ed., p. 20-21).


JESUS: O Bom Pastor


“Eu sou o Bom Pastor, conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem a mim, assim como o Pai me conhece a mim e Eu conheço o Pai; e dou a minha vida pelas ovelhas.”
(João, 10:14-15)

REENCARNAÇÃO DE SEGISMUNDO FILME COMPLETO

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