AS ROSAS NÃO FALAM – Cartola

rosas
trabalho e lazer emmanuel

AS ROSA NÃO FALAM

 

As rosas não falam, simplesmente exalam o perfume que roubaram de ti…

__________Cartola

SUA AJUDA

Acorda e Ajuda

 

“Segue-me e deixa aos mortos o cuidado de enterrar os seus mortos.” Jesus (Mateus, 8:22)
Jesus não recomendou ao aprendiz deixasse .aos cadáveres o cuidado de enterrar os cadáveres, e sim conferisse “aos mortos o cuidado de enterrar os seus mortos.”
Há, em verdade, grande diferença.
O cadáver é carne sem vida, enquanto que um morto é alguém que se ausenta da vida.
Há muita gente que perambula nas sombras da morte sem morrer.
Trânsfugas da evolução, cerram-se entre as paredes da própria mente, cristalizados no egoísmo ou na vaidade, negando-se a partilhar a experiência comum.
Mergulham-se em sepulcros de ouro, de vício, de amargura e ilusão.
Se vitimados pela tentação da riqueza, moram em túmulos de cifrões se derrotados pelos hábitos perniciosos, encarceram-se em grades de sombra se prostrados pelo desalento, dormem no pranto da bancarrota moral, e, se atormentados pelas mentiras com que envolvem a si mesmos, residem sob as lápides, dificilmente permeáveis, dos enganos fatais.
Aprende a participar da luta coletiva.
Sai, cada dia, de ti mesmo, e busca sentir a dor ,do vizinho, a necessidade do próximo, as angústias de teu Irmão e ajuda quanto possas.
Não te galvanizes na esfera do próprio “eu”.
Desperta e vive com todos, por todos e para todos, porque ninguém respira tão-somente para si.
Em qualquer parte do Universo, somos usufrutuários do esforço e do sacrifício de milhões de existências.
Cedamos algo de nós mesmos, em favor dos outros, pelo muito que os outros fazem por nós.
Recordemos, desse modo, o ensinamento do Cristo.
Se encontrares algum cadáver, dá-lhe a bênção da sepultura, na relação das tuas obras de caridade mas, em se tratando da jornada espiritual, deixa sempre “aos mortos o cuidado de enterrar os seus mortos.”

 

XAVIER, Francisco Cândido. Fonte Viva. Pelo Espírito Emmanuel. FEB. Capítulo 143.

NÍVEIS SUPERIORES

Com Jesus

 

Seguindo com Jesus,
Nada temas. Trabalha.
Não te omitas. Ajuda.
Não te perturbes. Ama.
Não condenes. Ampara.
Não te ofendas. Esquece.
Não te queixes. Caminha.
Não depredes. Constrói.
Não critiques. Instrui.
Não pares. Serve sempre.
Se o mal te desafia.
Com Jesus, vencerás.

 

XAVIER, Francisco Cândido. Hora Certa. Pelo Espírito Emmanuel. GEEM

LAZER DIGNO

Com Regozijo

 

Sempre que sejas defrontado por intrincados problemas na senda que percorres, busca soluções na informação cristalina do Espiritismo, que te aclarará o entendimento, traçando diretrizes eficazes para dirimires quaisquer dificuldades.
Solicitado intempestivamente à dor, dirige-te ao ensinamento espírita, em cuja vitalidade defrontarás a segurança, a fim de porfiares desassombradamente sob qualquer constrição.
Surpreendido nos ideais pela chuva da incompreensão ou banido do labor edificante por pedradas contundentes, marcha na direção da fé espírita em cuja lição dulcificadora receberás o lenitivo do reconfôrto e a estabilidade da segurança para não desanimares, nem te excederes.
*
O homem que reencontrou a fé consoladora, através das lições dos imortais, vive em regozijo. Examina as atitudes pretéritas e estabelece normativas diretoras com olhos postos no futuro. Quando reconhece os próprios erros envida esforços para os não repetir e diàriamente faz um exame de atitudes de modo a melhorar-se sempre e incessantemente, bafejado pelo consôlo da vida espiritual, fonte geratriz da verdadeira felicidade.
E não obstante as dificuldades do caminhar entre os homens, destaca-se na comunidade pelas preciosas lições de renúncia a que se impõe e pelos salutares exercícios de abnegação a que se entrega, fazendo-se irmão de todos, sem a expressão malsinante do reproche enquanto ajuda, nem a falsa austeridade da censura enquanto serve.
Ninguém se pode atribuir a posição de ser inatacável, não lhe sendo facultado o direito de acusador impertinente ou contumaz ante a fragilidade do próximo a quem lhe compete ajudar e edificar, oferecendo a luz nova do Espiritismo revelador. Doa o esfôrço não como quem ajuda, mas em condição de quem se ajuda a si mesmo, pois que tôda edificação imortalista que o homem consegue, aplica-a na realização da própria paz, para a qual necessàriamente utiliza o material de sacrifício que o enobrece e liberta.
*
O regozijo de quem encontrou Jesus decorre da certeza inapelável de que a ilusão já lhe não é mais comensal e a realidade áspera não o atordoa, apresentando a contínua madrugada da esperança, conquanto a demorada noite dos resgates demorando-se em sombras.
– “Regozijai-vos!” – disse Jesus.
– “Regozijai-te, companheiro da ação enobrecida, na continuidade da luta em que forjas a tua liberdade intransferível e não te detenhas a arrolar as imperfeições alheias, nem as tuas próprias limitações.
Evita considerar-te desventurado porque o rio das tuas necessidades não trouxe a embarcação das surprêsas diante da qual poderias apresentar tesouros transitórios que a ficção aplaude e a realidade devora.
És filho de Deus, e nenhum título é maior do que este: o da filiação divina que te irmana a Ele, a Fonte Excelsa de onde procedes, o colo generoso no qual te encontras, o ar sublime de que te nutres!
E se alguém te humilha graças ao teu desvalor e se os óbices te obstruem o caminho por tua inépcia, ou se a tua pequenez não te permite agigantar-te quanto gostarias, regozija-te ainda mais uma vez, porque já encontraste o meio-dia da vida em plena meia-noite das tuas aflições.
Os que viram aquêle magote constituído por uma farândola de sofredores, gargalharam, zombeteiros, pôr estarem êles colocando na Terra os alicerces do Reino de Deus. Os que acompanharam a marcha dos pescadores simples que abandonaram as rêdes por escutarem aquela voz, chasquinaram e os perseguiram até ao cansaço, nunca porém lobrigaram extingui-los. E, todavia, foram êles os heróis da Era Melhor, continuando a ser os modelos que deves seguir em regozijo, como em regozijo o fizeram, seguindo as pegadas do Modêlo Divino, que se deixou crucificar em testemunho de amor por um mundo melhor.
*
“Mas não vos regozijeis em que os Espíritos se vos submetem, antes regozijai-VOS em que os vossos nomes estão escritos no céu”. Lucas: capítulo 10º, versículo 20.
*
“Naqueles outros (mundos venturosos) não há necessidade desses contrastes. A eterna luz, a eterna beleza e a eterna serenidade da alma proporcionam uma alegria eterna, livre de ser perturbada pelas angústias da vida material, nem pelo contacto dos maus, que lá não têm acesso”. Evangelho Segundo o Espiritismo – Capítulo 3º – Item 11.

 

FRANCO, Divaldo Pereira. Florações Evangélicas. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 11.

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A Lição da Bondade

 

Quando Jesus entrou vitoriosamente em Jerusalém, montado num burrico, eis que o povo, alvoroçado, vinha vê-lo e saudá-lo na praça pública.
Muitos supunham que o Mestre seria um dominador igual aos outros e bradavam:
– Glória ao Rei de Israel!…
– Abaixo os romanos!…
– Hosanas ao vencedor! …
– Viva o Filho de David!… Viva o Rei dos Judeus!…
E atapetavam a rua de flores.
Rosas e lírios, palmas coloridas e folhas aromáticas cobriam o chão por onde o Salvador deveria passar.
O Mestre, contudo, sobre o animalzinho cansado, parecia triste e pensativo. Talvez refletisse que a alegria ruidosa do povo não era o tipo de felicidade ele desejava. Queria que ver o povo contente, mas sem ódio e sem revolta, inspirado pelo bem que ajuda a conservação das bênçãos divinas.
O glorificado montador ia, assim, em silêncio, quando linda jovem se destacou da multidão, abeirou-se dele e lhe entregou uma braçada de rosas, exclamando:
– Senhor, ofereço-te estas flores para o Reino de Deus.
O Cristo fixou nela os olhos cheios de luz e indagou:
– Queres realmente servir ao Reino do Céu?
– Oh! sim… – disse a moça, feliz.
– Então – pediu-lhe o Mestre -, ajuda-me a proteger o burrico que me serve, trazendo-lhe um pouco de capim e água fresca.
A jovem atendeu prontamente e começou a compreender que, na edificação do Reino Divino, Jesus espera de nós, acima de tudo, a bondade sincera e fiel do coração.

 

XAVIER, Francisco Cândido. Pai Nosso. Pelo Espírito Meimei. FEB.

ouvir a verdade

Caridade

 

Nos caminhos claros da inteligência, muitas vezes as rosas da alegria incompleta produzem os espinhos da dor, mas, nas sendas luminosas da caridade, os espinhos da dor oferecem rosas de perfeita alegria.
Onde a mão da caridade não passou, no campo da vida, as pedras e a erva daninha alimentam o deserto; e, enquanto não atinge o cérebro, elevando-se do sentimento ao raciocínio, a ciência é simples cálculo que a maldade inclina à destruição.
*
indubitavelmente, a fé improvisa revolucionários, a instrução erige doutores, a técnica forma especialistas e a própria educação, venerável em seus fundamentos, burila gentilhomens para as manifestações do respeito recíproco e da solidariedade comum. Só a caridade, porém, edifica os apóstolos do bem que regeneram o mundo e lhe santificam os destinos.
*
A investigação e a cultura erguerão universidades e academias, onde o pensamento se entronize vitorioso; entretanto, somente a caridade possui as chaves do coração humano para fazer a vida melhor.
*
Cristãos abnegados da era nova, uni-vos sob o estandarte da divina virtude! Não convertais o tesouro do Céu em motivo para indagações ociosas quando, ao redor de vossos passos, se agita a multidão atormentada. Muitiplicai o pão da crença e do reconforto, à frente da turba aflita e esfaimada, porque o Senhor vos renovará os dons de auxiliar, toda vez que o cântaro de vosso esforço trouxer aos mananciais de cima o sublime sinal da caridade benfeitora. Estudai e meditai, monumentalizando as obras de benemerência pública e ensinando a verdade imperecível com que a Nova Revelação vos enriquece, mas não vos esqueçais de instalar no peito um coração fraterno e compadecido.
*
Instituições materiais primorosas, sem o selo íntimo da caridade, são frutos admiráveis sem sementes. Sem a compreensão, filha da piedade generosa e construtiva, nossa organização doutrinal seria um palácio em trevas.
*
Iluminemos a luta em torno, clareando a vida por dentro.
*
Aspiremos ao paraíso, cooperando para que o bem alcance toda a Terra.
*
Fora de Deus não há vida e fora da caridade, que é o Divino Amor, não há redenção.

 

Pelo Espírito Thereza
XAVIER, Francisco Cândido. Caridade. Espíritos Diversos. IDE.

palavra e ação meimei

Dá de Ti Mesmo

 

Declaraste não possuir dinheiro para auxiliar.
Acreditas que um pouco de papel ou um tanto de níquel te substituem o coração?
Esqueces-te, meu filho, de que podes sorrir para o doente e estender a mão ao necessitado?
A flor não traz consigo uma bolsa de ouro e entretanto espalha perfume no firmamento.
O céu não exibe chuvas de moedas, mas enche o mundo de luz.
Quanto pagas pelo ar fresco que, em bafejos amigos, te visita o quarto pela manhã?
O oxigênio cobra-te imposto?
Quanto te custa a ternura materna?
As aves cantam gratuitamente.
A fonte que te oferece o banho reconforta­dor não exige mensalidade.
A árvore abre-te os braços acolhedores, re­pletos de flor e fruto, sem pedir vintém.
A bênção divina, cada noite, conduz o teu pensamento a bendito repouso no sono e não fazes retribuição de espécie alguma. Habitual­mente sonhas, colhendo rosas em formoso jardim, junto de companheiros felizes; no entanto, ja­mais te lembraste de agradecer aos gênios espi­rituais que te proporcionam venturoso descanso.
A estrela brilha sem pagamento.
O Sol não espera salário.
Porque não aprenderes com a Natureza em torno?
Porque não te fazeres mais alegre, mais comunicativo, mais doce?
Tens a fisionomia seca e ensombrada por faltar-te dinheiro excessivo e reclamas recursos materiais para ser bom, quando a bondade não nasce dos cofres fortes.
Sê irmão de teu irmão, companheiro de teu companheiro, amigo de teu amigo.
Na ciência de amar, resplandece a sabedoria de dar.
Mostra um semblante sereno e otimista, aonde fores.
Estende os braços, alonga o coração, comu­nica-te com o próximo, através dos fios brilhan­tes da amizade fiel.
Que importa se alguém te não entende o gesto de amor?
Que seria de nós, meu filho, se a mão do Senhor se recolhesse a distância, por temer-nos a rudeza e a maldade?
Dá de ti mesmo, em toda parte.
Muito acima do dinheiro, pairam as tuas mãos amigas e fraternais.

 

XAVIER, Francisco Cândido. Alvorada Cristã. Pelo Espírito Neio Lúcio. FEB. Capítulo 30.

atende emmanuel

Redenção

 

Lembro-te, sábio amigo!… A cultura te afaga…
Falas em teus salões… Ouvintes às centenas…
Mas dos vasos de rosas e açucenas,
O perfume sutil em ondas se propaga…
Revejo-te a cautela, as mãos pequenas…
Ouço-te as preleções em que a fé se te apaga…
Noto homens cruéis, cujo porte me esmaga,
Que te compram, sorrindo, as jovens que envenenas.
Muda-te a morte o rumo… Estás entre os doentes,
Flagelam-te remorsos comburentes…
Suplicas o retorno à vida transitória…
Renasces… E a servir, no século que avança,
Plantas obras de amor e parques de esperança,
Voltando, hoje, ao Além, num carro de vitória!…

 

Pelo Espírito Epiphabio Leite
XAVIER, Francisco Cândido; BACCELLI, Carlos A.. Confia e Serve. Espíritos Diversos. IDE. (Soneto recebido pelo médium Francisco Cândido Xavier, em reunião pública do Grupo Espírita da Prece, na noite de 1 de outubro de 1988, em Uberaba, Minas.).

novo amanhecer meimei

Lembrança

 

À professora querida,
Que orienta nossa vida
Com tanta dedicação,
Traze sempre, meu filhinho,
As rosas de teu carinho
Na bênção da gratidão.

 

XAVIER, Francisco Cândido. Jardim de Infância. Pelo Espírito João de Deus. FEB. Capítulo 9.

liberdade de voar

Quando Ele chegou…

 

Aqueles eram dias tormentosos a estes semelhantes.
O monstro da guerra devorava as nações, que se transformavam em amontoados de cadáveres e pasto de devastação, enquanto a loucura do poder temporal escravizava as vidas nas malhas fortes da sua dominação impiedosa.
O ser humano valia menos do que uma animália, como ocorre hoje quando o denominam como excluído, tombando na exaustão da miséria.
Os vencedores alucinados exultavam nos cárceres internos que os enlouqueciam quando passeavam a sua hediondez nos carros do triunfo aureolados de folhas de mirto ou de loureiro.
O medo aparvalhava os já infelizes atirados ao deserto dos sentimentos indiferentes daqueles que os devoravam como abutres. A esperança vivia asfixiada no desprezo, sem oportunidade de expandir-se nos países submetidos,
Nada obstante, reinava um fio de expectativa em a noite de dores inenarráveis.
As agonias extremas abateram-se sobre Israel por longos séculos de horror e desespero.
Mas o fio de esperança era a expectativa da chegada do Messias, vingador e poderoso, como os algozes de então, anunciado pelos profetas antigos e descrito por Isaías, há quase setecentos anos…
Ele seria poderoso e arrancaria o jugo hediondo de sobre o seu povo, concedendo-lhe benesses e glórias.
Enquanto isso, predominava a opressão dos que tombaram sob as legiões voluptuosas do Império Romano desde a vitória de Pompeu e todos os males que dela advieram…
Um estrangeiro execrando, mais cruel do que o romano, dominava o país ultrajado e vergado pela vergonha do asmoneu insano, que beijava as mãos de César, adornava-as de ouro e púrpura arrancados do suor e do sangue do povo que submetia.
Os impostos roubavam o alento e o parco pão dos desvalidos, enquanto o desconforto cantava em toda parte a litania da miséria e da servidão.
Aumentava a mole dos desventurados que abarrotavam as cidades enquanto os campos ficavam ao abandono.
Tudo era escasso, especialmente o amor que fugira envergonhado dos corações, enquanto a compaixão e a misericórdia ocultaram-se dos espoliados e indigentes.
A ingênua alegria das massas fugira dos seus corações que passaram a homiziar o ressentimento e o crime, a degradação e as paixões vis, a serviço das intrigas intérminas e das lutas vergonhosas.
Os potentados, especialmente os fariseus, os saduceus e os cobradores de impostos, todos odiados também, detestavam-se uns aos outros, enquanto eram, por sua vez, desprezados…
A vil política de Jerusalém estendera-se por todo o território israelense e ninguém escapava à sua inclemente perseguição.
A própria Natureza, naqueles dias, sofria inclemência dos dias quentes e das noites mornas, sem a suave brisa cantante que carreava o perfume das rosas e das flores silvestres.
A fria Judeia era amada em razão do seu fabuloso Templo, ornado de ouro e de gemas preciosas, mas também odiada pela governança insensível que lhe aumentara o poder.
Os chacais que a administravam espoliavam a ignorância e as superstições do povo humilhado que ali buscava consolação.
*
Ele crescera no deserto e robustecera o caráter na aridez e ardência da região sem vida e sem beleza.
Mergulhara o pensamento no abismo das reflexões, por anos a fio, buscando entender o objetivo primordial da existência, Deus e Sua justiça, diferente de tudo aquilo que havia ouvido dos sacerdotes indignos.
As noites estreladas e frias refrescaram-lhe a alma que ardia em febre de expectativas pela chegada do Rei libertador de consciências e de sentimentos.
Ele sabia, sem saber como, que fora designado, mesmo antes do berço, de anunciar o Messias e, por essa razão, no momento próprio transferiu-se para o vau da Casa da Passagem, no rio Jordão, a fim de anunciá-lO.
A sua era uma voz tonitruante e o seu um aspecto chocante, mesmo para os padrões daqueles dias especiais. Os seus olhos brilhavam como lanternas acesas quando ele falava sobre o Ungido de Deus.
Afirmava que Ele já se encontrava entre todos e seguia desconhecido. Também asseverava que Ele viria fazer justiça, punir os réprobos morais, submeter os insubmissos, vingar-se do abandono a que fora relegado pelos tempos longos.
As multidões que se reuniam na praia fresca do rio fascinavam-se por temor, por necessidade de um Salvador.
Elucidava que Ele era tão grande, o Triunfador a quem servia, que não era digno sequer de amarrar os cordéis das Suas sandálias.
E batizava, lavando simbolicamente as misérias do homem comprometido, a fim de que ressurgisse o novo ser aureolado de bênçãos.
Não conhecia ainda o Messias, mas adivinhava-O.
Inesperadamente, em formosa manhã, no meio da multidão Ele surgiu, aproximou-se, e os seus olhos detiveram-se uns nos outros, então ele exclamou, tomado de lágrimas e sorriso: – Este é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo!
Como Ele era belo e manso, suave e meigo, discreto e amoroso!
Aquele Homem-sol curvou-se diante dele e disse-lhe: -Cumpre as profecias…
Estranho temor tomou-lhe todo o corpo austero e pensou como seria possível ao servo permanecer ereto enquanto o Rei se dobrava com sublime humildade.
Era seu primo e não O conhecia, era seu mentor e ele O serviria…
A partir daquele momento inolvidável, o seu verbo amaciou, a sua voz passou a cantar, a sua vida se modificou.
Antes de morrer, inquieto e expectante, enviou-Lhe dois discípulos, a fim de que tivesse a confirmação de ser Ele o Messias.
Desejava retornar à pátria em paz e segurança.
Na terrível noite da fortaleza de Macaeros ou Maqueronte, na Pereia, após o longo cativeiro de meses, a sua voz foi silenciada pela espada do sicário Herodes Antipas, por solicitação de Salomé, filha da sua mulher ambiciosa e atormentada…
*
Na madrugada espiritual que passou a vestir Israel de luz,o canto de amor começou a ecoar desde as praias do mar da Galileia até a tórrida Judeia, dos contrafortes dos montes Galaad, da cadeia de Golan até a longínqua região do Aravá, o vale que se estende além do Mar Morto, por toda parte.
As multidões que acorriam para vê-lO, para ouvi-lO, eram mais ou menos iguais às de hoje, ansiosas e sofredoras, inebriando-se com a melodia rica de beleza, de suavidade, de esperança.
As ráfagas ora brandas da alegria penetravam os casebres e os bordéis, as sinagogas e as ruas, diminuindo a aspereza do sofrimento.
Os corpos em decomposição refaziam-se ao delicado toque das Suas mãos, enquanto os olhos apagados recuperavam a clara luz da visão, os ouvidos moucos se abriam aos sons e a Natureza explodia em festa de perfume e de estesia.
Por onde Jesus passava nada permanecia como antes.
O Messias do amor chegara sem exércitos, sem clarins anunciadores, sem forças de impiedade e, por isso, não foi bem recebido pela ímpia Judeia, pelos iludidos do mentiroso poder temporal.
Seu incomparável canto ainda prossegue, há dois mil anos incessantes, convidando com invulgar ternura: – Vinde a mim e eu vos consolarei…
Incompreendido ainda hoje, submetido às nefárias paixões dos séculos, imposto a ferro e a fogo no passado, deixado ao abandono, jamais se apagou da memória da Humanidade que sempre O tem necessitado.
E hoje, como naqueles dias de turbulências e de incompreensões, de poder mentiroso e arrogância doentia, a Sua música prossegue e é ouvida somente por aqueles que silenciam o tormento, deleitando-se com o Seu convite e declaração graves: -É leve o meu fardo e suave o meu jugo. Vinde!
Ele veio como uma primavera de bênçãos para sempre e aguarda!

 

Divaldo Pereira Franco. Pelo Espírito Amélia Rodrigues. Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na reunião mediúnica de 31 de julho de 2013, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.

oceano do amor madre teresa

Ouvistes?

 

“Tenho-vos dito estas coisas, para que vos não escandalizeis.” – Jesus. (JOÃO, 16:1.)
Antes de retornar às Esferas Resplandecentes, o Mestre Divino não nos deixou ao desamparo, quanto às advertências no trabalho a lazer.
Quando o espírito amadurecido na compreensão da obra redentora se entrega ao campo de serviço evangélico, não prescinde das informações prévias do Senhor.
É indispensável ouvi-las para que se não escandalize no quadro das obrigações comuns.
Esclareceu-nos a palavra do Mestre que, enquanto perdurasse a dominação da ignorância no mundo, os legítimos cultivadores dos princípios da renovação espiritual, por Ele trazidos, não seriam observados com simpatia. Seriam perseguidos sem tréguas pelas forças da sombra. Compareceriam a tribunais condenatórios para se inteirarem das falsas acusações dos que se encontram ainda incapacitados de maior entendimento. Suportariam remoques de familiares, estranhos à iluminação interior. Sofreriam a expulsão dos templos organizados pela pragmática das seitas literalistas. Escutariam libelos gratuitos das inteligências votadas ao escárnio das verdades divinas. Viveriam ao modo de ovelhas pacificas entre lobos famulentos. Sustentariam guerra incessante contra o mal. Cairiam em ciladas torpes. Contemplariam o crescimento do joio ao lado do trigo. Identificariam o progresso efêmero dos ímpios. Carregariam consigo as marcas da cruz. Experimentariam a incompreensão de muitos. Sentiriam solidão nas horas graves. Veriam, de perto, a calúnia, a pedrada, a ingratidão…
O Mestre Divino, pois, não deixou os companheiros e continuadores desavisados.
Não oferecia a nenhum aprendiz, na Terra, a coroa de rosas sem espinhos. Prometeu-lhes luta edificante, trabalho educativo, situações retificadoras, ensejos de iluminação, através da grandeza do sacrifício que produz elevação e do espírito de serviço que estabelece luz e paz.
É importante, desse modo, para quantos amadureceram os raciocínios na luta terrestre, a viva recordação das advertências do Cristo, no setor da edificação evangélica, para que se não escandalizem nos testemunhos difíceis do plano individual.

 

XAVIER, Francisco Cândido. Vinha de Luz. Pelo Espírito Emmanuel. 14.ed. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1996. Capítulo 101.

bondade idioma

Convite à Renovação

 

Transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que proveis qual é a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” (Romanos: capítulo 12º, versículo 2.)
Ante os frequentes insucessos, que te deixam sulcos vigorosos, imperioso examinar em profundidade suas causas determinantes.
Os métodos arraigados decorrentes de hábitos prolongados promovem lamentáveis resultados.
Renovação é medida urgente face ao impositivo da revisão de conceitos e atitudes a que te aferras.
O processo da evolução estabelece medidas seguras para a atualização de postulados e promoção de serviços.
O cristão não se deve, pois, marginalizar, fixando-se em situações distantes das conquistas do conhecimento tecnológico.
Como renovação entenda-se acréscimo de cultura, desdobramento de atividades, metodologia escorreita e intercâmbio fraterno.
A aparência singela nem sempre reflete simplicidade, tanto quanto o aspecto soberbo não traduz obrigatoriamente orgulho vão.
As conquistas íntimas são bênçãos que armazenas a favor da própria iluminação. Para consegui-las, justo insistir na busca das diretrizes seguras em relação aos deveres superiores, mediante a penetração no cerne das convicções esposadas.
Renovação é, também, disposição para abandonar os conceitos ultrapassados, produzindo revolução íntima, a penoso esforço, a fim de se adaptarem as valiosas imformações da cultura hodierna, capazes de dinamizar os recursos em latência ou desdobrar os que se encontram em utilização, para lobrigar os salutares e elevados resultados.
Busca, dessa forma, a contribuição dos cooperadores do progresso e aplica-a nos teus misteres, renovando-te, do que decorrerá inusitado êxito nos teus labores.
A “transformação pela renovação da mente” -já asseverava Paulo – leva o homem a “provar qual é a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.”
Se os teus insucessos não decorrem dos impositivos cármicos a que te encontras subordinado, a renovação como terapêutica eficiente te ajudará a ascender e harmonizar os teus objetivos com o bem de todos sob a concessão do Excelso Bem.

 

FRANCO, Divaldo Pereira. Convites da Vida. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 49.

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