Fazer o bem sem olhar a quem.
VIVER EM FAMÍLIA
De todos os institutos sociais existentes na Terra, a família é o mais importante, do ponto de vista dos alicerces morais que
regem a vida.
Emmanuel*
Caros Leitores:
A palavra família reaviva em nós as sensações de segurança e aconchego, tal a importância do grupo familiar como estrutura
capaz de nos sustentar nas lutas da vida.
O momento atual, conturbado pela inversão de valores no campo moral, requer mais atenção à preservação da harmonia
familiar, valioso antídoto à instalação do desequilíbrio no organismo social.
O lar terreno, na visão espírita, representa oportunidade de aprendizado e prática das leis divinas, propiciando o encontro de Espíritos amigos de outras existências, assim *(Vida e Sexo, psicografia de Francisco C. Xavier, cap. 17, 21. ed. FEB.) também o devido reajuste com os desafetos de existências passadas.
Como construir e manter a tão sonhada paz no lar? De que maneira superar os atritos e desavenças no âmbito familiar? Será possível encontrar no lar o suporte necessário à superação das aflições cotidianas?
Os textos doutrinários que se seguem, escolhidos com toda a atenção e desvelo, nos lembram atitudes nobres: renúncia, perdão, dedicação, respeito, assim como a análise de nosso comportamento no lar do qual fazemos parte.
Participe desta Campanha, afinal, o melhor é viver em família.
Enfoque da
Codificação Espírita
Questão 774. (…) Os laços sociais são necessários ao progresso e os de família mais apertados tornam os primeiros. Eis por que os segundos constituem uma lei da Natureza. Quis Deus que, por essa forma, os homens aprendessem a amar-se como
irmãos.
Questão 775. Qual seria, para a sociedade, o resultado do relaxamento dos laços de família?
Uma recrudescência do egoísmo.
(O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, 1. ed. especial,
FEB.)
a) Honrai a vosso pai e a vossa mãe, a fim de viverdes longo tempo na terra que o Senhor vosso Deus vos dará.
(Decálogo: Êxodo, 20:12.) Cap. XIV
item 2.
b) (…) Quem é minha mãe e quem são meus irmãos? (…) todo aquele que faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha
irmã e minha mãe. (Cap. XIV item 5.)
c) Os laços do sangue não criam forçosamente os liames entres os Espíritos.
O corpo procede do corpo, mas o Espírito não procede do Espírito (…). (Cap. XIV item 8.)
d) (…) Não é o pai quem cria o Espírito de seu filho; ele mais não faz do que lhe fornecer o invólucro corpóreo, cumprindo-lhe,
no entanto, auxiliar o desenvolvimento intelectual e moral do filho, para fazê-lo progredir. (…) (Cap. XIV item 8.)
e) (…) Não são os da consanguinidade os verdadeiros laços de família e sim os da simpatia e da comunhão de idéias, os quais prendem os Espíritos antes, durante e depois de suas encarnações. (…) (Cap. XIV item 8.)
f) Há, pois, duas espécies de famílias: as famílias pelos laços espirituais e as famílias pelos laços corporais.
Duráveis, as primeiras se fortalecem pela purificação e se perpetuam no mundo dos Espíritos, através das várias migrações da alma; (…) (Cap. XIV item 8.)
g) Deus não dá prova superior às forças daquele que a pede; só permite as que podem ser cumpridas. Se tal não sucede,
não é que falte possibilidade: falta a vontade.
(…) As provas rudes, (…) são quase sempre indício de um fim de sofrimento e de um aperfeiçoamento do Espírito, quando aceitas
com o pensamento em Deus. (…) .
(Cap. XIV item 9.)
h) Mas, na união dos sexos, a par da lei divina material, comum a todos os seres vivos, há outra lei divina, imutável como todas as leis de Deus, exclusivamente moral:
a lei de amor. Quis Deus que os seres se unissem não só pelos laços da carne, mas também pelos da alma, a fim de que a afeição mútua dos esposos se lhes transmitisse aos filhos e que fossem dois, e não um somente, a amá-los, a cuidar deles e a fazê-los progredir. (…) (Cap. XXII item 3.)
i) Será então supérflua a lei civil e dever-se-á volver aos casamentos segundo a Natureza? Não, decerto. A lei civil tem por fim regular as relações sociais e os interesses das famílias, de acordo com as exigências da civilização: por isso, é útil, necessária, mas variável. (…) (Cap. XXII item 4.)
j) O divórcio é lei humana que tem por objeto separar legalmente o que já, de fato, está separado. (…) (Cap. XXII
item 5.)
(O Evangelho segundo o Espiritismo, Allan
Kardec, 1. ed. especial, FEB.)
Em família
Aprendam primeiro a exercer piedade para com a sua própria família e a recompensar seus pais, porque isto é bom e agradável diante de Deus. Paulo.
(I Timóteo, 5:4.)
A luta em família é problema fundamental da redenção do homem na Terra.
Como seremos benfeitores de cem ou mil pessoas, se ainda não aprendemos a servir cinco ou dez criaturas? Esta é indagação lógica que se estende a todos os discípulos sinceros do Cristianismo.
Bom pregador e mau servidor são dois títulos que se não coadunam.
O apóstolo aconselha o exercício da piedade no centro das atividades domésticas, entretanto, não alude à piedade que chora sem coragem ante os enigmas aflitivos, mas àquela que conhece as zonas nevrálgicas da casa e se esforça por eliminá-las, aguardando a decisão divina a seu tempo.
Conhecemos numerosos irmãos que se sentem sozinhos, espiritualmente, entre os que se lhes agregaram ao círculo pessoal, através dos laços consanguíneos, entregando-se,
por isso, a lamentável desânimo.
É imprescindível, contudo, examinar a transitoriedade das ligações corpóreas, ponderando que não existem uniões casuais
no lar terreno. Preponderam aí, por enquanto, as provas salvadoras ou regenerativas.
Ninguém despreze, portanto, esse campo sagrado de serviço por mais se sinta acabrunhado na incompreensão. Constituiria
falta grave esquecer-lhe as infinitas possibilidades de trabalho iluminativo.
É impossível auxiliar o mundo, quando ainda não conseguimos ser úteis nem mesmo a uma casa pequena aquela em que a Vontade do Pai nos situou, a título precário.
Antes da grande projeção pessoal na obra coletiva, aprenda o discípulo a cooperar, em favor dos familiares, no dia de hoje,
convicto de que semelhante esforço representa realização essencial.
EMMANUEL
(Pão Nosso, psicografia de Francisco C. Xavier,
cap. 117, 1. ed. especial, FEB.)
Instituto da família
Os estabelecimentos de ensino, propriamente do mundo, podem instruir, mas só o instituto da família pode educar. É por essa
razão que a universidade poderá fazer o cidadão, mas somente o lar pode edificar o homem.
(O Consolador.)
…
As escolas instrutivas do planeta poderão renovar sempre os seus métodos pedagógicos, com esses ou aqueles processos novos, de conformidade com a psicologia infantil, mas a escola educativa do lar só possui uma fonte de renovação que é o Evangelho, e um só modelo do mestre, que é a personalidade
excelsa do Cristo. (O Consolador.)
…
O homem e a mulher, no instituto conjugal, são como o cérebro e o coração do organismo doméstico. (O Consolador.)
…
A tarefa doméstica nunca será uma válvula para gozos improdutivos, porque constitui trabalho e cooperação com Deus.
O homem ou a mulher que desejam ao mesmo tempo ser pais e gozadores da vida terrestre, estão cegos e terminarão seus loucos esforços, espiritualmente falando, na vala comum da inutilidade. (Caminho, Verdade e Vida.)
…
O homem e a mulher surgem no mundo com tarefas específicas que se integram, contudo, num trabalho essencialmente uno,
dentro do plano da evolução universal. No capítulo das experiências inferiores, um não cai sem o outro, porque a ambos foi concedido igual ensejo de santificar. (Pão Nosso.)
…
A família consaguínea, entre os homens, pode ser apreciada como o centro essencial de nossos reflexos. Reflexos agradáveis ou desagradáveis que o pretérito nos devolve. (Pensamento e Vida.)
EMMANUEL
(Palavras de Emmanuel, psicografia de Francisco
C. Xavier, cap. 27, 7. ed. FEB.)
Educação no lar
Vós fazeis o que também vistes junto de vosso pai. Jesus.
(João, 8:38.)
Preconiza-se na atualidade do mundo uma educação pela liberdade plena dos instintos do homem, olvidando-se, pouco a
pouco, os antigos ensinamentos quanto à formação do caráter no lar; a coletividade, porém, cedo ou tarde, será compelida a reajustar seus propósitos.
Os pais humanos têm de ser os primeiros mentores da criatura. De sua missão amorosa, decorre a organização do ambiente
justo. Meios corrompidos significam maus pais entre os que, a peso de longos sacrifícios, conseguem manter, na invigilância
coletiva, a segurança possível contra a desordem ameaçadora.
A tarefa doméstica nunca será uma válvula para gozos improdutivos, porque constitui trabalho e cooperação com Deus.
O homem ou a mulher que desejam ao mesmo tempo ser pais e gozadores da vida terrestre, estão cegos e terminarão seus loucos esforços, espiritualmente falando, na vala comum da inutilidade.
Debalde se improvisarão sociólogos para substituir a educação no lar por sucedâneos abstrusos que envenenam a alma. Só um espírito que haja compreendido a paternidade de Deus, acima de tudo, consegue escapar à lei pela qual os filhos sempre imitarão
os pais, ainda quando estes sejam perversos.
Ouçamos a palavra do Cristo e, se tendes filhos na Terra, guardai a declaração do Mestre, como advertência.
EMMANUEL
(Caminho, Verdade e Vida, psicografia de
Francisco C. Xavier, cap. 12, 1. ed. especial, FEB.)
Parentela
E disse-lhe: Sai de tua terra e dentre a tua parentela e dirige-te à terra que eu te mostrar.
(Atos, 7:3.)
Nos círculos da fé, vários candidatos à posição de discípulos de Jesus queixam-se da sistemática oposição dos parentes, com
respeito aos princípios que esposaram para as aquisições de ordem religiosa.
Nem sempre os laços de sangue reúnem as almas essencialmente afins.
Freqüentemente, pelas imposições da consanguinidade, grandes inimigos são obrigados ao abraço diuturno, sob o mesmo teto.
É razoável sugerir-se uma divisão entre os conceitos de família e parentela .
O primeiro constituiria o símbolo dos laços eternos do amor, o segundo significaria o cadinho de lutas, por vezes acerbas, em que devemos diluir as imperfeições dos sentimentos, fundindo-os na liga divina do amor para a eternidade. A família não seria a parentela, mas a parentela converter-se-ia, mais tarde, nas santas expressões da família.
Recordamos tais conceitos, a fim de acordar a vigilância dos companheiros menos avisados.
A caminho de Jesus, será útil abandonar a esfera de maledicências e incompreensões da parentela e pautar os atos na execução do dever mais sublime, sem esmorecer na exemplificação, porquanto, assim, o aprendiz fiel estará exortando-a, sem palavras, a participar dos direitos da
família maior, que é a de Jesus-Cristo.
EMMANUEL
(Caminho, Verdade e Vida, psicografia de
Francisco C. Xavier, cap. 62, 1. ed. especial, FEB.)
No lar
Começar na intimidade do templo doméstico a exemplificação dos princípios que esposa, com sinceridade e firmeza, uniformizando o próprio procedimento, dentro e
fora dele.
Fé espírita no clima da família, fonte do Espiritismo no campo social.
…
Calar todo impulso de cólera ou violência, amoldando-se ao Evangelho de modo a estabelecer a harmonia em si mesmo perante os outros.
A humildade constrói para a Vida Eterna.
…
Proporcionar às crianças os fundamentos de uma educação sólida e bem orientada, sem infundir-lhes medo ou fantasias, começando por dar-lhes nomes simples e naturais, evitando a pompa dos nomes famosos, suscetíveis de lhes criar embaraços futuros.
O lar é a escola primeira.
…
Sempre que possível, converter o santuário familiar em dispensário de socorro aos menos felizes, pela aplicação daquilo que seja menos necessário à mantença doméstica.
A Seara do Cristo não tem fronteiras.
…
Se está sozinho com a sua fé, no recesso do próprio lar, deve o espírita atender fielmente ao testemunho de amor que lhe cabe,
lembrando-se de que responderá, em qualquer tempo, pelos princípios que abraça.
A ribalta humana situa-nos sempre no papel que devamos desempenhar.
…
Ao menos uma vez por semana, formar o culto o Evangelho com todos aqueles que lhe co-participam da fé, estudando a verdade
e irradiando o bem, através de preces e comentários em torno da experiência diária à luz dos postulados espíritas.
Quem cultiva o Evangelho em casa, faz da própria casa um templo do Cristo.
…
Evitar o luxo supérfluo nos aposentos, objetos e costumes, imprimindo em tudo características de naturalidade, desde os hábitos mais singelos até os pormenores arquitetônicos da própria moradia.
Não há verdadeiro clima espírita cristão, sem a presença da simplicidade conosco.
Aprendam primeiro a exercer piedade para com a sua própria família e a recompensar seus pais, porque isto é bom e agradável
diante de Deus. Paulo.
(I Timóteo, 5:4.)
ANDRÉ LUIZ
(Conduta Espírita, psicografias de Francisco C.
Xavier e Waldo Vieira, cap. 5, 28. ed. FEB.)
Maternidade
Cap. XIV Item I
Vemos em cada manifestação da Vida determinada meta de desenvolvimento, qual anseio do próprio Deus a concretizar-se.
Na Criação, o clímax da grandeza.
Na caridade, o vértice da virtude.
Na paz, a culminância da luta.
No êxito, a exaltação do ideal.
Nos filhos, a essência do amor.
No lar, a glória da união.
De igual modo, a maternidade é a plenitude do coração feminino que norteia o progresso.
Concepção, gravidez, parto e devoção afetiva representam estações difíceis e belas de um ministério sempre divino.
Láurea celeste na mulher de todas as condições, define o inderrogável recurso à existência humana, reclamando paciência e carinho, renúncia e entendimento.
Maternidade esperada.
Maternidade imprevista.
Maternidade aceita.
Maternidade hostilizada.
Maternidade socorrida.
Maternidade desamparada.
Misto de júbilo e sofrimento, missão e prova, maternidade, em qualquer parte, traduz intercâmbio de amor incomensurável,
em que desponta, sublime e sempre novo, o ensejo de burilamento das almas na ascensão dos destinos.
Principais responsáveis por semelhante concessão da Bondade Infinita, as mães guardam as chaves de controle do mundo.
Mães de sábios…
Mães de idiotas…
Mães felizes…
Mães desditosas…
Mães jovens…
Mães experientes…
Mães sadias…
Mães enfermas…
Ao filtro do amor que lhes verte do
seio, deve o Plano Terrestre o despovoamento
dos círculos inferiores da Vida Espiritual,
para que o Reino de Deus se erga entre as
criaturas.
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