SOFRIMENTOS HUMANOS:
ORIGEM E CAUSAS
OBJETIVOS EXPLICAR O QUE CARACTERIZA A AFLIÇÃO.
Todo espírita compreende que: a dor e o sofrimento são temporários, e que podem ser curados pela mudança de hábitos, ações e atitudes com a moral elevada, para sua própria evolução física, perispiritual e espiritual. (Vera Jacubowski)
ALGUNS COMENTÁRIOS SOBRE O SOFRIMENTO
“Os sofrimentos devidos a causas anteriores à existência presente, como os que se originam de culpas atuais, são muitas vezes a conseqüência da falta cometida, isto é, o homem, pela ação de uma rigorosa justiça distributiva, sofre o que fez sofrer aos outros.”
(O Evangelho Segundo o Espiritismo – Cap.V, item 7)
Certa vez, em uma roda de amigos, alguém me dirigiu uma pergunta que refletiu o nível de desinformação que as pessoas têm com relação ao Espiritismo e seus postulados.
A questão colocada foi: Por que os espíritas gostam de sofrer?
A explicação que o amigo deu para esta pergunta, foi de que o Espiritismo mostra o sofrimento como sendo o caminho para a felicidade…E portanto, os espíritas escolhem sofrer para ganharem os céus.
Respondi que gostar de sofrer, é desvio de conduta e merece um rigoroso tratamento psiquiátrico, nenhum espírita consciente tem essa perspectiva de felicidade.
Não é o prazer pelo sofrimento que move as nossas expectativas de uma vida venturosa, e sim, entender as nossas dores, infortúnios e, dessa forma, passar pelas dificuldades sabendo, racionalmente, que estamos nos ajustando com a perfeita e irrevogável Lei de Deus.
Quando nos falta a lógica de uma explicação, podemos entender as coisas de acordo com o impacto que elas nos causam e portanto, quem não perceber a dor como um recurso de correção, vai se conflitar com sua natureza.
Todos nós que vivemos neste planeta de expiações e provas, trazemos necessidades de acertos com a Lei, carecemos de muita coragem para não renunciarmos, para não falirmos em relação ao progresso espiritual.
Muitas vezes, encontramos amigos que, na aflição de seus pensamentos desordenados, revoltam-se ao ver que indivíduos criminosos passam impunes pela vida, enquanto outros, com ótimo caráter, passam por inflexíveis provas, dolorosas, muito dolorosas.
Há um ditado, pleno da sabedoria popular, que diz: “Deus dá o frio, conforme o cobertor…” e nessa figura, vamos encontrar as respostas.
Imaginemos uma pessoa que possua débitos com a Lei de Causa e Efeito e precisa resgatá-los, o Espiritismo nos ensina que, por sermos responsáveis por nossos atos, nossos erros são irrevogavelmente ajustados e esse ajuste virá, mais cedo ou mais tarde.
A questão é que a sabedoria divina considera que qualquer ajuste, só é válido quando o individuo tem capacidade espiritual para entender o que se passa com ele, daí a falsa noção de que os bons sofrem e os maus saem ilesos.
Olhando pelo prisma da reencarnação, vamos observar que o Espírito em débito vai progredindo, melhorando sua percepção da vida e seus valores, até que, ao entender isso, começará a perceber as cobranças, as dificuldades, as provas que avaliam o quanto está atento, o que pode aceitar e, principalmente, o que está fazendo para melhorar.
Muitos não suportam, nem todos aceitam, mesmo sendo espíritas e sabendo que a dor tem suas razões…
Desistir no meio do caminho, não é raro e, nesse caso, pacientemente, os Espíritos amigos ficam aguardando o dia, no tempo e no espaço, em que, com novos recursos morais, o desafio possa ser vencido.
Essa é a essência do que os outros chamam de sofrimento e nós, espíritas, chamamos de oportunidade de resgate.
Dor e Sofrimento – Palestra
Precisamos entender primeiramente que dor é algo bastante particular a cada ser e não nos cabe julgamento sobre o tamanho do sofrimento de cada um.
Existem dois tipos de dores: – a dor física e a dor moral
Dor física – é uma resposta do corpo físico ao mau uso que fizemos de nosso envoltório material que nos serve muitas vezes como alerta. Ex.: Certa ocasião uma senhora nos contava que estava envolvida na pratica de esportes e, embora já tivesse 70 anos, como sentia-se bem resolveu treinar corrida todos os dias de manhã, de tarde e de noite…não sentia o peso da idade. Ocorreu que após um ano desta nossa conversa soubemos que ela havia adquirido um bico de papagaio que a impossibilitava de levantar da cama (…) Vejam aí o abuso e a incoerência do ser. Certamente todos nós temos um caso parecido para contar.
Dor Moral – é aquela que o próprio ser angaria em virtude de seus equívocos e tem como finalidade evoluir o homem, lapidar seus sentimentos e purificar sua alma.
Qual a dor maior?
Quando questionados sobre dor os Espíritos superiores nos afirmaram que a Dor Moral é certamente maior porque enquanto o indivíduo não aprender a lição que ela deverá trazer esta dor perdurará.
Buda nos afirma que a dor faz parte da vida, mas que a própria vida ensinará o caminho para deixarmos de sofrer. Um pensamento muito parecido com a D.E.
Lembrando que a D.E. nos aponta que a dor deverá sempre nos servir de educação/aprendizado e nunca de punição.
Ex.: Seres que se auto flagelam em busca de iluminação estão completamente equivocados, pois Deus não quer que nós criemos dores para nós.
Deus Pai maior
Deus é nosso pai maior e como todo pai quer que seu filho progrida, cresça, alavanque sua vida sempre com ideais enobrecedores e jamais nos proporcionaria dores para que sofrêssemos sem necessidade.
Remédio amargo: Um exemplo bem clássico é aquele pai que ao ver seu filho doente é obrigado a ministrar-lhe um remédio ruim, mas sabe que este recobrará sua saúde.
Assim Deus é para conosco. Todo e qualquer sofrimento nos servirá sempre de escada para sendas de nosso progresso moral.
Ex.: No livro “Nos bastidores da obsessão” – Hermínio de Miranda conta um caso de um senhor, pai de uma família grande, viciado em jogo certa ocasião fora apunhalado por um colega de jogo por chamá-lo de ladrão e jurou vingança – pretendia ceifar a vida de seu antagonista. Ainda acamado foi interferir em uma briga caseira causada por uma de suas filhas e o corte abrirá novamente agravando-lhe o mal e obrigando-o a permanecer na cama por muitos outros dias. O Caso é que durante toda sua recuperação a filha, causa do acréscimo de sua dor, resolveu ler o E.S.E. todos os dias para reconfortá-lo. Passado muitos meses, quando no julgamento do homem que lhe havia apunhalado as costas ele própria falará ao Delegado para absorver o homem dizendo que ele era o responsável, pois havia ofendido verbalmente o rapaz. Vejam que mudança de pensamentos e o quanto esta dor fora útil ao homem. Esta história nos trás muitas reflexões.
Mundo de Provas e Expiações
Qual a diferença entre expiação e prova?
Expiação: é o resgate imposto pela Justiça Divina a espíritos recalcitrantes. Prova: é o resgate escolhido por espíritos conscientes de seus débitos e necessidades.
Como identificar o espírito em expiação? Geralmente é o indivíduo que não aceita seus sofrimentos, as situações difíceis que enfrenta, rebelando-se. Atravessa a existência a reclamar do peso de sua cruz.
E o espírito em provação?Podemos identificá-lo como aquele indivíduo que enfrenta as atribulações da existência de forma equilibrada, aceitando-as sem murmúrios.
Como um aluno que se submete a exame, tenta fazer o melhor, habilitando-se a estágio superior.
É sempre assim?
Nada é definitivo no comportamento humano, já que exercitamos o livre-arbítrio. Um espírito em provação, que fez louváveis planos para a vida presente, pode refugar o que planejou. Da mesma forma, um espírito em expiação pode experimentar um despertamento da consciência, dispondo-se a enfrentar suas dores com dignidade, buscando o melhor.
Miséria é expiação?