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A DOUTRINA ESPIRITA É A ESCOLA PARA TODAS AS ALMAS

A DOUTRINA ESPIRITA, É A ESCOLA PARA TODAS AS ALMAS!

“A Doutrina codificada por Allan Kardec é escola para todas as almas, de modo a instruí-las, preparando-as para a volta ao lar espiritual.
Quanto tempo ganharemos com essa instrução? Sabemos que muito tempo.
Dependendo, da vontade e da dedicação de cada um, em conhecer a verdade que liberta!
Se algum dia surgirem em nossa mente pensamentos negativos, não precisamos nos preocupar com esse fenômeno. Isso é natural no ser humano.
Procuremos corrigi-los sem culpar os outros pela infestação desse mal criado por nós mesmos.
Comecemos a corrigir, que todo trabalho de iluminação tem o apoio de Deus, e as mãos invisíveis nos ajudam de todas as formas.
Demos campo fértil às boas lembranças do passado, sufocando as más logo que surjam.
Todos os grandes místicos passaram por esses processos de limpeza. Vejamos as palavras de Paulo: – “O que quero, não faço; e o que não quero, isso eu faço”. (Paulo aos Romanos, 7:15) Eram pensamentos do passado que brotavam em sua mente vigorosa, induzindo-o ao mal, às contradições.
Mas ele lutou e venceu a si mesmo, acendendo a luz no coração e instalando a harmonia na consciência”
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Comece conhecendo a ti mesmo, para poder compreender aos poucos a suas metas para percorrer estrada evolutiva, com mais segurança, usando a razão!
Sedes puros, mas não tenhas pressa, pois não se pode chegar no degrau superior de uma escada, sem antes escalar os degraus inferiores!
Não se culpe tanto por suas falhas, apenas se vigie mais e medite orando sempre!
Se dê oportunidades de se aceitar, amando mais a ti mesmo, como filho amado e criado a imagem de DEUS, e assim será feliz e fará os que estão a tua volta felizes também!
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Gratidão a DEUS!
Gratidão a JESUS!
Gratidão a todos vocês irmãos amados!!
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Meu eterno abraços fraternos a todos vocês!
Gratidão aos mentores amigos por esta mensagem!
Egidio Paulo Garrossini
Casa Espirita Guilherme Prado!

𝗠𝗘𝗡𝗦𝗔𝗚𝗘𝗠 𝗗𝗘 𝗠𝗔𝗥𝗜𝗔 𝗝𝗢Ã𝗢 𝗗𝗘 𝗗𝗘𝗨𝗦.

Elevo meu sincero voto à Mãe Excelsa de Jesus para todos vossos corações experimentem o orvalho de seu amor desvelado e constante.
Nós, hoje, estudamos o Evangelho com lágrimas, no labor de nossa tenda humilde.
Nossas lágrimas, contudo, não são as do mundo, que varrem as almas,
como tempestades de fogo, no torvelinho das paixões.
Foram para o nosso espírito a chuva benéfica que fecunda a terra dos sentimentos.
Sentimentos à união das esperanças em torno do Mestre Divino e recordamos a Sua infinita misericórdia.
É o nosso regresso ao Seu aprisco de amor inesgotável; é a ânsia de integração na substância de Sua exemplificação imortal.
A igreja doméstica erige-se novamente no íntimo santuário dos nossos corações.
As mulheres modernas, nossas pobres irmãs em humanidade, costumam
perder-se na imitação falsa dos labores que Deus destinou aos homens, na constituição de seus deveres sagrados.
Em todos os lugares, há um apelo criminoso e uma sugestão infeliz para que o coração feminino perca as suas características de ternura.
Em toda a parte, falsas
ideologias concitam a mulher a realizações desesperadas.
Generaliza-se o esquecimento de que à elas foi confiada a missão da vida, que, muitas vezes se executa em silêncio, como o trabalho do Todo-Poderoso, que todas as criaturas parecem ignorar.
Todas as edificações grandiosas do mundo pertencem a Deus e, apesar disso, somente os nomes transitórios de homens falíveis surgem, na publicidade de cada dia, quando todas as boas dádivas representam uma real dispensão dos céus.
Em todos os tempos os homens fizeram as batalhas, destruindo os caminhos da vida, destruindo instituições ou intoxicando patrimônios, porém, a mulher, na excelsitude de sua tarefa, foi sempre a jardineira de Jesus, plantando as flores da vida sobre as devastações dos movimentos destruidores, como a primavera que enfeita de rosas uma casa desprezada, em dolosas ruínas…
Irmãs muito amigas, nos espaços mais próximos da Terra, também existem colégios de preparação e de amor das almas femininas para revelação permanente
das glórias de Deus.
Procuremos saturar o coração da prece e da vigilância Daquela que, em Nazaré, soube esperar os desígnios santos do Céu a Seu respeito.
Seu manto constelado de toda as virtudes se abre generosamente para nós como um pálio divino.
Saibamos compreendê-la, desde a Manjedoura até o Calvário.
Seu exemplo é a luz de todos os séculos para a missionária do Cristo no seu esforço de redenção.
Transformemos o lar no templo de cada hora, onde a fé seja um ensino de todos os instantes, a dor um motivo de resgate venturoso, a esperança uma aurora perene e o amor uma fonte daquela Água viva que dessedenta toda sede do coração.
Que outras criaturas frágeis e pobres se façam ao mar revolto das ilusões e das amarguras que lhe são consequentes, que outras desfraldem bandeiras novas
na estrada das experimentações inconvenientes e tristes!…
Fiquemos nós com Jesus, colocando bem alto o Seu exemplo e o Seu amor.
Esta é a pobre lembrança de vossa irmã e serva muito humilde.
Espírito: “Maria João de Deus”
Livro: Tempo e Amor.
Espíritos Diversos.
Médiuns: Francisco Cândido Xavier/Clovis Tavares.

PROTEÇÃO DE DEUS

Página de Chico Xavier ditada pelo Espírito Emmanuel. Livro: Rumo Certo. Lição nº 60. Página 209.
Clamamos pela proteção de Deus, mas, não raro, admitimos que semelhante cobertura unicamente aparece nos dias de caminho claro e céu azul.
O Amparo Divino, porém, nos envolve e rodeia, em todos os climas da existência.
Urge reconhecê-los nos lances mais adversos.
Às vezes, o auxílio do Todo Misericordioso tão-somente se exprime através das doenças de longo curso ou das dificuldades materiais de extensa duração, preservando nos contra quedas espirituais em viciação ou loucura. Noutros ângulos da experiência, manifesta-se pela cassação de certas oportunidades de serviço ou pela supressão de regalias determinadas que estejam funcionando para nós à feição de corredores para a morte prematura.
Proteção de Deus, por isso mesmo, é também o sonho que não se realiza, a esperança adiada, o ideal insatisfeito, a prova repentina ou o transe aflitivo que nos colhe de assalto. Encontra-se no amor de nossos companheiros, na assistência de benfeitores abnegados, na dedicação dos amigos ou no carinho dos familiares, mas igualmente na crítica dos adversários, no tempo de solidão, na separação dos entes queridos ou nos dias cinzentos de angústia em que nuvens de lágrimas se nos represam nos olhos.

Isso ocorre porque a vida é aprimoramento incessante, até o dia da perfeição, e todos nós com frequência necessitamos do martelo do sofrimento e do esmeril do obstáculo para que se nos despoje o espírito dos envoltórios inferiores.
Pensa nisso e toda vez que te sacrifiques ou lutes, de consciência tranquila, ou toda vez que te aflijas e chores, sem a sombra da culpa, regozija-te e espera o melhor, porque a dor, tanto quanto a alegria, são recursos da Proteção de Deus, impulsionando-te o coração para a luz das Bênçãos Eternas.

ACALMA-TE

Acalma-te, coração. A paz no teu espírito vai se encarregar de te mostrar o caminho a seguir Coração… por que bates tão acelerado?
Por que tamanha aflição tomando conta do teu ser? Por que exiges dos teus olhos as lágrimas de auto-piedade que não podem te fazer bem algum?
Por que te deixas levar por essa ira que quer corromper teu espírito bondoso?
Acalma-te…
Sabes bem, o que fizeram os outros é plantação cuja colheita não te corresponde.
Segue teu caminho, na certeza de que Jesus caminha contigo, lembrando sempre da máxima:

Ajuda-te, e o céu te ajudará…
Que benesses esperas receber do alto, se te deixas tomar por tais sentimentos inferiores? Acalma-te, portanto, coração.
A paz no teu espírito vai se encarregar de te mostrar o caminho a seguir.

Consciência Espírita

Trabalhe, cultive bons amigos.
Ame o trabalho e cuide dos amigos.
Uma vida feliz requer trabalho, pede participação ativa e construtiva.
Carmi Wildner

APRENDIZADO

“Certa vez, Jesus chegou à casa de Pedro e o encontrou deitado com dor de dente.
– Estás doente, irmão?
– Sim, Mestre, hoje não posso acompanhar-Te, sinto-me tão necessitado e como socorrer os outros, quando sofro tanto?
Sentando-Se ao lado da cama de Pedro, o Mestre segurou-lhe a mão, olhando-o com piedade. Pedro, meio envergonhado, indagou-Lhe:
– Onde pretendes ir hoje, Senhor?
– À casa de Ester. Ela vem lutando com o marido e a filha, fracos do juízo, só a irmã trabalha, os doentes vivem deitados; coitadinhos, eles não sabem o que fazem. Nada mais triste do que não se ter a mente sã para ajudar os que precisam.
Despediu-Se de Pedro e saiu. Quando Jesus já ia longe, escutou alguém a chamá-Lo:
– Senhor, espera-me!
Parando, Jesus perguntou ao apóstolo:
– E a tua dor de dente?
– Senhor, perdoa-me. Se desejo seguir-Te, não posso achar que o meu mal seja maior que o dos meus irmãos, porque assim ficarei deitado. Já que todos nós, na Terra, sofremos dores e cansaço, não é justo o trabalhador parar somente por se julgar doente.
Jesus abraçou-o e seguiram.
Ao presenciar o verdadeiro sofrimento de uma mulher, Pedro deu graças por não ter ficado deitado.
“O dente não o incomodou mais porque ninguém se lembra da dor com o coração feliz, e Pedro contente estava, por ter tido força de abandonar a preguiça e a dor”.
(Obra: Mãos Estendidas – Psicografia: Irene P.Machado/Espírito: Luiz Sérgio)

ORAÇÃO DA SÚPLICA

Pai de Infinita Bondade, sustenta-nos o coração no caminho que nos assinalastes.
Infunde-nos o desejo de ajudar aqueles que nos cercam, dando-lhes das migalhas que possuímos para que a felicidade se multiplique entre nós.
Dá-nos a força de lutar pela nossa própria regeneração, nos círculos de trabalho em que fomos situados, por teus sábios desígnios.
Auxilia-nos a conter nossas próprias fraquezas, para que não venhamos a cair nas trevas, vitimados pela violência.
Pai, não deixes que a alegria nos enfraqueça e nem permitas que a dor nos sufoque.
Ensina-nos a reconhecer tua bondade em todos os acontecimentos e em todas as coisas.
Nos dias de aflição, faze-nos contemplar a luz, através de nossas lágrimas, e, nas horas de reconforto, auxilia-nos a estender tuas bênçãos com nossos semelhantes.
Dá-nos conformação no sofrimento, paciência no trabalho e socorro nas tarefas difíceis.
Concede-nos, sobretudo, a graça de compreender a tua vontade, seja como for, onde estivermos, a fim de que saibamos servir em teu nome e para que sejamos filhos dignos de teu infinito amor.
Assim seja!
Psicografia de Francisco Cândido Xavier

QUASE QUE DIVALDO CAI NA CILADA DE UM OBSESSOR

Fui pregar numa cidade, e hospedei-me numa residência onde havia predominância feminina. Era uma casa rica e ampla. Duas filhas casadas e outras solteiras. A família toda estava reunida para me receber. Logo notei o distúrbio na filha mais velha. Aquela ansiedade, a insatisfação, o desequilíbrio . . .
Registrei-lhe a aura muito carregada e, pelo tom, interpretei o seu problema. Sem nada me falar, notei o drama de esposa que estava vivendo. Mas, fui à tarefa, retornei e me deitei. Mais tarde, ouvi um ruído na porta e acordei assustado. Uma voz me chamava:
– Divaldo, Divaldo, me ajude! Abra a porta!
Levantei-me, vesti o paletó do pijama e, quando segurei a maçaneta da porta, vi a mão de Joanna de Ângelis, muito alva, segurando a minha. Ela me alertou dizendo:
– Não abra essa porta e fale muito alto.
Então exclamei:
– Um minutinho, estou me vestindo.
Do outro lado vinha o sussurro:
– Abra a porta!
Eu respondia quase gritando:
– Um momento, já vou. Vá chamar sua mãe.
Enquanto falava, ouvi o clique do interruptor na sala e o estalar de um golpe. Abri a porta rapidamente: era o pai, que estava de vigília e esbofeteara a filha. Coloquei-me à frente do genitor e indaguei:
– Mas, o que é isto?
O pai revoltado disse:
– Minha filha é uma indigna! O marido está dormindo e ela veio te perturbar. Não podemos ter um hóspede em casa porque ela . . . E usou expressões muito vis.
Para defende-la disse:
– Todavia, o senhor está enganado. O senhor me respeite! A sua menina está doente, me pediu socorro, mas, esqueci. Estava tão cansado! Você veio me pedir passe, minha filha?
– Foi. – disse a moça.
Então, dei-lhe a mão, pedi ao pai que fosse chamar a esposa, e disse para orarmos. Fizemos o culto do Evangelho. Enquanto isso, eu via o obsessor – um espírito de baixa vibração moral que vampirizava a moça. Era uma obsidiada do sexo, assaltada por volúpia sem-fim; quanto mais buscava, pior ficava. Havia perdido a dignidade perante si mesma, odiando-se, porque o obsessor tramava o seu suicídio ou assassínio pelo marido. Era um drama do passado.
Após a leitura evangélica, magnetizamos a água, apliquei-lhe um passe demorado. Quando terminei, ela deu um grito dizendo:
– Mamãe, saiu algo de mim. – e abraçou a mãe chorando.
DIVALDO CONCLUI DIZENDO: “Até hoje somos amigos. Ela é avó, educou aquela força negativa e canalizou os excessos para aplicar passes. Revelou uma bela mediunidade curativa.
Mas, vamos supor que eu houvesse aberto a porta e ela entrasse. O pai, à espreita, iria imaginar que havíamos combinado o encontro. Armava-se um escândalo e, até explicar minha inocência, quem acreditaria? E com que facilidade os escândalos tomariam corpo! Porque existe muita maldade e maledicência, mesmo no nosso Movimento! Muitos diriam o que não poderiam provar, dando-lhe tons e tintas de realidade! Seríamos vítimas de uma cilada obsessiva.”
ATENÇÃO: Vigiemo-nos! Porque há uma população invisível que nos acompanha e influencia, muito mais que simplesmente presenciar nossas ações, transformam-nos, em instrumentos de seus desejos, manipulando-nos como se fôssemos marionetes.
Espíritos que foram vítimas intentam vingar-se de seus algozes; usurários defendem o ouro amoedado; ambiciosos pretendem sustentar dominação; famintos do sexo vampirizam sexólatras; gênios da maldade semeiam confusão; alienados da realidade espiritual perturbam familiares, viciados procuram satisfazer o vício.
Os espíritos farejam as chagas da alma como as moscas farejam as chagas do corpo.
Do mesmo modo que higienizamos o corpo para evitar a bicheira, limpemos também a alma de suas impurezas para evitar a aproximação dos maus Espíritos.

Lutando

Abnegado legionário do Cristo, guarda por tua arma predileta, no caminho pedregoso do mundo, a charrua do esforço próprio, no aperfeiçoamento do coração.
Outrora, seria lícito o nosso combate de ferro e fogo, à procura da posse na esfera enganosa dos prazeres fáceis.
A ignorância não vacilava em arrojar-nos ao precipício da miséria engodando-nos a mente infantil com a perspectiva de falaciosa dominação.
Hoje porém, meu amigo, que nos alistamos sob a bandeira lirial de Jesus, a nossa atitude será diferente…
Não atacar senão a nós mesmos, na perigosa inércia espiritual a que nos acolhemos na vida.
Não ferir senão o nosso orgulho, milenário inimigo de nossa paz, oculto nas torres abandonadas de nosso templo interior.
Não dilacerar senão a nossa vaidade, velha hidra venenosa a enroscar-se em nossos pensamentos para subtrair-nos a alegria de viver.
Não disputar senão a humildade, a riqueza que nos fará servidores felizes do mundo, em nome do Céu.
Arma-te, pois, de amor e sigamos para a frente.
Veste a couraça da boa vontade e enfrentarás, com êxito, os mais ferrenhos adversários exteriores.
A Terra é um extenso campo de luta.
Enquanto nos achamos à distância do Mestre, somos vítimas das sombras que senhoreiam a nossa própria alma, contudo, quando recebemos a graça da iluminação com Jesus, somos os vitoriosos lidadores do mundo, convertendo a espada de nossas atitudes, em arado de bênçãos sobre a terra invisível do próprio sentimento, a fim de que o nosso coração se transforme em santuário vivo do Mestre e Senhor.
 Agar/Chico Xavier
(Comandos do amor, cap. 14)
Arte: Harry Anderson

Renovação

Quando o espinho buscar-te o coração
E puderes dizer — bendito sejas!
Quando a pedrada visitar-te o peito
E exclamares — bendita sejas tu!
Quando a prova amargosa e redentora
Requisitar-te a casa ao pranto escuro
E lembrares que há sombras
Mais terríveis que a tua em muita gente;
Quando inclinares teus ouvidos calmos
À irritação e à cólera dos outros,
Perdoando as ofensas e esquecendo-as;
Quando a dor inspirar-te
O canto excelso e doce da esperança;
Então tua alma içada à luz Celeste,
Sob a glória da vida superior,
Viverá luminosa e preparada
Para o Reino do Amor…
– Rodrigues de Abreu/Chico Xavier
(Correio fraterno, cap. 26)

Fraternidade

Fraternidade é árvore bendita,
Cujas flores e ramos de esperança
Buscam a luz eterna que se agita,
Rumo ao país ditoso da bonança.
É a fonte cristalina em que descansa
A alma humana fraca, errante e aflita;
É a luminosa bem-aventurança
Da mensagem de Deus, pura e infinita!…
Vós que chorais ao coro das procelas,
Vinde, irmãos! Desdobrai as vossas velas!…
Não vos sufoque o horror da tempestade.
Fraternidade é o derradeiro porto,
A terra da união e do conforto,
Que habitaremos na Imortalidade.
– João de Deus/Chico Xavier
(Parnaso de Além-Túmulo, cap. 35)

Tudo

Do átomo de lodo à estrela que fulgura no azulado painel de láureas do Infinito,
Do ciciar do inseto ao cavernoso grito das forças do trovão que ribomba na altura…
Da luz viva do Sol à treva em noite escura, da pérola de orvalho ao bloco de granito,

Do côvado de terra ao espaço irrestrito, da brandura da fonte à rocha que a segura…
Da lesma atada ao barro aos pássaros na aurora, do coração que ri ao coração que chora,
Daquilo que se estima a qualquer ponto inverso…
Da ideia antiga e estreita à ideia nova e grande, da forma que regride à vida que se expande, tudo fala de Deus na pompa do Universo.
– Tobias Barreto/Chico Xavier
(Encontro de paz, cap. 13)

O bendito aguilhão

Atendendo a certas interrogações de Simão Pedro, no singelo agrupamento apostólico de Cafarnaum, Jesus explicava, solícito:
— Destina-se a Boa-Nova, sobretudo, à vitória da fraternidade.
Nosso Pai espera que os povos do mundo se aproximem uns dos outros e que a maldade seja esquecida para sempre.
Não é justo se combatam as criaturas reciprocamente, a pretexto de exercerem domínio indébito sobre os patrimônios da vida, dos quais somos todos simples usufrutuários.
Operemos, assim, contra a inveja que ateia o incêndio da cobiça, contra a vaidade que improvisa a loucura e contra o egoísmo que isola as almas entre si…
Naturalmente, a grande transformação não surgirá de inesperado.
Santifiquemos o verbo que antecipa a realização.
No pensamento bem conduzido e na prece fervorosa, receberemos as energias imprescindíveis à ação que nos cabe desenvolver.
A paciência no ensino garantirá êxito à sementeira, a esperança fiel alcançará o Reino Divino, e a nossa palavra, aliada ao amor que auxilia, estabelecerá o império da infinita Bondade sobre o mundo inteiro.
Há sombras e moléstias por toda parte, como se a existência na Terra fosse uma corrente de águas viciadas.
É imperioso reconhecer, porém, que, se regenerarmos a fonte, aparece adequada solução ao grande problema. Restaurado o espírito, em suas linhas de pureza, sublimam-se-lhe as manifestações.
Em face da pausa natural que se fizera, espontânea, na exposição do Mestre, Pedro interferiu, perguntando:
— Senhor, as tuas afirmativas são sempre imagens da verdade. Compreendo que o ensino da Boa-Nova estenderá a felicidade sobre toda a Terra…
No entanto, não concordas que as enfermidades são terríveis flagelos para a criatura? E se curássemos todas as doenças? Se proporcionássemos duradouro alívio a quantos padecem aflições do corpo? Não acreditas que, assim, instalaríamos bases mais seguras ao Reino de Deus?
E Filipe ajuntou, algo tímido:
— Grande realidade!… Não é fácil concentrar ideias no Alto, quando o sofrimento físico nos incomoda. É quase impossível meditar nos problemas da alma, se a carne permanece abatida de achaques…

Outros companheiros se exprimiram, apoiando o plano de proteção integral aos sofredores.
Jesus deixou que a serenidade reinasse de novo, e, louvando a piedade, comunicou aos amigos que, no dia imediato, a título de experiência, todos os enfermos seriam curados, antes da pregação.
Com efeito, no outro dia, desde manhãzinha, o Médico Celeste, acolitado pelos apóstolos, impôs suas milagrosas mãos sobre os doentes de todos os matizes.

No curso de algumas horas, foram libertados mais de cem prisioneiros da sarna, do cancro, do reumatismo, da paralisia, da cegueira, da obsessão…
Os enfermos penetravam o gabinete improvisado ao ar livre, com manifesta expressão de abatimento, e voltavam jubilosos.
Tão logo reapareciam, de olhar fulgurante, restituídos à alegria, à tranquilidade e ao movimento, formulava Pedro o convite fraterno para o banquete de verdade e luz.
O Mestre, em breves instantes, falaria com respeito à beleza da Eternidade e à glória do Infinito; demonstraria o amor e a sabedoria do Pai e descortinaria horizontes divinos da renovação, desvendando segredos do Céu para que o povo traçasse luminoso caminho de elevação e aperfeiçoamento na Terra.
Os alegres beneficiados, contudo, se afastavam, céleres, entre frases apressadas de agradecimento e desculpa. Declaravam-se alguns ansiosamente esperados no ambiente doméstico e outros se afirmavam interessados em retomar certas ocupações vulgares, com urgência.
Com a cura do último feridento, a vasta margem do lago contava apenas com a presença do Senhor e dos doze aprendizes.
Desagradável silêncio baixou sobre a reduzida assembleia.
O pescador de Cafarnaum endereçou significativo olhar de tristeza e desapontamento ao Mestre, mas o Cristo falou, compassivo:
— Pedro, estuda a experiência e guarda a lição. Aliviemos a dor, mas não nos esqueçamos de que o sofrimento é criação do próprio homem, ajudando-o a esclarecer-se para a vida mais alta.
E sorrindo, expressivamente, rematou:
— A carne enfermiça é remédio salvador para o espírito envenenado. Sem o bendito aguilhão da enfermidade corporal é quase impossível tanger o rebanho humano do lodaçal da Terra para as culminâncias do Paraíso.

 Irmão X (Humberto de Campos)/Chico Xavier
(Contos e apólogos, cap. 6)

PRESENTE DE EMMANUEL PARA CHICO XAVIER

– O que Chico Xavier ganhou de presente de Emmanuel no quadragésimo aniversário de sua mediunidade foi mais responsabilidade ainda. Daquele ano em diante Chico Xavier teria autorização de colocar no papel com assiduidade nas reuniões públicas os textos ditados pelos mortos (desencarnados) para a suas respectivas famílias.
Chico Xavier passaria então a partir daí da missão de “sair do varejo para o atacado” na chamada “Literatura da Consolação”.
A cada semana ele colocaria no papel a média de três mensagens particulares. Essa nova atividade dentro de algum tempo talvez viesse a substituir em breve alguns livros até concluir o seu centésimo livro.
Essa tarefa, no entanto, não deixava de ser um tanto arriscada, porque a tensão dos parentes em busca de notícias de seus supostos mortos (desencarnados) não poucas vezes chegava ao descontrole. Tal fato não tardou a acontecer.
Numa noite em sessão pública, um suposto amigo espírita mostrou seu descontentamento de forma lamentável. Mesmo sendo amigo de Chico Xavier, duvidou de uma mensagem que foi mandada por um familiar do outro mundo que chegou a cuspir no rosto de Chico Xavier. Com um lenço ele procurou se enxugar ou mais precisamente de limpar.
Como qualquer ser humano e principalmente Chico Xavier “com seus sentimentos apurados” sentiu na pele essa triste agressão e quando em casa, “desabafando com amigos chorou”.
Nesse momento Emmanuel apareceu, mas não se dispôs a abastecê-lo de consolações. Ao invés disso deu lhe mais uma ordem dizendo: Quando alguém cuspir no seu rosto, “diga que foi a chuva que molhou sua face” se lhe pedirem explicações. Não perca mais tempo com essas reclamações.
(Texto extraído do Livro “As Vidas de Chico Xavier” de Marcel Souto Maior).
Ouviste o que foi dito: Amarás o teu próximo e aborrecerás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei o bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem.

Jesus
( Mateus 5, 43-44 )

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