Nossa mãe Maria, mãe da luz divina estendo as minhas preces a ti como mensageira do amor eterno.
Neste momento de reflexão abro meu coração para as bênçãos do Além.
Ave Maria, cheia de graça e amor, a chama que arde em teu coração é a luz que guia nossos passos. Em meio às sombras da existência terrena, imploramos a tua intercessão aqueles que buscam a paz interior.
Santa Maria dos aflitos de todos os irmãos que enfrentam desafios e aflições, que tuas mãos suaves toquem os corações feridos, derramando consolo e esperança como a água bendita que purifica a alma.
Ave Maria, mãos que acolhem os que partiram receba em teu seio os espíritos que retornam a pátria espiritual, que encontrem a serenidade nos teus braços maternos, e que a transição seja suave como a brisa que acalma a tormenta.
Maria, guia-nos na jornada de evolução espiritual, assim como foste guia para teu filho Amado JESUS.
Que possamos ó Mãe amada aprender com as lições da vida, caminhando rumo à luz que nos leva de volta ao Pai.
Ave Maria, mensageira da misericórdia divina, rogamos por todos os seres em sofrimento, que encontrem consolo nas palavras de amor e sabedoria, que permeiam as dimensões invisíveis que nos cercam.
Maria mãe da esperança que teu amor inspire em nós a caridade, a compaixão e a compreensão, para que possamos construir um mundo de paz e fraternidade.
Ave Maria, mulher de fé incomparável, ensina-nos a confiar na providência divina a aceitar com resignação as provações do caminho e a celebrar com gratidão as alegrias que a vida nos oferece.
Ó Maria! estrela resplandecente no firmamento, que Tua luz nos conduza nos momentos de escuridão nas trilhas sinuosas da vida terrena, semeia a compreensão de que o perdão seja o farol que nos guia na senda do amor.
Ave Maria, testemunha silenciosa dos corações que teus olhos de amor maternal vejam a pureza em cada alma. Derrama sobre nós a virtude da humildade para que possamos reconhecer a divindade que habita em cada ser.
Santa Maria, guardiã dos laços familiares, abençoa nossos lares com a paz que só o entendimento traz, que as diferenças se transformem em oportunidades de aprendizado, e que o amor floresça como jardim cuidado pelas mãos do Criador.
Ave Maria, canção eterna que embala nossas preces, que teu cântico ecoe pelos vales da existência levando consigo as súplicas daqueles que clamando por alívio e que a harmonia celeste se faça presente em cada coração.
Que Assim seja em nome de Deus e de nosso Senhor Jesus Cristo que a bênção divina repouse sobre nós, guiando-nos na jornada terrena e na ascensão espiritual.
Obrigado Senhor!
À MARIA
Eis-nos, Senhora, a pobre caravana; m fervorosas súplicas, reunida, Implorando a piedade, a paz e a vida,
De vossa caridade soberana.
Fortalecei-nos a alma dolorida; a redenção da iniquidade humana, com o bálsamo da crença que promana; as luzes da bondade esclarecida.
Providência de todos os aflitos, ouvi dos Céus, ditosos e infinitos, Nossas sinceras preces ao Senhor…
Que a vossa caravana da verdade, colabore no bem da Humanidade, este banquete místico do amor.
Que Assim Seja.
Bittencourt Sampaio/Francisco Cândido Xavier
EM PRECE A JESUS
Senhor Jesus! Divino condenado sem culpa!…
Enquanto Te rememoramos o madeiro de ignomínia, lança Tua benção sobre nós, os que nos enfileiramos, junto à rebeldia do Mau Ladrão…
Tu que Te confiaste à extrema renúncia pelos que padeciam na miséria, não Te esqueças daqueles que ainda estendem na Terra o sofrimento e a ignorância, a fome e a nudez!
Muitos, ó Eterno Benfeitor, Te rogarão socorro para os que foram relegados à intempérie, entretanto, nós sabemos que a Tua presença sublime aquece todos os que foram abandonados à noite da provação e, por isso, rogar-Te-emos abrigo para as mãos que erguem templos em Tua memória, esquecendo fora das portas os que soluçam de frio.
Ah! Senhor! quantos Te pedirão pela ovelha estraçalhada, longe do aprisco!…
Nós, no entanto, não desconhecemos que o Teu olhar vela, poderoso e vigilante, ao pé de todos os vencidos, convertendo-lhes a dor em pão de Tua graça, nos celeiros da eterna vitória!…
Suplicar-Te-emos, assim, abençoes o lobo que se julga triunfante.
Mestre da Cruz, compadece-Te,. pois, de todos nós, os que Te buscamos com a oração do arrependimento, crucificados ainda no madeiro de nossa crueldade, algemados ao cárcere de nossos próprios crimes, garroteados pelas recordações dolorosas que nos entenebrecem a consciência!
Ampara-nos, Senhor, a nós, os que abusamos da inteligência, os que exploramos as v,viúvas e os órfãos, os que deliberadamente fugimos ao amor que nos ensinaste!…
Excelso Benfeitor, estende sobre nós Teu olhar compassivo, Tu, Senhor, que, enquanto recebias as manifestações de solidariedade e apesar das mulheres piedosas de Jerusalém, pensavas em como haverias de converter a fraqueza de Pedro em resistência e como haverias de levantar o espírito de Judas, nosso irmão!…
ó Senhor, compadece-Te, ainda, das cruzes que talhamos, das aflições criadas por nós mesmos e lança do lenho que não merecias, o Teu olhar de perdão sobre as nossas dores, para que sejamos, ainda, hoje como ontem, aliviados por Tuas sublimes palavras: – “Perdoa-lhes, meu Pai, porque efetivamente não sabem o que fazem”.
Cerinto/Francisco Cândido Xavier
PAI NOSSO
“Pai nosso …” Jesus. (MATEUS, 6:9.)
A grandeza da prece dominical nunca será devidamente compreendida por nós que lhe recebemos as lições divinas.
Cada palavra, dentro dela, tem a fulguração de sublime luz.
De início, o Mestre Divino lança-lhe os fundamentos em Deus, ensinando que o Supremo Doador da Vida deve constituir, para nós todos, o princípio e a finalidade de nossas tarefas.
É necessário começar e continuar em Deus, associando nossos impulsos ao plano divino, a fim de que o nosso trabalho não se parca no movimento ruinoso ou inútil.
O Espírito Universal do Pai há de presidir-nos o mais humilde esforço, na ação de pensar e falar, ensinar e fazer.
Em seguida, com um simples pronome possessivo, o Mestre exalta a comunidade.
Depois de Deus, a Humanidade será o tema fundamental de nossas vidas.
Compreenderemos as necessidades e as aflições, os males e as lutas de todos os que nos cercam ou estaremos segregados no egoísmo primitivista.
Todos os triunfos e fracassos que iluminam e obscurecem a Terra pertencem-nos, de algum modo.
Os soluços de um hemisfério repercutem no outro.
A dor do vizinho é uma advertência para a nossa casa.
O erro de um irmão, examinado nos fundamentos, é igualmente nosso, porque somos componentes imperfeitos de uma sociedade menos perfeita, gerando causas perigosas e, por isso, tragédias e falhas dos outros afetam-nos por dentro.
Quando entendemos semelhante realidade, o “império do eu” passa a incorporar-se por célula bendita à vida santificante.
Sem amor a Deus e à Humanidade, não estamos suficientemente seguros na oração.
Pai nosso . . . – disse Jesus para começar.
Pai do Universo . . . Nosso mundo . . .
Sem nos associarmos aos propósitos do Pai, na pequenina tarefa que nos foi permitido executar, nossa prece será, muitas vezes, simples repetição do “eu quero”, invariavelmente cheio de desejos, mas quase sempre vazio de sensatez e de amor.
Emmanuel/Chico Xavier
A ORAÇÃO DA SERVA CRISTÃ
Pai de Infinita Bondade, sustenta-nos o coração no caminho que nos assinalaste!
Infunde-nos o desejo de ajudar àqueles que nos cercam, dando-lhes das migalhas que possuímos para que a felicidade se multiplique entre nós.
Dá-nos a força de lutar pela nossa própria regeneração, nos círculos de trabalho em que fomos situados por Teus sábios desígnios.
Auxilia-nos a conter nossas próprias fraquezas, para que não venhamos a cair nas trevas, vitimados pela violência.
Pai, não deixes que a alegria nos enfraqueça e nem permitas que a dor nos sufoque.
Ensina-nos a reconhecer Tua bondade em todos os acontecimentos e em todas as coisas.
Nos dias de aflição, faze-nos contemplar Tua luz, através de nossas lágrimas.
E nas horas de reconforto, auxilia-nos a estender Tuas bênçãos com os nossos semelhantes.
Dá-nos conformação no sofrimento, paciência no trabalho e socorro nas tarefas difíceis.
Concede-nos, sobretudo, a graça de compreender a Tua vontade seja como for, onde estivermos, a fim de que saibamos servir, em Teu nome, e para que sejamos filhos do Teu infinito amor.
Assim seja.
Agar/Chico Xavier
MERECIMENTOS ESPIRITUAIS
Assim como o Rio corre para desaguar no mar, a vida eterna é uma oportunidade valiosa de realizações em direção a Deus.
Cuidemos do nosso coração para que pulse mais forte em emoções elevadas e sublimes, para sermos merecedores de ter uma vida digna de bênçãos e benefícios superiores.
Vera Jacubowski
À PRECE
A oração não será um processo de fuga do caminho escuro que nos cabe percorrer, mas constituirá uma abençoada luz em nosso coração, clareando-nos a marcha.
Não representará uma porta de escape ao sofrimento regenerativo de que ainda carecemos, mas expressará um bordão de arrimo, com o auxílio do qual superaremos a ventania da adversidade, no rumo da bonança.
Não será um privilégio que nos exonere da enfermidade retificadora, ambientada em nosso próprio templo orgânico pela nossa incúria e pela nossa irreflexão, no abuso dos bens do mundo, entretanto, comparecerá por remédio balsamizante e salutar, que nos renove as energias, em favor de nossa própria cura.
Não será uma prerrogativa indébita que nos isente da luta humana, imprescindível ao nosso aperfeiçoamento individual, todavia, brilhará em nossa experiência por sublime posto de reabastecimento espiritual, suscetível de garantir-nos a resistência e o valor na tarefa de renunciação e sacrifício em que nos cabe perseverar.
Não será uma outorga de recursos para que os nossos caprichos pessoas sejam atendidos, no jardim de nossas predileções afetivas, contudo, será uma dispensação de forças para que possamos tolerar galhardamente as situações mais difíceis, diante daqueles que nos desagradam, em sociedade ou em família, ajudando-nos, pouco a pouco, a edificar o santuário da verdadeira fraternidade, no próprio coração, em cujo altar amealharemos o tesouro da paz e do discernimento.
Ainda mesmo que te encontres no labirinto quase inextricável das provações inflexíveis, ainda mesmo que a tua jornada se alongue sob o granizo da discórdia e da incompreensão, em plena sombra cultiva a prece, com a mesma persistência em empregas na procura diária da água para a sede e do pão para a fome do corpo.
Na dor, ser-te-á divino consolo, na perturbação constituirá tua bússola.
Não olvides que a permanência na Terra é uma simples viagem educativa de nossa alma, no espaço e no tempo, e não te esqueças de que somente pela oração descobriremos, cada dia, o rumo que nos conduzirá de retorno aos braços amorosos de Deus.
Emmanuel/Francisco Cândido Xavier
À PRECE DE CERINTO
Senhor de Infinita Bondade.
No santuário da oração, marco renovador do meu caminho, não Te peço por mim, Espírito endividado, para quem reservaste os tribunais de Tua Excelsa Justiça.
A Tua compaixão é como se fora o orvalho da esperança em minha noite moral, e isto basta, ao revel pecador que tenho sido.
Não Te peço, Senhor, pelos que choram.
Clamo por Teu amor e benefício dos que fazem as lágrimas.
Não Te venho pedir pelos que padecem.
Suplico-Te a bênção para todos aqueles que provocam sofrimento.
Não Te lembro os fracos da Terra.
Recordo-Te quantos se julgam poderosos e vencedores.
Não intercedo pelos que soluçam de fome.
Rogo-Te amor para os que lhes furtam o pão.
Senhor Todo-Bondoso!…
Não Te trago os que sangram de angústia.
Relaciono diante de Ti os que golpeiam e ferem.
Não Te peço pelos que sofrem injustiças Rogo-Te pelos empreiteiros do crime.
Não Te apresento os desprotegidos da sorte.
Sugiro Teu amparo aos que estendem a aflição e a miséria.
Não Te imploro mercê para as almas traídas.
Exorto-Te o socorro para os que tecem os fios envenenados da ingratidão.
Pai compassivo!…
Estende as mãos sobre os que vagueiam nas trevas…
Anula o pensamento insensato.
Cerra os lábios que induzem à tentação.
Paralisa os braços que apedrejam.
Detém os passos daqueles que distribuem a morte…
Ajuda-nos a todos nós, filhos do erro, porque somente assim, ó Deus piedoso e justo, poderemos edificar o paraíso do bem com todos aqueles que já Te compreendem e obedecem, extinguindo o inferno daqueles que, como nós, se atiram desprevenidos, aos insanos torvelinhos do mal!…
Cerinto/Francisco Cândido Xavier
A PRECE RECOMPÕE
“E, tendo orado, moveu-se o lugar em que estavam reunidos.” – (ATOS, 4:31.)
Na construção de simples casa de pedra, há que despender longo esforço para ajustar ambiente próprio, removendo óbices, eliminando asperezas e melhorando a paisagem.
Quando não é necessário acertar o solo rugoso, é preciso, muitas vezes, aterrar o chão, formando leito seguro, à base forte.
Instrumentos variados movimentam-se, metódicos, no trabalho renovador.
Assim também na esfera de cogitações de ordem espiritual.
Na edificação da paz doméstica, na realização dos ideais generosos, no desdobramento de serviços edificantes, urge providenciar recursos ao entendimento geral, com vistas à cooperação, à responsabilidade, ao processo de ação imprescindível. E, sem dúvida, a prece representa a indispensável alavanca renovadora, demovendo obstáculos no terreno duro da incompreensão.
A oração é divina voz do espírito no grande silêncio.
Nem sempre se caracteriza por sons articulados na conceituação verbal, mas, invariavelmente, é prodigioso poder espiritual comunicando emoções e pensamentos, imagens e idéias, desfazendo empecilhos, limpando estradas, reformando concepções e melhorando o quadro mental em que nos cabe cumprir a tarefa a que o Pai nos convoca.
Muitas vezes, nas lutas do discípulo sincero do Evangelho, a maioria dos afeiçoados não lhe entende os propósitos, os amigos desertam, os familiares cedem à sombra e à ignorância; entretanto, basta que ele se refugie no santuário da própria vida, emitindo as energias benéficas do amor e da compreensão, para que se mova, na direção de mais alto, o lugar em que se demora com os seus.
A prece tecida de inquietação e angústia não pode distanciar-se dos gritos desordenados de quem prefere a aflição e se entrega à imprudência, mas a oração tecida de harmonia e confiança é força imprimindo direção à bússola da fé viva, recompondo a paisagem em que vivemos e traçando rumos novos para a vida superior.
Emmanuel/Francisco Cândido Xavier
ANTE O DIVINO MESTRE
Senhor Jesus!
Grandes reformadores da vida religiosa passaram no mundo antes de ti.
Sacerdotes chineses e hindus, persas e egípcios, gregos e judeus referiam-se à Lei, traçando diferentes caminhos às cogitações humanas.
Um dos maiores de todos, Moisés, viveu entre príncipes da ciência, fez-se condutor de multidões, plasmou sagrados princípios de justiça e, após sofrer as vicissitudes de sua época, expirou no monte Nebo, contemplando a gleba farta que prometera ao seu povo.
Outro Senhor, o grande Siddharta, converteu-se em arrimo dos penitentes da Terra, ensinando a compaixão, depois de renunciar, ele próprio, o Bem-aventurado, às alegrias do seu palácio, para morrer, em seguida a sublimes testemunhos de simplicidade e de amor, entre flores de Kucinagara…
Todos eles passaram, induzindo os homens à solidariedade e ao dever, exalçando o coração e purificando a inteligência.
Profetas hebreus numerosos antecederam-Te os passos, esboçando o roteiro da luz… Alguns deles encontraram o escárnio e a flagelação em lutas enormes, confinadas, porém, ao âmbito particular do povo a que serviam.
Nenhum, no entanto, acendeu tantos conflitos com o mandato de que se faziam intérpretes, quando confrontados contigo, a quem se negou um lar para nascer.
Por onde passaste extremavam-se as paixões.
Contrapondo-se ao carinho que Te consagravam as almas simples de Cafarnaum, recebeste o ódio gratuito dos espíritos calculistas de Jerusalém.
Em Tua entrada, aglutinaram-se a fraqueza e a ingratidão, a crueldade e a secura, tecendo a rede de trevas na qual Te conduziram à cruz entre malfeitores.
Em oposição à tranqüilidade silenciosa que se estendeu sobre a morte dos grandes enviados do Céu que Te precederam, de Teu túmulo aberto ergueu-se a mensagem da eternidade, gritante e magnífica, pela qual os Teus seguidores experimentaram a perseguição e o sacrifício, em trezentos anos de sangue e lágrimas nos cárceres de martírio ou na humilhação dos espetáculos públicos…
É que não apenas ensinaste a bondade, praticando-a impecavelmente, mas revelaste os segredos da morte.
Conversaste com as almas desencarnadas padecentes, através dos enfermos que Te procuravam, transfiguraste as próprias energias no cimo do Tabor, dando ensejo a que se materializassem, diante dos discípulos extáticos, Espíritos gloriosos de Tua equipe celeste.
Reabriste os olhos cadaverizados do filho da viúva de Naim e trouxeste de novo à existência o Espírito de Lázaro que se achava distanciado do corpo inerte, encarecendo e exaltando a responsabilidade da criatura, que receberá sempre de acordo com as próprias obras.
Agarrados à posse efêmera da estação terrestre, os homens não Te perdoaram a Revelação inesquecível e Te condenaram à morte, buscando sufocar-Te a palavra, olvidando que a Tua doutrina, marcada de amor e perdão, já se havia incorporado para sempre aos ouvidos da Humanidade. E, retomando-lhes o convívio, ressuscitado em Tua forma sublime, mais lhes aumentaste o espanto da consciência entenebrecida.
Desde então, Senhor, acirrou-se a antinomia entre a luz e a treva…
Os Teus apóstolos exibiam fenômenos mediúnicos maravilhosos, arrebatando a admiração e o respeito da turba que os cercava, mas bastou que no dia de Pentecostes transmitissem os ensinamentos dos desencarnados, em diversas línguas, para que fossem categorizados por ébrios que o vinho fazia desvairar.
Enquanto Paulo de Tarso, inspirado, se detinha na Acrópole sobre os grandes temas do destino, conquistava a atenção dos atenienses ilustres, mas bastou que aludisse à ressurreição dos mortos, para que fosse abandonado por todos eles à zombaria e a solidão.
E ainda hoje, Mestre, anotamos por toda a parte o terror da responsabilidade de viver.
Quase todos os homens aceitam o apoio da religião, sempre que se lhes lisonjeie a inferioridade e se lhes endossem os caprichos no culto externo, prestigiando as autoridades de superfície que lhes desaconselhem pensar.
Acreditam comprar o Céu a preço de oferendas materiais ou de atitudes estudadas na convenção e imaginam que esse ou aquele inimigo está reservado aos tormentos do inferno.
Entretanto, se alguém lhes recorda a realidade, mostrando a morte como prosseguimento da vida, com a exação da Lei que confere a cada criatura o salário correspondente aos próprios atos, azeda-se-lhes o fervor, passando a abominar quantos lhes sacodem a mente entorpecida.
E agora, como antigamente, associam rebelião e vaidade para asfixiar o verbo revelador onde surja. Improvisam tentações e pavores ao redor daqueles que se dedicam à verdade, e, se esses lhes não caem nas armadilhas e se lhes não temem as ameaças, empreendem campanhas lamentáveis, em que a difamação e o ridículo funcionam por golilhas atrozes nas gargantas que desferem a palavra divina do Teu Evangelho Libertador.
Aos espíritas, Senhor, que Te exumam as lições do acervo de cinzas do tempo, cabe agora o privilégio de semelhantes assaltos. Porque se reportam à responsabilidade da criatura, no campo da vida eterna, e porque demonstram que a sepultura é portal da imortalidade, são conduzidos ao pelourinho da execração, caluniados e escarnecidos.
Como se lhes não possa interromper a existência, a fio de espada, emudecendo-lhes a mensagem de luz, pisa-se-lhes o coração na praça pública com as varas da mentira e do sarcasmo, para que o desânimo e o sofrimento lhes apressem o fim.
Mas sabemos que tu, Senhor, és hoje, como ontem, o Herói do Túmulo Vazio…
Aqueles que Te colocaram suspenso na cruz, por Te negarem residência na Terra, não sabiam que Te alçavam mais alto a visão para que lhes observasses os movimentos na sombra.
Mestre Redivivo, que ainda agora enches de terrível assombro quantos estimariam que não tivesses vivido entre os homens, fixa Teu complacente olhar sobre nós e aparta-nos da treva de todos os que se acomodam com a saliva da injúria!
E revigora-nos a consolação e a esperança, porque sabemos, Senhor, que como outrora, antes os discípulos assustados, estarás com os Teus aprendizes fiéis, em todo instante da angústia, exclamando, imperturbável:
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