“Almas gêmeas” é uma designação popular, vulgar e cotidiana a descrever o casal formado por duas pessoas de sexos diferentes que seriam metades iguais de uma mesma “alma” e por consequência compartilhando os mesmos gostos, virtudes, defeitos e consequentemente sendo muito felizes.
Também é a designação de pessoas (do mesmo sexo ou não), que possuem muitas semelhanças, ou melhor, muitas afinidades ou coisas parecidas. Por assim ser, possuem forte potencial para se relacionarem bem em vários graus de felicidade conforme o nível de afinidade. Podem ser também serem chamadas de almas companheiras. Existem vários níveis de Almas Afins.
Dupla Evolutiva é a expressão para designar casais (sempre parceiros de sexos opostos) com boas semelhanças, afinidades e interesses, que estudam a evolução consciencial e neste sentido se tornam cúmplices evolutivos. A nosso ver, esta expressão, não cabe a pessoas do mesmo sexo, pois acreditamos que os parceiros de uma dupla evolutiva se identificam com a natureza do sexo de seus corpos de forma natural, espontânea e fluente.
O velho sentido da expressão “almas gêmeas” iremos desconsiderar por razões a explicar a frente embora o termo ainda o utilizaremos. A lenda das almas gêmeas existe de longa data. Com uma provável origem romântica advinda de poesias inspiradas e frustrações afetivo sexuais. É uma ilusão que tenta preencher uma lacuna de carência nas massas humanas e tenta criar uma explicação de seus insucessos em algo externo, na não contemplação de seu “bilhete de loteria” ou no não encontro da alma “predestinada”. É também um medo egoísta da entrega plena com a desculpa que o “encaixe” é perfeito e natural sem necessitar de qualquer esforço para mobilizar sua melhoria íntima e seus egos.
Há também um forte e automático processo de transferência no mito da “Alma Gêmea”, quando crê que se apaixonou, o indivíduo projeta tudo de bom que tem em si, que deseja ter e ser no outro, e também, se cega e não vê tudo que tem de renegado e vergonhoso em si (a sombra) no outro.
A visão da psicanálise é muito rica e real no sentido de analisar nossas identificações e relacionamentos. O mecanismo de transferência e contra transferência num relacionamento a dois é quase incontrolável. Ele, in-conscientemente procura a mulher que identifica com a mãe e ela, também inconscientemente procura o homem que identifica o pai. Isto, mesmo se eles odiarem seus pais.
Há também aí uma complexa questão de polaridade, ou seja, como todos temos coisas positivas (virtudes) e as negativas (defeitos), resta observar se a transferência ao identificar o pai ou a mãe no parceiro é predominado pelas virtudes ou pelos defeitos. Esta identificação ou transferência é bem entendida com base na lei dos semelhantes.
A “Alma Gêmea” segundo a teoria de interpretação dos símbolos da psicologia Junguiana, é o símbolo que representa o arquétipo da afetividade do nosso tempo. Antigamente o príncipe encantado era aquele homem, que tiraria a donzela submissa da família repressora, mas que nem sempre oferecia o paraíso hollywoodiano do “felizes para sempre”. Atualmente as mulheres menos submissas, querem garantir melhor sua realização, então não sonham apenas com o mito da “cara metade”, mas também com a realização sexual em suas vidas.
Mas a pergunta fatal é: existem as almas gêmeas, metades que se buscam para uma ou mais vidas?
O pesquisador Allan Kardec escreveu na questão 298 do Livro dos Espíritos como transcrevemos literalmente abaixo, após a pergunta formulada a seguir:
Pergunta 298 – As almas que deverão se unir estão predestinadas a essa união desde a sua origem e cada um de nós tem, em alguma parte do universo, sua metade à qual se reunirá fatalmente um dia?
Resposta – Não, não existe união particular e fatal entre duas almas. A união existe entre todos os Espíritos, mas em graus diferentes segundo a categoria que ocupam, quer dizer, segundo a perfeição que adquiriram: quanto mais perfeitos, mais unidos. Da discórdia nascem todos os males humanos; da concórdia resulta a felicidade completa.
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Concordamos plenamente! Não somos metades de ninguém. Somos a metade do resto do universo, um inteiro completo que nasce para aprender evolução e ser feliz. Não somos metades que se completam, somos inteiros que se potencializam no encontro do amor com o outro.
Discordamos dos místicos românticos que acreditam na hipótese inocente de “meias-almas” e que se recusam a ter que abrir mão de seus erros e acertos na espera inerte, egóica e confortável de sua “alma gêmea”, já que a outra metade seria supostamente igual e endossaria seus erros e seria cúmplice de seus vícios e defeitos.
Abraços de Paz, Amor e Luz, Dalton Campos Roque e Andréa Lúcia da Silva/Consciencional.
Almas gêmeas
Um tema recorrente nos corações de todos é o da existência de almas gêmeas, ou seja, espíritos cuja união seria perfeita, ‘foram feitos um para o outro’ como se diz popularmente. Mas, dentro do paradigma espírita, é possível isso? Primeiramente precisamos considerar que não existem privilégios na criação, todos fomos ‘criados simples e ignorantes’, que com o cadinho da experiência adquirimos conhecimentos e aperfeiçoamos nossa moral. O fato de haverem dois espíritos com destino de se encontrarem vai contra esse princípio e negaria totalmente a premissa de nosso livre-arbítrio. Dentro da Codificação, encontramos algumas perguntas de Kardec a esse respeito no Livro dos Espíritos:
Questão 298. As almas que devam unir-se estão, desde suas origens, predestinadas a essa união e cada um de nós tem, nalguma parte do Universo, sua metade, a que fatalmente um dia se reunirá? “Não; não há união particular e fatal, de duas almas. A união que há é a de todos os Espíritos, mas em graus diversos, segundo a categoria que ocupam, isto é, segundo a perfeição que tenham adquirido. Quanto mais perfeitos, tanto mais unidos. Da discórdia nascem todos os males dos humanos; da concórdia resulta a completa felicidade.”
299. Em que sentido se deve entender a palavra metade, de que alguns Espíritos se servem para designar os Espíritos simpáticos? “A expressão é inexata. Se um Espírito fosse a metade de outro, separados os dois, estariam ambos incompletos.”
300. Se dois Espíritos perfeitamente simpáticos se reunirem, estarão unidos para todo o sempre, ou poderão separar-se e unir-se a outros Espíritos? “Todos os Espíritos estão reciprocamente unidos. Falo dos que atingiram a perfeição. Nas esferas inferiores, desde que um Espírito se eleva, já não simpatiza, como dantes, com os que lhe ficaram abaixo.”
301. Dois Espíritos simpáticos são complemento um do outro, ou a simpatia entre eles existente é resultado de identidade perfeita? “A simpatia que atrai um Espírito para outro resulta da perfeita concordância de seus pendores e instintos. Se um tivesse que completar o outro, perderia a sua individualidade.”
Grande polêmica se faz acerca da teoria das almas gêmeas por conta do texto de Emmanuel sobre o assunto contido no livro “O Consolador”, em que o Benfeitor considera quando indagado sobre tal teorização:
“No sagrado mistério da vida, cada coração possui no Infinito a alma gêmea da sua, companheira divina para a viagem à gloriosa imortalidade. Criadas umas para as outras, as almas gêmeas se buscam, sempre que separadas. A união perene é-lhes a aspiração suprema e indefinível. Milhares de seres, se transviados no crime ou na inconsciência, experimentaram a separação das almas que os sustentam, como a provação mais ríspida e dolorosa, e, no drama das existências mais obscuras, vemos sempre a atração eterna das almas que se amam mais intimamente, envolvendo umas para as outras num turbilhão de ansiedades angustiosas; atração que é superior a todas as expressões convencionais da vida terrestre. Quando se encontram no acervo real para os seus corações – a da ventura de sua união pela qual não trocariam todos os impérios do mundo, e a única amargura que lhes empana a alegria é a perspectiva de uma nova separação pela morte, perspectiva essa que a luz da Nova Revelação veio dissipar, descerrando para todos os espíritos, amantes do bem e da verdade, os horizontes eternos da vida”
Note-se que Emmanuel não contradiz Kardec como alguns forçosamente querem crer. Antes, traça um belo panorama do que o amor, em se tratando de almas afins, que pelejam longos séculos, milênios talvez, juntas, em compromissos ora dolorosos ora sublimes, pode fazer, transformando os seres, que passam a se amparar e galgar juntos seu caminho de ascensão. Não trata, em nenhum momento, das almas gêmeas como metades eternas, mas sim como criaturas cuja perfeita sintonia de pendores as faz credoras de um amor recíproco que atravessa as maiores barreiras, passando a impressão de serem feitas mesmo uma para a outra, tamanha identidade de pensamentos. Não vemos portanto qualquer incongruência entre os textos, já que todos contamos para nossa felicidade com espíritos simpáticos e amorosos devotados a nós em todos os níveis de nossa existência.
Diante disso, munidos no melhor sentimento fraterno, postamos abaixo o belo poema escrito por Emmanuel quando de sua reencarnação em Roma a sua esposa Lívia. A bela imagem das almas gêmeas, entendidas no âmbito das simpatias e dos laços que se perdem nas noites do tempo, continua sendo fonte inspiradora a todos que amam e a todos que querem reaprender a amar….
Alma gêmea da minhalma, Flor de luz da minha vida, Sublime estrela caída Das belezas da amplidão!… Quando eu errava no mundo, Triste e só, no meu caminho, Chegaste, devagarinho, E encheste-me o coração. Vinhas na bênção dos deuses, Na divina claridade, Tecer-me a felicidade Em sorrisos de esplendor!… És meu tesouro infinito, Juro-te eterna aliança, Porque sou tua esperança, Como és todo o meu amor! Alma gêmea da minhalma, Se eu te perder, algum dia, Serei a escura agonia Da saudade nos seus véus… Se um dia me abandonares, Luz terna dos meus amores, Hei de esperar-te, entre as flores Da claridade dos céus…
Poema extraído do livro “Há dois mil anos”, dedicado por Públio Lentulus (reencarnação anterior de Emmanuel em Roma) a sua esposa Lívia
A Visão Espírita das Almas Gêmeas
Encontrar um grande amor e ser feliz para sempre é o sonho de muitas pessoas. Muitos passam a vida idealizando sua cara metade; outros, quando se apaixonam, logo acreditam ter encontrado a pessoa ideal, até o momento em que surgem os problemas e as decepções. Como consequência, a desilusão parece desmoronar o castelo construído, como esculturas na areia.
Mas a grande dúvida permanece: nossa alma gêmea realmente existe, ou será apenas um sonho, fruto da imaginação dos mais românticos?
A crença na alma gêmea vem desde a antiguidade. Uma lenda conta que, Deus, no processo de criação do mundo, uniu homens e mulheres em um só corpo (a Bíblia diz que a mulher foi criada a partir da costela de Adão), mas após a queda do Paraíso os seres humanos teriam se distanciado do Criador. Assim, a união foi interrompida, dando origem ao sexo oposto. Desde então, homem e mulher passaram a buscar sua outra metade para se sentirem plenos novamente.
A explicação bíblica é mitológica e está carregada de informações profundas, que se não forem corretamente interpretadas podem dar a ideia de algo fantasioso.
Na psicologia junguiana, que leva em conta a linguagem simbólica, o termo alma gêmea simboliza o arquétipo da afetividade. Alguns psicólogos explicam que, com o tempo, os conceitos evoluíram e o príncipe encantado que chegaria montado em um cavalo branco foi substituído por uma pessoa que se identifique com os ideais do outro, a chamada cara metade ou o companheiro ideal.
Já a ficção alimenta a fantasia das pessoas e, muitas vezes, foge da realidade. Portanto, precisamos ficar atentos para a mensagem que está sendo passada ao público sobre certos conceitos.
O Espiritismo esclarece que não existem dois espíritos criados um exclusivamente para o outro, mas que podem ter em comum os mesmos interesses e afinidades. O espírito imortal poderá encontrar em sua trajetória evolutiva muitos espíritos afins. Essa busca pelo grande amor significa a aspiração da alma pela felicidade completa.
A pergunta 386 de O Livro dos Espíritos explica que duas pessoas que se conheceram e se estimaram em vidas anteriores não se reconhecem, como muitos acreditam; apenas se sentem atraídos um para o outro. Isso acontece porque as recordações das existências passadas trariam grandes inconvenientes; mas é claro que existem raras exceções.
Essas questões nos levam a uma reflexão: como aprender a conviver e aceitar as diferenças, mesmo quando há uma grande afinidade entre os espíritos afins, afinal, cada qual trilha um caminho na jornada evolutiva.
Espiritismo e relacionamentos
Vamos falar hoje sobre o espiritismo e relacionamentos. Como sempre começamos esclarecendo e contrariando algum mito, hoje não será diferente. Para a tristeza de muitos, sentimos muito em dizer que a alma gêmea não existe. Segundo a concepção popular, a alma gêmea é a outra metade de alguém. Não acreditamos nisso pois, como o próprio Livro dos Espíritos diz, “(…) Se um Espírito fosse a metade do outro, separados os dois, estariam ambos incompletos”.
Isso não quer dizer que o espiritismo não acredita em amor, longe disso. Embora não existam almas gêmeas, há sim o que chamamos de almas afins, que são espíritos que sentem afinidades por outros. Sabe aquela pessoa que você encontra em um grupo de desconhecidos e ela imediatamente lhe agrada? Então, provavelmente há uma afinidade entre ambas as almas. Como o próprio nome diz, almas afins sentem afinidade entre uma e outra. Sendo assim, é natural que aconteçam casamentos e relacionamentos entre duas pessoas.
Outro ponto muito citado quando se fala sobre o espiritismo e relacionamentos é a pré-destinação. Existem casos sim em que duas pessoas estejam destinadas a ficar uma com a outra e isso ocorre pois tal encontro foi programado antes da encarnação. Acontece, entretanto, que nem todos os encontros programados de fato aconteçam. Como o ser humano é livre, o espírito pode mudar o ele mesmo planejou antes da encarnação. Há casos também de encarnações em que não haja nenhum encontro planejado ou até de que foi planejado para que não haja encontro algum!
Antes que você se questione sobre sua alma afim é preciso observar que o planeta Terra está em transição, ou seja, estamos saindo de um estágio de expiação e prova e entrando em uma era de regeneração. Isso faz com que muitas encarnações sejam destinadas ao resgate. Sendo assim, existem os casamentos que ocorrem por afinidade e existem também (e são grande maioria) os casamentos por resgate, ou seja, um espírito encarna com a missão de ajudar outra e ocorre uma ligação entre elas, gerando o casamento. Isso não quer dizer, entretanto, que não possa existir amor em um casamento de resgate ou que ele não possa durar a vida toda.
Mas mesmo em um mundo onde a maior parte dos relacionamentos são de resgate (se olharmos do ponto de vista espírita, é claro) ainda existem os casais por afinidade. Em um mundo cada vez mais moderno e cibernético, a afinidade pode aparecer até mesmo em duas pessoas que se conhecem através da internet.
Primeiro é indispensável um esclarecimento sobre este assunto: almas afins; Allan kardec vem estudá-lo nas questões 297 a 303 de “o livro dos espíritos” e esclarece que não existem seres que são “predestinados” a ser a metade um do outro. O que ocorre, verdadeiramente, é uma sintonia espiritual – seja de sentimentos, energias ou nível evolutivo – que irá gerar um sentimento de atração muitas vezes inexplicável entre duas pessoas.
Esta atração vem do fato de o nosso espírito inconscientemente sentir os fluidos em sintonia com os fluidos do outro e assim, surgem as atrações que classificamos como almas afins ou almas gêmeas.
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