Ama Portanto Embora Não Recebas Retribuição – Divaldo P Franco

AMA DIVALDO FRANCO

Ama, portanto,

embora não recebas retribuição.
Divaldo P Franco

AMAR

Medo de Amar

 

A insegurança emocional responde pelo medo de amar.
O amor é mecanismo de libertação do ser, mediante o qual, todos os revestimentos da aparência cedem lugar ao Si profundo, despido dos atavios físicos e mentais, sob os quais o ego se esconde.
O medo de amar é muito maior do que parece no organismo social. As criaturas, vitimadas pelas ambições imediatistas, negociam o prazer que denominam como amor ou impõem-se ser amadas, como se tal conquista fosse resultado de determinados condicionamentos ou exigências, que sempre resultam em fracasso.
Toda vez que alguém exige ser amado, demonstra desconhecimento das possibilidades que lhe dormem em latência e afirma os conflitos de que se vê objeto. O amor, para tal indivíduo, não passa de um recurso para uso, para satisfações imediatas, iniciando pela projeção da imagem que se destaca, não percebendo que, aqueloutros que o louvam e o bajulam, demonstrando-lhe afetividade são, também, inconscientes, que se utilizam da ocasião para darem vazão às necessidades de afirmação da personalidade, ao que denominam de um lugar ao Sol, no qual pretendem brilhar com a claridade alheia.
Vemo-los no desfile dos oportunistas e gozadores, dos bulhentos e aproveitadores que sempre cercam as pessoas denominadas de sucesso, ao lado das quais se encontram vazios de sentimento, não preenchendo os espaços daqueles a quem pretendem agradar, igualmente sedentos de amor real.
O amor está presente no relacionamento existente entre pais e filhos, amigos e irmãos.. Mas também se expressa no sentimento do prazer, imediato ou que venha a acontecer mais tarde, em forma de bem-estar. Não se pode dissociar o amor desse mecanismo do prazer mais elevado, imediato, aquele que não atormenta nem exige, mas surge como resposta emergente do próprio ato de amar.
Quando o amor se instala no ser humano, de imediato uma sensação de prazer se lhe apresenta natural, enriquecendo-o de vitalidade e de alegria com as quais adquire resistência para a luta e para os grandes desafios, aureolado de ternura e de paz.
FRANCO, Divaldo Pereira. Amor, Imbatível Amor.
Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL.

divaldo pereira franco

LEI DE JUSTIÇA

Espinhos na jornada cristã

 

O pântano silencioso, às vezes, com águas tranquilas, guarda, na sua intimidade, a vaza fétida e venenosa.
A roseira que esplende de belas flores perfumadas, cobre as suas hastes com espinhos pontiagudos.
Na aparência, a água destilada e o ácido sulfúrico têm a mesma apresentação.
As plantas carnívoras atraem as suas vítimas exalando suave e doce perfume…
O Sol, que aquece a vida e a mantém, é portador, também, dos raios infravermelhos e ultravioletas que danificam o organismo. Sorrisos de amabilidade também ocultam infames traições e crueldades.
A calúnia, a perversidade, a perseguição, nem sempre se apresentam com as características que lhes são peculiares, mantendo-se ocultas nos disfarces da hipocrisia e da desfaçatez.
É natural, portanto, que, na estrada sublime do Evangelho, estejam escondidos espinhos que dificultam a marcha do viajor dedicado e tomado pelas emoções superiores.
São eles que testificam os valores de que o mesmo se encontra revestido, pois que, se o seu devotamento não é autêntico, logo foge do compromisso, queixando-se de dificuldades e de sofrimentos.
Quando alguém elege o serviço de Jesus na Terra, pode ter a certeza de que a incompreensão o segue empós, a inveja o atinge com as setas da calúnia e da deslealdade, justificando-se de mil maneiras, a fim de ocultar a face inferior que lhe é peculiar.
Todos aqueles que foram fiéis ao Mestre, ao longo dos séculos, padeceram as injunções penosas do caminho elegido para o acompanhar.
Não apenas, porém, os servidores da Verdade, mas todos os indivíduos que se destacam na comunidade pelos valores de nobreza e de dedicação à causa do Bem e do progresso das demais criaturas, são convidados ao pagamento pela glória de servir.
A sua caminhada é sempre marcada por dores inconcebíveis, por competições infames e por injunções inacreditáveis, especialmente no meio de quantos deveriam comportar-se de maneira diferente.
Sucede que a Terra é ainda o mundo de provações e ninguém consegue avançar no rumo soberano da Grande Luz sem vencer a sombra exterior, após haver superado a própria sombra interior.
Por essa razão é reduzido o número de pessoas dedicadas à construção da harmonia e da fraternidade, sendo muito mais frequentes e expressivas aquelas que aderem ao comodismo, à indiferença, à acusação indébita, à infâmia, defendendo a sua área de dominação.
Quando se trata de uma revolução positiva e idealista, há uma recusa quase generalizada, por parte daqueles que se encontram satisfeitos consigo, com suas alegrias fisiológicas e interesses egotistas.
As ideias novas e progressistas incomodam e, além disso, os invejosos que não são capazes de superar os paladinos dos movimentos renovadores atacam-nos ferozmente, porque gostariam de estar no seu lugar, sem o conseguir.
*
Sempre encontrarás espinhos sob a areia fina da estrada ou pedrouços no terreno a conquistar.
Desde que te candidates ao serviço do Mestre Jesus, não podes anelar por aquilo que Ele rejeitou, embora sendo o Eleito de Deus.
Toda a Sua vida esteve sob acusações falsas, perseguições mesquinhas, injunções más, forjadas pelos inimigos da Humanidade, que dEle somente se beneficiaram sem qualquer contribuição favorável.
Nunca esperes retribuição pelo que faças de dignificante e honorável.
Que te bastem as satisfações e prazeres da ação desempenhada e não os efeitos a que deem lugar.
A tarefa do semeador é distribuir as bênçãos de que se faz instrumento e seguir adiante.
Quanto possível, deves erradicar a erva má que lhes ameace o desenvolvimento; quando na condição de plântulas frágeis, resguardá-las das intempéries e dos inimigos naturais, sem preocupar-te contigo.
Igualmente, não guardes qualquer ressentimento em relação àqueles que se divertem com os teus sofrimentos, que se comprazem com as tuas aflições na seara.
Eles também não passarão incólumes, pois que a vereda é a mesma para todos.
Mesmo agora, com sorrisos e esgares, aparentando felicidade, encontram-se enfermos, sofridos, necessitados…
Todos aqueles que se apresentam como privilegiados de hoje serão chamados aos testemunhos amanhã.
Quem hoje sofre, avança para as cumeadas da interação com o Pai, através do devotamento e da sinceridade dos seus atos.
Desse modo, quanto mais diatribes te atirem, maior convicção, segurança adquires em torno da excelência do trabalho ao qual te afervoras.
Teme, porém, quando facilidades e aplausos te acompanharem no serviço. São muito perigosos, porquanto constituem retribuição pelo que foi realizado, ou apenas simulações e hipocrisias, e isso equivale a um tipo de pagamento à vaidade e à presunção.
Desde que trabalhas sob o comando do Mestre, a Ele cabem as bênçãos do futuro da tua cooperação, e a ti a alegria de estares ao Seu lado.
Todos aqueles que O acompanharam, com exceção do discípulo amado, provaram os rudes testemunhos, inclusive, o holocausto da própria vida.
Que esperas, por tua vez ?!
Resta-te, somente, servir mais e melhor, consciente de que o teu grão de mostarda é também valioso no conjunto da semeadura de luz.
Alegra-te, pois, quando caluniado, vilipendiado, sem razão atual, porquanto, estarás expungindo, o que representa uma verdadeira dádiva dos Céus.
Enquanto alguns estão se comprometendo, tu caminhas te redimindo, pouco te importando com a maneira pela qual isso acontece.
Tem, pois, compaixão dos teus adversários e sê-lhes amigo desconhecido e maltratado.
São poucos os seres humanos que desejam tornar-se amigos, servir durante a caminhada, que lhes é rica de carências, pródiga de diversões e escassa de abnegação.
*
Onde estejas, com quem te encontres, nunca deixes de assinalar a tua presença com a ternura, a misericórdia, a alegria de amar e de servir.
As pegadas mais fortes são aquelas transformadas em luzes que brilham apontando o rumo de segurança.
Caso tenhas coragem, após sofreres os acúleos da estrada, retira-os, a fim de beneficiares todos aqueles que venham depois de ti.
Que a tua dor não seja por eles experimentada, nem os teus suores de sofrimentos íntimos derramem-se pelas faces dos futuros divulgadores do Infinito Amor.

 

Divaldo Pereira Franco. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na manhã de 7 de junho de 2012, em Helsinque, Finlândia.

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Ingratidão

Dentre os muitos inimigos morais do homem, a ingratidão assoma, relevante, na condição de filha dileta do egoísmo, que se nutre com as vérminas do orgulho.
A ingratidão estabelece síndromas de distúrbios comportamentais, que degeneram, a curto ou longo prazo, em problemas de alienação mental.
Nos dias hodiernos, a ingratidão toma corpo com muita facilidade, tornando-se elemento normal nas relações sociais, em lamentável agressão aos postulados éticos, quando não se tenha em conta a moral evangélica.
Filhos ingratos e genitores desleixados dos seus deveres, irmãos insensatos e cônjuges levianos, amigos desassisados pululam nas avenidas do mundo moderno, envergando roupagens de alto custo ou andrajos de miséria, igualados na mesma indigência espiritual.
Abençoa a mão que um dia se distendeu, generosa, no teu rumo, socorrendo-te e amparando-te.
Mesmo que ela, por acaso, se haja convertido em instrumento que te oferta o fel da amargura, recorda-te de quando te abençoou com a dádiva sem preço da misericórdia e da compreensão em que te apoiaste.
Da mesma forma que não é meritório fazer o bem e aguardar retribuição, não é justificável que se mutile a generosidade com as lâminas da ingratidão, em quem espalhou benefício.
Há pessoas que se acreditam somente credoras de receber ajuda, supondo-se privilegiados ante a vida, empanturradas de empáfia, fingindo ignorar a própria fragilidade.
Sorriem ante os que lhes estimulam as paixões dissolventes, demorando-se como belas flores de estufa, de vida breve, a nutrir-se do clima em que se consumirão.
São gentis, enquanto se locupletam, no entanto, afastam-se amargas e maledicentes da presença generosa de quem lhes foi devotado…
Censuram o benfeitor mediante alegações mesquinhas, justificando, com acusações, a própria enfermidade.
Aqueles por quem ora se entusiasmam, serão abandonados amanhã, com o mesmo ardor, logo não lhes posam ser úteis ou atendê-las nas suas exigências.
Não as censures, nem lhes concedas as tuas preocupações aumentando as dores que te ferem a alma.
Ora por elas, envolvendo-as de ternura. Elas estão equivocadas e despertarão um dia.
Prossegue ajudando quem te cruze o caminho, sem a preocupação de reter ninguém no teu círculo de afetividade.
O cristão autêntico não se faz compreender, ainda hoje, porém compreende sempre.
Seus pés sangram continuamente, porque a vida que escolheu é lição de progresso e libertação.
Mantém, na mente e no coração, o sentimento de gratidão por quem te auxilie. Desde que é dever socorrer e perdoar o inimigo, é muito mais justo permanecer fiel ao benfeitor e ao amigo.
Ninguém consegue o topo da subida, sem o primeiro passo, tanto quanto jamais alguém penetrará no insondável das realidades divinas sem a bênção do conhecimento haurido através da singeleza do alfabeto.
Por melhor que ora te encontres, por maiores que sejam os sinais do teu aparente progresso material, ignoras o amanhã…
E mesmo que sigas em contínua ascensão econômica e social, o crescimento moral tem regime de urgência e em todos estes campos não poderás negar a gratidão a quem, na tua hora de aspereza, concedeu-te o primeiro impulso, ofereceu-te mão generosa para que continuasses.
Não apenas os adversários, os invejosos e os políticos-religiosos infelizes fizeram-se os crucificadores de Jesus.
Foram, também, os amigos ingratos, os beneficiários reticentes, os companheiros moralmente dúbios…
Judas, que aparentava amá-lO, deixou-se enredar nos problemas que o perturbavam e, ingrato, O entregou…
Pedro, que Lhe era devotado, porém invigilante, tombando nas malhas de cruéis perturbações espirituais obsessivas O negou…
…E outros tantos que desapareceram, não Lhe ofertando amor ou fidelidade, carinho ou gratidão.
Muitos haviam sido aqueles a quem Ele ajudou; iluminou-os com a verdade e libertou-os dos males de vária procedência que os afligiam.
Sê grato, sempre, em qualquer circunstância, principalmente quando o teu companheiro gentil, se te apresente turbado ou triste, enfermo ou solitário, porquanto nesta fase é que ele necessita de amizade e não nos momentos em que pode doar, oferecer-se e amparar.
A gratidão, nascida da seiva do amor, é estrela que assinala cada alma na marcha da evolução, deixando sinais luminosos pelo caminho.
FRANCO, Divaldo Pereira. Otimismo. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL.

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