AMIGOS AMIZADE É ACOLHER O OUTRO É UM DOM

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AMIZADE ACOLHIMENTO

 

Amizade, acolher o outro é um dom, mas cativar é uma arte.

Marilene A.Franquinho

DEUS É MARAVILHOSO

Perante os Amigos

 

O amigo é uma benção que nos cabe cultivar no clima de gratidão.
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Quem diz que ama e não procura compreender e nem auxiliar, nem amparar e nem servir, não saiu de si mesmo ao encontro do amor de alguém.
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A amizade verdadeira não é cega, mas se enxerga defeitos nos corações amigos, sabe amá-los e entendê-los mesmo assim.
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Teremos vencido o egoísmo em nós quando nos decidirmos a ajudar aos entes amados a realizarem a felicidade própria, tal qual entendem eles, deva ser a felicidade que procuram, sem cogitar de nossa própria felicidade.
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Em geral, pensamos que os nossos amigos pensam como pensamos, no entanto, precisamos reconhecer que os pensamentos deles são criações originais deles próprios.
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A ventura real da amizade é o bem dos entes queridos.
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Assim como espero que os amigos me aceitem como sou, devo, de minha parte, aceitá-los como são.
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Toda vez que buscamos desacreditar esse ou aquele amigo, depois de havermos trocado convivência e intimidade, estaremos desmoralizando a nós mesmos.
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Em qualquer dificuldade com as relações efetivas é preciso lembrar que toda criatura humana é um ser inteligente em transformação incessante, e, por vezes, a mudança das pessoas que amamos não se verifica na direção de nossas próprias escolhas.
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Quanto mais amizade você der, mais amizade receberá.
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Se Jesus nos recomendou amar os inimigos, imaginemos com que imenso amor nos compete amar aqueles que nos oferecem o coração.

 

XAVIER, Francisco Cândido. Sinal Verde. Pelo Espírito André Luiz. CEC.

ROSAS JARDIM AMIGOS

Jesus e os Amigos

 

“Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a vida pelos seus amigos.” – Jesus. (JOÃO, capítulo 15, versículo 13.)
Na localização histórica do Cristo, impressiona-nos a realidade de sua imensa afeição pela Humanidade.
Pelos homens, fez tudo o que era possível em renúncia e dedicação.
Seus atos foram celebrados em assembléias de confraternização e de amor. A primeira manifestação de seu apostolado verificou-se na festa jubilosa de um lar. Fez companhia aos publicanos, sentiu sede da perfeita compreensão de seus discípulos. Era amigo fiel dos necessitados que se socorriam de suas virtudes imortais. Através das lições evangélicas, nota-se- lhe o esforço para ser entendido em sua infinita capacidade de amar. A última ceia representa uma paisagem completa de afetividade integral. Lava os pés aos discípulos, ora pela felicidade de cada um…
Entretanto, ao primeiro embate com as forças destruidoras, experimenta o Mestre o supremo abandono. Em vão, seus olhos procuram a multidão dos afeiçoados, beneficiados e seguidores.
Os leprosos e cegos, curados por suas mãos, haviam desaparecido.
Judas entregou-o com um beijo.
Simão, que lhe gozara a convivência doméstica, negou-o três vezes.
João e Tiago dormiram no Horto.
Os demais preferiram estacionar em acordos apressados com as acusações injustas. Mesmo depois da Ressurreição, Tomé exigiu-lhe sinais.
Quando estiveres na “porta estreita”, dilatando as conquistas da vida eterna, irás também só. Não aguardes teus amigos. Não te compreenderiam; no entanto, não deixes de amá-los. São crianças. E toda criança teme e exige muito.

 

XAVIER, Francisco Cândido. Caminho, Verdade e Vida. Pelo Espírito Emmanuel. 28.ed. Brasília: FEB, 2009. Capítulo 86.

FLORES AMIGAS

Palavras de Amor Paternal

 

Amigos.

O Senhor nos abençoe.
Hoje é uma grande noite no lar e na família. E somos parte do conjunto que formastes no tempo, em honra de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Com os nossos votos de trabalho e paz, coragem e alegria, a todo vós, com que nos reunimos habitualmente, desejamos que esses fatores da felicidade vos caracterizem a existência em todos os vossos dias. Mas não nos prendemos unicamente aos votos referidos. É nosso propósito agradecer-vos toda a cooperação que nos proporcionastes, no transcurso de 1988, através das atividades em que expressais a vossa fidelidade aos compromissos assumidos.
Agradecemos o amor que doastes aos irmãos em dificuldade ou penúria;
A tolerância com que soubestes desculpar as nossas falhas, na condição de imperfeitos amigos espirituais;
A assiduidade no desempenho de nossas tarefas, nas quais vos fizestes nossos professores de dedicação aos ensinos que Jesus nos legou;
A cortesia e o devotamento ao bem, com que ouvistes duras observações daqueles que nos procuram ainda inconscientes das realidades que nos felicitam;
As palavras de bom ânimo com que levantastes tantos companheiros caídos em desesperação, ante as provas que os aguardavam na experiência física;
Os impulsos generosos com que atendestes ao apelo dos necessitados de todas as procedências;
A resignação que infundistes em muitos de nossos irmãos, ansiosos na expectativa de receber os comunicados de entes queridos, que não nos foi possível abordar, irmãos esses que passaram a escutar com respeito às referências edificantes, alusivas à nossa Doutrina de Paz e Amor;
A compreensão com que registrastes as queixas e reclamações, injúrias e exigências de amigos encarcerados nas grades da inconformação;
A esperança que acendestes no escuro de corações desolados e infelizes;
A reorientação fraternal com que vos conduzistes no esclarecimento aos companheiros enganados por ilusões que os situavam na fantasia;
O trabalho constante com que vos decidistes a traduzir os ensinamentos do Divino Mestre, socorrendo aos últimos das filas humanas, amparando os desvalidos e agasalhando os nus;
O entendimento com que suportastes críticas e acusações gratuitas, entregando os obstáculos do mundo à Divina Providência;
O espírito de fraternidade com que dialogastes, construtivamente, com os amigos distanciados do Bem, suportando com serenidade os agravos e as agressões.
O silêncio que adotastes à frente do mal, cientes de que a Infinita Bondade do Senhor transforma sem alarde e sem alarme os desgostos e amarguras, com que fostes tantas vezes defrontados nos caminhos da fé;
E por todas as vossas qualidades nobres e esforços de auto-aperfeiçoamento, ensinando-nos a amar e a esperar, a abençoar e a elevar, convertendo-vos, involuntariamente, em orientadores para nós outros, os vossos companheiros desencarnados e, por todas as bênçãos de trabalho e paciência, com as quais nos enriqueceis de confiança e alegria, eis-me aqui o menor de vossos servidores, a fim de repetir-vos:
– Muito obrigado e que Deus nos abençoe!

 

XAVIER, Francisco Cândido; BACCELLI, Carlos A.. Confia e Serve. Espíritos Diversos. IDE. (Mensagem recebida pelo Médium Francisco Cândido Xavier, na reunião pública realizada no Grupo Espírita da Prece, na noite de 31 de dezembro de 1988, em Uberaba, Minas.).

VERDADEIROS AMIGOS

Doações Tardias

 

Amigo, você nos solicita indicar o destino mais aconselhável para os seus bens, depois de sua libertação do corpo físico.
Indaga você:
“Se devo facear a sobrevivência, diga, por obséquio, qual o melhor modo de deixar os recursos que acumulei? Tenho algum dinheiro, ações em companhias diversas, terrenos vagos, dois sítios caprichosamente montados e alguns apartamentos para alugar. Será mais justo entregar esse patrimônio a determinados amigos, através de testamentos e recomendações especiais? Ou será mais razoável confiar meus bens a instituições de beneficência?”.
A sua consulta nos falou ao coração e aqui estamos para a resposta possível, que você não é obrigado a aceitar.
Usufruindo a luz da prece, você mesmo obterá a inspiração dos benfeitores espirituais que o assistem, a fim de adotar a melhor conduta.
Esquecer o seu livre arbítrio, seria privá-lo da liberdade de escolha.
Entretanto, permitimo-nos recordar um episódio, que se perde nos acontecimentos históricos do segundo milênio que estamos terminando no mundo.
O rei de Bizâncio, Manuel I, da dinastia dos Commenos, mantinha os seus assessores e soldados numa guerra civil contra os persas, que se defendiam ardorosamente.
Na batalha última em que seus súditos encontraram pesada derrota, o próprio rei foi atingido no peito por fina lâmina ajustada à ponta de uma flecha. O sangue lhe jorrava do tórax, quando foi cautelosamente retirado da alimária que o servia; mas deposto no chão, eis que o soberano pressentiu a própria morte e encontrou forças para falar em voz alta:
“Companheiros e soldados amigos; temos vinte canastras na expedição, transportando ouro e prata, jóias e pedras preciosas, em quantidade suficiente para enriquecer-vos a todos. Retirai de minha armadura as chaves capazes de abri-las e apossai-vos de toda a riqueza que vos entrego por brinde de amizade e gratidão.”
Num momento, as chaves trabalharam movendo as complicadas fechaduras e todo um montão de preciosidades surgiu aos olhos deslumbrados de todos os circunstantes. O monarca estava agora inerte, chamado que foi ao reino da morte e aqueles que o seguiam passaram a partilhar da fortuna de que se reconheciam detentores. Os inimigos, porém, se mantinham vigilantes e caíram sobre os vencidos e, em minutos breves, os herdeiros do rei acordaram para a realidade, sendo muitos deles degolados ou escravizados.
Nem um só dos companheiros do rei escapou do massacre ou da escravidão, enquanto que os adversários, além da vitória fácil, surrupiaram todos os bens que se lhe revelavam à vista.
Rogo-lhe atenção para este tópico da verdade histórica, para que observe quão difícil se faz a previsão, com respeito a benefícios marcados para depois da morte…
O rei Manuel I, que viajava conduzindo grande tesouro, efetivamente fez a doação de tudo quanto possuía, à frente da morte, com a desvantagem de colocar os amigos sob a ira dos adversários que os arrasaram e espoliaram à vontade, sobretudo para satisfazer os apetites de ambição e pilhagem de que se sentiam acometidos.
Em vista do exposto, se você deseja beneficiar pessoas ou instituições, não deixe as sua providências para depois, quando as suas riquezas entrarem no campo dos inventários, difíceis de serem deslindados.
Se o prezado amigo já despertou para a grandeza do bem aos semelhantes e quer fazer essa ou aquela doação, não deixe isso para amanhã. Faça isso agora.

 

XAVIER, Francisco Cândido. Fotos da Vida. Pelo Espírito Augusto Cezar Netto. GEEM.

MUNDO VIRTUAL AMIGOS

Adultos x Jovens

 

Pergunta efetuada em 1972 a Chico Xavier, no programa Pinga Fogo, da extinta TV Tupi:

– A inquietação da juventude é uma constante desde muitos séculos. O Homem, em uma faixa que vai de 16 a 23 anos, é um rebelde. Depois ele acaba se adaptando e sendo integrado à sociedade. No exato instante em que o home se adapta à sociedade o seu espírito evoluiu ou se acomodou?
Leia a Resposta dada por Chico Xavier e da mesma, avalie o mundo em que vivemos.
– “Quando nós nos adaptamos para o bem, o bem, essencialmente, é sempre o bem dos outros, porque é do bem dos outros que nasce o nosso próprio bem. Hoje, muitas vezes, queremos tratar os nossos jovens como se eles fossem nossos inimigos e isso é um erro.
Os nossos jovens são nossos continuadores. Trazem consigo uma vida diferente da nossa. Impulsos originais que nós não podemos compreender em toda a sua extensão.
Os nossos jovens de ambos os sexos necessitam, principalmente hoje, de nossa compreensão. Naturalmente que não podemos empurrá-los para a libertinagem, mas não devemos frear neles um impulso à libertação para que eles se realizem, para que se desvinculem da nossa vida pessoal. Todos nós na condição de criaturas amadurecidas na experiência física podemos igualmente, temos independência deles e não devemos escravizá-los aos nossos pontos de vista.
Falamos de uma experiência de mais de quase decênios em que temos visto centenas, talvez milhares, de jovens e adultos chorando sobre os nossos ombros em vista do amor possessivo que tantas vezes nos retardam o progresso individual e ocasionam tantos distúrbios em nossa vida familiar e coletiva. Tantos jovens que se doparam em drogas, tantos que se refugiaram em casas de saúde, tantos que abandonaram os seus próprios deveres, que fugiram para a indisciplina, que desertaram do estudo, muitas vezes, por causa de uma influência opressiva daqueles que foram chamados a orientá-los na vida prática.
Ao mesmo tempo vemos tantos pais, tantas mães e tantos orientadores e tutores chorando porque não podem escravizar os jovens a sua própria vida. Porque é que nós não podemos amar uns aos outros na condição de jovens e de adultos cada qual vivendo dentro da sua época de experiência física? Porque é que nós, como adultos, não podemos resguardar a nossa independência dando independência àqueles jovens que são a esperança da humanidade, nossos filhos, nossos continuadores, para que eles realizem as missões a que foram chamados pela reencarnação?
Allan Kardec através da questão número 385, no Livro dos Espíritos, trata disso com muita propriedade e isto há mais de 100 anos: “Nossos filhos são espíritos que vieram de outras condições diferentes das nossas, são credores de nosso maior respeito”. Nós falamos em diálogo e precisamos de diálogo; falamos em comunicação e precisamos da comunicação não apenas nos dias dos desastres sentimentais.
Conversar com os nossos jovens, conversar com os nossos pais como grandes amigos que se interligam através das suas experiências.
Diálogo nunca foi pancadaria verbal. A comunicação nunca foi um sistema de censura sistemática. Não estamos de maneira nenhuma reprovando adultos nem censurando jovens. Estamos atentos à lição de nosso Emanuel que nos pede considerar que dentro da civilização do ocidente é que nasceu a psicanálise com Sigmund Freud para que nós sejamos tratados especificamente e individualmente para nos ajustarmos ao amor que Jesus nos ensinou.
Jesus nos ensinou “Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei”. Este enunciado não veio de nenhuma decretação humana, veio Daquele que nós temos como sendo o Nosso Senhor.
Porque é que não podemos amar os nossos jovens, auxiliá-los para que sejam eles mesmos? Porque é que nós não podemos receber deles o auxilio, não para que vivamos como muitas pessoas maduras estão vivendo em países da Europa, em grandes palácios dourados nomeados como sendo cemitério dos elefantes em que as pessoas amadurecidas na experiência humana se recolhem com pessoas inúteis e vivem uma vida de entretenimento como se fossem marginalizadas pela idade física? Não, como adultos podemos tratar de nossa saúde, sermos independentes, apararmos os nossos filhos e eles também apararem a nós outros para que cada um de nós tenha a sua casa, tenha as suas afinidades, as suas relações, o seu mundo, os seus hobbies, as suas profissões, os seus afetos, a sua vida e ao mesmo tempo eles também podem ter as suas famílias independentes, com muito amor de nós uns para como os outros.
E nós não podemos tratar-nos uns aos outros como se fossemos inimigos. Nós somos irmãos, somos pais, filhos, parentes, amigos, esposos, esposas, tios, tias, companheiros, mas acima de tudo somos espíritos imortais, filhos de Deus, cada qual sendo um mundo original criado por Deus. Aconselhemos os nossos jovens, amparemos os nossos jovens com as nossas experiências e que eles nos amparem com a sua força e nos amem, que nós todos precisamos de amor, mas que haja aquela fronteira que nós chamamos de respeito para que cada um seja ele mesmo e para que nós possamos viver em paz uns com os outros sem necessidade de cairmos em neuroses e depois em psicoses e recorrermos aos nossos amigos da medicina como doentes graves arredados da vida e arredados do trabalho.
A vida para nós deve ser uma escola sem férias, com as pausas do descanso, mas todos fomos chamados a trabalhar.
Avaliando a resposta dada por nosso mestre, podemos perceber o amor, o conhecimento e a sabedoria na mesma.

 

Xavier, Francisco Cândido. Programa Pinga Fogo, da extinta TV Tupi, em 1972.

ORAÇÃO JOANNA DE ÂNGELIS

A Beneficência

 

A beneficência, meus amigos, dar-vos-á nesse mundo os mais puros e suaves deleites, as alegrias do coração, que nem o remorso, nem a indiferença perturbam. Oh! pudésseis compreender tudo o que de grande e de agradável encerra a generosidade das almas belas, sentimento que faz olhe a criatura as outras como olha a si mesma, e se dispa, jubilosa, para vestir o seu irmão! Pudésseis, meus amigos, ter por única ocupação tornar felizes os outros!
Quais as festas mundanas que podereis comparar às que celebrais quando, como representantes da Divindade, levais a alegria a essas famílias que da vida apenas conhecem as vicissitudes e as amarguras, quando vedes nelas os semblantes macerados refulgirem subitamente de esperança, porque, faltos de pão, os desgraçados ouviam seus filhinhos, ignorantes de que viver é sofrer, gritando repetidamente, a chorar, estas palavras, que, como agudo punhal, se lhes enterravam nos corações maternos: “Estou com fome!…”
Oh! compreendei quão deliciosas são as impressões que recebe aquele que vê renascer a alegria onde, um momento antes, só havia desespero! Compreendei as obrigações que tendes para com os vossos irmãos! Ide, ide ao encontro do infortúnio; ide em socorro, sobretudo, das misérias ocultas, por serem as mais dolorosas! Ide, meus bem-amados, e tende em mente estas palavras do Salvador: “Quando vestirdes a um destes pequeninos, lembrai-vos de que é a mim que o fazeis!”
Caridade! sublime palavra que sintetiza todas as virtudes, és tu que hás de conduzir os povos à felicidade. Praticando-te, criarão eles para si infinitos gozos no futuro e, enquanto se acharem exilados na Terra, tu lhes serás a consolação, o prelibar das alegrias de que fruirão mais tarde, quando se encontrarem reunidos no seio do Deus de amor. Foste tu, virtude divina, que me proporcionaste os únicos momentos de satisfação de que gozei na Terra. Que os meus irmãos encarnados creiam na palavra do amigo que lhes fala, dizendo-lhes: E na caridade que deveis procurar a paz do coração, o contentamento da alma, o remédio para as aflições da vida.
Oh! quando estiverdes a ponto de acusar a Deus, lançai um olhar para baixo de vós; vede que de misérias a aliviar, que de pobres crianças sem família, que de velhos sem qualquer mão amiga que os ampare e lhes feche os olhos quando a morte os reclame! Quanto bem a fazer! Oh! não vos queixeis; ao contrário, agradecei a Deus e prodigalizai a mancheias a vossa simpatia, o vosso amor, o vosso dinheiro por todos os que, deserdados dos bens desse mundo, enlanguescem na dor e no insulamento! Colhereis nesse mundo bem doces alegrias e, mais tarde… só Deus o sabe!…
Adolfo, bispo de Argel. (Bordéus, 1861.)

 

KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. FEB. Capítulo 13. Item 11.

LAÇOS AMIZADE

Um Sábio Ambicioso

 

Posto nunca tivesse provado as cruciantes angústias da miséria, a Sra. B…, de Bordéus, teve uma vida de martírios físicos, em conseqüência de inumerável série de moléstias mais ou menos graves, a contar da idade de 5 meses. Vivendo 70 anos, quase que anualmente batia às portas do túmulo. Três vezes envenenada pela terapêutica de uma ciência experimental e duvidosa, em ensaios feitos sobre o seu organismo e temperamento, arruinada, ao demais, pelos remédios tanto quanto pela doença, assim viveu entregue a sofrimentos intoleráveis, que nada podia atenuar. Uma sua filha, espírita-cristã e médium pedia sempre a Deus para suavizar-lhe as cruéis provações. Foi porém aconselhada pelo seu guia a pedir simplesmente a fortaleza, a calma, a resignação para as suportar, fazendo acompanhar esse conselho das seguintes instruções:
“Nessa vida tudo tem sua razão de ser: não há um só dos vossos sofrimentos, que não corresponda aos sofrimentos por vós causados; não há um só dos vossos excessos que não tenha por conseqüência uma privação; não há uma só lágrima a destilar dos olhos, que não seja destinada a lavar uma falta, um crime qualquer.
“Suportai, portanto, com paciência e resignação as dores físicas e morais, por mais cruéis que elas se vos afigurem. Imaginai o trabalhador que, amortecidos os membros pela fadiga, prossegue no trabalho, porque tem diante de si a dourada espiga, outros tantos frutos da sua perseverança. Assim, a sorte do infeliz que sofre nesse mundo; a aspiração da felicidade, que deve constituir-se em fruto de sua paciência, torná-lo-á resistente às dores efêmeras da Humanidade. Eis o que se dá com tua mãe. Cada uma das suas dores acolhida como expiatória, corresponde à extinção de uma nódoa do passado; e quanto mais cedo as nódoas todas se extinguirem, tanto mais breve ela será feliz.
“A falta de resignação esteriliza o sofrimento, que, por isso mesmo, teria de ser recomeçado. Convém-lhe, pois, a coragem e a resignação, e o que se faz preciso é pedir a Deus e aos bons Espíritos que lha concedam. Tua mãe foi outrora um bom médico, vivendo num meio em que fácil se lhe tornava o bem-estar, e no qual lhe não faltaram dons nem homenagens. Sem ser filantrópico, e, por conseguinte, sem visar o alívio dos seus irmãos, mas cioso de glória e fortuna quis atingir o apogeu da Ciência, para aumentar a reputação e a clientela. E na consecução de tal propósito não havia consideração que o detivesse.
“Porque previa um estudo nas convulsões que investigava, sua mãe era martirizada no leito de sofrimentos, enquanto que o filho se submetia a experiências que deveriam explicar uns tantos fenômenos; aos velhos abreviava os dias e aos homens vigorosos enfraquecia com ensaios tendentes a comprovar a ação de tal ou qual medicamento. E todas essas experiências eram tentadas sem que o infeliz paciente delas soubesse ou sequer desconfiasse. A satisfação da cupidez e do orgulho, a sede de ouro e de renome, foram os móveis de tal conduta. Foram precisos séculos de provações terríveis para domar esse Espírito ambicioso e cheio de orgulho, até que o arrependimento iniciasse a obra de regeneração. Agora termina a reparação, visto como as provas dessa última encarnação podem dizer-se suaves relativamente às que já suportou. Coragem, pois, porque se o castigo foi longo e cruel, grande será a recompensa à resignação, à paciência, à humildade.
“Coragem, a todos vós que sofreis; considerai a brevidade da existência material, pensai nas alegrias eternas.
“Invocai a esperança, a dedicada amiga dos sofredores; a fé, sua irmã, que vos mostra o céu, onde com aquela podeis penetrar antecipadamente. Atrai também a vós esses amigos que o Senhor vos faculta, amigos que vos cercam, que vos sustentam e amam, e cuja solicitude constante vos reconduz para junto dAquele a quem haveis ofendido, transgredindo as suas leis.”
Nota – Depois de haver desencarnado, a Sra. B… veio dar, tanto por sua filha como na Sociedade de Paris, muitas comunicações, nas quais se refletem as qualidades mais elevadas, confirmando os seus antecedentes.

 

KARDEC, Allan. O Céu e o Inferno. FEB. Capítulo 8. Segunda parte.

PRA VOCÊ AMIGO

Juventude e Gentileza

 

Por certo, não desconheces as consequências dessa onda de egoísmo que recrudesce no seio social, toda vez em que os valores educativos não se fazem prezados.
A bem da verdade, bem poucas têm sido as pessoas ocupadas em trabalhar essa dimensão da personalidade, qual seja a do altruísmo, tornando-se úteis à dinâmica da vida planetária.
Encharcados de personalismo, os indivíduos falam somente de si, disputam nonadas para si, recorrem a favores diversos apenas para si, sufocando-se no esquife do egoísmo, mais e mais.
Nas atividades cotidianas, esses egoístas aproveitam-se de todas as chances possíveis para driblarem os outros, tendo a sensação de serem mais astutos, mais vivos, mais sabidos, dando vazão ao intimo doente.
*
Se devem enfrentar as filas variadas, desse ou daquele tipo, para serem atendidos a seu tempo, tratam de descobrir pessoas conhecidas, localizadas à frente, que lhes facilite passar para posições privilegiadas, quando não invadem abusivamente, elas mesmas, o espaço dos que aguardam dignamente. Crêem-se mais apressados ou com mais compromissos que os demais.
Entretanto, para o egoísta, tanto faz seja a fila bancária, ou dos cinemas e outras diversões, o que deseja é passar à frente dos outros, porque lhe impacienta a espera ou por vício, sempre alimentado.
Os males do caráter, desenvolvidos e alicerçados no egoísmo, não se limitam.
Nas conduções populares, o acomodado egoísta vê pessoas idosas, mulheres gestantes, criaturas visivelmente enfermas, viajando de pé, sob ingentes sacrifícios, sem qualquer sensibilização, mantendo-se assentados, indiferentes.
Em outros momentos, vemos crianças e moços assentados, ao lado de seus pais, que acompanham a tudo, fazendo de conta que não estão vendo ou entendendo o que se passa.
A disputa generalizada por entrar ou sair primeiro dos lugares de muita gente, quantos acidentes há provocado? E os desentendimentos e guerras mentais que se somam, incontáveis?
A marca do egoísmo, assim, mostra-se em toda parte, entre as mais diversas personalidades.
*
Avaliando esse quadro que se forja nos grupos sociais, percebe, meu jovem companheiro, quantas ocasiões de conquista salutar para a alma têm sido postergadas.
Verifica, desse modo, como tens agido, em relação à gentileza. Se constatares que não tens estado sintonizado com ela, esforça-te para alcançá-la.
Se te encontrares em algum transporte coletivo, valendo-te do vigor da tua mocidade, não esperes que te solicitem. Oferece o teu assento para quem dele precise, demonstrando os valores que te lucilam no íntimo. E é tão pouca coisa.
Evita que tombe uma gestante ou um velho; impede que se fira uma pessoa obesa ou doente, e sintas as alegrias de ser útil.
Diante das filas, enfrenta-as. Tu podes fazê-lo. Se tiveres pressa, chega mais cedo. Não sobrecarregues os amigos que encontres com teus pedidos, embora possas pedir a alguém que te guarde o lugar e, quando chegues, esse alguém, então, sairá.
A virtude costuma parecer tolice, quando começamos a exercitá-la. Depois, transforma-se em luz tão ampla que não mais a dispensamos.
Ao atravessar a via pública, vê se por perto não haverá um velhinho, um cego, alguém a quem possas ajudar na travessia. Far-te-á imenso bem essa atitude.
Coopera com alguém que sobe ou desce uma escada com fardos e bolsas pesados. Dá-lhe pequena ajuda e recolhe, nas vibrações agradecidas, verbalizadas ou não, as alegrias de servir.
Abre uma porta para esse ou aquele, dando-lhe passagem, gentilmente, seja em tua casa, seja num elevador, seja onde for, e sintas a euforia de ser atencioso.
À principio, terás que fazer esforços; com o tempo a gentileza será parte de ti.
*
Juventude, se pretendes influir no mundo para modificar-lhe as bases de vida social, que sabes tão complexa e perturbadora, começa com teu empenho, com a tua contribuição.
Na gentileza exemplificada por ti, verás que a postura egocêntrica vai sendo transformada, e que, ao te sentires mais leve e feliz, não te preocuparás com a gratidão ou não dos beneficiários da tua solicitude, porque, para o teu coração, valerá a cooperação que prestas à Vida, a cooperação com a Obra de Deus.
Segue, então, adiante. Contagia os teus amigos e afetos com a tua atitude gentil, ajudando a extinguir o egoísmo do mundo.

 

TEIXEIRA, José Raul. Cânticos da Juventude. Pelo Espírito Ivan de Albuquerque. Fráter.

coração de amigo

Lições de Amor e Perdão

 

O mundo conheceu o drama da mulher nigeriana que, por ter concebido fora do casamento, foi condenada a morrer apedrejada.
Sua história comoveu o Mundo, mas poucos a sabem em detalhes.
Poucos sabem que ela, aos 13 anos foi dada em casamento, pelos pais, a um homem de mais de 50 anos.
Após ela ter quatro filhos, foi repudiada por esse marido, com a alegação de que não cuidara de forma eficiente das crianças, permitindo que duas viessem a morrer.
Diga-se, de catapora, em uma região desolada, na savana nigeriana, com total falta de recursos.
Quando o médico chegou, era tarde demais.
Depois disso, ela se casou mais três vezes, tendo ao todo sete filhos.
Conforme a Lei Islâmica, foi repudiada por mais duas vezes e, do último marido, ela mesma pediu o divórcio.
Um primo distante, pertencente à família de seu pai a começou cortejar.
Toda vez que ela saía, ele a encontrava. Falava-lhe coisas gentis, agradáveis, que a foram seduzindo.
Prometeu-lhe casamento. Ela acreditou ter encontrado a felicidade.
Quando engravidou, feliz, lhe deu a notícia. Ele a aconselhou a fazer um aborto clandestino, que ela não aceitou.
Quando a gravidez não podia mais ser ocultada, ela foi denunciada à Corte Islâmica.
Quem a denunciou? Não foram os vizinhos, amigos ou curiosos. Foi seu irmão. O irmão mais querido.
Aquele que ela, ainda menina, auxiliara a cuidar, levando amarrado às costas muitas vezes.
O drama vivido por essa mulher foi pungente. Humilhada várias vezes, ao ter sua sentença de morte decretada, seu maior pesar foi que sua filhinha, Adama, ficaria sem mãe.
Duas grandes lições essa mulher passou ao Mundo.
A primeira, é que o fruto da sua ligação com o homem que a abandonou, o motivo da sua sentença de morte, é intensamente amado por ela.
Em nenhum momento, ela deixou de olhar para a menina com olhos de muito amor.
Mesmo condenada à pena capital, continuou a amamentá-la, acarinhá-la, considerando-a um presente de Deus.
“Minha filha me dá forças, ela é o meu alento.” – dizia.
A outra grande lição é a do perdão incondicional. Quando foi decretada sua sentença, o irmão que a denunciara a foi visitar.
Sem esperar que ele falasse, ela se aproximou dele e o abraçou.
Ele estava arrependido do que fizera. Dera ouvidos a amigos, não pensara nas conseqüências finais.
Misturaram as lágrimas. Ele se ofereceu para auxiliar a pagar o advogado que faria a apelação perante a Corte Islâmica.
Safiya foi perdoada. Considerada inocente.
Graças ao esforço de seu advogado e da grande pressão internacional.
A sua história auxiliará, em seu país, a outras mulheres, com certeza.
As suas lições de amor, de perdão, contudo, se fazem exemplo para o Mundo inteiro.
Curiosidades
Safiya vive no mesmo lugarejo, ao norte da Nigéria. Ela tornou a se casar.
Um jornalista italiano transformou em livro a sua história. Parte dos proventos advindos da venda do livro são doados a um projeto de apoio e assistência às mulheres e crianças nigerianas.
Tudo realizado por uma ONG italiana, fundada em 1965. Ao todo, essa ONG trabalha em 36 países da África, América Latina, Ásia e nos Bálcãs, envolvendo quase 1.800 operadores.
A solidariedade não tem fronteiras.

 

Redação do Momento Espírita. Com base no livro Eu, Safiya de Raffaele Masto, ed. Verus. Em 02.01.2008.

amo você amigos

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