Aprendemos que Quando Erramos Podemos Consertar

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“A cada um segundo suas obras.”

 

Aprendemos que quando erramos, podemos consertar;
que quando consertamos, estamos nos melhorando;
quando melhoramos, estamos inovando nossas atitudes;
Então, estamos nos superando, e superar é amar mais.

 

Vera Jacubowski

 


Aprender a conviver

 

Coordenadoria de Estudos da Doutrina Espírita

 

Seguindo com nossas reflexões sobre a aprendizagem, percebemos que o relatório Delors apresenta um caminho para a formação do ser humano, que passa por etapas bem constituídas. Primeiro, aprendemos a conhecer, entendendo qual o processo que utilizamos para aceitar e entender as informações ao nosso redor; depois, sedimentamos a aprendizagem desse novo conteúdo, ao aplicarmos o conhecimento de forma prática; este é o “aprender a fazer”.
Falaremos agora sobre o terceiro pilar da aprendizagem, aquele que muito interessa aos coordenadores de grupos de estudo pela sua consequência na forma como conduzimos esses grupos em “nossa” Casa Espírita; trata-se do “a prender a conviver”.
Allan Kardec enfatiza que o conhecimento do Espiritismo traz inúmeras consequências para a vida do ser humano. Ele diz, também, que o conhecimento da Doutrina não só ajuda seus adeptos a entender melhor os mecanismos do Universo, mas também é capaz de torná-los mais felizes. Analisemos a citação que se segue (grifo nosso):
“Quando, porém, conseguir a soma de gozos que o progresso intelectual lhe pode proporcionar, verificará que não está completa a sua felicidade. Reconhecerá ser esta impossível, sem a segurança nas relações sociais, segurança que somente no progresso moral lhe será dado achar: Logo, pela força mesma das coisas, ele próprio dirigirá o progresso para essa senda e o Espiritismo lhe oferecerá a mais poderosa alavanca para alcançar tal  objetivo”.
L.E: Conclusão, item IV
Kardec coloca a segurança nas relações sociais como fator essencial para a felicidade. Isto nos ajuda a compreender o papel que a boa convivência tem em nossas vidas.
Santo Agostinho trata desta questão em O Evangelho segundo o Espiritismo, no capítulo “Há Muitas Moradas na Casa de Meu Pai” quando fala dos mundos de provas e expiações. Ele diz que nosso planeta possui os estímulos necessários para no crescimento intelectual e moral.
A Terra, conseguintemente, oferece um dos tipos de mundos expiatórios, cuja variedade é infinita, mas revelando todos, como caráter comum, o servirem de lugar de exílio para Espíritos rebeldes à lei de Deus. Esses Espíritos têm aí de lutar, ao mesmo tempo, com a perversidade dos homens e com a inclemência da Natureza, duplo e árduo trabalho que simultaneamente desenvolve as qualidades do coração e as da inteligência. É assim que Deus, em sua bondade, faz que o próprio castigo redunde em proveito do progresso do Espírito”. Santo Agostinho (Paris, 1862) (Grifo Nosso)
Fizemos observações específicas nas duas passagens acima para mostrar a importância dada ao assunto, tanto por Kardec quanto pelos Espíritos. O crescimento moral se expressa nas relações sociais, no trato que o homem tem com as pessoas a sua volta.
Conseguimos observar o princípio do bem conviver no conceito de caridade estabelecido pelo Cristo (O Livro dos Espíritos, questão 886). Quando os Espíritos nos esclarecem que a caridade entendida por Jesus se tratava de Benevolência para com todos, Indulgência para com os erros alheios e Perdão das ofensas, esta já mostrava o caráter da boa convivência e da segurança nas relações sociais.
Reforçando ainda mais essa ideia, na questão 298 de O Livro dos Espíritos, os orientadores espirituais nos dão a ideia de que os males humanos nascem da discórdia entre os homens, e que os Espíritos Superiores têm como fonte de suprema felicidade o amor que os une (questão 967).
Se levarmos em consideração o fato de os grupos de estudos servirem de ambiente para o aprendizado e prática dos princípios da Doutrina Espírita, será nesse ambiente também que envidaremos esforços para a boa convivência. O “aprender a conviver” passa a ser pilar fundamental em um programa de estudos.
Para tanto, o grupo deve estimular os integrantes a buscarem compreender como funcionam em grupo, iniciando a reflexão a partir da análise de como eles têm se portado dentro do próprio grupo, um ambiente muito privilegiado, tanto pela boa intenção de todos os que estão presentes, como pela ajuda dos bons Espíritos e também com base nos princípios e valores que são estudados regularmente.
Será, então, a partir destas reflexões que os participantes poderão compreender os princípios da Doutrina (como as Leis Morais, por exemplo) e aplicá-los de forma segura e orientada dentro do grupo.
O coordenador deve, então, buscar construir um ambiente de estímulo à reflexão e experimentação das atitudes saudáveis que ainda virão a se tornar hábitos, a partir do esforço de cada um.
Assim sendo, explorar os nossos sentimentos e atitudes diante de um membro do grupo que nos incomoda pode ser uma das mais ricas experiências, desde que se o faça com o interesse em compreender e melhorar.
Do mesmo modo, receber dos outros a impressão que lhes causo, para saber o que posso fazer melhor, pode ser um grande presente que nos poupe muitos sofrimentos para buscar a conscientização necessária.
Os coordenadores devem, para tanto, habituar-se primeiro com a tarefa do conhecimento de si mesmos, para, então, eficazmente, conseguirem ajudar os outros a trilhar esse caminho, descobrindo ângulos de sua personalidade antes obscuros por motivos diversos, e crescendo com isso. É o esforço de deixar de ser um doutrinador, para tornar-se um evangelizador, consoante o ensino de Emmanuel, na sua obra O Consolador, na questão 237.
A arte de bem conviver é um passo essencial para a construção de um mundo mais feliz. É a oportunidade que temos de experimentar, em parte, a felicidade que os Espíritos mais elevados têm em mundos superiores.

boa noite sentimentos

 

AMA-TE A SI MESMO

 

Ama-te mais . . .

Certamente, não nos referimos ao sentimento egoísta, ambicioso, envenenador.
Amar-se é respeitar-se, proporcionando-se as conquistas superiores da vida, aos anseios elevados do coração.

Intenta estabelecer um pequeno programa de amor para ti e executa-o.

Mantém acesa a luz do entusiasmo em tuas realizações e sabendo-se fadado à grande luz, deixa que brilhe as tuas aspirações nobres. Escolhe “a melhor parte” em tudo e supera aquelas nefastas, que prejudicam.

 

Joanna de Ângelis

jesus no portal
planeta

Vida Feliz XIX

 

Tolera as falhas alheias e não as apresentes no festival de fofocas.
Todos erramos.
Sábio é aquele que, no erro, aprende a agir com correção.
Quando vejas alguém caído, dá-lhe a mão, ao invés de te comprazeres em censurá-lo.
Ninguém tomba por querer. E se tal ocorre, nele predomina a ignorância, que é um cruel inimigo do homem.
Ainda assim, o equivocado merece mais socorro do que reprimenda.

 

FRANCO, Divaldo Pereira. Vida Feliz. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. 18.ed. LEAL, 2015. Capítulo 19.

silencio

Cizânia

 

Os lexicógrafos definem a cizânia como sendo “rixa, desarmonia, discórdia entre pessoas de amizade”.
A cizânia constitui, pela sua própria estrutura, adversário ferino da obra de edificação do bem, onde quer que se manifeste. Parte integrante da personalidade humana, o espírito da cizânia facilmente se instala onde o homem se encontra. Estimulada pelo egoísmo, distende com muitas possibilidades as suas tenazes, surpreendendo quantos incautos se permitem, por invigilância, trucidar.
Soez, persistente, contínua, a cizânia, ao manifestar-se, divide o corpo coletivo em falsos grupos de eleição, que logo se entredisputam primazia, estabelecendo o combate aguerrido e franco sob os disfarces da pusilanimidade ou da simulação.
A cizânia deve ser combatida frontalmente onde quer que o bem instaure o seu reinado.
Para tanto, faz-se mister que cada membro ativo do grupo da ação nobilitante compreenda o impositivo da humildade. Como a característica essencial da humildade é fazer-se identificar sempre carecente de aprimoramento, enquanto se luta por adquiri-la, as farpas da inveja não se cravam no seu corpo o as disputas infelizes não vicejam.
Ante o esfôrço para a fixação da humildade legítima, a cizânia não consegue proliferar, isto porque é muito mais produtivo ser taxado de ingênuo ou tolo, porém pacífico e cordato, a dúctil e lúcido, no entanto, combativo e promovedor da discórdia.
*
Não esqueças que mesmo no Colégio Galileu, não poucas vezes esse tóxico letal foi identificado, pernicioso, pelo Incomparável Senhor, que, não obstante o alto patrimônio da Sua elevação, teve que enfrentá-la com energia e humildade.
Vigia, espírito dedicado, nas nascentes do labor que desdobras, na tarefa empreendida, e sê daqueles cujo serviço pode prosseguir sem tua cooperação, embora não possas marchar sem ele, por indispensável à tua elevação.
Oferece a quota do teu trabalho, compreendendo que no cômputo geral a importância de cada um está na medida do esfôrço despendido, nunca em relação à função exercida.
Impossível fulgir a jóia não houvesse sido esse brilho precedido pelo esfôrço do garimpeiro ignorado, que se adentrou pela mina perigosa a buscá-la.
A pérola pálida a refulgir ostenta sua beleza graças ao estoicismo do mergulhador que desceu às águas abissais para arrancá-la da ostra ergastulada nas rochas submarinas –
No trabalho renovador ao qual te afervoras, não te olvides dos que atuam nas funções modestas, todavia indispensáveis ao serviço que desdobras. O rei não poderia rodear-se de conforto e grandeza sem o concurso do operário humilde que lhe ergueu o trono ou a cozinheira que lhe sustenta a manutenção do equilíbrio orgânico.
E a estabilidade do seu império estaria sempre ameaçada não fosse a fidelidade dos que o mantêm, vigilantes, e muitas vezes ignorados. A cizânia nasce sempre no seio da vaidade que se faz nutrir pela presunção.
Esquece, portanto, os títulos e valores a que te apegas, pois que eles nada valem diante dAquele a quem serves ou a quem procuras servir.
A obra do bem tem passado sem ti e depois que passes ela prosseguirá passando.
Reage à cizânia, impedindo que ela te domine no pensar, no falar, a fim de que não se desdobre através do agir.
*
Examina o íntimo do espírito para que as mentes geratrizes da cizânia, vitalizadas pelo pretérito infeliz e corporificadas em grupos de perturbadores do Mundo Espiritual, não encontrem na tua mente açulada o campo para as cogitações da censura injustificada aos que não podem ser iguais a ti, quer estejam abaixo ou acima do teu nível de produtividade. Não olvides que ao mais esclarecido é exigida maior dose de tolerância, de compreensão e de misericórdia.
Quantas vezes o amigo, habitualmente fiel, em se voltando para agredir não se encontra enfermo? Neste momento, não há outras alternativas senão piedade e socorro para êle.
Se desejas realmente, como apregoas, que cresça o trabalho do Cristo, não faças perniciosa distinção entre os servidores, não sugiras separativismos, não confrontes mediante opiniões que criam ciumes ou açulam vaidades vãs pelo elogio gratuito, indiscriminado e improcedente, porque todo coração é maleável à palavra da bajulação dourada como todo espírito é acessível à referência azeda da impiedade, ao licor embriagante da perversão.
Mantém, por tua vez, o compromisso da doação da palavra amiga e estimulante, quanto da advertência gentil, a fim de que possas prosseguir, seguro, na diretriz do equilíbrio.
Recorda que foi a cizânia dos homens que levou Jesus à cruz, através da invigilância de um companheiro enganado.
*
“Eu, porém, vos digo que quem quer que se puser em cólera contra seu irmão merecerá ser condenado no juízo”. Mateus: capítulo 5º, versículo 22.
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“A benevolência para com os seus semelhantes, fruto do amor ao próximo, produz a afabilidade e a doçura que lhe são as formas de manifestar-se”.
Evangelho Segundo o Espiritismo – Capítulo 9º – Item 6.3
FRANCO, Divaldo Pereira. Florações Evangélicas. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 35.

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Acima de Nós

 

“Porque está escrito: Destruirei a ciência dos sábios e aniquilarei a inteligência dos inteligentes.” – Paulo. (I CORÍNTIOS, 1:19.)

 

Dezenas de séculos passaram sobre o Planeta, renovando a estruturação de todos os conceitos humanos.
A ciência da guerra multiplicou os Estados, entretanto, todos os gabinetes administrativos que lhe traçam os escuros caminhos sucumbem, através do tempo, pelas garras dos monstros que eles próprios criaram.
A ciência religiosa estabeleceu muitos templos veneráveis, contudo, toda vez que esses santuários se confiam ao conforto material desregrado, sobre o pedestal do dogma e do despotismo, caem, pouco a pouco, envenenados pelo vírus do separatismo e da perseguição que decretam para os outros.
A ciência filosófica erige sistemas sobre sistemas, todavia, quando procura instalar-se no negativismo absoluto, perante a Divindade do Senhor, sofre humilhações e reveses, dentro dos quais atinge fins integralmente contrários aos que se propunha realizar.
Em toda parte da História, vemos triunfadores de ontem arrojados ao pó da Terra, cientistas que semeiam vaidade e recolhem os frutos da morte, filósofos louvados pela turba invigilante, que plantam audaciosas teorias de raça e economia, conduzindo o povo à fome, à ignorância e à destruição.
Procura, pois, a fé e age, de conformidade com a lei de amor que ela te descortina ao coração, porque, acima de nós, infinito é o Poder do Senhor e dia virá em que toda a mentira e toda a vaidade serão confundidas.

 

XAVIER, Francisco Cândido. Vinha de Luz. Pelo Espírito Emmanuel. 14.ed. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1996. Capítulo 164.

gesto a gesto

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