CONFESSO A VOCÊS QUE NÃO VI O TEMPO CORRER – Chico Xavier

terra e poder

Vida na Terra

Confesso a vocês que não vi o tempo correr. Por mais longa nos pareça, a existência na Terra é uma experiência muito curta. A única coisa que espero depois da minha desencarnação é a possibilidade de poder continuar trabalhando.

Chico Xavier

CRESCIMENTO ESPIRITUAL

A Lei de Amor

O amor resume a doutrina de Jesus toda inteira, visto que esse é o sentimento por excelência, e os sentimentos são os instintos elevados à altura do progresso feito. Em sua origem, o homem só tem instintos; quando mais avançado e corrompido, só tem sensações; quando instruído e depurado, tem sentimentos. E o ponto delicado do sentimento é o amor, não o amor no sentido vulgar do termo, mas esse sol interior que condensa e reúne em seu ardente foco todas as aspirações e todas as revelações sobre-humanas.
A lei de amor substitui a personalidade pela fusão dos seres; extingue as misérias sociais. Ditoso aquele que, ultrapassando a sua humanidade, ama com amplo amor os seus irmãos em sofrimento! ditoso aquele que ama, pois não conhece a miséria da alma, nem a do corpo. Tem ligeiros os pés e vive como que transportado, fora de si mesmo. Quando Jesus pronunciou a divina palavra -amor, os povos sobressaltaram-se e os mártires, ébrios de esperança, desceram ao circo.
O Espiritismo a seu turno vem pronunciar uma segunda palavra do alfabeto divino. Estai atentos, pois que essa palavra ergue a lápide dos túmulos vazios, e a reencarnação, triunfando da morte, revela às criaturas deslumbradas o seu patrimônio intelectual. Já não é ao suplício que ela conduz o homem: conduzi-lo à conquista do seu ser, elevado e transfigurado. O sangue resgatou o Espírito e o Espírito tem hoje que resgatar da matéria o homem.
Disse eu que em seus começos o homem só instintos possuía. Mais próximo, portanto, ainda se acha do ponto de partida, do que da meta, aquele em quem predominam os instintos. A fim de avançar para a meta, tem a criatura que vencer os instintos, em proveito dos sentimentos, isto é, que aperfeiçoar estes últimos, sufocando os germes latentes da matéria.
Os instintos são a germinação e os embriões do sentimento; trazem consigo o progresso, como a glande encerra em si o carvalho, e os seres menos adiantados são os que, emergindo pouco a pouco de suas crisálidas, se conservam escravizados aos instintos. O Espírito precisa ser cultivado, como um campo. Toda a riqueza futura depende do labor atual, que vos granjeará muito mais do que bens terrenos: a elevação gloriosa. E então que, compreendendo a lei de amor que liga todos os seres, buscareis nela os gozos suavíssimos da alma, prelúdios das alegrias celestes. – Lázaro. (Paris, 1862.)
KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. FEB. Capítulo 11. Item 8.
Meus caros condiscípulos, os Espíritos aqui presentes vos dizem, por meu intermédio: “Amai muito, a fim de serdes amados.” E tão justo esse pensamento, que nele encontrareis tudo o que consola e abranda as penas de cada dia; ou melhor: pondo em prática esse sábio conselho, elevar-vos-eis de tal modo acima da matéria que vos espiritualizareis antes de deixardes o invólucro terrestre. Havendo os estudos espíritas desenvolvido em vós a compreensão do futuro, uma certeza tendes: a de caminhardes para Deus, vendo realizadas todas as promessas que correspondem às aspirações de vossa alma, Por isso, deveis elevar- vos bem alto para julgardes sem as constrições da matéria, e não condenardes o vosso próximo sem terdes dirigido a Deus o pensamento.
Amar, no sentido profundo do termo, é o homem ser leal, probo, consciencioso, para fazer aos outros o que queira que estes lhe façam; é procurar em torno de si o sentido íntimo de todas as dores que acabrunham seus irmãos, para suavizá-las; é considerar como sua a grande família humana, porque essa família todos a encontrareis, dentro de certo período, em mundos mais adiantados; e os Espíritos que a compõem são, como vós, filhos de Deus, destinados a se elevarem ao infinito. Assim, não podeis recusar aos vossos irmãos o que Deus liberalmente vos outorgou, porquanto, de vosso lado, muito vos alegraria que vossos irmãos vos dessem aquilo de que necessitais. Para todos os sofrimentos, tende, pois, sempre uma palavra de esperança e de conforto, a fim de que sejais inteiramente amor e justiça.
Crede que esta sábia exortação: “Amai bastante, para serdes amados”, abrirá caminho; revolucionária, ela segue sua rota, que é determinada, invariável. Mas, já ganhastes muito, vós que me ouvis, pois que já sois infinitamente melhores do que éreis há cem anos. Mudastes tanto, em proveito vosso, que aceitais de boa mente, sobre a liberdade e a fraternidade, uma imensidade de idéias novas, que outrora rejeitaríeis. Ora, daqui a cem anos, sem dúvida aceitareis com a mesma facilidade as que ainda vos não puderam entrar no cérebro.
Hoje, quando o movimento espírita há dado tão grande passo, vede com que rapidez as idéias de justiça e de renovação, constantes nos ditados espíritas, são aceitas pela parte mediana do mundo inteligente. E que essas ideias correspondem a tudo o que há de divino em vós. E que estais preparados por uma sementeira fecunda: a do século passado, que implantou no seio da sociedade terrena as grandes idéias de progresso. E, como tudo se encadeia sob a direção do Altíssimo, todas as lições recebidas e aceitas virão a encerrar-se na permuta universal do amor ao próximo. Por aí, os Espíritos encarnados, melhor apreciando e sentindo, se estenderão as mãos, de todos os confins do vosso planeta. Uns e outros reunir-se-ão, para se entenderem e amarem, para destruírem todas as injustiças, todas as causas de desinteligências entre os povos.
Grande conceito de renovação pelo Espiritismo, tão bem exposto em O Livro dos Espíritos; tu produzirás o portentoso milagre do século vindouro, o da harmonização de todos os interesses materiais e espirituais dos homens, pela aplicação deste preceito bem compreendido:
“Amai bastante, para serdes amados.” Sanson, ex-membro da Sociedade Espírita de Paris. (1863.)
KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. FEB. Capítulo 11. Item 10.

elevação gloriosa

Flor de Vida

O Espírito, nas bençãos da carne, é uma flor de vida, concedida por Deus para o crescimento dos nossos dons espirituais. Quem se encontra estagiando na soma carnal, agradeça ao Senhor pelas oportunidades, que estão se fazendo cada vez mais raras, já nos finais da expiação do organograma espiritual.
Os Espíritos de Deus que estão dirigindo a Terra, sob a orientação do Mestre Jesus, intercruzam o amor de seus corações para a Humanidade, como se fossem raios solares, e trabalham constantemente para o soerguimento de todas as almas, sem escolha, dando a cada uma o que pode suportar na escala da sua evolução.
Esse é o alento de vida que os benfeitores da espiritualidade maior nos concedem, a todos os trabalhadores, dentro e fora da carne, pela alta misericórdia de Espíritos que já vivem a tranqüilidade da consciência impertubável. A nossa segurança maior é que o Cristo se encontra no leme dos nossos destinos, a nos amar por todas as modalidades, para que despertemos para amar o nosso próximo, da mesma maneira que queremos amor para o nosso coração.
A alma é uma flor de Deus, vicejando no ambiente da Terra, colhendo experiências aqui e ali, na certeza de que a liberdade espiritual depende muito da nossa parte, no exercício que devemos fazer para vencer as nossas inferioridades. A energia divina está em toda parte, ao nosso dispor, esperando que entendamos essa ciência, para o uso de tal energia em favor dos outros e para o nosso bem-estar.
Meus irmãos, solicitamos que ouçam essa voz, pelas letras do Evangelho de Jesus, reconstruindo-se a si mesmos nas mudanças necessárias, para que se apresentem ante Jesus como homens novos, na pureza dos sentimentos espirituais.
Cada dia que passa nos pede renovação; cada ano, realizações de caridade, e cada século, cota de luz no amor à Humanidade. Somos flor de vida na grande vida universal. A nossa confiança deve crescer em todos os rumos e a paz deve se instalar em todos os sentidos, compreendendo que a felicidade da alma sem a fraternidade nos passos é impossível. O nosso planeta está em situação invejável, em se falando do futuro. Devemos orar, reconstruirmos a nós mesmos, para merecê-lo como novo berço, onde encontraremos os frutos das sementes lançadas ao solo no passado.
A ordem do Divino Senhor é trabalhar, trabalhar e trabalhar, pelos fios do progresso dos que se ajustarem à nossa frente. Escolhamos a abelha como exemplo, pois além de viver do trabalho, ela cede seus esforços para curar e alimentar os homens. Todo movimento no bem comum é porta que se abre para que sintamos a vida maior em convites incessantes, onde a alegria é a força de viver.
Sentimos os homens como flores no jardim de Deus e temos o prazer de conviver com eles, ajudando no que a vida nos favorece. Usamos todos os meios lícitos para ficar mais visíveis às criaturas, sem esquecermos o sorriso, como flor de vida de Deus em nós.
MAIA, João Nunes. Flor de Vida. Pelo Espírito Scheilla. Fonte Viva.

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