CONVITE A ASCENSÃO JOANNA DE ÂNGELIS DIVALDO FRANCO

CONVITE À ASCENSÃO ESPIRITUAL

CONVITE À ASCENSÃO ESPIRITUAL

Eu sou o Caminho…
(João, 14:06)
Inumeráveis os óbices. Sem conta as dificuldades.
O cardo multiplicado na rota, cravando-se aos pés andarilhos; a pedra miúda penetrando pela alpercata protetora; a canícula ardente sobre a cabeça ou a chuva impertinente, prejudicial, como circunstâncias impeditivas.
O apelo do Alto, no entanto, chegando-te como poema de sol, encanto de paisagem visual a perder-se além do horizonte, ar rarefeito, renovador, abençoado…
Na estreiteza do caminho estão a visão próxima do detalhe nem sempre atraente, a lama e o abismo.
De cima, porém, a grandeza do conjunto harmonioso, em mosaico festivo, concitando-te a maiores cogitações…
No torvelinho agressivo do dia a dia é mister crescer na direção da vitória, libertando-te das paixões que coarctam as aspirações elevadas.
Examina, assim, a situação em que te encontras e arregimenta forças a fim de ascenderes.
Cá, na nesga da baixada dos homens, a dor em mil faces, o desespero em polimorfia fisionômica, a desdita em vitória.
Mesquinhez abraçada a coisa nenhuma, asfixiando esperanças, esmagando alegrias…
Lá, nas alturas do ideal, a amplitude de vistas e a largueza das realizações…
Concitado ao programa redentor, não te detenhas no ultraje dos fracos, nem te fixes na insensatez dos desolados.
Paga o tributo do crescimento a peso de jovial renúncia e cordata submissão, superando detalhes desvaliosos e conjunturas lamentáveis, de modo a alçares o ser e a vida ao cimo espirituais.
Asseverou Jesus ser o caminho e, ensinando como alcançar vitórias legítimas, enquanto conviveu com os homens e lhes sofreu a ingratidão, não se permitiu deter com eles, ascendendo no topo de uma cruz, além do solo das paixões, aos cimos da sublimação.
Medita e segue-O, liberando-te da canga dos melindres e cogitações que te retêm no solo pegajoso das baixadas, desde hoje.
JOANNA DE ÂNGELIS
LIVRO: Convites da Vida
MÉDIUM: DIVALDO PEREIRA FRANCO

O trabalhador e Jesus

Em verdade, esses são dias de confusões na alma do mundo, causando dificuldades na ação do bem.

Jesus, contudo, já houvera asseverado que, na Terra, a alma humana só encontraria aflições. Há sombras que se avolumam no cerne dos seres, promovendo a sanha da violência e do crime em toda parte.
Mas, Jesus afirmara que tanto o homem bom quanto o mau retiravam os fundamentos das suas obras dos próprios corações.
Esses são tempos nos quais identificamos a devastadora atividade do materialismo e a impertinência de interesses egoísticos que espalham a miséria da guerra.
Entretanto, Jesus estabeleceu que seriam bem-aventurados os pacificadores.
Um agigantado número de indivíduos, doentes e necessitados de variados matizes, num mundo de bilhões de almas, ainda sofre a tortura da desconsideração e do abandono.
Porém, é bom recordar a ação de Jesus, considerando que Ele afirmou não ter vindo para os sãos e sim para os enfermos.
Vê-se a hipocrisia que se amplia nos arraiais planetários, levando ao engano, à ilusão, numerosas criaturas, que se entregam inermes à falácia de tantos que, de fala fácil, convincente e de corações ensombrados, esmeram-se por triunfar no imediatismo do mundo.
Jesus, no entanto, advertiu para que tivéssemos cuidados com os falsos profetas, disseminados aqui e ali.
Localizam-se atitudes antifraternais, expressas por meio de intrigas, de agressões de vários tipos, de ignomínias que estabelecem comprometimentos infelizes, provocando muito sofrimento e muita frustração desalentadores.
Mas, Jesus explicou que se O levaram à praça do escárnio e ao madeiro infamante, Ele que era o ramo verde, o que é que devem esperar as varas secas que nós representamos? Às vezes, o desalento ronda a trajetória dos servos do bem, em razão de tantas e exaustivas pelejas com que se defrontam, como se carregassem o peso do mundo sobre os ombros cansados.
Porém, vale não olvidar a recomendação de Jesus: Tende bom ânimo!
Sejam, então, quais forem os problemas que se apresentem nos passos do teu caminho terreno, caro amigo, quaisquer que sejam os desafios que se insurjam na tua rota evolutiva, seja em teu próprio íntimo, no relacionamento familiar ou nas lidas da seara em que trabalhas a tua fé, terás em Jesus Cristo o ancoradouro seguro para o coração, a orientação e o conforto moral de que necessites.
Nele encontrarás sempre as respostas às tuas inquietações, a fim de que não te alarmes, não te atormentes, mas para que possas seguir caminho afora, superando as deficiências em torno de ti, cumprindo a parte que te cabe cumprir na cooperação com a Obra de Deus, sob a claridade do Consolador.
Guilherme March
Mensagem psicografada pelo médium Raul Teixeira,
durante a reunião ordinária do Conselho Federativo Nacional da
Federação Espírita Brasileira, em 20.11.2004, em Brasília-DF.
Em 23.12.2011.

As Três Revelações Divinas

Desde os tempos mais remotos, a humanidade tem sido conduzida por mãos divinas.
A Primeira Revelação nos chegou com Moisés, trazendo a Lei — base moral, justiça e ordem.
A Segunda Revelação veio com Jesus, o mestre do amor, que nos ensinou o perdão, a caridade e a vida em plenitude.
Mas os tempos mudaram, a consciência humana amadureceu…
E então chegou a Terceira Revelação: o Espiritismo, codificado por Allan Kardec, como a luz que esclarece, consola e une fé e razão.
Jesus nunca nos abandonou. Ele caminha conosco, inspira os espíritos benfeitores e, através da Doutrina Espírita, nos convida à transformação interior.
É a esperança viva, renovada a cada reencarnação, a cada aprendizado, a cada gesto de amor.
O Consolador prometido está entre nós.
E a mensagem é clara: amai-vos e instruí-vos.

EM RELAÇÃO À ANGÚSTIA

Acautela-te quanto às injunções da angústia.
À semelhança de erva daninha, ela se entranha suavemente nas raízes do sentimento, estrangulando-as com vigor.
Insinuante, encontra fáceis argumentos para instalar-se na mente e emaranhar-se no coração, tornando-se infortúnio de difícil erradicação.
Afirma-se que a angústia é resultado de sofrimento íntimos mal digeridos.
Às vezes, aí se origina. Invariavelmente, porém, torna-se desdita que consome, tendo a sua procedência em nonadas que tomam vulto e são aceitas como fatores de alta consideração.
Não te impressiones com os insucessos nas atividades que empreendes. Eles fazem parte dos cometimentos e são lições preciosas, a fim de que aprendas a não reincidir nos seus gravames.
Quem desconhece o fracasso não tem condições de viver êxitos.
Demorar-se no malogro, entre lamentações e rebeldias, é abrir-se ao desequilíbrio, à angústia.
Perder é fenômeno natural em todo empreendimento, de modo a poder-se lucrar depois, satisfatoriamente.
A existência carnal, por isso mesmo, é um investimento que experimenta todos os tipos de riscos existentes.
Enfrentá-los com naturalidade, eis o dever de todos, nunca se deixando atemorizar ou fugir da responsabilidade que apresentam.
Entre os antídotos eficazes para a angústia, o trabalho edificante e nobre de toda procedência tem primazia.
Ele estabelece motivações para continuar-se a viver e a lutar, emulando ao contínuo esforço de crescimento com vistas ao progresso social, moral e espiritual.
Ao seu lado, a leitura instrutiva, consoladora, e a prece constituem terapias eficazes, substituindo, na mente, os clichês viciosos e pessimistas por ideias novas, construtivas.
Abrindo espaços para conjunturas e realizações saudáveis, reeduca os hábitos mentais negativos, facultando entusiasmos, renovação interior, libertação.
A ação do bem a favor do próximo é, também, de valor inestimável, por gerar simpatia e desenvolver o amor que restabelecem a paz íntima, restituindo a alegria existencial.
Habitua-te com a felicidade e não a desprezes, aceitando as insinuações da angústia que te espreita.
Faze sol íntimo e esparze-o onde te encontres.
Jamais tropeçarás em trevas se o mantiveres.
JOANNA DE ÂNGELIS
LIVRO: Momentos de Esperança
MÉDIUM: DIVALDO PEREIRA FRANCO

Lembra-te!

Que quando deixares este planeta,
não poderás levar contigo
nada que tenhas recebido,
levarás apenas aquilo que deste.
São Francisco de Assis

No trabalho profilático

O trabalho do Espiritismo dirigido à humanidade deve atender aos esforços da cura da alma, mas não deverá perder o foco quanto às lidas preventivas em nossa seara.
Tem sido comum a chegada de grandes levas de necessitados às instituições espíritas, tangidas por dramas intensos e dores pungentes, aguardando socorro para toda gama de dificuldades que se abatem sobre as suas vidas.
Ergue-se, porém, a urgência de tratar desses magotes de padecentes aproveitando o ensejo para vacinar a todos com as medicações que o Espiritismo oferece, a fim de se evitar a reincidência dolorosa.
Como é importante no seio do nosso Movimento o atendimento aos sofredores e perturbados da erraticidade, para que sejam liberados de tormentos e conflitos!
Será indispensável, contudo, que haja empenho nosso para que as populações sejam instruídas, orientadas para o bem, a tal ponto que não haja, no futuro, necessidade de novos enfermos desencarnados, tendo em vista que o Espiritismo pode prevenir, no íntimo dos seres, a eclosão das infelicidades que os conduzem às reuniões em que os padecentes são atendidos.
Como é indispensável o labor da evangelização da criança quanto do jovem, de modo a termos no porvir do mundo as almas devidamente preparadas, para os embates a serem superados, desde as fases iniciais da reencarnação, o que diminuirá as dores físicas e morais do Planeta!
Com esse mister evangelizador, a criança e o moço de agora lograrão a referida vacinação, considerando-se a condição de carência espiritual em que renasce na Terra a grande massa dos Espíritos.
A profilaxia é importantíssima para que, aos poucos, eliminemos os quadros de dores e de lágrimas de sofrimentos na Terra.
O trabalho da orientação dos mais jovens, desde a atualidade, diminuirá a quantidade de pobres materiais e de desditosos morais, uma vez que, embora o Espiritismo nos inspire o atendimento e o socorro a quem precisa, esclarece-nos, ao mesmo tempo, quanto às razões de haverem chegado à reencarnação com essas carências.
Somente o ensinamento do bem, iniciado no âmago dos lares e fortificado e emoldurado pelo trabalho de verdadeiros bandeirantes do amor fraterno, os evangelizadores, será capaz de dinamizar os planos do Criador para as Suas criaturas terrenas, e será desse modo que o glorioso Espiritismo atenderá, por nosso intermédio, à sua missão de consolador, sem qualquer dúvida, mas, fundamentalmente, expressará a sua marca de Verdade, que deverá acompanhar-nos até os tempos vindouros do Planeta, quando seremos, então, um único rebanho conduzido por um só Pastor, que é o nosso amado Jesus.
Trabalhar, sim, para resolver os enigmáticos dramas do mundo mas prevenir, também e principalmente, pois que há problemas no orbe que já não precisariam mais ocorrer nesses dias venturosos do Espiritismo implantado entre nós.
Benedita Fernandes
Mensagem psicográfica recebida pelo médium José Raul Teixeira, na Reunião Ordinária do Conselho Federativo Nacional da Federação Espírita Brasileira, no dia 8 de novembro de 2008, em Brasília, DF. Em 13.05.2009.

Os de boa vontade

Por mais se agitem as massas humanas
Por causa de ouro, sexo ou poder,
E queiram ter direitos sem dever,
Apiada-se Jesus dos doidivanas.
 
Ainda que medrem viciações insanas,
E a ignorância amplie sem saber
A treva e o mal capaz de estarrecer,
Jesus aguarda as conversões mundanas.
 
Por mais na Terra se demore a noite
Moral, que se transforma em duro açoite,
Jamais nos deixa o Amoroso fanal.
 
Segue a chamar os que de boa vontade
Agem no bem, mudando a humanidade,
Pra que suas vidas converta em Natal.
Jacy Pacheco
Mensagem psicografada por Raul Teixeira, em 14.10.2010, em Winterthur, Suíça.

O tempo de hoje

Notáveis são as ensanchas que o tempo nos oferta, ao longo das experiências humanas.
Ninguém que logre evadir-se da pujante influência temporal.
Os minérios envelhecem, transformando-se gradualmente.
Os vegetais, desde o unicelular, se desenvolvem no bojo dos milênios, até que se convertam suas expressões na gigantesca sequoia.
Do protozoário ao símio e deste ao homo sapiens, eis o tempo operando a sua inderrotável tarefa, convertendo o mínimo no máximo, derrubando construções que se podia imaginar fossem perpétuas, silenciosa e continuadamente.
Qual o destino do homem, assinalado pelas influências temporais?
De que serve o tempo para a carreira inestancável do Espírito? O tempo, em representando caminho de realização para a alma, vem sendo agigantado desafio para os pensadores das ciências, quanto das filosofias humanas.
Lançados nas paragens barônicas dos mundos materiais, ajustados aos movimentos ciclópicos do planeta Terra, os seres espirituais, filhos de Deus, em franco processo evolutivo, vão aos poucos despertando as capacidades psíquicas, de modo que elaborem, a pouco e pouco, o ser angélico que deverá plainar acima das conjunturas planetárias, no empenho de melhor cooperarem como Celeste Psiquismo do Criador não criado do Universo.
A longo do tempo de Deus, cada ser avança, desde as nascentes da razão aos píncaros da integração com o Cosmo, formidável obra do Sublime Autor.
Detém-te, ó criatura, e analisa o que te cabe fazer nos trilhos dos milênios que tens ao teu dispor, a fim de que te levantes do chão do mundo para os altos cimos.
Cada situação difícil representa o aprendizado que ainda não fizeste, e que necessitas desenvolver, ao mesmo tempo que as peripécias da evolução que identificas como fáceis ou banais, significam o exercitamento do que já aprendeste, em outros passados momentos do teu jornadear planetário.
É por meio do tempo, indubitavelmente, que os implementos do psiquismo se vão estruturando, alevantando, iluminando-se, sem limites, na marcha para Deus.
Para um pouco, no rumo em que segues, e medita sobre as multiplicadas ocasiões de avançar para a Grande Luz, que o Espírito anela, ainda mesmo quando de modo inconsciente.
Conscientizado do teu papel no programa do Senhor, não te detenhas a lamentar pelas deficiências do gênero humano, tampouco por causa das agruras da violência que estruge, grotesca, nesses dias perturbados da Humanidade.
Tens um programa de vida a cumprir. Não te deves estancar, mesmo perante todos os tipos de dificuldades. Não estás à matroca nos territórios humanos. Não é por casualidade que te encontras no mundo corpóreo.
O Senhor te assinalou, como aos teus irmãos da marcha progressiva, para a plenitude, para a completude, que deverás conquistar pouco a pouco.
Analisando todos esses dados, avaliando todos os avanços que já fizeste, desde o troglodita ao homem da economia e da máquina, seguindo adiante com passos firmes, asseguramo-nos de que o teu tempo é o tempo de hoje, não o esqueças nem duvides. Toma, assim, da charrua do progresso, não te permitas atordoar pelos erros e paixões negativas do teu pretérito e deixa-te alcandorar para o grande Mundo da Mente libertada e iluminada, que te conferirá a felicidade plena.
Hoje, quando pensamos no tempo e nos compromissos com o Cristo Excelso, o Patrocinador das nossas oportunidades de iluminamento, evocamos mais um ano de tarefas e labores da nossa Casa Federativa do Paraná, o seu 92º aniversário, pomo-nos genuflexos, de modo a dirigir a nossa gratidão a Deus, com a alma embargada por suaves emoções. Erguemo-nos, junto a todos os que, da Imortalidade prosseguem homenageando a Jesus, através do tempo, com maior e mais lúcida disposição.
É nesse clima de festa espiritual que buscamos o cerne dos corações amigos, que ora reencarnados, se desincumbem dos formosos deveres de conduzir os destinos terrenos do nosso abençoado Movimento Espírita Paranaense, tendo que mover, com bom ânimo e lucidez, o timão da Federação Estadual.
Conosco, os nobres amigos Abibe e Melo, Henrique e Raitani, Guaracy e Hugo Reis, Dona Mariinha e o Lins, que me incumbiram de falar por todos nós. Assim, em processo de franca alegria que não nos permite olvidar o acúmulo de responsabilidades, queremos abraçá-los comovidos.
Que Deus fortifique a nossa Casa Máter! Que o Senhor os inspire no trajeto do tempo, pois não o podemos desmerecer. O nosso tempo chama-se hoje, não nos esqueçamos.
Guardando essa querida família espírita do Paraná em nossa prece de carinho, sou o companheiro e servidor, sempre reconhecido.
Sebastião Paraná
Psicografia de Raul Teixeira, em 14.8.1994, no encerramento da 1ª
Conferência Estadual Espírita, no Colégio Lins de Vasconcellos, em Curitiba/PR. Em 5.1.2021

A LIÇÃO DIFÍCIL

As inquietações se demoravam asserenadas sob o pálio estrelado da noite harmoniosa.
O código de moral sublime, inscrito nos corações, deveria permanecer indelével para os milênios porvindouros, norteando as mentes e confortando as almas aturdidas pelo perpassar das dores, através dos evos.
Sopravam as aragens brandas da Natureza em festa, respingadas pelo frio trazido do mar.
A multidão, dominada pelo magnetismo do Cristo, volvera aos lares em silêncio, penetrada de emoções — uma festa que somente culminaria no reino, após a vitória da imortalidade, passadas as sombras do corpo somático…
Tinha-se a impressão de que aquelas horas ultrapassariam os tempos e ficariam como os momentos culminantes da Terra.
Nunca dantes se dissera nada igual; jamais se ouviria algo equivalente àquele sermão do monte.
Estavam lançadas, em definitivo, as bases do Reino Eterno sobre os escombros do mundo perecível, em sua tangibilidade transitória.
As lágrimas vertidas em silêncio, no altar das meditações das almas colhidas pela sinfonia das bem-aventuranças, constituiriam, a partir dali, o adubo para as sementes de luz da Boa-nova…
Quando se preparavam o Mestre e os discípulos para retornarem aos penates, de alma túmida pela felicidade, Simão Pedro mais se acercou do Rabi e, desejando realçar a grandeza das lições sorvidas, não pôde sopitar interrogações que lhe bailavam na mente simples.
Amante da Lei, vira o esboroar dos velhos códigos de soberba e perversidade, abrindo-se-lhe aos sentimentos uma madrugada de bênçãos que o impelia à incontida ventura.
— Rabi — interrogou hesitante jamais alguém enunciou ditos, quais os que aqui foram proferidos… Nunca mais se repetirá esta tarde profunda e abençoada…
Emulado pela silenciosa aquiescência do Amigo Querido, prosseguiu:
— Todos os enunciados penetram-me a alma qual se fossem um punhal aguçado, feito em luz, que rasgasse a cortina de sombras que me envolvia o Espírito.
Sempre acreditei e temi a soberania da lei e dos seus austeros códigos. Agora, em face dos dispositivos do amor, sem dúvida participo de uma revolução que modificará toda a estrutura da coletividade, do mundo…
O Evangelho passará a ser a diretriz firme e doce para o futuro, conclamando o homem à responsabilidade, à abnegação, ao trabalho pelo progresso…
“As bem-aventuranças hoje aqui apresentadas são a excelência da esperança, bênçãos sobre bênçãos para os humildes, os brandos, os pacíficos, os amantes, os sedentos de justiça e de verdade… ”
Não pôde prosseguir. Os olhos marejados de pranto irromperam em cascatas, enquanto a voz se estrangulava na garganta túrgida pela emoção superior.
Compreendendo as ânsias do discípulo amado, o Senhor falou-lhe em socorro afetuoso:
— O Evangelho prepara o mundo novo. Sob a sua influência modificar-se-ão as paisagens morais do homem, da Humanidade, sim.
Não obstante, jamais revoga as leis, adiciona-lhes o sal do amor, da misericórdia. Justiça e misericórdia, severidade e amor, eis os pilotis das edificações novas. “Até aqui a violência caracterizou o poder. No entanto, não existe maior violência do que a pacificação. Forte não é o que tripudia sobre o fraco, nem o que esmaga aquele que cede. Este ganha, talvez, mas não se realiza na peleja. A verdadeira vitória ocorre nas telas íntimas do mundo moral: superar as paixões, vencer as dificuldades e frustrações, renunciar quando poderia exigir, ceder quando desejaria pelejar pelo triunfo, amar quando tudo conspira contra esse sublime sentimento… Entendes?
— Sim, Rabi – respondeu o discípulo com doce ternura. — Compreendo e me comovo. Nada maior do que dar a vida por amor, oferecer-se em holocausto a benefício do próximo. E é nesse ponto que as minhas indagações se fazem perturbadoras. “Convidaste-nos a amar os inimigos… No entanto, como fazê-lo?
Se alguém propositadamente fala de nós, fere-nos com o verbo ácido e humilha-nos com doestos, desrespeitando o direito de dignidade moral que o Pai nos concede a todos, como proceder?
— Continuar amando e nunca revidar mau conceito por agressividade.
— E se, estimulado pelo nosso silêncio, o adversário estrugir em nossa face uma encorajada bofetada, desrespeitando os valores morais e contrariando as determinações legais que legislam contra a violência, facultando ao agredido o direito de um justo processo, como agir?
— Oferecendo-lhe a outra face. Não nos é lícito responder brutalidade por brutalidade, agressão por agressão…
— Ninguém, no entanto, terá forças para uma atitude pacífica de tal monta. E se for tentado a reagir, ou se reagir dominado pela cólera?
— Ter-se-á tornado igual ao agressor ou pior do que ele, porque o discípulo do Evangelho será a Luz do mundo, o sal da terra, o pão da vida e nunca o fel, o veneno, a treva…
— Apesar dessa realidade, se o inimigo se investir de estímulos à viva força, partindo para o crime, ameaçando destruir nossa vida?
— Ainda aí, Simão, convém não esquecer que o criminoso é sempre o infeliz, nunca a vítima… Supliquemos ao Pai que nos livre do mal, todavia, não temamos os maus. Se o nosso amor não possuir a força de acalmá-los, a culpa não será deles… Aquele que conduz a claridade deve vencer a treva exterior e não se encharcar de sombras.
O coração puro e a mente calma não receiam nunca. O portador da violência combure-se nas labaredas em que ardem os sentimentos da própria agressividade…
— Apesar disso, Mestre, nessa atitude não estaríamos estimulando o crime em geral, o latrocínio em particular, em que os usurpadores não trepidam em prosseguir nos seus infelizes cometimentos? …
— Deforma alguma. A violência somente diminui sua força má quando abafada nos tecidos da caridade… Não nos cabe fazer justiça com as próprias mãos. Na condição de agredido e malsinado, nossa defesa não tem o direito de produzir vítimas… Seria a manutenção da criminalidade se, a pretexto de salvarmos a vida, destruíssemos a do adversário…
Afinal, se revidássemos com as mesmas armas, em que diferiríamos deles, os maus, embora nos justificasse o errôneo proceder, utilizando a escusa de que agredimos para conseguir a manutenção da própria vida…
“Bem sei que isto não é fácil. O atavismo que procede da fera, que tem sobrevivido a milênios na jornada ascendente do animal para o homem, não será vencido de um só golpe, no trânsito do homem para o anjo…
Todavia, se o aprendiz do Evangelho não se exercitar nas lições de fraternidade e renovação, jamais alcançará a plenitude do amor. Por isso, insisto. Se somente amamos os que nos amam, em que seremos melhores do que os fariseus e os publicanos?
Imprescindível amar e amar os inimigos, até que aqueles se sintam aturdidos pela nossa afeição… ” O Mestre silenciou.
Simão Pedro compreendeu a gravidade do ensinamento, e, mentalmente, atirou-se na direção do futuro.
Percebeu as lutas porvindouras, começando a conscientizar-se das renúncias e sacrifícios que o Evangelho exigia…
À noite, ao alto, em estrelas de prata, cantava uma grandiosa melodia de luz no zimbório, aguardando o futuro.
O Cantor desceu às labutas, a fim de selar com o exemplo a sublime mensagem de amor aos atormentados e atormentadores do mundo…
Médium: Divaldo Pereira Franco
Espírito: Amélia Rodrigues

CONVITE AO BEM

Assim como quereis que vos façam os homens, assim fazei vós também a eles.
(Lucas, 6:31)

A problemática do sofrimento humano, na atualidade, pouco difere das velhas injunções que vêm anatematizando o homem, e por cujo meio o Espírito expunge os equívocos e ascende a pouco e pouco na direção do Infinito.

Enxameiam em todo lugar multidões de padecentes experimentando amarguras sem-nome, sob o guante de inenarráveis condições de miséria orgânica, social e moral…
Não apenas nas colossais metrópoles modernas, em que se aglutinam milhões de criaturas, mas também nas pequenas cidades, nos insignificantes burgos, nos campos…
Palácios suntuosos e choças misérrimas diferem na paisagem arquitetônica, igualando-se frequentemente nas estruturas daqueles que os habitam. Isso, porque o sofrimento independe das condições externas, sempre transitórias e de pouca valia.
As necessidades reais, que engendram a dita como o infortúnio, sempre decorrem do Espírito.
Por essa razão, sem descuidar dos auxílios ao corpo e ao grupo humano com o indispensável sustento imediato para a vida honrada em condição de dignidade, o convite ao bem nos impele à iluminação da consciência, sobretudo de modo a erradicar as questões constringentes que fomentam a miséria e os desajuste de toda ordem.
Esparze misericórdia pela estrada por onde segues, estendendo o socorro geral; simultaneamente, esclarece e consola para que a semente do bem que consigas plantar numa vida se transforme em gleba feliz pelo tempo futuro afora.
JOANNA DE ÂNGELIS
LIVRO: Convites da Vida
MÉDIUM: DIVALDO PEREIRA FRANCO

44. Ser médium

Reunião pública de 17/6/1960
Questão nº 223 – Parágrafo 10º
Abraçando a mediunidade, muitos companheiros na Terra adotam posição de absoluta expectativa, copiando a Inércia dos manequins.
Concentram-se mentalmente e aguardam, imóveis, nulificados, a manifestação dos Espíritos Superiores, esquecendo-se
de que o verdadeiro servidor assume sempre a iniciativa da gentileza, na mais comezinha atividade doméstica.
*
Vejamos a lógica do cotidiano.
Um diretor de escritório não exigirá que o auxiliar se faça enciclopédia humana, a fim de receber-lhe a cooperação; mas solicita seja ele uma criatura ordeira e laboriosa, com a necessária experiência em assuntos de escrita.
Um médico não reclamará do enfermeiro uma certidão de grandeza moral para aceitar-lhe o concurso; no entanto, contará seja ele pessoa operosa e sensata, com a precisa dedicação aos doentes.
O proprietário de um ônibus não se servirá da atenção do farmacêutico, em sua oficina; mas procurará um motorista, que não apenas saiba manobrar o volante, mas que o ajude também a conservar o carro.
O farmacêutico, a seu turno, não se utilizará da atenção de um motorista, em sua casa, mas procurará um colaborador que não apenas saiba vender remédios, mas que o ajude também a aviar as receitas.
Cada trabalhador permanece em sua própria tarefa, embora a interdependência seja o regime da vida apontado a todos.
*
Ser médium é ser ajudante do Mundo Espiritual. E ser ajudante em determinado trabalho é ser alguém que auxilia espontaneamente, descansando a cabeça dos responsáveis.
Se não podes compreender isso, observa o avião, por mais simples seja ele.
Tudo é amparo inteligente e ação maquinal no comboio aéreo. Torres de observação esclarecem-lhe a rota e vigorosos motores garantem-lhe a marcha.
Mas tudo pode falhar, se falharem o entendimento e a disciplina no aviador que está dentro dele.
Emmanuel/Francisco Cândido Xavier do livro Seara dos Médiuns

NOSSOS GRANDES AMORES

Os grandes amores não se perdem, ficam para sempre arquivados em nós.
Haverá sempre uma música, um perfume, um gesto parecido, um nome ouvido ou lido numa placa de rua que nos fará lembrar dele.
Os grandes amores não acabam, mesmo que partam antes de nós, mesmo que desapareçam da nossa vista, ficarão para sempre no nosso coração, em que palavra que nos disseram, em cada abraço que nos deram, em cada emoção que nos provocaram e de vez em quando vamos buscá-los e sorrimos ou vertemos uma lágrima de saudade.
O que é verdadeiro permanece em nós pela eternidade…
Ana Silvestre

A dor de cada um

Do canto onde se encontrava, o médico admirava a jovem, com discrição.
Ela trajava vestido claro, usava cabelo curto e seus olhos verdes coloriam o rosto sem maquiagem.
Tomava uma xícara de chá, no intervalo anterior ao segundo ato da ópera.
De repente, seu ar pensativo se transfigurou num sorriso que iluminou a sala.
Encantado por ela, o jovem médico somente percebeu o motivo da sua alegria quando um rapaz loiro chegou perto dela o suficiente para a beijar.
Naquele belo salão do Teatro da Ópera de Estocolmo, de paredes, teto e ornamentações reluzentes de ouro, Dráuzio observou o casal.
O rapaz trajava terno cinza-escuro, camisa branca de gola rulê. De corpo esguio e traços herdados dos ancestrais vikings, ele estava à altura da beleza da moça.
Parecia um casal de artistas de cinema.
Olhando-os, Dráuzio ficou a imaginar quanta diferença havia entre nascer num lugar sem gente pobre, como Estocolmo, e num bairro operário de São Paulo.
Se ele tivesse recebido a mesma educação e fosse tão bonito quanto aquele rapaz, será que sua vida teria sido mais fácil? Mais feliz?
Sozinho, no burburinho das pessoas bem-vestidas do salão de ouro, ele sentiu inveja.
Queria ter tido as mesmas oportunidades e ser bonito como aquele rapaz.
Claro, sem deixar de ser ele mesmo. Queria ter encarnado naquele corpo.
Queria poder usufruir do que ele tinha, naquele país culto, organizado, sem miséria por perto.
Quando acabou a ópera, ele voltou para o pequeno apartamento de hóspedes que o instituto médico, onde estagiava, lhe cedera.
Chovia e ele chegou com as meias ensopadas. Fazia frio.
Pensou em tomar um banho quente mas o chuveiro se negou a funcionar.
Agasalhou-se o mais que pôde e se sentou junto ao aparelho de calefação, sentindo saudades de sua casa e de sua mulher.
Poucos dias depois, ele teve nas mãos um prontuário grosso como uma lista telefônica. Tratava-se de um caso grave de câncer.
Há oito anos em tratamento, o portador tivera algumas melhoras. Agora, a doença se apresentava de uma forma mais agressiva.
Dráuzio concluiu que o único tratamento a tentar seria novo esquema de medicamentos. Ao menos, eles poderiam controlar a doença por algum tempo.
Era uma enfermidade incurável.
Quando a enfermeira abriu a porta, Dráuzio custou a acreditar: o doente era o rapaz bonito da ópera.
Como naquela noite, ele usava camisa de gola alta para ocultar os gânglios saltados e a cicatriz da biópsia.
* * *
No mundo de provas e expiações em que nos situamos, não há quem não tenha dores a suportar.
Enfermidades no lar, desemprego, abandono, dificuldades de relacionamento, cada qual tem seu cadinho de dor.
Ninguém está isento do sofrimento.
Ricos, pobres, potentados e anônimos, cada qual tem seu fardo a carregar.
Algumas são dores profundas e ocultas, que passam despercebidas até mesmo pelos familiares, por vezes.
Por isso é que o Mestre de Nazaré nos ensinou: No mundo só tereis aflições. Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração e encontrareis refrigério para vossas almas.
Redação do Momento Espírita, com base no cap.
Inveja, do livro Por um fio, de Dráuzio Varella,
ed. Companhia das Letras. Em 18.4.2017.

APOIO EM DEUS

Entrega-te a Deus.
Confia em Deus.
Dá-te à Obra de Deus em todos os instantes da tua vida.
Tormentas que desabam, empecilhos que surgem, situações que se complicam – confia em Deus.
Angústias que recrudescem no imo dos sentimentos, ansiedades que pareciam superadas e retornam, assustadoras – entrega-te a Deus.
Infortúnios que carpes silenciosamente, malquerenças que relevas com paciência – doa a tua vida a Deus.
Entrega-te ao Pai Criador em toda e qualquer circunstância em que te vejas situado.
A morte é Vida.
A noite corusca-se de estrelas.
A dificuldade reverdece em esperança.
Se te sentes num túnel extenso entre sombras ameaçadoras, segue adiante e verás uma luz que te espera, após o trânsito difícil.
Se a soledade te junge a compromissos que te constrangem, leva com esperança o teu fardo, e a tua alma de eleição te receberá no termo da subida.
Se as conjunturas se abrem em abismos adornados de prazer, mas em cujo fosso estão miasmas e pesadelos futuros, renuncia hoje, para que a paz te domine o coração amanhã.
Nessa vilegiatura, por mais aflição que experimentes, não segues a sós.
Entregue a Deus, confiando em Deus, dando-Lhe a vida, Deus se te manifestará através dos anjos guardiões infatigáveis, que seguem contigo, fiadores prestimosos da tua reencarnação, que te não permitem carregar um fardo acima das tuas forças.
Chamado à reação colérica, pensa neles, faze silêncio e os ouvirás.
Invitado ao desbordar de paixões que amesquinham e logo cessam os efeitos, diminui o passo, tem calma e eles te socorrerão.
Instado ao desequilíbrio de qualquer natureza, recorre à proteção deles. Ora em silêncio interior e eles te auxiliarão.
Se caíres, levanta. Eles te esperam.
Se recuaste, recomeça o avanço. Eles te distendem braços.
Se o desânimo se assenhoreou dos teus sentimentos, abre-te a eles e estímulo poderoso te movimentará os membros hirtos, permitindo que prossigas na tua marcha luminosa.
E se acaso um testemunho mais áspero se te apresentar desolador, amesquinhante, lembra-te de Jesus que, no momento extremo da cruz, a Deus entregou o espírito, ensinando-te a confiar em Deus, a entregar-te a Deus, a Deus doar a tua vida através dos teus guias espirituais.
JOANNA DE ÂNGELIS
LIVRO: Receitas de Paz
MÉDIUM: DIVALDO PEREIRA FRANCO

Preparemos o amanhã feliz

 
O tempo que passa nos encontra atados aos deveres, às lutas, às realizações, enfim, como um fardo pertinente à condição expiatória do nosso mundo. É por demais comum esse modo de pensar.
Quase sempre se assevera que o nosso é um mundo de dores e de lágrimas sofridas, ou que, na Terra, tudo tem odor de tragédia e de lamentação.
Pensa-se, comumente, que a situação provacional do planeta imponha aos seus habitantes a convivência obrigatória com as frustrações contínuas, com as decepções ou desencantos com que tantos se enredam pelos caminhos.
Acresce-se, no rol de agruras atribuídas ao Orbe, que a cada dia vai se tornando mais difícil ter amigos verdadeiros, nessa escalada crescente de perfídias e de insinceridades.
Lamentam-se as situações desastrosas em que se chafurdaram tantas instituições familiares, dando a impressão de que o lar está falido como construção social de base.
Entretanto, fazemos coro com outros inumeráveis corações que têm o olhar voltado para o hemisfério da esperança e que se ajustam às polaridades do otimismo.
Sem contestação, encontramos pelas avenidas planetárias toda essa onda de dores, de lágrimas sofridas como os nefastos episódios das traições, do abandono, do desmazelo para com o bem, o que configura um contexto por demais preocupante, no que se refere às visões do mundo futuro.
Não deveremos enganar-nos com relação a esses quadros lamentáveis, desenhados com as cores fortes das expiações e dos negativos comprometimentos. O que precisaremos considerar é que foi Jesus, o Cristo, que nos falou das bem-aventuranças alcançadas pelos que sofressem todas as agrestias terrestres com nobreza, embora os esporões de todas as árduas pelejas.
O futuro traria as bênçãos de felizes conquistas: de justiça, de fortuna moral, de consolo e de paz para todos os que conseguissem enfrentar com galhardia as torturantes provações com suas carências gerais.
Quando acompanhamos, com os olhos de ver, os acontecimentos humanos, conseguimos verificar a existência de famílias honradas, bem estribadas na ética do amor e do trabalho, oferecendo excelentes exemplos para toda a sociedade.
Achamos amigos plenamente identificados com a honestidade da convivência, estabelecendo parcerias embelezadas pelo sentimento da fraternidade.
Deparamos homens e mulheres operosos, dinâmicos, dedicados às leis de Deus de tal maneira que conseguem influenciar positivamente todos quantos se movimentem ao seu redor.
*   *   *
 O mundo que experimentamos na atualidade é o mesmo que elaboramos com nossos feitos e não-feitos, com nossa luz e nossa sombra, sem que nos déssemos conta de que deveríamos retornar aos seus proscênios, mais cedo ou mais tarde, a fim de operar as correções cabíveis em nosso roteiro.
O conhecimento haurido nas fontes do Espiritismo dá-nos a certeza de que ninguém é vítima sobre o solo planetário, senão de si próprio.
Urge substituamos as longas horas de lamentação, de lamúrias, de desesperação ou de depressão, pelas atitudes que sejam capazes de ensementar a terra complexa dos corações com as sementes formosas da dignidade de viver, da boa vontade no agir, da responsabilidade perante toda e qualquer atitude tomada.
Deus não instalaria os seus bem-amados filhos num campo juncado de misérias ou de deficiências e necessidades, se isso não fosse importante e indispensável ao seu progresso, se tudo não fosse exigência da lei de causalidade, em sua divina perfeição.
Quando olharmos o nosso mundo, embora toda a sombra que sobre ele se espalha, vejamo-lo como o nosso lar planetário, belo e próprio para que possamos dar conta dos compromissos que engendramos em tempos propínquos ou longínquos, embasados em nosso livre-arbítrio.
A Terra é uma das moradas do Pai a mover-se na imensidão. Tratemos de fazer o nosso melhor trabalho, abraçando os nossos irmãos que se encontrem em nosso derredor, a fim de que, juntos, unificados no amor e no anseio de crescer, logremos construir as pontes da fraternidade entre os corações, transformando em regenerador o tempo de dores expiatórias em que nos encontramos na Humanidade.
Olympia Belém
Mensagem psicografada por Raul Teixeira, em 6 de novembro de 2009, durante a reunião ordinária do Conselho Federativo Nacional da Federação Espírita Brasileira, em Brasília, DF. Em 22.02.2010.

Defesa Contra a Obsessão

A melhor defesa contra a obsessão é o trabalho constante no bem ao próximo, até adquirirmos a sublimação espiritual que nos tornará invulnerável a este assédio.
Francisco Cândido Xavier

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