Educando nossas Crianças
Uma criança não tem os ossos e os músculos consolidados como um adulto, podendo, assim, submeter o corpo a posições incomuns. Se o corpo da criança é flexível, seu espírito nesse estágio também o é. Sua personalidade pode ser moldada com maior facilidade. Acerta-se a posição errada de uma planta quando ela é pequena, recém-brotada. A pequena criatura é como argila nas mãos de quem a educa. Os germes de qualidades boas ou más, provindos das encarnações anteriores, estão despertando para as atividades. É nosso dever despertar o germe do bem e contrapô-lo ao mal.
Pode-se até conseguir dos pequenos obediência, inspirando-lhes o medo. Entretanto, vão obedecer por serem obrigados a isso. Assim, de maneira inversa, devemos respeitar a criança e levá-la a compreender o que é melhor para seu próprio bem. O exemplo é o melhor ensinamento.
É de muita importância a afeição sincera do educador para com o educando. A criança deverá saber que desobedecendo ela fará sofrer a quem a estima.
Devemos educar nossas crianças no bem e na moral cristã, principalmente as que estão sob nossa responsabilidade. O conhecimento do Evangelho é de muita importância nessa educação.
Os ensinamentos espíritas são absorvidos com facilidade pelos pequeninos, porque a Doutrina Espírita amplia sua compreensão e os leva ao entendimento natural.
A criança que tem uma mudança de vida para melhor por meio da religião tem sua educação facilitada. Com o conhecimento moral, ela por si mesma evita o mal, buscando o bem.
Eduquemos nossas crianças!
Espírito Antonio Carlos
Quadros da Reencarnação
A vida em si não termina
Quando o corpo à cova desce…
A semente pequenina,
Quando morre, é que floresce.
(Eurípedes Formiga)
Não ambiciones na lida
Os frutos da gleba alheia.
Cada qual colhe na vida
Apenas o que semeia.
(Casimiro Cunha)
Desencarnou o Firmino
Pedindo mais uma dose.
Em novo corpo, é um menino
Que já sofre de cirrose.
(Pedro Silva)
Numa existência pregressa,
Suicidou-se com cicuta,
Mas logo ao mundo regressa
Agravando a própria luta.
(Jaks Aboab)
Perseguiu a tanta gente,
No tempo em que foi Visconde,
Que agora no sanatório
Da própria sombra se esconde.
(Lulú Parola)
Vivia de falcatruas
O finado Serafim.
Renasceu… Vive nas ruas
Numa penúria sem fim.
(Cornélio Pires)
Porque foi maledicente,
Dona Zefa renasceu
Uma criança doente
Que de falar se esqueceu.
(Lúcio Mendonça)
Ao tempo de inquisidor,
Queimou livros a granel…
Agora, seja onde for,
Vive ajuntando papel.
(Alceu Novais)
De tanto chutar no mundo,
Porta, cadeira e panela,
Curte um desgosto profundo
Nas dores da erisipela…
(Lafayette Mello)
Quando fui rei, fui mendigo;
Quando mendigo, fui rei,
Deu-me a lepra o régio abrigo
Da paz que nunca sonhei.
(Jésus Gonçalves)
Verdade que não se altera
No carma que acumulamos:
Somente o bem nos libera
Do mal que já praticamos.
(Irthes Terezinha)
“Nascer, viver e morrer, Renascer e progredir”,
Tal a Lei que nos impele para as bênçãos do porvir!
Auta de Souza
XAVIER, Francisco Cândido; BACCELLI, Carlos A.. Confia e Serve. Espíritos Diversos. IDE.
Mocidade e Velhice
Infância, juventude, madureza e velhice são simples fases da experiência material.
A vida é essência divina e a juventude é seiva eterna do espírito imperecível.
Mocidade da alma é condição de todas as criaturas que receberam com a existência o aprendizado sublime, em favor da iluminação de si mesmas e que acolheram no trabalho incessante do bem o melhor programa de engrandecimento e ascensão da personalidade.
A velhice, pois, como índice de senilidade improdutiva ou enfermiça, constitui, portanto, apenas um estado provisório da mente que desistiu de aprender e de progredir nos quadros de luta redentora e santificante que o mundo nos oferece.
Nesse sentido, há jovens no corpo físico que revelam avançadas características de senectude, pela ociosidade e rebeldia a que se confinam, e velhos na indumentária carnal que ressurgem sempre à maneira de moços invulneráveis, clareando as tarefas de todos pelo entusiasmo e bondade, valor e alegria com que sabem fortalecer os semelhantes na jornada para a frente.
Se a individualidade e o caráter não dependem da roupa com que o homem se apresenta na vida social, a varonilidade juvenil e o bom ânimo não se acham escravizados à roupagem transitória.
O jovem de hoje, pelas determinações biológicas do Planeta, será o velho de amanhã; e o ancião de agora, pela lei sublime da reencarnação, será o moço do futuro.
Lembramo-nos, porém, de que a Vida é imortal, de que o Espiritismo é escola ascendente de progresso e sublimação, de que o Evangelho é luz eterna, em torno da qual nos cabe dever de estruturar as nossas asas de Sabedoria e de Amor e, num abraço compreensivo de verdadeira fraternidade, no círculo das esperanças, dificuldades e aspirações que nos identificam uns com os outros, continuemos trabalhando.
Pelo Espírito André Luiz
XAVIER, Francisco Cândido. Correio Fraterno. Espíritos Diversos. FEB.
Simplicidade e Pureza de Coração
Bem-aventurados os que têm puro o coração, porquanto verão a Deus. (S. Mateus, cap. V, v. 8.)
Apresentaram-lhe então algumas crianças, a fim de que ele as tocasse, e, como seus discípulos afastassem com palavras ásperas os que lhas apresentavam, Jesus, vendo isso, zangou-se e lhes disse: “Deixai que venham a mim as criancinhas e não as impeçais, porquanto o reino dos céus é para os que se lhes assemelham. – Digo-vos, em verdade, que aquele que não receber o reino de Deus como uma criança, nele não entrará.” – E, depois de as abraçar, abençoou-as, impondo-lhes as mãos. (S. MARCOS, cap. X, vv. 13 a 16.)
A pureza do coração é inseparável da simplicidade e da humildade. Exclui toda ideia de egoísmo e de orgulho. Por isso é que Jesus toma a infância como emblema dessa pureza, do mesmo modo que a tomou como o da humildade.
Poderia parecer menos justa essa comparação, considerando-se que o Espírito da criança pode ser muito antigo e que traz, renascendo para a vida corporal, as imperfeições de que se não tenha despojado em suas precedentes existências. Só um Espírito que houvesse chegado à perfeição nos poderia oferecer o tipo da verdadeira pureza. E exata a comparação, porém, do ponto de vista da vida presente, porquanto a criancinha, não havendo podido ainda manifestar nenhuma tendência perversa, nos apresenta a imagem da inocência e da candura. Daí o não dizer Jesus, de modo absoluto, que o reino dos céus é para elas, mas para os que se lhes assemelhem.
Pois que o Espírito da criança já viveu, por que não se mostra, desde o nascimento, tal qual é? Tudo é sábio nas obras de Deus. A criança necessita de cuidados especiais, que somente a ternura materna lhe pode dispensar, ternura que se acresce da fraqueza e da ingenuidade da criança. Para uma mãe, seu filho é sempre um anjo e assim era preciso que fosse, para lhe cativar a solicitude. Ela não houvera podido ter-lhe o mesmo devotamento, se, em vez da graça ingênua, deparasse nele, sob os traços infantis, um caráter viril e as ideias de um adulto e, ainda menos, se lhe viesse a conhecer o passado.
Aliás, faz-se necessário que a atividade do princípio inteligente seja proporcionada à fraqueza do corpo, que não poderia resistir a uma atividade muito grande do Espírito, como se verifica nos indivíduos grandemente precoces. Essa a razão por que, ao aproximar-se-lhe a encarnação, o Espírito entra em perturbação e perde pouco a pouco a consciência de si mesmo, ficando, por certo tempo, numa espécie de sono, durante o qual todas as suas faculdades permanecem em estado latente. E necessário esse estado de transição para que o Espírito tenha um novo ponto de partida e para que esqueça, em sua nova existência, tudo aquilo que a possa entravar. Sobre ele, no entanto, reage o passado. Renasce para a vida maior, mais forte, moral e intelectualmente, sustentado e secundado pela intuição que conserva da experiência adquirida.
A partir do nascimento, suas ideias tomam gradualmente impulso, à medida que os órgãos se desenvolvem, pelo que se pode dizer que, no curso dos primeiros anos, o Espírito é verdadeiramente criança, por se acharem ainda adormecidas as ideias que lhe formam o fundo do caráter. Durante o tempo em que seus instintos se conservam amodorrados, ele é mais maleável e, por isso mesmo, mais acessível às impressões capazes de lhe modificarem a natureza e de fazê-lo progredir, o que toma mais fácil a tarefa que incumbe aos pais.
O Espírito, pois, enverga temporariamente a túnica da inocência e, assim, Jesus está com a verdade, quando, sem embargo da anterioridade da alma, toma a criança por símbolo da pureza e da simplicidade.
KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. FEB. Capítulo 8. Itens 1 a 4.
Perseverança com Alegria
Não te detenhas nunca ante o desafio do bem.
Jamais percas a confiança em Deus.
Nunca te entristeçam as provações, nem te aturdam os testemunhos.
O filete de água que procede de uma fonte poderosa destina-se ao mar. Suplanta obstáculos, contorna acidentes geográficos, porém logra o seu fanal.
Vida física é oportunidade abençoada, instrumentalidade para o progresso. Também é masmorra transitória de que te libertarás um dia se te promoveres às alturas do bem.
Não examines as questiúnculas, nem os problemas do caminho, senão para os solucionar.
Quem se abate sob um céu nublado não merece a noite salpicada de estrelas.
Fadado ao infinito, o Espírito nasce e renasce no corpo para progredir, adquirindo experiências e modelando santificação.
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Ouves a vozeria que fala de júbilos e te entristeces por não estares entre eles, os enganados algaraviastes.
Talvez, eles não estejam felizes, senão excitados.
Deténs-te a examinar os que exibem paz e te afliges, face aos conflitos que espocam no teu mundo íntimo.
Quiçá, não estejam em harmonia, senão anestesiados pelos vapores da ilusão, aqueles que se exibem.
Mantém a tua confiança no ideal que abraças e não meças as vitórias do teu espírito com a fita métrica dos triunfos terrestres transitórios.
O cristão verdadeiro, e o espírita, em particular, triunfam sobre si mesmos, vencem-se, interiormente, e galgam os degraus do êxito ao lobrigar as paisagens mergulhadas no sol da imortalidade em triunfo.
*
Jesus, na entrada triunfal em Jerusalém, não era um vencedor nem um vencido. Era alguém incompreendido pela massa.
Colocado, porém, na cruz, a massa acreditava que Ele havia perdido a batalha, no entanto, era o vencedor em triunfo sobre os enganos que a massa lhe oferecera e Ele desdenhara.
Não te esqueças: dor e prova, renúncia e abnegação constituem as marcas do Cristo Jesus a se insculpirem na tua alma, quais estrelas luminescentes no velário da noite, falando ao sol e de belezas imortais.
FRANCO, Divaldo Pereira. Alerta. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL.
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