Deixa-me amar-te em meus silêncios

Deixa-me Amar-te

Deixa-me amar-te em meus silêncios
Na calmaria do teu coração que me acolhe
E de onde se desprendem meus sonhos
Em vôos etéreos de plena liberdade.
Deixa-me amar-te em minha solidão
Ainda que meus labirintos te confundam
E que teus fios generosos de compreensão
Emaranhem-se no tapete dos meus enigmas.
Deixa-me amar-te sem qualquer explicação.
Na ternura das tuas mãos que me sorriem
Escrevendo desejos em versos despidos
Na minha alva tez que te cobre e descobre.
Nandinha Guimarães

O Adolescente e o Problemas das Drogas

Entre os impedimentos para a auto-identificação, no período da adolescência, destaca-se a rejeição.
Caracterizado pelo abandono a que se sente relegado o jovem no lar, esse estigma o acompanha na escola, no grupo social, em toda parte, tornando-o tão amargurado quão infeliz.
Sentindo-se impossibilitado de auto-realizar-se, o adolescente, que vem de uma infância de desprezo, foge para dentro de si, rebelando-se contra a vida, que é a projeção inconsciente da família desestruturada, contra todos, o que é uma verdadeira desdita. Daí ao desequilíbrio, na desarmonia psicológica em que se encontra, é um passo.
Os exemplos domésticos, decorrentes de pais que se habituaram a usar medicamentos sob qualquer pretexto, especialmente Valium e Librium, como buscas de equilíbrio, de repouso, oferecem aos filhos estímulos negativos de resistência para enfrentar desafios e dificuldades de toda a natureza. Demonstrando incapacidade para suportar esses problemas sem a ajuda de químicos ingeridos os, abrem espaço na mente da prole, para que, ante dificuldades, fuja para os recantos da cultura das drogas que permanece em voga.
Por outro lado, a exuberante propaganda, a respeito dos indivíduos que vivem buscando remédios para quaisquer pequenos achaques, sem o menor esforço para vencê-los através dos recursos mentais e atividades diferenciadas, produz estímulos nas mentes jovens para que façam o mesmo, e se utilizem de outro tipo de drogas, aquelas que se transformaram em epidemia que avassala a sociedade e a ameaça de violência e loucura.
O alcoolismo desenfreado, sob disfarce de bebidas sociais, levando os indivíduos a estados degenerativos, a perturbações de vária ordem, torna-se fator predisponente para as famílias seguirem o mesmo exemplo, particularmente os filhos, sem estrutura de comportamento saudável.
O tabagismo destruidor, inveterado, responde pelas enfermidades graves do aparelho respiratório, criando dependência irrefreável, transformando-se em estímulo nas mentes juvenis para a usança de tais bengalas psicológicas, que são porta de acesso a outras substâncias químicas mais perturbadoras.
A utilização da maconha, sob a justificativa de não ser aditiva, apresentada como de conseqüências suaves e sem perigo de maiores prejuízos, com muita propriedade também denominada erva do diabo, cria, no organismo, estados de dependência, que facultarão a utilização de outras substâncias mais pesadas, que dão acesso à loucura, ao crime, em desesperadas deserções da realidade, na busca de alívio para a pressão angustiante e devoradora da paz.
Todas essas drogas tornam-se convites-soluções para os jovens desequipados de discernimento, que se lhes entregam inermes, tombando, quase irremissivelmente, nos seus vapores venenosos e destruidores, que só a muito custo conseguem superar, após exaustivos tratamentos e esforço hercúleo.
Os conflitos, de qualquer natureza, constituem os motivos de apresentação falsa para que o indivíduo se atire ao uso e abuso de substâncias perturbadoras, hoje ampliadas com os barbitúricos, a heroína, a cocaína, o crack e outros opiáceos.
E não faltam conflitos na criatura humana, principalmente no jovem que, além dos fatores de perturbação referidos, sofre a pressão dos companheiros e dos traficantes -que se encontram nos seus grupos sociais com o fim de os aliciar; a rebelião contra os pais, como forma de vingança e de liberdade; a fuga das pressões da vida, que lhe parece insuportável; o distúrbio emocional, entre os quais se destacam os de natureza sexual…
A educação no lar e na escola constitui o valioso recurso psicoterapêutico preventivo em relação a todos os tipos de drogas e substâncias aditivas, desvios comportamentais e sociais, bengalas psicológicas e outros derivativos.
A estruturação psicológica do ser é-lhe o recurso de segurança para o enfrentamento de todos os problemas que constituem a existência terrena, realizando-se em plenitude, na busca dos objetivos essenciais da vida e aqueloutros que são conseqüências dos primeiros.
Quando se está desperto para as finalidades existenciais que conduzem à auto-realização, à auto-identificação, todos os problemas são enfrentados com naturalidade e paz, porquanto ninguém amadurece psicologicamente sem as lutas que fortalecem os valores aceitos e propõem novas metas a conquistar.
Os mecanismos de fuga pelas drogas, normalmente produzem esquecimento, fugas temporárias ou sentimento de maior apreciação da simples beleza do mundo, o que é de duração efêmera, deixando pesadas marcas na emoção e na conduta, no psiquismo e no soma, fazendo desmoronar todas as construções da fantasia e do desequilíbrio.
É indispensável oferecer ao jovem valores que resistam aos desafios do cotidiano, preparando-o para os saudáveis relacionamentos sociais, evitando que permaneça em isolamento que o empurrará para as fugas, quase sem volta, do uso das drogas de todo tipo, pois que essas fugas são viagens para lugar nenhum.
Sempre se desperta desse pesadelo com mais cansaço, mais tédio, mais amargura e saudade do que se haja experimentado, buscando-se retomar a qualquer preço, destruindo a vida sob os aspectos mais variados
Por fim, deve-se considerar que a facilidade com que o jovem adquire a droga que lhe aprouver, tal a abundância que se lhe encontra ao alcance, constitui-lhe provocação e estímulo, com o objetivo de fazer a própria avaliação de resultados pela experiência pessoal. Como se, para conhecer-se a gravidade, o perigo de qualquer enfermidade, fosse necessário sofrê-la, buscando-lhe a contaminação e deixando-se infectar.
A curiosidade que elege determinados comportamentos desequilibradores já é sintoma de surgimento da distonia psicológica, que deve ser corrigida no começo, a fim de que se seja poupado de maiores conflitos ou de viagens assinaladas por perturbações de vária ordem.
Em todo esse conflito e fuga pelas drogas, o amor desempenha papel fundamental, seja no lar, na escola, no grupo social, no trabalho, em toda parte, para evitar ou corrigir o seu uso e o comprometimento negativo.
O amor possui o miraculoso condão de dar segurança e resistência a todos os indivíduos, particularmente os jovens, que mais necessitam de atenção, de orientação e de assistência emocional com naturalidade e ternura.
Diante, portanto, do desafio das drogas, a terapia do amor, ao lado das demais especializadas, constitui recurso de urgência, que não deve ser postergado a pretexto algum, sob pena de agravar-se o problema, tornando-se irreversível e de efeitos destruidores.
FRANCO, Divaldo Pereira. Adolescência e Vida. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL.

Flor de Vida

O Espírito, nas bençãos da carne, é uma flor de vida, concedida por Deus para o crescimento dos nossos dons espirituais. Quem se encontra estagiando na soma carnal, agradeça ao Senhor pelas oportunidades, que estão se fazendo cada vez mais raras, já nos finais da expiação do organograma espiritual.
Os Espíritos de Deus que estão dirigindo a Terra, sob a orientação do Mestre Jesus, intercruzam o amor de seus corações para a Humanidade, como se fossem raios solares, e trabalham constantemente para o soerguimento de todas as almas, sem escolha, dando a cada uma o que pode suportar na escala da sua evolução.
Esse é o alento de vida que os benfeitores da espiritualidade maior nos concedem, a todos os trabalhadores, dentro e fora da carne, pela alta misericórdia de Espíritos que já vivem a tranqüilidade da consciência imperturbável. A nossa segurança maior é que o Cristo se encontra no leme dos nossos destinos, a nos amar por todas as modalidades, para que despertemos para amar o nosso próximo, da mesma maneira que queremos amor para o nosso coração.
A alma é uma flor de Deus, vicejando no ambiente da Terra, colhendo experiências aqui e ali, na certeza de que a liberdade espiritual depende muito da nossa parte, no exercício que devemos fazer para vencer as nossas inferioridades. A energia divina está em toda parte, ao nosso dispor, esperando que entendamos essa ciência, para o uso de tal energia em favor dos outros e para o nosso bem-estar.
Meus irmãos, solicitamos que ouçam essa voz, pelas letras do Evangelho de Jesus, reconstruindo-se a si mesmos nas mudanças necessárias, para que se apresentem ante Jesus como homens novos, na pureza dos sentimentos espirituais.
Cada dia que passa nos pede renovação; cada ano, realizações de caridade, e cada século, cota de luz no amor à Humanidade. Somos flor de vida na grande vida universal. A nossa confiança deve crescer em todos os rumos e a paz deve se instalar em todos os sentidos, compreendendo que a felicidade da alma sem a fraternidade nos passos é impossível. O nosso planeta está em situação invejável, em se falando do futuro. Devemos orar, reconstruirmos a nós mesmos, para merecê-lo como novo berço, onde encontraremos os frutos das sementes lançadas ao solo no passado.
A ordem do Divino Senhor é trabalhar, trabalhar e trabalhar, pelos fios do progresso dos que se ajustarem à nossa frente. Escolhamos a abelha como exemplo, pois além de viver do trabalho, ela cede seus esforços para curar e alimentar os homens. Todo movimento no bem comum é porta que se abre para que sintamos a vida maior em convites incessantes, onde a alegria é a força de viver.
Sentimos os homens como flores no jardim de Deus e temos o prazer de conviver com eles, ajudando no que a vida nos favorece. Usamos todos os meios lícitos para ficar mais visíveis às criaturas, sem esquecermos o sorriso, como flor de vida de Deus em nós.
MAIA, João Nunes. Flor de Vida. Pelo Espírito Scheilla. Fonte Viva.

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