Na vida é impossível parar. Mesmo quando decidimos não avançar, a vida avança. E às vezes temos mesmo a impressão que ela corre. E nesse nosso viver, encontramos diariamente caminhos na nossa frente. Em cada situação há sempre uma opção de estrada.
Escolhemos então a mais longa, mais curta, mais fácil, mais difícil… somos guiados por vontades, necessidades, coração, emoções… e na verdade nem sempre sabemos onde nos conduzirá nossa escolha. E é preciso a cada dia, cada passo, seguir e assumir.
Ninguém, ninguém mesmo pode ou deve ser responsável pelas nossas escolhas. E mesmo se damos ouvidos a um amigo, a escolha final e responsabilidade final sempre será nossa.
Muitas vezes sofremos porque escolhemos caminhos errados. E sabemos que não há volta para as caminhadas da vida, mas sempre teremos a opção de dirigir nossos passos para direções diferentes. E então uma nova escolha se dá. Com todos os riscos possíveis.
Amar alguém, sentir amizade por alguém, não é uma escolha. Pelo menos não voluntária, da nossa mente. Do coração, eu diria, pois não temos controle, não podemos negar sentir esse amor ou essa amizade. Mas podemos decidir seguir esse amor e essa amizade. Isso também é uma escolha, caminho.
O importante é não parar. Li uma vez que “água estagnada apodrece” e penso que ninguém gostaria de viver como água estagnada. Devemos ser como as águas dos rios, correndo sempre em alguma direção, regando flores que nascem do lado, matando sede de pássaros e homens, desembocando em grandes mares. E assim segue nossa vida… Cabe a cada um a responsabilidade da escolha diária.
E tudo o que posso dizer com certeza de que não há erro possível na escolha, é aquela de seguir o grande, o verdadeiro Caminho.
Para os outros, que a sabedoria esteja no coração de cada um para que as escolhas estejam o mais perto possível daquilo que chamamos felicidade.
“Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida”.
(Jesus Cristo)
Portanto queridos irmãos….
Jesus é o escultor divino de nossa individualidade eterna. Com o martelo da dificuldade modifica o bloco da ignorância em que jazem nossas possibilidades de sublimação; com o cinzel do sofrimento estrutura-nos os mais altos destinos. Saibamos interpretar obstáculos, inibições dores e provas, dissabores e lágrimas, por benditos desafios ao nosso próprio burilamento.
A terra é a nossa escola. A luta é o nosso caminho. O trabalho é a nossa lição. A experiência é o valor que adquirimos.
O amor é a nossa bússola no infinito de recursos em que se nos movimenta o aprendizado. A morte ser-nos-á sempre o juiz imperturbável.
E sobre tudo, não nos esqueçamos de que sendo o evangelho o roteiro que abraçamos, o Cristo é invariavelmente o nosso Mestre.
Aceitamos, desse modo, a obrigação de fazer o melhor que pudermos cada dia e procurando Jesus em nosso pensamentos, palavras e ações, estejamos convencidos de que Jesus nos encontrará para alçarmos enfim a suprema paz da suprema alegria!!
Rede Amigo Espírita
CRISTO EM CASA
A DELENDA CARTAGO de nossos escritos, o tema de nossa predileção em nossas humildes palestras, tem sido, há quase 30 anos, desde que nos tornamos espíritas, o EVANGELHO NO LAR, CRISTO EM CASA.
E diz bem Emmanuel, com experiência e sabedoria, amorosamente prelecionando-nos:
“Quando o crente percebe a grandeza da BOA NOVA, compreende, que o Mestre não é apenas o Reformador da civilização, o Legislador da crença, o Condutor do raciocínio ou o Doador de facilidades terrestres, mas também, acima de tudo, o Renovador da vida de cada um”.
E, assim, “procura trazer o Amigo Celeste ao Santuário familiar, onde Jesus, então, passa a controlar as paixões, a corrigir as maneiras e a inspirar as palavras, habilitando o aprendiz a traduzir-lhe os ensinamentos eternos através de ações vivas, com as quais espera o Senhor estender o Divino Reinado da Paz e do Amor sobre a Terra”.
O Lar, que é a escola das almas, somente será Templo, quando aí penetrar o Evangelho, Lâmpada Encantada, no dizer de Goethe, que o resguardará de todo o mal, possibilitando-nos compreender e traduzir a Voz e os Ensinamentos do Divino Mestre.
Na hora presente, os Espíritos do Senhor não se cansam de nos enviar Mensagens, Poesias, pedindo-nos para acendermos, com Esse Livro da Vida, em torno de nós, uma claridade nova, que iluminará nossos passos e nos levará à vitória de nossa destinação.
Todos os sábados, há 30 anos, junto à cara companheira e de nossos filhos, O lemos e todos Lhe comentamos as Lições sábias, e todos Lhe sentimos o objetivo sagrado com relação à nossa reforma espiritual.
E, graças a Deus, malgrado ainda sentirmos defeitos em nós, Jesus, o Cristo de Deus, já habita nossos corações e seu Livro, em lugar bem à vista, mora em nosso lar, a nos lembrar, em todos os momentos, os deveres para com Ele, junto à família, à sociedade e à Pátria, cujas fronteiras se alargaram para vermos em todos os romeiros da vida o nosso próximo e nossos irmãos.
De uma feita, pois, em Sessão no LUIZ GONZAGA, fomos todos obsequiados com estas oitilhas de Luz, de João de Deus:
Do culto cristão do lar Nasce a fonte cristalina De bênçãos da Paz Divina, De dons da Divina Luz!.
Nele, aprendemos a amar A dor, a luta, a alegria E a iluminação cada dia Na inspiração de Jesus.
Cultiva em teu doce abrigo A sublime sementeira Que te guarde a vida inteira No amor, na consolação.
Sentirás, então, contigo, Sobre a crença que te abrasa, O Evangelho vivo em casa E o Mestre no coração!
JOÃO DE DEUS
E, na sessão de 21/11/1956, Casimiro Cunha, o Poeta do Evangelho, encheu os corações dos presentes com estes raios de Luz de sua inspiração e do seu Espírito cristianizado.
CRISTO EM CASA
Se desejas extinguir A sombra que aflige e atrasa Não olvides acender A luz do Evangelho em casa.
Quando possível nas horas De doce união no lar, Estende a Lição Divina Ao grupo familiar.
Na chama viva da prece O culto nobre inicia Rogando discernimento A eterna sabedoria.
Mentiras da vaidade Velhos crimes da avidez, Calúnia e maledicência Desaparecem de vez.
Serpentes envenenadas De orgulho torvo e escarninho, Sob o clarão da Verdade Esquecem-nos o caminho.
Dificuldades e provas Na dor amargosa e lenta São recursos salvadores Com que o Céu nos apascenta.
Logo após, lê meditando O texto Renovador Da Boa Nova Sublime Que é fonte de todo Amor.
Verás a tranquilidade Vestida em suave brilho, Irradiando esperança Em todo o teu domicílio.
Ante a palavra do Mestre Generosa, clara e boa, A experiência na Terra É luta que aperfeiçoa.
E o trabalho por mais rude No campo de cada dia É dádiva edificante Do bem que nos alivia.
É que na bênção do Cristo Clareia-se-nos a estrada, E a nossa vida ressurge Luminosa e transformada.
Conduze, pois, tua casa À inspiração de Jesus.
E o Evangelho em tua mesa É pão da Divina Luz.
CASIMIRO CUNHA
Verdadeira Pureza.
– Mãos não Lavadas
Então os escribas e os fariseus, que tinham vindo de Jerusalém, aproximaram-se de Jesus e lhe disseram: “Por que violam os teus discípulos a tradição dos antigos, uma vez que não lavam as mãos quando fazem suas refeições?”
Jesus lhes respondeu: “Por que violais vós outros o mandamento de Deus, para seguir a vossa tradição? Porque Deus pôs este mandamento: Honrai a vosso pai e a vossa mãe; e este outro: Seja punido de morte aquele que disser a seu pai ou a sua mãe palavras ultrajantes; e vós outros, no entanto, dizeis: Aquele que haja dito a seu pai ou a sua mãe: – Toda oferenda que faço a Deus vos é proveitosa, satisfaz à lei, – ainda que depois não honre, nem assista a seu pai ou à sua mãe. Tornam assim inútil o mandamento de Deus, pela vossa tradição.
Hipócritas, bem profetizou de vós Isaías, quando disse: Este povo me honra de lábios, ma s conserva longe de mim o coração; é em vão que me honram ensinando máximas e ordenações humanas.”
Depois, tendo chamado o povo, disse: “Escutai e compreendei bem isto: – Não é o que entra na boca que macula o homem; o que sai da boca do homem é que o macula. – O que sai da boca procede do coração e é o que torna impuro o homem; – porquanto do coração é que partem os maus pensamentos, os assassínios, os adultérios, as fornicações, os latrocínios, os falsos-testemunhos, as blasfêmias e as maledicências. – Essas são as coisas que tornam impuro o homem; o comer sem haver lavado as mãos não é o que o torna impuro.”
Então, aproximando-se, disseram-lhe seus discípulos: “Sabeis que, ouvindo o que acabais de dizer, os fariseus se escandalizaram?” – Ele, porém, respondeu: “Arrancada será toda planta que meu Pai celestial não plantou. – Deixai-os, são cegos que conduzem cegos; se um cego conduz outro, caem ambos no fosso.”( S. Mateus, cap. XV, vv. 1 a 20.)
Enquanto ele falava, um fariseu lhe pediu que fosse jantar em sua companhia. Jesus foi e sentou-se à mesa. – O fariseu entrou então a dizer consigo mesmo: “Por que não lavou ele as mãos antes de jantar?” Disse-lhe, porém, o Senhor: “Vós outros, fariseus, pondes grandes cuidado em limpar o exterior do copo e do prato; entretanto, o interior dos vossos corações está cheio de rapinas e de iniqüidades. Insensatos que sois! aquele que fez o exterior não é o que faz também o interior?” (S. LUCAS, cap. XI. vv., 37 a 40.)
Os judeus haviam desprezado os verdadeiros mandamentos de Deus para se aferrarem à prática dos regulamentos que os homens tinham estatuído e da rígida observância desses regulamentos faziam casos de consciência. A substância, muito simples, acabara por desaparecer debaixo da complicação da forma. Como fosse muito mais fácil praticar atos exteriores, do que se reformar moralmente, lavar as mãos do que expurgar o coração, iludiram-se a si próprios os homens, tendo-se como quites para com Deus, por se conformarem com aquelas práticas, conservando-se tais quais eram, visto se lhes ter ensinado que Deus não exigia mais do que isso. Dai o haver dito o profeta: É em vão que este povo me honra de lábios, ensinando máximas e ordenações humanas.
Verificou-se o mesmo com a doutrina moral do Cristo, que acabou por ser atirada para segundo plano, donde resulta que muitos cristãos, a exemplo dos antigos judeus, consideram mais garantida a salvação por meio das práticas exteriores, do que pelas da moral. E a essas adições, feitas pelos homens à lei de Deus, que Jesus alude, quando diz: Arrancada será toda planta que meu Pai celestial não plantou.
O objetivo da religião é conduzir a Deus o homem. Ora, este não chega a Deus senão quando se torna perfeito. Logo, toda religião que não torna melhor o homem, não alcança o seu objetivo. Toda aquela em que o homem julgue poder apoiar-se para fazer o mal, ou é falsa, ou está falseada em seu principio. Tal o resultado que dão as em que a forma sobreleva ao fundo. Nula é a crença na eficácia dos sinais exteriores, se não obsta a que se cometam assassínios, adultérios, espoliações, que se levantem calúnias, que se causem danos ao próximo, seja no que for. Semelhantes religiões fazem supersticiosos, hipócritas, fanáticos; não, porém, homens de bem.
Não basta se tenham as aparências da pureza; acima de tudo, é preciso ter a do coração.
KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. FEB. Capítulo 8.
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