DOAÇÃO DE ORGÃOS SOB A VISÃO ESPÍRITA

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DOAÇÃO DE ÓRGÃOS SOB A VISÃO ESPÍRITA

1. Há nas Obras Básicas da Doutrina Espírita algum indicativo à doação de órgãos?
O que o Espiritismo diz quanto a doação de órgãos?
Na época de Allan Kardec, este assunto não era cogitado.
2. Qual a diferença entre morte e desencarnação?
A morte é biológica, a desencarnação é psíquica (apego à matéria).
3. Para que doar órgãos?
Para permitir que o nosso semelhante possa continuar vivendo no plano físico.
4. Que órgãos podem ser doados e quais os possíveis em vida?
Rim, parte do fígado e pulmão e medula óssea (em vida)
Rins, fígado, coração, pâncreas, pulmões, intestinos. Tecidos: Córneas e outros como pele, vasos sanguíneos, tendões e ossos . (após a morte)
5. Quando o corpo para de funcionar, já não precisamos de nossos órgãos?
Após a morte biológica não nos são mais úteis os órgãos.
6. Quanto tempo recomenda-se, após a morte, para retirar os órgãos do doador?
48 a 72 horas
7. Existe um momento certo para cremar um corpo?
Não, depende do grau de desprendimento do espírito. Por prevenção recomenda-se 72 horas de espera.
8. Quanto tempo demoramos para nos desligar completamente do corpo material (desencarnação)?
O tempo proporcional ao nosso apego material.
9. Mesmo depois da morte, sente-se dor quando é feita a retirada dos órgãos?
O Espírito desencarnado sofre com a extração dos órgãos, na autópsia ou na cremação?
Sim, quando não ocorreu a desencarnação.
10. Em que momento os médicos liberam os órgãos para a doação após a morte?
Após aplicado o teste de apneia (10 minutos), e constatada a morte tronco-encefálica.
11 O estado de morte tronco-encefálica é um momento seguro para se fazer a retirada de órgãos para transplantes, sem perturbar o Espírito do doador?
No atual estágio da medicina humana ainda é o melhor método de avaliação clínica, porém no futuro será aperfeiçoada para garantir absoluta segurança ao doador.
12.Quando podemos saber se os órgãos de um familiar que está em coma podem ser doados?
Estado de coma não é estar morto, portanto não deve doar os órgãos imprescindíveis à vida, somente quando constatada a morte tronco-encefálica.
13.Num caso em que a família opta pela doação, mas seu ente querido, desinformado sobre a continuação da vida, nunca comentou com alguém sobre isso, como ele se sentiria no plano espiritual?
Num primeiro momento, uma sensação desagradável, porém a seguir compreenderia o bem que foi feito e felicidade pessoal.
14, A doação de órgãos pode causar obsessão?
Excepcionalmente quando o espírito (doador), for endurecido ou muito apegado à matéria.

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16. As emoções e sentimentos, defeitos e qualidades influenciam o comportamento do receptor?
Há pessoas que mudam de comportamento ao receberem um órgão. Por que?
Impressão psicológica. Nada a ver com o órgão doado.
17.Existe algum tipo de assistência por parte do plano espiritual em consequência da doação?
Normalmente, sim.
18. Doar órgãos pode trazer alguma complicação para o Espírito após o desencarne?
Somente percepções psíquicas que desaparecem após auxílio e compreensão.
19.O que acontece com o nosso perispírito em caso da doação dos órgãos?
Permanece inalterado.
20. Segundo alguns, quando se doa órgãos, o perispírito é lesado e ainda causa influência na próxima encarnação. André Luiz, por exemplo, levou as impressões de câncer de intestino para o mundo espiritual. Se levamos os estigmas das doenças, também levaríamos a retirada dos órgãos e o Espírito sofreria horrores. Mesmo quando é constatada a morte cerebral, o espírito continua no corpo e sofre por isso?
Como já foi dito, o perispírito não sofre lesões com a doação de órgãos, assim como com cirurgias no plano físico. A má utilização do nosso organismo é que efetivamente lesiona nosso perispírito para futuras reencarnações. Após a morte do corpo físico, o espírito poderá ou não estar junto ao seu corpo, dependendo de seu apego à matéria
21. Havendo tanta controvérsia ao padrão da morte cerebral, o que nos coloca a questão da incerteza se o Espírito já se acha desligado da matéria, será que a doação de órgãos alcançará maiores resultados quando os médicos do futuro puderem trabalhar também no plano espiritual?
Certamente.
22. O que alteraria, em relação ao planejamento espiritual, na existência da pessoa que vai receber um órgão?
Maior tempo no plano físico para refletir sobre sua vida e uma nova oportunidade para cumprir sua programação evolutiva.
23. A pessoa que recebe a doação de um órgão fica com algum vínculo com o perispírito do doador?
Não, a não ser que seja impressionável e, nesse aspecto, apenas psicológica.
24. Por que alguns transplantes são rejeitados? Quando ocorre a rejeição, isso pode ser relacionado ao fato do Espírito doador não estar preparado para isso?
A rejeição dos órgãos ocorre devido à incompatibilidade existente entre o fluido vital do doador e do receptor?
A rejeição está diretamente vinculada ao merecimento do doador e dos níveis vibratórios do doador/receptor.
25. Uma pessoa que se suicidou, mas deixa uma carta doando seus órgãos, é culpada ou inocente?
Continua sendo um suicida. Seu gesto amenizará o sofrimento.

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26.Segundo o pesquisador e projecionista Waldo Vieira, não seria aconselhável a recepção de órgãos de suicidas em um transplante, devido a graves prejuízos para o psiquismo do transplantado. O que pensar disso?
Se o receptor for equilibrado e esclarecido sobre o assunto e tiver merecimento suplantará esta influência psíquica.
27.Com relação às possíveis complicações de um doador suicida, a Espiritualidade amiga não poderia atuar de forma a harmonizar essas energias, para que esta pudesse se tornar compatível com o receptor, sem danos maiores?
Esta situação ocorre frequentemente permitindo a compatibilidade.
28.É ético um casal optar por ter mais de um filho apenas em decorrência da necessidade de se encontrar um doador de medula para um outro filho com leucemia?
Permitir a reencarnação sempre é um ato nobre e valioso a um espírito.
29. A que consequência espiritual estaria sujeito um doador que vendesse um rim para um receptor necessitado?
A intenção do doador é que será avaliada.
30. Qual a posição de Chico Xavier em relação à doação de órgãos?
Chico Xavier optou por não ser um doador de órgãos.
31.Por que alguns espíritas recusam-se a autorizar, em vida, a doação de seus próprios órgãos após o desencarne?
Questão de foro íntimo.
32.Quem está e quem não está preparado para doar órgãos ao morrer?
As pessoas conscientes de sua decisão e com o firme propósito de auxiliar seus irmãos.
33. Como devo expressar meu interesse em ser doador?
Informe sua família sobre seu desejo de ser doador de órgãos. Não é necessário qualquer registro em nenhum documento. O mais importante é comunicar em vida sua vontade pela doação.
Mauro Pilla
Instrutor da Escola Básica de Espiritismo da SECL e Expositor Espírita

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DOAÇÃO DE ÓRGÃOS – COMA – EUTANÁSIA – GENÉTICA – CONTROLE DA NATALIDADE – BEBÊS DE PROVETA – INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL – DETERMINAÇÃO DE SEXO – HOMEOPATIA

DOAÇÃO DE ÓRGÃOS

Pergunta: O que a Doutrina Espírita pode falar a respeito de doação de órgãos, sabendo-se que o desligamento total do espírito pode às vezes ocorrer em até 24 horas e que, para a medicina, o tempo é muito importante para a eficácia dos transplantes? O Espiritismo é contra ou a favor dos transplantes?
Emmanuel – O benefício daqueles que necessitam consiste numa das maiores recompensas para o espírito. Desse modo, a Doutrina Espírita vê com bons olhos a doação de órgãos.
Mesmo que a separação entre o espírito e o corpo não se tenha completado, a Espiritualidade dispõe de recursos para impedir impressões penosas e sofrimentos aos doadores. A doação de órgãos não é contrária às Leis da Natureza, porque beneficia, além disso, é uma oportunidade para que se desenvolvam os conhecimentos científicos, colocando-os a serviço de vários necessitados.

COMA

Pergunta: O que se passa com os espíritos encarnados cujos corpos ficam meses, e até mesmo anos, em estado vegetativo (coma)?
Emmanuel – Seu estado será de acordo com sua situação mental. Há casos em que o espírito permanece como aprisionado ao corpo, dele não se afastando até que permita receber auxílio dos Benfeitores espirituais. São Pessoas, em geral, muito apegadas à vida material e que não se conformam com a situação.
Em outros casos, os espíritos, apesar de manterem uma ligação com o corpo físico, por intermédio do períspirito, dispõem de uma relativa liberdade. Em muitas ocasiões, pessoas saídas do coma descrevem as paisagens e os contatos com seres que os precederam na passagem para a Vida Espiritual. É comum que após essas experiências elas passem a ver a vida com novos olhos, reavaliando seus valores íntimos.
Em qualquer das circunstâncias, o Plano Espiritual sempre estende seus esforços na tentativa de auxílio. Daí a importância da prece, do equilíbrio, da palavra amiga e fraterna, da transmissão de paz, das conversações edificantes para que haja maiores condições ao trabalho do Bem que se direciona, nessas horas, tanto ao enfermo como aos encarnados (familiares e médicos)

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EUTANÁSIA

Pergunta: Qual postura se deve ter perante a eutanásia? Estando o corpo físico sendo mantido por instrumentos, o espírito continua ligado a ele ou não?
Emmanuel – Os profissionais e responsáveis por pacientes que consentem com a prática da eutanásia, imbuída de ideias materialistas, desconhecem a realidade maior quanto à imortalidade do espírito. A morte voluntária é entendida como o fim de todos os sofrimentos, mas trata-se de considerável engano. A fuga de uma situação difícil, como a enfermidade, não resolverá as causas profundas que a produziram, já que estas se encontram em nossa consciência.
É necessário confiar, antes de tudo, na Providência Divina, já que tais situações consistem em valiosas lições em processos de depuração do espírito. Os momentos difíceis serão seguidos, mais tarde, por momentos felizes. Deve-se lembrar também que a ciência médica avança todos os dias e que males, antes incuráveis, hoje recebem tratamento adequado, além disso, em mais de uma ocasião já se verificaram casos de cura em pacientes desenganados pelos médicos.
Quanto à outra questão, respondemos que sim, os aparelhos conseguem fazer com que o espírito permaneça ligado a seu corpo por meio de laços do períspirito. Isso ocorre porque eles conseguem superar, até certo ponto, as descompensações e desarmonias no fluxo vital do organismo causado pela enfermidade.

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GENÉTICA

Pergunta: A Ciência se aperfeiçoa e caminha para resolver todos os problemas genéticos, ou seja, não mais nascerão crianças defeituosas. Pode-se concluir que os espíritos necessitados não mais terão oportunidade de reencarnar com provas difíceis para cumprir?
Emmanuel – Mesmo com o aperfeiçoamento da Ciência para resolver problemas genéticos, o espírito comprometeu-se em existências anteriores cometendo delitos que justificam, hoje, o seu nascimento com defeitos físicos e, por isso, continuará tendo provações difíceis objetivando a evolução.
A Ciência humana nunca poderá superar as Leis Divinas, que são físicas e morais, sendo que as provações não são somente de ordem física, mas também moral.

CONTROLE DA NATALIDADE

Pergunta: Qual é a posição do Espiritismo quanto ao uso de anticoncepcionais à esterilização?
Emmanuel – Tendo firmes nossos valores morais, nosso discernimento determinará o número de filhos que possamos criar com alegria, dentro dos padrões de correção e bons sentimentos.
Há clara diferença entre impedir a vinda de almas através do aborto, por egoísmo e desejo de sensualidade desequilibrada, e optar por um planejamento consciente, que cabe ao casal decidir.
A Doutrina deixa nossas consciências livres para tal gesto.

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BEBÊS DE PROVETA – INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL

Pergunta: Como a Doutrina Espírita vê a situação dos bebês de proveta, isso é certo ou errado?
Emmanuel – A Espiritualidade inspira e acompanha os progressos da ciência e os pesquisadores não conseguem realizar o que não tem apoio nos laboratórios do Infinito.
Dentro da correta orientação médica, esse tipo de concepção pode ser tratado, não nos esquecendo de que muitas crianças sem lar anseiam por nosso afeto, em caso de impedimento físico para gerar um corpo.

DETERMINAÇÃO DE SEXO

Pergunta: Como devemos encarar a possibilidade de a ciência humana patrocinar a determinação de sexo no início da gestação?
André Luiz – Compreendendo-se que nos vertebrados o desenho gonadal se reveste de potencialidades bissexuais no começo da formação, é claramente possível a intervenção da ciência terrestre na determinação do sexo, na primeira fase da vida embrionária; contudo, importa considerar que semelhante ingerência na esfera dos destinos humanos traria conseqüências imprevisíveis à organização moral, entre as criaturas, porque essa atuação indébita se verificaria apenas no campo morfológico, impondo talvez inversões desnecessárias e imprimindo graves complicações ao foro íntimo de quantos fossem submetidos a tais processos de experimentação, positivamente contrários à inteligência que reflete a Sabedoria de Deus.

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HOMEOPATIA

Pergunta: É verdade que a homeopatia age no perispírito?
Emmanuel – O medicamento homeopático atua energeticamente e não quimicamente, ou seja, sua ação terapêutica vai se dar no plano dinâmico ou energético do corpo humano, que se localiza no perispírito.
A medicação estimula energeticamente o perispírito, que por ressonância vibratória equilibra as disfunções existentes, isto é, o remédio exerce duas funções enquanto atua. Por isso a homeopatia além de tratar doenças físicas, atua também no tratamento dos desequilíbrios emocionais e mentais, promovendo, então, o reequilíbrio físico-espiritual.
EMMANUEL
(Do livro “Plantão De Respostas “ – Francisco Cândido Xavier, Pinga Fogo)
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Transplantes na concepção espírita

Nas práticas médicas de todas as especialidades , o transplante de órgãos é a que demonstra com maior clareza a estreita relação entre a morte e a nova vida, o renascimento das cinzas como Fênix: o mitológico pássaro símbolo da renovação do tempo e da vida após a morte.
(1) A temática “doação de órgãos e transplantes” é bastante coetâneo no cenário terreno. Sobre o assunto as informações instrutivas dos Benfeitores Espirituais não são abundantes. O projeto genoma, as investigações sobre células-tronco embrionárias e outras sinalizam o alcance da ciência humana. Os transplantes , em épocas recuadas repletas de casos de rejeição, tornaram-se práticas hodiernas de recomposição orgânica. O esmero “in-vivo” de experiências visando regeneração de células e a perspectiva de melhoria de vida caminham adiante , em que pese às pesquisas ensaiarem, ainda, as iniciantes marchas. Isso torna auspiciosa a expectativa da ciência contemporânea. Contudo, o receio do desconhecido paira no imaginário de muitos.
Alguns espíritas recusam-se a autorizar, em vida, a doação de seus próprios órgãos após o desencarne, alegando que Chico Xavier não era favorável aos transplantes. Isso não é verdade! Mister esclarecer que Chico Xavier quando afirmou “a minha mediunidade, a minha vida, dediquei à minha família, aos meus amigos,ao povo. A minha morte é minha. Eu tenho este direito. Ninguém pode mexer em meu corpo; ele deve ir para a mãe Terra”, fê-lo porque quando ainda encarnado Chico recebeu várias propostas [inoportunas] para que seu cérebro fosse estudado após sua desencarnação. Daí o compreensível receio de que seu corpo fosse profanado nesse sentido.
Não podemos esquecer que se hoje somos potenciais doadores, amanhã, poderemos ser ou nossos familiares e amigos potenciais receptores. “Para a maioria das pessoas, a questão da doação é tão remota e distante quanto à morte. Mas para quem está esperando um órgão para transplante, ela significa a única possibilidade de vida!”
(2) Joanna de Ângelis sabendo dessa importância ressalta “(…) Verdadeira bênção, o transplante de órgãos concede oportunidade de prosseguimento da existência física, na condição de moratória, através da qual o Espírito continua o périplo orgânico. Afinal, a vida no corpo é meio para a plenitude – que é a vida em si mesma, estuante e real”
(3) Em entrevista à TV Tupi em agosto de 1964, Francisco Cândido Xavier comenta que o transplante de órgãos, na opinião dos Espíritos sábios, é um problema da ciência muito legítimo, muito natural e deve ser levado adiante. Os Espíritos, segundo Chico Xavier, não acreditam que o transplante de órgãos seja contrário às leis naturais. Pois é muito natural que, ao nos desvencilharmos do corpo físico, venhamos a doar os órgãos prestantes a companheiros necessitados deles, que possam utilizá-los com proveito.
(4)A doação de órgãos para transplantes é perfeitamente legítima. Divaldo Franco certifica: se a misericórdia divina nos confere uma organização física sadia, é justo e válido, depois de nos havermos utilizado desse patrimônio, oferecê-lo, graças as conquistas valiosas da ciência e da tecnologia, aos que vieram em carência a fim de continuarem a jornada
(5) Não há, também, reflexos traumatizantes ou inibidores no corpo espiritual, em contrapartida à mutilação do corpo físico. O doador de olhos não retornará cego ao Além. Se assim fosse, que seria daqueles que têm o corpo consumido pelo fogo ou desintegrado numa explosão?
(6) Quando se pode precisar que uma pessoa esteja realmente morta? conforme a American Society of Neuroradiology morte encefálica é o estado irreversível de cessação de todo o encéfalo e funções neurais, resultante de edema e maciça destruição dos tecidos encefálicos apesar da atividade cardiopulmonar poder ser mantida por avançados sistemas de suporte vital e mecanismo e ventilação”.
(7) A grande celeuma do assunto é a morte encefálica, na vigência da qual órgãos ou partes do corpo humano são removidos para utilização imediata em enfermos deles necessitados. Estar em morte encefálica é estar em uma condição de parada definitiva e irreversível do encéfalo, incompatível com a vida e da qual ninguém jamais se recupera.
(8) Havendo morte cerebral, verificada por exames convencionais e também apoiada em recursos de moderna tecnologia, apenas aparelhos podem manter a vida vegetativa, por vezes por tempo indeterminado. É nesse estado que se verifica a possibilidade do doador de órgãos “morrer” e só então seus órgãos podem ser aproveitados – já que órgãos sem irrigação sanguínea não servem para transplantes. Seria a eutanásia? Evidentemente que caracterizar o fato como tal carece de argumentação científica (…) para condenarem o transplante de órgãos: a eutanásia de modo algum se encaixaria nesses casos de morte encefálica comprovada.

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(9) A medicina, no mundo todo, tem como certeza que a morte encefálica, que inclui a morte do tronco cerebral(10), só terá constatação através de dois exames neurológicos, com intervalo de seis horas, e um complementar. Assim, quando for constatada cessação irreversível da função neural, esse paciente estará morto, para a unanimidade da literatura médica.
(10) Questão que também amiudamente é levantada é a rejeição do organismo após a cirurgia. Chico Xavier nos vem ao auxílio, explicando: André Luiz considera a rejeição como um problema claramente compreensível, pois o órgão do corpo espiritual está presente no receptor. O órgão perispiritual provoca os elementos da defensiva do corpo, que os recursos imunológicos em futuro próximo, naturalmente, vão suster ou coibir.
(11) Especialistas, a partir de 1967, desenvolveram várias drogas imunossupressoras (ciclosporina, azatiaprina e corticóides), para reduzir a possibilidade de rejeição, passando então os receptores de órgãos a terem uma maior sobrevida.
(12) Estatisticamente, o que há é que a taxa de prolongamento de vida dos transplantes é extremamente elevada. Isso graças não só às técnicas médicas, sempre se aperfeiçoando, mas também pelos esquemas imunossupressores que se desenvolveram e se ampliaram consideravelmente, existindo atualmente esquemas que levam a zero por cento (0%) a rejeição celular aguda na fase inicial do transplante, que é quando ocorrem.
(13) André Luiz explica que quando a célula é retirada da sua estrutura formadora, no corpo humano, indo laboratorialmente para outro ambiente energético, ela perde o comando mental que a orientava e passa, dessa forma, a individualizar-se; ao ser implantada em outro organismo [por transplante, por exemplo], tenderá a adaptar-se ao novo comando [espiritual] que a revitalizará e a seguir coordenará sua trajetória.
(14) Condição essa corroborada por Joanna de Angelis quando expõe: (…) transferido o órgão para outro corpo, automaticamente o perispírito do encarnado passa a influenciá-lo, moldando-o às suas necessidades, o que exigirá do paciente beneficiado a urgente transformação moral para melhor, a fim de que o seu mapa de provações seja também modificado pela sua renovação interior, gerando novas causas desencadeadoras para a felicidade que busca e talvez ainda não mereça.
(15) Os Espíritos afirmaram a Kardec que o desligamento do corpo físico é um processo altamente especializado e que pode demorar minutos, horas, dias, meses.
(16) Embora com a morte física não haja mais qualquer vitalidade no corpo, ainda assim há casos em que o Espírito, cuja vida foi toda material, sensual, fica jungido aos despojos, pela afinidade dada por ele à matéria.
(17) Todavia, recordemos de situação que ocorre todos os dias nas grandes cidades: a prática da necropsia, exigida por força da Lei, nos casos de morte violenta ou sem causa determinada: abre-se o cadáver, da região esternal até o baixo ventre, expondo-se-lhe as vísceras toracoabdominais.
(18) Não se pode perder de vista a questão do mérito individual. Estaria o destino dos Espíritos desencarnados à mercê da decisão dos homens em retirar-lhes os órgãos para transplante, em cremar-lhes o corpo ou em retalhar-lhes as vísceras por ocasião da necropsia?! O bom senso e a razão gritam que isso não é possível, porquanto seria admitir a justiça do acaso e o acaso não existe!
(19) Em síntese, a doação de órgãos para transplantes não afetará o espírito do doador, exceto se acreditarmos ser injusta a Lei de Deus e estarmos no Orbe à deriva da Sua Vontade. Lembremos que nos Estatutos do Pai não há espaço para a injustiça e o transplante de órgãos (façanha da ciência humana) é valiosa oportunidade dentre tantas outras colocadas à nossa disposição para o exercício da amor.

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FONTES:

1- Mário Abbud Filho Ex-Presidente da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos. Presidente da Sociedade de Medicina e Cirurgia de São José do Rio Preto.Membro da American Society Transplant Physician. Membro da International Transplantation Society, disponível acesso em 12/04/2005.
2- In Doação de Órgãos e Transplantes de Wlademir Lisso / Cleusa M. Cardoso de Paiva, disponível acesso em 15/04/2004.
3- Franco, Divaldo Pereira. Dias Gloriosos, Ditado pelo Espírito Joanna de Angelis. Salvador/Ba: Ed. LEAL, 1999, Cf. Cap. Transplantes de Órgãos.
4- Publicada na Revista Espírita Allan Kardec, ano X, n°38.
5- Franco, Divaldo Pereira. Seara de Luz, Salvador: Editora LEAL [o livro apresenta uma série de entrevistas ocorridas com Divaldo entre 1971 e 1990.]-
6- Simonetti, Richard. Quem tem medo da morte? – São Paulo /SP: Editora Lumini ,2001.
7- In: “Dos transplantes de Órgãos à Clonagem”, de Rita Maria P.Santos, Ed. Forense, Rio/RJ, 2000, p. 41.
8- Bezerra, Evandro Noleto. Transplante de Órgãos na Visão Espírita, publicado na Revista Reformador- outubro/1998.
9- Idem
10- O tronco cerebral, e não o coração, é reconhecido como o organizador e “comandante” de todos os processos vitais. Nele está alojada a capacidade neural para a respiração e batimentos cardíacos espontâneos; sem tronco ninguém respira por si só.
11- Cf. Revista Espírita, Allan Kardec, ano X, n°38.
12- Folha de S.Paulo, A3, “Opinião”, 15.Maio.2001.
13- Entrevista com o Prof. Dr. Flávio Jota de Paula Médico da Unidade de Transplante Renal do HC/FMUSP.
1º Secretário da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO). Diretor da I Mini Maratona de Transplantados de Órgãos do Brasil. Publicado em Prática Hospitalar ano IV n º 24 nov-dez/2002.
14- Xavier, Francisco Cândido. Evolução em dois Mundos – Ditado pelo Espírito André Luiz. 5ª Ed. Rio de Janeiro, RJ: Ed FEB, 1972, cap. “Células e Corpo Espiritual”.
15- Franco, Divaldo Pereira. Dias Gloriosos, Ditado pelo Espírito Joana de Angelis. Salvador: Ed. LEAL, 1999.
16- Kardec, Allan,. O Livros dos Espíritos, RJ: Ed FEB/2003, questão n° 155, Cap. XI.
17- Kühl Eurípedes DOAÇÃO DE ÓRGÃOS TRANSPLANTES Entrevista Virtual disponível acesso em 24/04/2005.
18- Cf. Bezerra, Evandro Noleto. Transplante de Órgãos na Visão Espírita, publicado na Revista Reformador- outubro/1998.
19- Bezerra, Evandro Noleto. Transplante de Órgãos na Visão Espírita, publicado na Revista Reformador- outubro/1998.

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TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS – O QUE DIZ O ESPIRITISMO

“Em princípio, a doação de órgãos é ato sublime, que denota clara evolução espiritual. Assim, para quem a faz movido pela compaixão, pelo puro desejo de ajudar seu semelhante, a remoção em nada lhe afetará, colhendo a alegria de quem faz o bem.”
No caso de haver remoção do órgão sem o consentimento, “a remoção pode atrair consequências nem sempre agradáveis, pois o Espírito, dado seu apego à posse do corpo físico, pode sentir em seu corpo espiritual, perispírito, a retirada do órgão, perturbando-se e considerando-se lesado, o que o leva, depois, a reclamar.
Observe-se, a propósito, que essa posição mental do doador involuntário em relação ao receptor pode comparecer como uma das causas de rejeição, dada a repercussão da influência negativa do que se sente lesado, no perispírito de quem recebeu o órgão.
De outro lado, mesmo que o Espírito não reclame o que lhe foi tirado, a incompatibilidade perispirítica entre doador e receptor, que as condições espirituais deste não possa superar, poderá, também, resultar em trauma que torne incontrolável a rejeição da peça transplantada.
Fato é que há uma relação entre a histocompatibilidade e a compatibilidade perispirítica.”
Texto extraído do livro “Descobrimento o Espiritismo”. Zalmino Zimmermann. Editora Allan Kardec.

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