E se não quisermos não pudermos com palavras

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PALAVRAS

E se não quisermos, não pudermos, não soubermos, com palavras, nos dizer um pouco um para o outro, senta ao meu lado assim mesmo. Deixa os nossos olhos se encontrarem vez ou outra até nascer aquele sorriso bom que acontece quando a vida da gente se sente olhada com amor. Senta apenas ao meu lado e deixa o meu silêncio conversar com o seu. Às vezes, a gente nem precisa mesmo de palavras.

Ana Jácomo

Palavras e Palavras

“Jesus lho ensina, dizendo: Não te preocupes com o corpo, pensa antes no espírito; vai ensinar o reino de Deus; vai dizer aos homens que a Pátria deles não é a Terra, mas o Céu, porquanto somente lá transcorre a verdadeira vida.” O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO Capítulo 22º – Item 8.
Modulação inteligível é a palavra o veículo de compreensão entre os homens.
Entretanto há palavras que geram guerras hediondas e palavras portadoras da mensagem de paz, que amainam convulsões interiores e serenam corações em combates de extermínio.
Palavras que têm o poder de transformar o mundo alçando-o à condição de paraíso e palavras que têm a magia macabra de o precipitar em perigosos redutos do crime onde o homem recua aos primeiros estados da animalidade.
Expressões que arrancam sorrisos e vocábulos que promovem lágrimas.
Elocuções que conduzem multidões aos páramos da luz e termos que espezinham sentimentos superiores.
Na palavra está a força do pensamento exteriorizado. Por isso é a palavra perigoso instrumento em bocas viciadas manipuladas por espíritos atormentados.
No entanto, a palavra em si mesma é construção divina a serviço da vida inteligente sobre a Terra. Quantos a exteriorizam, expressam a condição de vida mental em que se demoram.
O criminoso fala “amor” quando desejaria dizer paixão pela posse.
O artista cita o “amor” quando gostaria de expressar a visão que o emociona.
O cristão recorda o “amor” quando pensa em renovar o mundo.
Em todos os casos “amor” é a mesma palavra em todas as bocas, variando, todavia, na vibração que a envolve.
Educa, então, o teu modo de pensar para expressares na palavra o teu real modo de ser.
“Eu não vim trazer a paz” disse Jesus. Move guerra à má palavra, não a pronunciando, não lhe dando valor, vencendo-a em silêncio.
Não dês paz ao erro.
Com tuas palavras, inspiradas na Boa Nova, decepa a árvore da criminalidade onde esteja e, afeiçoado ao serviço, difunde a luz na crença, seguindo para Aquele que é “a luz do mundo”.
Enriquecido por esse tesouro, – a palavra que vibra, sonora, em teus lábios, – estende esperança em volta, donde te encontras.
Há dores e desesperos gritantes junto a ti, ansiedades e angústias inumeráveis.
Desencarcera dos lábios a boa palavra e “ensina o Reino de Deus”. Talvez não possas fazer muito pelos corpos enfermos, mas podes dizer-lhes “que a Pátria deles não é a Terra, mas o Céu, porquanto somente lá transcorre a verdadeira vida”. Podes informar-lhes que estão em trânsito, devendo valorizar sofrimentos e desesperações como quem sabe identificar nos quartzos grosseiros as esmeraldas valiosas e escondidas, e nos cristais despedaçados as crisálidas de consciências em libertação.
Valoriza, dessa forma, tuas palavras, fazendo-as verter bênçãos, em nome de Deus, o Excelso Verbo.
FRANCO, Divaldo Pereira. Espírito e Vida. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 33.

Em Paz

“Desimpedida a visão espiritual das belidas que a obscureciam, eles o verão de todo lugar onde se achem, mesmo da Terra, porquanto Deus está em toda parte.” A GÊNESE – Capítulo 2º – Item 34.
Porque depares a dissipação e o vício nas diversas esquinas do caminho, não consideres a estância terrestre como um pardieiro onde o crime se agasalha.
Porque a enfermidade seja uma constante na caminhada humana, não creias que a Terra seja um hospital de infelizes experimentando tormentos inomináveis.
Porque a solidão te ofereça agasalho vigoroso, não permitas o aniquilamento do instinto gregário que a todos impele para a vida em comunidade.
Porque problemas de vária ordem te amesquinhem, abrutalhando os sentimentos que trabalhavas para a sublimação interior, não penses que a dor é operária impiedosa e invencível a soldo da divina inclemência.
Porque a loucura faz caça ao prazer, não justifiques a delinquência pessoal, acumpliciando-te cada vez mais com os verdugos da própria serenidade.
Porque dourados tetos acobertam a intrujice e o crime, como se a vitória do poder fosse áulico dos desonestos não os invejes, revoltado ante as duras penas que expunges…
Há muitos cristãos e espíritas que embora as lides doutrinárias a que se ligam perseguem os lauréis do engano com infatigável destemor.
Dizem acreditar na imortalidade do espírito, mas agem às tontas, às cegas.
Informam acatar a diretriz evangélica, no entanto, vivem distanciados dos nímios postulados da honestidade e do equilíbrio.
Afirmam a excelência da fé a que se irmanam, todavia, conduzem as atitudes em sentido oposto aos roteiros que pretendem testemunhar.
Esclarecem o valor da pureza e lecionam solidariedade e amor, entretanto, utilizam-se dos ardis que os maus movimentam e pensam sempre em si, criando e mantendo círculos estreitos de amizade.
Acatam as instruções dos Espíritos e se emocionam com as narrativas da Erraticidade, conquanto prefiram o “hoje” e nesse “hoje” somente o “agora”, tendo em vista o “amanhã” nas mesmas bases do “hoje”.
Explica-se que as circunstâncias da vida moderna são os fatores causais da desordem moral e social que estruge vitoriosa em toda parte. Convém, porém, recordar que Jesus nascendo na hora e no dia de Augusto, e vivendo no reinado de espoliamentos morais e econômicos de libério, edificou uma Humanidade em bases superiores, imolando ao ideal do amor a própria vida.
Depois de doutorar-se em Medicina, em Londres, com todas as láureas em todas as disciplinas, e defender com brilhantismo invulgar a cátedra que lecionou por apenas um ano, Vivekananda descobriu que perdera o contato com Deus.
Abandonou tudo: glórias, honras, posição, grandeza e retornou à Pátria para reencontrar-se, reencontrar Deus.
Logo chegou foi visitar o seu velho preceptor espiritual. Às primeiras palavras o mestre ordenou-lhe silêncio, com um gesto típico, apontando-lhe humilde assento e o deixando em quietação.
Decorridas algumas horas, este, por sua vez, sentou-se-lhe ao lado e o inquiriu bondosamente.
– “Desejava reencontrar Deus” – respondeu-lhe o discípulo emocionado, após minudenciar as conquistas e buscas, as lutas e triunfos, a grande frustração espiritual.
Mergulhando em meditação demorada o guru quedou-se, para depois dirigir-lhe ossudo dedo entre a quarta e quinta costela, na direção do coração, como a dizer-lhe que ali, no mundo, ele o encontraria…
Apaga, no mergulho da prece e da meditação, em ensimesmamentos espirituais, as chamas da inquietude e faze bastante silêncio no espírito aturdido.
Examina em profundidade o que desejas realmente, como o pretendes, para quanto tempo o queres.
Depois busca a renovação na fé viva e avança pelos rumos difíceis.
Nada te empanará o brilho do entusiasmo, nenhuma sombra te perturbará.
Os maus não te farão mau, os doentes não te contaminarão, os infelizes não te inquietarão.
Brilhará a tua luz em toda parte se te ligares a Jesus, o Dínamo Sublime, e estarás tranquilo mesmo quando soe a hora do despertamento consciencial com a chegada da desencarnação, porquanto, com Deus, em paz, sentirás, em paz, Deus contigo.
FRANCO, Divaldo Pereira. Espírito e Vida. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 51.

Diferenças

“Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros.” Jesus (João, 13:35)
Nas variadas escolas do Cristianismo, vemos milhares de pessoas que, de alguma sorte, se ligam ao Mestre e Senhor.
Há corações que se desfazem nos louvores ao Grande Médico, exaltando lhe a intercessão divina nos acontecimentos em que se reconheceram favorecidos, mas não passam das afirmativas espetaculares, qual se vivessem indefinidamente mergulhados em maravilhosas visões.
São os simplesmente beneficiários e sonhadores.
Há temperamentos ardorosos que impressionam da tribuna, através de preleções eruditas e comoventes, em que relacionam a posição do Grande Renovador, na religião, na filosofia e na história, não avançando, contudo, além dos discursos preciosos.
São os simplesmente sacerdotes e pregadores.
Há inteligências primorosas que vazam páginas sublimes de crença consoladora, arrancando lágrimas de emoção aos leitores ávidos de conhecimento revelador, todavia, não ultrapassam o campo do beletrismo religioso.
São os simplesmente escritores e intelectuais.
Todos guardam recursos e méritos especializados.
Existe, no entanto, nos trabalhos da Boa Nova, um tipo de cooperador diferente.
Louva o Senhor com pensamentos, palavras e atos, cada dia.
Distribui o tesouro do bem, por intermédio do verbo consolador, sempre que possível.
Escreve conceitos edificantes, em torno do Evangelho, toda vez que as circunstâncias lho permitem.
Ultrapassa, porém, toda pregação falada ou escrita, agindo incessantemente na sementeira do bem, em obras de sacrifício próprio e de amor puro, nos moldes de ação que o Cristo nos legou.
Não pede recompensa, não pergunta por resultados, não se sintoniza com o mal. Abençoa e ajuda sempre.
Semelhante companheiro é conhecido por verdadeiro discípulo do Senhor, por muito amar.
XAVIER, Francisco Cândido. Fonte Viva. Pelo Espírito Emmanuel. FEB. Capítulo 63.

Presentes de Amor

Quando você houver beneficiado a alguém Consolide sua bondade sobre a dádiva que fez para que você não humilhe quem a recebe.
Não se oponha contra quem fale pelo simples prazer da contradita.
Preste uma informação sem desprimorar quem a solicita.
Converse sem desejar parecer maior ou melhor que os circunstantes.
Habitue-se a evitar confrontações para não ferir as suscetibilidades de quem ouve.
Tolere o apontamento menos feliz de algum amigo sem irritação e sem revide.
Cultive a paciência nos momentos difíceis, abstendo-se de agravar tribulações e problemas.
Não tente o coração alheio com promessa que não deseje e nem possa cumprir.
Atenda ao bem pela alegria de servir sem cobrar tributos de gratidão. Não exija a cooperação dos outros em tarefas que você possa realizar por si mesmo.
Espalhando esses presentes de amor estará você efetuando na organização cambial da vida os seus melhores investimentos de Paz e Felicidade.
XAVIER, Francisco Cândido. Respostas da Vida. Pelo Espírito André Luiz. IDEAL. Capítulo 7.

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