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Eu Estou Pensando em Você Hoje Porque é Natal lhe Desejo Felicidade – Boas Festas

NOITE EVOCATIVA NASCEU JESUS

NOITE EVOCATIVA NASCEU JESUS

Eu estou pensando em você hoje porque é Natal, e eu lhe desejo felicidade.
E amanhã, porque será o dia seguinte ao Natal,
Eu ainda lhe desejarei felicidade.

Eu posso não ser capaz de lhe falar sobre isto diariamente,
Porque eu posso estar ausente, ou nós podemos estar muito ocupados.

Mas isso não faz diferença

– Meus pensamentos e meus desejos estarão com você da mesma forma.
 
Qualquer alegria ou sucesso que você tenha, me fará feliz. Me iluminará por todo ano.


Eu desejo à você o Espírito do Natal.


Van Dike

Uma pequena luz

Não era possível uma grande festa naquele ano.
Havia as lembranças de todas as festas anteriores e, como acontece na saudade, – desaparecidas todas as rusgas familiares, os pequenos incidentes e alfinetadas –, sobravam lembranças felizes.
Nossa família sempre se encontrava no Natal ou no Ano Novo. “Sempre” eu disse por força do hábito. Sempre dura demais… mais do que o tempo que temos. Nossa família encontrara-se por muitos anos, – fica melhor dito –, por ocasião das Festas de Fim de Ano.
Mas, naquele ano, não, não era possível. Ponto.
Minha filha não sabia disso naquela idade, nem distinguia um dia de outro ainda, na infância somos sempre felizes, não há “tempo” só a duração dos dias. Ih… falei errado de novo! Sempre, não. A infância feliz é a infância atendida, aquela que é acolhida por algum olhar, algum colo, alguma atenção, algum sentimento sincero. Teve uma infância aquela “individualidade nascente” chamada “criança” que ouviu: aceito você como é. Se estiver assim aceita, numa manjedoura ou num quintal, na sala de jantar ou na cozinha, olhando pela janela da quitinete onde mora ou correndo na enorme varanda de sua vó… se estiver assim reconhecida e cuidada uma criança é feliz. E minha filha era. Muitas crianças de minha família eram. Outras não.
O fato é que naquele fim de ano as crianças e os adultos não mais se reuniriam.
As mães tiram força de onde não imaginam ter. Todas sabem disso. Todas, não! Mas, a maioria das mães sabe disso. E naquele ano tiver de fazer assim: tirar força de onde não tinha e me fazer presente para minha filha.
Fiz uma Árvore-de-Natal de galho de goiabeira, enrolei algodão como me lembrei, – não sei como–, que se fazia na roça, e saímos felizes pela rua, para procurar folhas avermelhadas e amareladas para enfeitar a “árvore”. O presépio foi feito de pedrinhas. A palha foi palha mesmo.
O lanche no final da tarde foi o que tinha na geladeira e, antes que ela dormisse, acendi uma vela bem simples, dessa que se tem em casa para quando “faltar energia” e não acendi as lâmpadas da casa quando a noite caiu. Para mim ficou muito bom estar com minha criança linda e amada, de forma tranquila e quieta, sem o agito das festas – pelo menos não naquele ano. Naquele ano foi bom aquela calma.
Ela dormiu no meu colo e eu esperei a vela cumprir-se inteira… Seu pequeno brilho foi para mim o possível e o suficiente naquela ocasião. E seria, doravante, uma lembrança boa.
O que eu não sabia, naquela ocasião, é que aqueles gestos nascidos de minhas feridas naquele ano, se tornariam o adubo de uma “tradição” familiar entre nós duas. Vejo hoje, muito feliz, muitos anos depois daquele Natal tão diferente, que ela prossegue com o gesto nas festas de Fim de Ano, reunindo seus vários filhos.
Os fins de ano, depois daquele, continuaram a ter o jeito familiar de acontecer: festa, música, comida, presentes de amigo X, oração meia noite, risos e rusgas familiares.
Mas, ela me chama no canto onde monta o presépio. Os adultos trazem suas crianças, um semicírculo se forma e pede-se para que a criança da turminha, já capaz de acender uma vela, que o faça. “Hora do silêncio” já ouvi entre os pequenos. Quem está perto dos interruptores diminui a iluminação elétrica. Ficamos todos ali, só no silêncio, na penumbra, por tantos minutos quanto conseguirmos. Não costuma ser muitos…
Em família já não precisamos mais explicar essa tradição, justo porque se repete. Naquele silêncio já entendemos que devemos olhar para a vela linda e brilhante. É tudo muito simples.
Aquele gesto nos relembra que o sol e sua luz são maravilhosos.
Que a alegria é solar. Que crianças se aquietam em colos tranquilos.
Que na luz vemos tudo melhor. Que a sabedoria ilumina.
Que as luzes de Fim de Ano são uma
exortação a Esperança, ao Otimismo e a Coragem de enfrentar a Vida
e suas adversidades, tão impossíveis de antecipar ou prever,
quanto certas de acontecer.
Viva a luz, sempre.
Mas, nossa pequena, branca e simples velhinha magra de Natal de todos anos, a partir daquele, é tudo o que
é necessário manter acesa quando o infortúnio acontece.
Nestes dias não precisamos e nem suportamos muitas vezes, o excesso de luzes.
Uma vela tem um tipo de claridade ideal para tempos internamente sombrios.
Ela brilha. Oscila, mas brilha. Dura um tempo, mas brilha.
É silenciosa, mas brilha.
É inútil para “grandes coisas”, mas faz uma pequena luz.
A luz necessária para manter a Alma aquecida e iluminada,
segura de que a claridade da manhã, ainda virá.
De novo.
As vezes só uma pequena luz é o que é preciso e o que nos basta.
Muitas vezes minha filha e até alguns de seus amigos e amigas nos recordamos daquela primeira vela daquele ano muito difícil. Muitas vezes, sozinhos durante o ano, fazemos aquele Natal interior, vamos lá procurar nossa pequena luz… a que é possível naquele momento… e olhamos para ela num hino silencioso de esperança.
Outro dia um neto me disse que ela a acendia virtualmente… eu demorei para entender… e depois achei maravilhoso… um verdadeiro símbolo pode ser vivido de muitas formas… até na pequena luz do celular… se para aquela pequena luz direcionamos nossa mente quieta, na prece silenciosa e confiante, o símbolo fará o seu trabalho por nós: transcender.
A gente não precisa de muita luz. Só de manter uma pequena preciosa luz. A da consciência: frágil e pequena. A luz da consciência é a expressão do Espírito no Corpo, ou da Alma na Vida. Palavras sempre me confundem. Sempre não, mas quase sempre.
Acenda uma velinha que acho que você vai me compreender melhor, só olhe para ela. Em silêncio. Feliz Natal e Próspero Ano Novo. Mesmo.
Que você consiga manter sua pequena luz interior. As outras virão nos amanheceres que se sucederão.
MARCONDES, Kathy Amorim

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