fora da caridade

Fora da Caridade Não Há Salvação – Allan Kardec

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Se Allan Kardec tivesse escrito que
´fora do Espiritismo não há salvação´,
eu teria ido por outro caminho.
Graças a Deus ele escreveu ´Fora da Caridade´,
ou seja, fora do Amor não há salvação´.
chico xavier amor

O Evangelho Segundo o Espiritismo

FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO

Em primeiro lugar, vamos relembrar o significado da palavra salvação da alma, na conceituação espírita.
É a libertação do Espírito da necessidade de viver em mundos materiais, onde faz a sua evolução através das reencarnações.
É a libertação das suas imperfeições, que o levam a errar, a praticar o mal a si e aos outros, pelo desenvolvimento das qualificações nobres que traz em si, desde sua criação por Deus.
É a libertação do apego aos prazeres e valores materiais, pela descoberta dos prazeres e valores espirituais, os únicos que trazem felicidade e paz duradoura.
É a conquista do reino de Deus em si mesmo, permitindo-lhe estar sempre em paz consigo e com Deus, em qualquer lugar e em qualquer situação.
Essa salvação, pela vontade de Deus, tem de ser conquistada por cada um dos Espíritos imortais no viver o bem, no estudo, no trabalho, no relacionamento com os demais, na resignação às expiações e provas, que são oportunidades de libertação das consequências das faltas e omissões de quem as sofre.
Essa salvação é conquistada, na vontade de seguir os ensinos e exemplos de Jesus, objetivando sair desta existência melhor do que quando nela entrou, no esforço diário de ser hoje melhor do que ontem e amanhã melhor do que hoje.
Para trazer à humanidade o caminho dessa libertação, veio Jesus, o Espírito mais perfeito que já viveu na Terra, não para fazer o que deve ser feito por cada um, mas para ensinar o procedimento, o modo, o como fazer essa conquista interna. Por isso ele é o nosso Modelo, o nosso Guia, o nosso Salvador e Libertador.
Allan Kardec inicia, fazendo um paralelo entre o dogma religioso: “Fora da Igreja não há salvação” e o lema do espiritismo:” “Fora da caridade não há salvação”, apresentando argumentos.
O primeiro é exclusivista, absoluto, provocando divisões entre os homens, porque se funda na fé especial em dogmas particulares. Estimula a animosidade entre os sectários das diversas religiões, considerando os que não professam seus princípios, inimigos e condenados, sem remissão.
Essa máxima equivale a dizer: “Fora da verdade não há salvação”, igualmente exclusivista e falsa, uma vez que ninguém, nenhuma doutrina religiosa ou não, pode ter o monopólio da verdade. Os habitantes da Terra estão descobrindo, no seu processo de evolução as verdades que sua inteligência e sensibilidade permitem, como se vêm, nos avanços de todo o conhecimento, alterando-se, modificando-se, segundo o progresso da capacidade intelectual e moral do homem.
“Se Deus houvesse feito, da posse da verdade absoluta, a condição expressa da felicidade futura, isso equivaleria a um decreto de proscrição geral”, isto é, ninguém seria feliz, ninguém seria salvo.
Essa máxima contraria, pois, os ensinos do Cristo e a lei evangélica.
O segundo, “apoia-se em um princípio universal, abrindo a todos os filhos de Deus o acesso à felicidade suprema”. É consequência do princípio de igualdade perante Deus e da liberdade de consciência, não importando as diferenças na maneira de adorar a Deus, e sim como demonstram e vivem esse amor, na caridade para com o próximo.
Estimula, portanto, a vivência do amor fraterno, provocando a união entre os homens.
A caridade ao próximo é o ponto de convergência de todas as religiões, sendo possível de ser cumprida, por qualquer pessoa, portanto, podendo unir em ações no bem, os de crenças diferentes.
O espiritismo, com esse lema, admite que a salvação não depende da fé religiosa, mas sim do cumprimento da lei divina que manda amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.
Citando essa máxima, Allan Kardec diz: “Ficai certos de que em torno dela é que a humanidade inteira sentirá necessidade de se unir, quando se cansar das lutas geradas pelo orgulho, pela inveja e pela cupidez. Esta máxima, verdadeira âncora de salvação, pois, será o repouso após a fadiga, o Espiritismo terá a glória de havê-la proclamado. Que ela seja, de agora em diante, a palavra de união entre todos os homens que, sinceramente, querem o bem, sem segunda intenção. Mas fazei melhor ainda: gravai-a em vossos corações e, desde já, desfrutareis a calma e a serenidade que aí acharão as gerações futuras, quando a paz for a base das relações sociais.” (1)
Kardec escreveu que sendo o objetivo essencial do espiritismo a transformação da humanidade pela melhoria individual, para o qual deve tender todo espírita sério, ele definiu como primeiro dever imposto por essa doutrina o lema : “Fora da Caridade não há salvação”, que foi aceito com entusiasmo, como o sol do futuro, o símbolo da fraternidade, como uma garantia da segurança nas relações sociais. E ele afirma que “ela decorre do ensino dos Espíritos, os quais a colheram nos do Cristo, onde ela está escrita com todas as letras, como pedra angular do edifício cristão…” (2)
Não nos esqueçamos, pois, de que o espiritismo veio, com seus princípios, para auxiliar os homens a entenderem, aceitarem e viverem o amor a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, conforme seu lema: Fora da Caridade não há salvação.
Leda de Almeida Rezende Ebner
Março / 2013

Bibliografia:

KARDEC, Allan – “O Evangelho Segundo o Espiritismo”
1 – KARDEC, Allan – Revista Espírita, setembro de 1862, ed. Edicel 1965, pag.274, último §.
2 – KARDEC, Allan -“Revista Espírita, abril de 1866, ed. Edicel 1965, pag.114, no artigo O Espiritismo Independente.

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Caridade, A Meta

Guarda, na mente, que a caridade em teus atos deve ser a luz que vence a sombra.
Enquanto não compreendas que a caridade é sempre a bênção maior para quem a realiza, ligando o benfeitor ao necessitado, estarás na fase primária da virtude por excelência.
Poderás repartir moedas, a mãos-cheias; todavia, se não mantiveres o sentimento da amizade em relação ao carente, não terás logrado alcançar a essência da caridade.
Repartirás tecidos e agasalhos com os desnudos; no entanto, se lhes não ofertares compreensão e afabilidade, permanecerás na filantropia.
Atenderás aos enfermos com medicação valiosa; entretanto, se não adicionares ao gesto a gentileza fraternal, estarás apenas desincumbindo-te de um mister de pequena monta.
Ofertarás o pão aos esfaimados; contudo, se os não ergueres com palavras de bondade, não alcançaste o sentido real da caridade.
Distribuirás haveres e coisas com os desafortunados do caminho; não obstante, sem o calor do teu envolvimento emocional em relação a eles, não atingiste o fulcro da virtude superior.
A caridade é algo maior do que o simples ato de dar.
Certamente, a doação de qualquer natureza sempre beneficia aquele que lhe sofre a falta. Todavia, para que a caridade seja alcançada, é necessário que o amor se faça presente, qual combustível que permite o brilho da fé, na ação beneficente.
A caridade material preenche os espaços abertos pela miséria sócio-econômica, visíveis em toda parte.
Além deles, há todo um universo de necessidades em outros indivíduos que renteiam contigo e esperam pela luz libertadora do teu gesto.
A indulgência, em relação aos ingratos e agressivos;
a compaixão, diante dos presunçosos e perversos;
a tolerância, em favor dos ofensores;
a humildade, quando desafiado ao duelo da insensatez;
a piedade, dirigida ao opressor e déspota;
a oração intercessória, pelo adversário;
a paciência enobrecida, face às provocações e à irritabilidade dos outros;
a educação, que rompe as algemas da estupidez e da maldade que se agasalham nas furnas da ignorância gerando a delinquência e a loucura…
A caridade moral é desafio para toda hora, no lar, na rua, no trabalho.
Exercendo-a, recorda também da caridade em relação a ti mesmo.
Jesus, convivendo com os homens, lecionou exemplificando todas as modalidades da caridade, permanecendo até hoje como o protótipo mais perfeito que se conhece, tornando-a a luz do gesto, que vence a sombra do mal, através da ação do amor.
Caridade, pois, eis a meta.
FRANCO, Divaldo Pereira. Vigilância. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL.

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