FRATERNIDADE LUZ E PAZ

fraternidade luz e paz

ORAÇÕES CONCRETAS

Com as próprias ações que fazes e arquitetas,
Tens o ensejo feliz das orações concretas.
Muitas preces verbais, com a justa exceção,
caem no campo extenso e frio da ilusão…
O pão que destinaste ao pobre sem ninguém,
é a força que te traz o conforto do Além.
O amparo que ofereces aos recém-nascidos,
é proteção e amor para os entes queridos.
Roupa usada que dês ao filho da indigência,
é auxílio aos teus conflitos na existência.
Perdão sem condições à ofensa recebida,
É o socorro do Céu que te garante a vida.
Em toda parte estão os agentes da Luz,
Acrescentando paz às bênçãos de Jesus.
Todo o bem que se faz e do qual não se cansa,
É bondade, paciência, alegria e esperança.
Desde o homem mais nobre aos últimos plebeus,
A caridade, em si, é a Presença de Deus.
MARIA DOLORES
maria dolores espírita
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Esperança dos Céus


Há choro dentro da noite…
É o doloroso gemido
De pobre recém-nascido
Que não encontra lugar…
Mãos insensíveis sufocam
Pequenina flor humana…
É o aborto, em lide insana,
Ferindo a Lei sem pensar.
Ah! Quantas almas formosas,
Nos planos em que me movo,
Sonhando nascer de novo,
No entanto, rogam em vão…
Agasalham-se no amor,
Mas, em lágrimas convulsas,
Ei-las batidas e expulsas
A golpes de ingratidão.
Irmãos da Terra, escutai!…
Detende a marcha do aborto,
Estendei vosso conforto
Aos companheiros do Além!…
Cada criança que surge,
Mesmo entre rudes labéus,
É uma esperança dos Céus
Para a vitória do Bem.
Pelo Espírito Maria Dolores
XAVIER, Francisco Cândido. Caridade. Espíritos Diversos. IDE. Capítulo 13.
agentes de luz

 

A LENDA DA ROSA

Dizem que quando a Terra começava a ser habitação de forças vivas, nas telas primitivas,
Tudo passara a ser agitação de festa;
As cidades nasciam em singelas aldeias na floresta…
A beleza imperava,
O verde resplendia,
Toda a vegetação se espalhava e crescia,
Dando refúgio e proteção aos animais,
Do mais fraco ao mais forte…
O progresso ganhava as marcas de alto porte.
No campo, as plantas todas respiravam felizes,
Da folhagem no vento à calma das raízes;
Era um mundo de belos resplendores,
Adornado de flores,
Com uma estranha exceção.
Tão-somente, o espinheiro,
Era triste e sozinho
Uma espécie de monstro no caminho,
De que ninguém se aproximava,
Todo feito de pontas agressivas,
Recordando punhais de traiçoeiro corte,
Que anunciavam dor e feridas de morte.
De tanto padecer desprezo e solidão,
Um dia, o espinheiral fitou o Azul Imenso e disse em oração:
– Senhor, que fiz de mal
Para ser espancado e escarnecido,
Todos me evitam cautelosamente
Como se eu não devesse haver nascido…
Compadece-te, oh! Pai, da penúria que trago,
Terei culpa das garras que me deste?
Acendes astros mil para a noite celeste,
Vestes a madrugada em mantilhas vermelhas,
Dás lã para as ovelhas, inteligência aos cães, cântico às neves,
Estendeste no chão a bondade das fontes
Que deslizam suaves
Na força universal com que desdobras,
A amplitude sem fim dos horizontes,
Em cujo místico esplendor
Falas de majestade, paz e amor…
Não me abandones, Pai, às pedras dos caminhos,
Se posso, não desejo
Oferecer somente espinhos…
Quero servir-te à obra, aspiro a ser perfume,
Inspiração e cor, harmonia e beleza,
Para falar de ti nas leis da Natureza.
Dizem que Deus ouviu a inesperada prece E notando a humildade e a contrição do espinheiral, mandou que, à noite, o orvalho lhe trouxesse um prodígio imortal.
Na seguinte manhã, logo após a alvorada,
Por entre exalações maravilhosas,
O homem descobriu, de alma encantada,
Que Deus para mostrar-se o Pai e o Companheiro,
Atendendo a oração pusera no espinheiro a primeira das rosas.
(Maria Dolores – Chico Xavier)
ELEVAÇÃO REAL

Escola

Ante os pesares do mundo,
Observa, alma querida,
A dor que ilumina a vida,
Sob as provas tais quais são…
A Terra é uma grande escola
De que temos o usufruto,
Lembrando enorme instituto
De trabalho e elevação.
Nascemos e renascemos,
Atendendo às leis concisas,
Conforme as lições precisas
Que temos nós para dar;
No serviço que nos cabe,
Naqueles com quem vivemos,
Jazem os pontos supremos
De nosso próprio lugar.
Nas tarefas em que estejas,
Cumpre o dever que te assiste,
Se a vida parece triste,
Não te queixes de ninguém…
Cada pessoa na Terra
Intimamente é chamada
A servir, de estrada a estrada
Para a vitória do bem.
O homem robusto e moço
Que administra a riqueza,
Traz, por vezes, rude e acesa,
A fogueira da aflição;
A mulher que exibe ao colo
A cruz em jóias e luzes,
Às vezes tem muitas cruzes
Por dentro do coração.
Nunca censures. Trabalha.
Crê, auxilia e não temas.
Cada qual guarda problemas,
Em forma de sombra e dor.
Quem mais serve e mais perdoa
É aquele que se renova,
Vencendo, de prova em prova,
Na grande escola do amor.
Pelo Espírito Maria Dolores
XAVIER, Francisco Cândido; BACCELLI, Carlos A.. Brilhe Vossa Luz. Espíritos Diversos. IDE. Capítulo 5.

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