laços familiares

GUIANDO OS NOSSOS DIAS E REINTERPRETANDO OS LAÇOS FAMILIARES

Você e a sua família numa visão espírita

A Doutrina Espírita apresenta a família como um instituto abençoado, em que um grupo de Espíritos necessitados, e em compromissos inadiáveis de auxílio ou reparação uns com os outros, em obediência à Lei de Causa e Efeito, reencontram-se, num programa de provas e expiações, graças ao princípio da reencarnação.
Sob o ângulo espírita, percebemos que a família geralmente é um grupo de espíritos ligados por desajustes ou necessidades de aprimoramento, a família é um laboratório de experiências reparadoras.

O espiritismo e a família 

Para escrever sobre espiritismo e família, antes de tudo é preciso rever alguns conceitos para mostrar o quanto a dialética materialista está equivocada quando propaga que a única família que existe é a material, não havendo outra além dela.
Quando Allan Kardec codificou a Doutrina Espírita, e nos repassou os ensinamentos que havia recebido dos espíritos, foi, justamente para que, por meio de alguns deles, pudéssemos compreender, de maneira racional e lógica, que ao contrário do que pensam os materialistas, além da família material, antes dela existe, também, a família espiritual.
No livro Céu e Inferno, por exemplo, ele explica, de maneira muito clara, que existem dois mundos habitados pelos espíritos: o mundo espiritual, que é a nossa verdadeira pátria, e o mundo material, no qual vivemos temporariamente em processo de evolução. Embora o progresso espiritual seja um fenômeno individual, uns precisam dos outros, sendo assim, para que a evolução ocorra o processo evolutivo exige que todos vivam em sociedade, visto que nenhum espírito consegue progredir sozinho.
Além disso, esse processo faz outras exigências que são fundamentais para o progresso de cada um, e uma delas é a formação das famílias, pois não basta apenas viver em comunidade, é preciso criar os núcleos domésticos, e é por isso que todos nós, como espíritos e habitando provisoriamente o mundo material, nessa nossa caminhada evolutiva rumo ao progresso formamos as nossas famílias.
Na codificação, Kardec explica, também, que, de acordo com a lei de reencarnação, nenhum núcleo familiar é formado por acaso ou por coincidência. Na maioria das vezes é composto de espíritos devedores que se desajustaram em vidas passadas e que retornam àquele lar para o devido reajuste. No entanto, para que esse reajuste ocorra, apenas viver em família, também não é suficiente, é preciso que nessa convivência haja simpatia e compreensão entre seus membros, para que todos possam viver de maneira pacífica e solidária. Essas foram algumas das explicações  que Kardec nos deu a respeito da formação das famílias.
No entanto, apesar dessas explicações, mesmo não sendo materialistas, mas, por força dos costumes, toda vez que falamos, ou ouvimos falar de família a primeira ideia que nos vem à mente é daquele grupo formado pelo pai, pela mãe, pelos filhos, pelos irmãos e pelos parentes mais próximos. Esse conceito de família é assim estabelecido porque um corpo é que gera o outro corpo, ou seja; os pais geram um filho; esse filho gera um neto; o neto um bisneto; e o bisneto um tataraneto. Como estão unidos pelos laços consanguíneos, eles formam um núcleo que, no conceito geral, é chamado de família biológica. Porém, pelo fato de estarem ligados pelo sangue, que é matéria perecível, chega um momento que esses laços se rompem e aí termina o parentesco biológico. Sendo assim, a família biológica é finita, mas, isso não quer dizer que tenha menos valor, pelo contrário, muito embora seja passageira, ela é imprescindível para nossa evolução espiritual.
Já com a família espiritual isso não acontece, porque todos os espíritos foram criados por Deus, portanto, só ele é pai. Desse modo, sendo Deus o criador de todos, isso significa que um espírito não pode gerar outro, consequentemente, não pode haver filho do espírito, neto do espírito, bisneto do espírito, nem tataraneto do espírito. Essa família é formada por aqueles que estão unidos, não pelos laços de sangue, como a família biológica, mas, pela simpatia, pela afinidade moral e pela comunhão de ideias e valores, e esses laços jamais se rompem, eles se perpetuam por meio de várias e várias encarnações. Nesse conceito, portanto, a verdadeira família é, inegavelmente, a espiritual, pois, pelo fato de ser infinita, queiram ou não os materialistas, seus membros serão eternamente irmãos.
Um exemplo clássico dessa afirmativa vamos encontrar no Novo Testamento onde o Apóstolo Mateus, no capítulo 12 do seu Evangelho, conta que em certa ocasião Jesus encontrava-se reunido com várias pessoas, quando foi avisado que sua mãe e seus irmãos o estavam procurando. Como seus irmãos não lhes tinham muita simpatia, achando que estava louco, bem como o amor que sua mãe sempre demonstrou, ser simplesmente maternal, Jesus perguntou quem era sua mãe e quem eram seus irmãos, mas, como não houve resposta, ele apontou para aquelas pessoas e disse que aqueles eram seus irmãos. Naquela época o vocábulo grego “irmãos” era utilizado para designar aqueles que nasceram do mesmo útero, por isso pode parecer que quando ele assim se manifestou, estivesse renegando sua própria família, mas, isso não é verdade. Com aquelas palavras ele quis explicar que aqueles que o procuravam era a sua família biológica, já aquelas pessoas ali presentes, embora não sendo seus parentes consanguíneos, estavam ligadas a ele pelos laços de afinidade moral e pela comunhão de ideias, portanto, aquela era a sua verdadeira família.
ESPIRITISMO E A MISSÃO NA HUMANIDADE - Allan Kardec
Quando a família biológica é formada, o marido, a mulher e os filhos que virão para cumprir uma missão, ou, talvez até para suprir o restante de uma vida eventualmente interrompida anteriormente, todos irão compartilhar o mesmo espaço físico,  portanto, os pais devem recebê-los com muita compreensão para que a missão tenha êxito. Como a educação é responsabilidade dos pais, eles deverão servir de exemplo, pois até os dois anos a tendência das crianças é repetir o comportamento dos genitores, sendo assim, se desde cedo o pai ou a mãe começa a influenciá-los para o bem, eles serão pacíficos, agora, se a influência for para o mal, com o passar do tempo eles se tornarão violentos, por isso a convivência familiar nem sempre é pacífica.
E, por falar em paz, um antigo provérbio latino diz o seguinte: Se queres a paz, prepara-te para a guerra. Essa afirmativa contraria todos os preceitos do bom senso.
Ora, se queremos a paz devemos nos preparar para a paz, e não para a guerra.

Há algum tempo atrás tomamos conhecimento pela imprensa, de um fato que vem se repetindo de maneira alarmante nos Estados Unidos, onde o comércio de armas de fogo é livre. Um jovem americano munido de uma pistola feriu e matou vários alunos de um colégio e depois praticou o suicídio. Durante as investigações verificou-se que aquela arma utilizada para o crime lhe fora dada de presente no dia do seu aniversário pela sua própria mãe. Ora, uma mãe que presenteia o filho com uma arma, não o está preparando para a paz, mas sim, para a guerra.
É muito comum vermos uma mãe se revoltar contra uma professora quando seu filho é advertido, ou suspenso da escola, ameaçando reclamar contra ela na Secretaria da Educação, e até mesmo agredi-la com palavras ou fisicamente, sem ao menos procurar saber os motivos daquela punição. Com esse comportamento, além de demonstrar maior valor pela família biológica do que pela espiritual, ela está fazendo com aquele filho se ache no direito de fazer o mesmo. É por isso que vários professores têm sido vítimas de agressão por parte de alunos dentro da sala de aula.
Uma matéria publicada em uma revista espírita sobre um famoso escritor americano chamou-me a atenção e me deixou bastante intrigado. Nela, esse escritor, que é autor de vários livros, inclusive um que se tornou “best seller” intitulado Crianças índigo, afirma que as crianças nascidas a partir de 1989, são anjos que antes de encarnarem aqui na Terra, tiveram os seus genes aperfeiçoados em um outro plano mais elevado, e por isso são mais inteligentes do que as demais. Por serem espíritos mais evoluídos não podem ser contestados nem contrariados, e, em respeito ao seu livre arbítrio, devem decidir sozinhos o que devem ou o que não devem fazer.

Aquela afirmativa me pareceu uma verdadeira aberração. A imposição de limites pelos pais é fundamental para que a educação dos filhos seja eficiente. Aqueles que deixam os filhos tomar decisões sozinhos, e sem a devida orientação, estão fugindo para não assumir a responsabilidade pelo desenvolvimento daqueles que estão sob a sua tutela lançando-os a própria sorte, e essa omissão poderá fazer com que, mais tarde eles se desviem do caminho do bem.
No livro S.O.S Família, psicografado por Divaldo Pereira Franco, consta uma mensagem ditada pelo espírito Joanna de Ângelis, que diz o seguinte: “Se, todavia, os teus filhos estiverem, ainda, sob a tua tutela, não creiais na validade do conceito de deixá-los ir, sem religião, sem Deus… Como lhes dá agasalho e pão, medicamento e instrução, vestuário e moedas, oferta-lhes, igualmente, o alimento espiritual, semeando no solo dos seus espíritos as estrelas da fé, que hoje ou mais tarde se transformarão na única fortuna de que disporão, ante o inevitável trânsito para o país do além-túmulo”. É claro que as crianças devem ter os seus espaços e a sua liberdade, mas, desde que essa liberdade seja com responsabilidade adquirida por meio dos ensinamentos educativos recebidos dos pais.
O fato de algumas ter mais facilidade em aprender do que as outras não significa que que sejam mais evoluídas espiritualmente, pois, o  que retrata o adiantamento moral do espírito não é o progresso intelectual, e sim, a predominância do bem sobre o mal, portanto, se não receberem o alimento espiritual referido por Joanna de Ângelis, ou seja, os ensinamentos, principalmente religiosos, mesmo sendo inteligentes, mas, estando mal orientadas, poderão usar essa inteligência para praticar o mal, consequentemente, não haverá paz naquela família.
Para finalizar, eu gostaria de destacar um antigo provérbio de autoria do cientista norte americano Benjamim Franklin que diz o seguinte: Um irmão pode não ser um amigo, mas, um amigo será sempre um irmão. Nessas palavras ele faz uma distinção entre um irmão de sangue e um irmão espiritual, ou seja, ele quis dizer que um amigo fiel, mesmo não tendo nenhum vínculo consanguíneo, mas que comunga com os nossos ideais de fraternidade é mais irmão do que aquele que, apesar de estar ligado a nós pelos mesmos laços de sangue, mostra-se refratário aos nossos ideais benevolentes. Sendo assim, espero que tenha ficado devidamente comprovado que, não obstante o respeito e a dedicação que devemos dispensar às famílias materiais, a nossa verdadeira família é, sem dúvida nenhuma, a família espiritual.
Isadino José dos Santos

NOSSA JORNADA NESTE MUNDO

Mesmo estando cercados de familiares e amigos, a nossa jornada neste mundo é realizada solitariamente.
Mesmo que estejamos assistidos pelos nossos espíritos protetores, a decisão sempre será nossa.
Ninguém seguirá conosco, pois todos os caminhos são desiguais, nossas experiências só servem de espelhos aos amigos que também cumprem a sua jornada.
Nosso caminho é uno, pois nossas tarefas serão somente por nós realizados, temos sim o concurso dos espíritos benfeitores que nos ajudam, dando nos alento, força para continuar sempre em frente.
Temos sim os carinhos de parentes, amigos que nos enche de alegria nossos corações e nos irradiam luzes que são como farol em mar revolto.
Cada um tem seus trechos piores, mas com fé e Jesus no coração esses momentos passam como o dia, trazendo a noite enluarada para nossos descansos.
Sigamos, pois sempre alegres e alertas, temos em nós o amor de Deus, e nosso Pai nos conduzirá ao oásis de seu reino.
Mario F Oliveira

A reencarnação fortalece os laços de família,

ao passo que a unidade da existência os rompe.

18. Os laços de família não sofrem destruição alguma com a reencarnação, como pensam certas pessoas. Ao contrário, tornam-se mais fortalecidos e apertados. O princípio oposto, sim, os destrói.
No Espaço, os Espíritos formam grupos ou famílias unidos pela afeição, pela simpatia e pela semelhança das inclinações. Felizes por se encontrarem juntos, esses Espíritos se buscam uns aos outros. A encarnação apenas os separa momentaneamente, porque, ao regressarem à erraticidade, reúnem-se novamente como amigos que voltam de uma viagem. Muitas vezes, até, seguem juntos na mesma encarnação, vindo aqui reunir-se numa mesma família ou num mesmo círculo, a fim de trabalharem pelo seu mútuo adiantamento. Se uns encarnam e outros não, nem por isso deixam de estar unidos pelo pensamento. Os que estão livres velam pelos que se acham em cativeiro.
Os mais adiantados se esforçam por fazer que os retardatários progridam. Após cada existência, deram mais um passo no caminho da perfeição. Cada vez menos apegados à matéria, seu afeto é mais vivo, justamente por ser mais depurado e não ser perturbado pelo egoísmo, nem pelas sombras das paixões. Podem, portanto, percorrer assim ilimitado número de existências corpóreas, sem que nenhum golpe fira a estima mútua que os liga.
Fique bem claro que aqui se trata de afeição real, de alma a alma, única que sobrevive à destruição do corpo, porque os seres que neste mundo se unem apenas pelos sentidos, não têm nenhum motivo para se procurarem no mundo dos Espíritos. Somente as afeições espirituais são duráveis; as de natureza carnal se extinguem com a causa que lhes deu origem. Ora, essa causa não existe mais no mundo dos Espíritos, enquanto a alma existe sempre. Quanto às pessoas que se unem exclusivamente por motivo de interesse, essas realmente nada são umas para as outras: a morte as separa na Terra e no Céu.
19. A união e a afeição que existem entre parentes são um indício da simpatia anterior que os aproximou. É por isso que se costuma dizer, referindo-se a alguém cujo caráter, gostos e pendores não apresentam nenhuma semelhança com os dos seus parentes mais próximos, que ela não é da família.
Dizendo-se isso, enuncia-se uma verdade maior do que se supõe. Deus permite, nas famílias, essas encarnações de Espíritos antipáticos ou estranhos, com o duplo objetivo de servir de prova para uns, e de progresso para outros. Assim, os maus se melhoram pouco a pouco, ao contato dos bons e por efeito dos cuidados que destes recebem. O caráter deles se abranda, seus costumes se apuram, as antipatias se apagam. É desse modo que se estabelece a fusão entre as diferentes categorias de Espíritos, como se dá na Terra com as raças e os povos.
Livro: O Evangelho Segundo o Espiritismo
Capítulo: Cap. 4 – Item 18 e 19
Médium(uns): Allan Kardec (codificador)
Espírito(s): O Espírito da Verdade

Qual seria para a sociedade o resultado do relaxamento dos laços familiares?

Uma recrudescência do egoísmo.
“O Livro dos Espíritos” – pergunta 775
“A família é a base fundamental sobre a qual se ergue o imenso edifício da sociedade. Toda vez que a família se enfraquece a sociedade experimenta conflitos, abalada nas suas estruturas.”
Joanna de Ângelis

Vida em Família

Os filhos não são cópias xerox dos pais, que apenas produzem o corpo, graças aos mecanismos do atavismo biológico.
As heranças e parecenças físicas são decorrências dos gametas, no entanto, o caráter, a inteligência e o sentimento procedem do Espírito que se corporifica pela reencarnação, sem maior dependência dos vínculos genéticos com os progenitores.
Atados por compromissos anteriores, retornam, ao lar, não somente aqueles seres a quem se ama, senão aqueloutros a quem se deve ou que estão com dívidas…
Cobradores empedernidos surgem na forma fisiológica, renteando com o devedor, utilizando-se do processo superior das Leis de Deus para o reajuste de contas, no qual, não poucas vezes, se complicam as situações, por indisposições dos consortes…
Adversários reaparecem como membros da família para receber amor, no entanto, na batalha das afinidades padecem campanhas de perseguição inconsciente, experimentando o pesado ônus da antipatia e da animosidade.
A família é, antes de tudo, um laboratório de experiências reparadoras, na qual a felicidade e a dor se alternam, programando a paz futura.
Nem é o grupo da bênção, nem o élan da desdita.
Antes é a escola de aprendizagem e redenção futura.
Irmãos que se amam, ou se detestam, pais que se digladiam no proscênio doméstico, genitores que destacam uns filhos em detrimento dos outros, ou filhos que agridem ou amparam pais, são Espíritos em processo de evolução, retornando ao palco da vida física para a encenação da peça em que fracassaram, no passado.
A vida é incessante, e a família carnal são experiências transitórias em programação que objetiva a família universal.
Abençoa, desse modo, com a paciência e o perdão, o filho ingrato e calceta.
Compreende com ternura o genitor atormentado que te não corresponde às aspirações.
Desculpa o esposo irresponsável ou a companheira leviana, perseverando ao seu lado, mesmo que o ser a quem te vinculas queira ir-se adiante.
Não o retenhas com amarras de ódio ou de ressentimento. Irá além, sim, no entanto, prossegue tu, fiel, no posto, e amando…
Não te creias responsável direto na provação que te abate ante o filho limitado, física ou mentalmente.
Tu e ele sois comprometidos perante os códigos Divinos pelo pretérito espiritual.
O teu corpo lhe ofereceu os elementos com que se apresenta, porém, foi ele, o ser espiritual, quem modelou a roupagem na qual comparece para o compromisso libertador.
Ante o filhinho deficiente não te inculpes. Ama-o mais e completa-lhe as limitações com os teus recursos, preenchendo os vazios que ele experimenta.
Suas carências são abençoados mecanismos de crescimento eterno.
Faze por ele, hoje, o que descuidaste antes.
A vida em família é oportunidade sublime que não deve ser descuidada ou malbaratada.
Com muita propriedade e irretorquível sabedoria, afirmou Jesus, ao doutor da Lei:
“Ninguém entrará no reino dos céus, se não nascer de novo…
E a Doutrina Espírita estabelece com segurança:
“Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sempre – é a lei. Fora da caridade não há salvação.”
Livro: SOS em Família – Capítulo: 2
Médium(uns): Divaldo Pereira Franco
Espírito(s): Joanna de Ângelis

 “Constelação Familiar”

 Por desconhecer a finalidade desta instituição chamada família, grande parcela da humanidade duvida de sua importância, despreza sua estrutura e desvaloriza seus laços consanguíneos e afetivos.
         Mas a Doutrina Espírita alargou nossos horizontes para além da vida física e revelou-nos a vida do Espírito imortal.
Impulsionados pela Lei do Progresso somos submetidos a vivenciar diferentes experiências no plano físico, nas mais diferentes situações, para aquisição do conhecimento e da mais elevada moral. Impossível progredir sem reencarnar. E a alma que reencarna vem do Mundo Espiritual para progredir. Hoje já temos informações suficientes para que possamos conhecer o objetivo da família, a origem da sua formação e a sua finalidade.
         Ensinam-nos os Benfeitores Espirituais, na questão 913 do “O Livros dos Espíritos” que o egoísmo é o vício
mais radical e que dele deriva todo o mal. Dizem eles: “Estudai todos os vícios e vereis que no fundo de todos existe egoísmo… Quem nesta vida quiser se aproximar da perfeição moral deve extirpar do seu coração todo sentimento de egoísmo porque é incompatível com a justiça, o amor e a caridade: ele neutraliza todas as outras qualidades.”
É necessário extirpar o egoísmo que existe em nós e substituí-lo pela prática do amor e da caridade.
Deus, o Pai Nosso, conhecendo profundamente a fragilidade de seus filhos e os perigos que o egoísmo oferece para o nosso progresso, criou um mecanismo para nos auxiliar a combatê-lo: DEUS criou a FAMÍLIA, onde a proximidade física e os laços de afetividade trabalham na destruição deste vício.
Na busca do progresso e da evolução, indispensável reencarnarmos quantas vezes forem necessárias, e para que este retorno ao mundo material aconteça, necessitamos adquirir um novo corpo físico que somente será possível através da união de um óvulo com um espermatozoide, dando início à formação do feto que, desenvolvendo-se, nos colocará de volta ao palco da vida.
        Portanto, já chegamos ao mundo físico, devendo gratidão aos nossos pais biológicos, pela oportunidade do regresso, como nos ensina “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, capítulo XIV: “Os laços de sangue não estabelecem necessariamente os laços entre os espíritos. O corpo procede do corpo, mas o espírito não procede do Espírito, porque o Espírito já existia antes da formação do corpo. O pai não gera o Espírito do filho: fornece-lhe apenas o envoltório corporal. Mas deve ajudar seu desenvolvimento intelectual e moral, para fazê-lo progredir.
Os espíritos que se encarnam em uma mesma família, sobretudo entre parentes próximos, são o mais frequentemente, Espíritos simpáticos, unidos por relacionamentos anteriores que se traduzem por sua afeição durante a vida terrena. Mas pode ainda acontecer que esses Espíritos sejam completamente estranhos uns para os outros, separados por antipatias igualmente anteriores, que se traduzem também por seu antagonismo na Terra, a fim de lhes servir de prova”.
 Concluem que “Os verdadeiros laços de família não são, pois, os da consanguinidade, mas os da simpatia e da comunhão de pensamentos que unem os Espíritos ANTES, DURANTE E APÓS SUA ENCARNAÇÃO”.
       Existem as famílias espirituais e as famílias corporais. As espirituais, ligadas pelos laços do espírito, pelas afinidades, são duráveis, fortalecem-se pela depuração, crescimento e evolução dos seres e reencontram-se no mundo dos Espíritos, através de diversas migrações da alma.
A misericórdia Divina proporciona também seu reencontro periódico no plano físico. Seus membros estão ligados pelos laços eternos do amor. As famílias corporais, ligadas somente pelos laços corpóreos, são frágeis como a matéria e as diferenças e as dificuldades de convivência revelam a necessidade do esforço, da dedicação e do empenho para que possamos transformá-la em extensão da nossa família espiritual.
A obrigação de vivermos com os laços consanguíneos faz com que acabemos desenvolvendo os vínculos de afetividade entre Espíritos afins ou devedores que se reencontram, para que um dia possamos formar a família universal que Jesus mencionou: “Um só rebanho, um só pastor”.

Não existe acaso na Criação, e a benfeitora Joanna de Ângelis em “Constelação Familiar”, esclarece no capítulo 1:
“Esse grupamento familiar não é resultado casual de encontros apressados no mundo físico, havendo ocorrido nas esferas espirituais antes do renascimento orgânico, quando são desenhadas as programações entre os espíritos comprometidos, positiva ou negativamente, para os ajustamentos necessários ao progresso a que todos se encontram submetidos. Analisando-se as necessidades evolutivas, aqueles que se encontram com responsabilidades a cumprir juntos, constatam a excelência do cometimento que lhes ensejará reparação e crescimento intelecto-moral, em face dos erros passados, facultando-se a tolerância e o perdão das ofensas como fundamentais para a aquisição da harmonia”.
Família é instituição divina, com planejamento que antecede esta vida física, e que tem por objetivo o crescimento espiritual de todos os seus membros.
O nosso reencontro com o passado é inevitável. Não alcançaremos os mais altos degraus da evolução sem nos harmonizarmos com todos a nossa volta. Algumas vezes, impossibilitados de nos reencontrarmos, através dos laços da consanguinidade, Deus possibilita-nos através da adoção receber em nosso lar, o companheiro do passado, ligado a nós por amor ou tragédias, para que possamos nos amparar e sublimar as desavenças do pretérito.
A adoção é um grandioso ato de amor, comprova a fragilidade dos laços consanguíneos e a certeza de que a paternidade e a maternidade do coração são mais vigorosas, e Deus jamais nos nega a possibilidade de sermos pais e educadores.
Não importa o lado formal da família, qual a estrutura que ela apresenta neste momento. O que realmente importa é aproveitar a oportunidade de aprendizado que Deus nos oferta através da convivência que poderá ser de carinho, alegrias com nossos afetos, ou de conquistas futuras com os desafetos do momento. Os afetos de hoje serão nossos amores de amanhã. Esta é a grande proposta de Deus para estabelecer na Terra a Família Universal, a humanidade unidade pelos laços do respeito e da fraternidade.
A família é o meio que Deus criou para que o Espírito, algumas vezes até mesmo de forma compulsória, possa aprender a pensar no outro, conviver com o diferente, vivenciar tolerância e resignação, exercitar perdão e assim desenvolver-se mais rapidamente.
Atualmente, com estrutura bastante diversificada, a família está exigindo de seus membros atitudes corajosas de renúncia e dedicação, oferecendo oportunidades grandiosas de revermos relacionamentos e de estendermos o amor e o perdão a todos que compartilham conosco as quatro paredes de nosso lar.
Nos lares atuais encontramos situações delicadas e desafiadoras onde a dependência química, a violência, as dificuldades financeiras, as doenças, a ingratidão, a solidão, a traição e o desrespeito incorporam-se à rotina da família, que, quando frágil, desconhecendo o endereço do amor ensinado por Jesus, deixa-se vencer pelo desânimo, abandono, desespero, ódio, culpa, mágoas e pela revolta.
Torna-se urgente o despertar do Ser para o conhecimento de sua realidade espiritual para que possa compreender que as situações difíceis dentro e fora do lar não são castigos e, portanto, não existem vítimas na criação Divina. São situações geradas por nós mesmos, Espíritos imortais em trabalho de aprendizado e evolução, e existe sempre uma finalidade útil para todos os desafios que vivenciamos.
As experiências na trajetória física transformam-se em lições de sabedoria para tornar mais fácil a ascensão do Espírito, para que, inclusive, ele possa ultrapassar os limites de progresso em que se encontra.  Todas as aflições poderiam ser vivenciadas dentro de outro clima, caso o amor fosse escolhido como guia e roteiro. Somente o amor dispõe de recursos valiosos para que possamos enfrentar as situações penosas que se avolumam em nosso caminho.
Somente o amor nos oferece os recursos poderosos da paciência, coragem, perseverança, perdão, compreensão e confiança em Deus.

A nossa tarefa mais importante é trabalhar a boa convivência na família. Na sociedade poderemos ser bons profissionais, ótimos executivos, grandes oradores, pessoas de fama e projeção social, mas se no lar estivermos devendo paciência, perdão, tolerância, respeito, atenção, indulgência, de nada nos valerá a evidência no mundo, pois estaremos falhando em nossos maiores compromissos, e nada disso é mais importante do que o sucesso nas nossas relações familiares.
E é assim que, neste convívio familiar, vamos sendo obrigados a nos preocuparmos com os nossos próximos mais próximos, vamos diminuindo o nosso egoísmo, aprendendo a dividir, a repartir, a dar atenção, a conviver com o diferente de nós e a aceitar as pessoas como elas são. Fora do lar é mais fácil pensarmos somente em nós, usamos máscaras que favorecem nossos relacionamentos com as outras pessoas, para que possamos ser aceitos. Mas, é na intimidade da família que demonstramos nossos valores morais e quem realmente somos.
O lar é a escola que Deus criou para que pudéssemos aprender a convivência fraterna, a amar de diferentes formas. Amar como pais, amar como filhos, enteados, irmãos, primos, avós, tios, sogro, sogra, genro, nora, madrasta, padrasto e todos aqueles que a vida traz para perto de nós. Se a família fracassar nesta tarefa de reeducar o Espírito que chega, a sociedade sofrerá as consequências trágicas deste fracasso, abalada na sua estrutura e mergulhará no caos.
Em “Jesus no Lar”, capítulo um, Néio Lúcio, através de Francisco Cândido Xavier, relembra Jesus orientando-nos: “O berço doméstico é a primeira escola e o primeiro templo da alma. A casa do homem é a legítima exportadora de caracteres para a vida comum… A paz do mundo começa sob as telhas a que nos acolhemos. Se não aprendermos a viver em paz, entre quatro paredes, como aguardar a harmonia das nações? Se não nos habituarmos a amar o irmão mais próximo, associado à nossa luta de cada dia, como respeitar o Eterno Pai que nos parece distante?”
A família é a estrutura da sociedade, é a exportadora de homens e mulheres que formam a nossa sociedade, que constroem o nosso dia a dia. É instituição Divina e irá sobreviver heroicamente aos golpes que lhe têm sido desferido. Jamais desaparecerá da sociedade terrestre, sendo, portanto urgente a sua valorização, para que dentro dela eduque-se o homem renovado pela força poderosa do amor, que construirá a Nova Era, o Mundo de Regeneração.

Diante dos desafios que vivenciamos em nosso convívio familiar, é imprescindível buscarmos apoio na Verdade, e amparo no Evangelho de Jesus, para que possamos perseverar e vencer os compromissos luminosos que elaboramos no mundo espiritual.
Muitas vezes, visando nobres aprendizados em relação à construção da família Universal, solicitamos à Providência Divina a oportunidade de vivenciarmos a ausência de uma família física, para que possamos adquirir, no exercício da solidariedade e da amizade, os laços de afinidade que nos confortarão o coração, avançando assim para a elevada expressão de caridade conforme Jesus a pregou e a viveu em todos os momentos, antes e depois do Seu desencarne.
Importante lembrar que não importa qual seja a nossa atual estrutura familiar, a solução é, e sempre será, amar dentro do nosso lar! Para sustentarmos estes compromissos divinos é urgente levarmos Jesus para dentro de nossos lares, pois somente o amor, em suas infinitas expressões, ensinadas e vividas por Ele, é capaz de nos auxiliar nesta missão sagrada.
Vera Critisna Marques de Oliveira Millano
Livro: Evangelho no Lar, Nosso Encontro Com a Paz
Cap. 6

Laços de família

A convivência familiar nem sempre é harmônica.
Frequentemente, tem-se mais espontaneidade e prazer no relacionamento com amigos do que com irmãos.
Causam perplexidade as dificuldades de relações entre pessoas que foram criadas juntas e tiveram experiências similares em seus primeiros anos.
Elas aprenderam com os pais valores e lições semelhantes, mas apresentam grandes diferenças em seus gostos e tendências.
Alguns irmãos, tão logo atingem a idade adulta, deliberadamente se afastam dos demais.
Outros, mesmo permanecendo em contato, estão em constantes atritos.
A razão dessa dificuldade de relacionamento é explicada pelo Espiritismo.
Ele esclarece que existem duas espécies de família, a material e a espiritual.
A família material é estabelecida pelos laços sanguíneos.
A família espiritual decorre exclusivamente de afinidade e de comunhão de ideias e valores.
O parentesco corporal é estabelecido a partir da necessidade de aprendizado e de refazimento de erros do passado.
A parentela corporal pode ou não ser composta de Espíritos afins, ditos parentes espirituais.
A parentela espiritual é facilmente identificável.
São as pessoas que se buscam e têm prazer na companhia umas das outras.
Elas têm valores em comum e seu relacionamento é tranquilo e prazeroso.
Se dois irmãos carnais têm genuína afinidade, eles sempre são grandes amigos.
As dificuldades surgem quando a vida reúne antigos desafetos no mesmo lar.
A convivência entre seres radicalmente diferentes e com uma certa dose de antipatia costuma ser explosiva.
Entretanto, a Sabedoria Divina jamais se equivoca.
Se ela providenciou essa reunião, é porque se trata de providência imprescindível à conquista da harmonia.
A Lei Divina estabelece o amor e a fraternidade entre os seres.
Quando alguns Espíritos não aprendem suas lições com facilidade, a vida providencia os meios necessários para que o aprendizado ocorra.
Por exemplo, dois cônjuges que se traem e infelicitam.
Eles podem aprender a lição de que a lealdade é um tesouro.
Também podem, a partir da ciência de sua própria fragilidade moral, ter compaixão do erro do outro.
Mas muitos que traem e vilipendiam se permitem odiar quem com eles faz o mesmo.
Esses por vezes renascem como irmãos, para que aprendam a se amar fraternalmente.
Embora esse convívio não seja fácil, ele corresponde a uma real necessidade espiritual.
Em inúmeros outros contextos, a Providência Divina reúne no mesmo lar Espíritos que se permitiram equívocos uns contra os outros.
A família é um poderoso instrumento para eliminar rancores seculares e viabilizar a transformação moral das criaturas.
Ciente dessa realidade, valorizemos a nossa família!
Redação do Momento Espírita.
Disponível no livro Momento Espírita, v. 8, ed. FEP.
Em 5.3.2014.

A Reencarnação e os Laços de Família

Autor: Telma Simões Cerqueira
A Doutrina Espírita esclarece para nós sobre a importante função educadora e regeneradora da família, diante do processo da edificação moral do homem. Percebemos então que a família pode contribuir de maneira abrangente dentro da proposta de educação da humanidade, do homem como Ser Espiritual, apontando o lar e tudo o que este poderá oferecer para a formação desse Homem de Bem, amanhã.
E como podemos definir Família?
Joanna de Ângelis nos diz no livro “S.O.S. Família”, que “é grupo de espíritos normalmente necessitados, desajustados, em compromisso inadiável para a reparação, graças à contingência reencarnatória.”
Quando no plano espiritual, despertos para o alcance de nossos erros, das nossas mazelas morais, conscientes dos nossos compromissos que assumimos com os outros e que, na maioria das vezes, falimos, solicitamos aos instrutores espirituais um novo retorno à vida física, carregando as provas necessárias para o nosso ressarcimento, reencontrando assim as almas simpáticas, as almas adversárias que farão parte do mecanismo de aprendizado e abraçando a responsabilidade perante os nossos tutores espirituais, que zelam pelo nosso progresso.
Assim, nos reunimos em família, no mesmo ambiente, através dos Laços de Família favorecidos pela Reencarnação.
Que benção?!!
E aí surgem todos os processos, que para nós não serão novidade nenhuma.
Muitos conflitos surgem exatamente em virtude das pessoas viverem debaixo do mesmo teto desconhecendo essa necessidade grandiosa de aprender a conviver e não a viver. Há muitas diferenças entre viver e conviver.
Somos individualidades. Esquecemos muitas vezes que o respeito ao livre-arbítrio daqueles que são os componentes da nossa família é primordial para que possamos conviver.
Somos espíritos imortais em evolução, com experiências em diferentes encarnações, portanto trazemos bagagens diferentes que, de forma bastante significativa, promovem a nossa instabilidade ou estabilidade, como também daqueles que formam esse grupo de espíritos que estão unidos pelos laços da carne, aparentemente, mas unidos pelas experiências de ontem.
Allan Kardec nos dá uma visão bem ampla dessa questão, iluminada pela luz da reencarnação, no Cap. IV de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”. Compreendemos então que o reencarnante veste a roupagem da inocência e se expressa relativamente como um novo indivíduo. Mas a roupagem é frágil e permite ao indivíduo o aflorar de ideias inatas, tendências, defeitos e virtudes que estão nas nossas matrizes perispirituais. Cabe então à família, aos pais, observar esse reencarnante com olhos amorosos.
A melhor escola ainda é o Lar, nos dizem os benfeitores espirituais…

O que é um Lar?

O Lar é o conjunto de pessoas da família, vivendo sob o mesmo teto. Nele, o indivíduo nasce, cresce e se educa.
Neio Lúcio, no livro “Jesus no Lar”, lição nº 1, nos traz as palavras de Jesus: “O lar é um curso ligeiro para a fraternidade que desfrutaremos na vida eterna. Sofrimentos e conflitos naturais, em círculo, são lições”.
Então, todas as experiências que partilhamos na vida doméstica são um rico e profundo material que trabalharemos para a conquista dos valores mais elevados.
Desenvolvendo assim a tolerância, a paciência, a compreensão, o entendimento, o perdão, o trabalho, a bondade, a gratidão, e muitas outras virtudes, poderemos nos desenvolver no cadinho do lar e assim estaremos trabalhando na renovação de nós mesmos, de nossos lares e de toda a Humanidade.
Viver em família: podemos comparar a escalar montanhas – que significa superar as nossas dificuldades, vencer os nossos obstáculos.
É claro que alguns de nós permaneceremos rebeldes a essas oportunidades de reconciliação, de aprendizado, de reajuste e de desenvolvimento afetivo que nós encontramos dentro do Lar, e muitas vezes diante da nossa dificuldade ainda, estacionamos com a nossa dureza de coração, que nos leva a verdadeiros sofrimentos, e quando assim permanecemos é claro que uma nova possibilidade nos será oferecida para podermos vencer a nós mesmos e enfrentar os problemas causados, ou melhor, as dificuldades que não conseguimos superar.
E no livro “Leis de Amor”, ainda o benfeitor Emmanuel completa, ao ser indagado sobre de que precisamos para vencer a luta doméstica: “Devemos revestir-nos de paciência, amor, compreensão, devotamento, bom ânimo e humildade, a fim de aprender a vencer, na luta doméstica.”
Os deveres de cada um de nós, como pais, mães, filhos e irmãos, bem cumpridos e carregados com alegria, fazem que coletivamente o lar seja um ambiente de paz e satisfação.
Retornamos ao Corpo Físico para dar continuidade à nossa tarefa que foi interrompida, e através da reencarnação teremos nova oportunidade para esse trabalho no campo do progresso evolutivo de cada um de nós. Para isto precisamos de um porto seguro onde possamos recomeçar a jornada: a FAMÍLIA.
E então é no ambiente doméstico que as almas se reencontram sob variados motivos: resgate, afeições, desafetos, missão ou com a finalidade de estreitar os laços que vão unir essas criaturas, pois neste ambiente de convivência contínua, de interdependência, na condição de pais, filhos e irmãos, aprendemos a nos entrelaçar através da convivência, aprendendo a nos amar.
Todas as ações, todos os exemplos nobres, os bons momentos vividos, as lições que transmitimos estão semeadas, e um dia germinará e despertará o sentimento desse coração, que no momento não se encontra com a terra adubada para a devida germinação.
Que possamos prosseguir a nossa jornada de aprendizado, tendo bom ânimo e perseverança.
Façamos o melhor de nós e deixemos que Deus faça o que ainda não estiver ao nosso alcance.
E vamos finalizar com Emmanuel, do livro “Família” – trecho da mensagem “Cá e Lá”:
“Recebamos na criança de hoje, em pleno mundo físico, o companheiro do pretérito que nos bate à porta do coração, suplicando reajuste e socorro. (…) Estendamos a luz da educação e do amor, diminuindo as sombras da penúria e da ignorância”.
Referências bibliográficas:
1. Joanna de Ângelis/Divaldo P. Franco – livro: S.O.S. Família;
2. Allan Kardec – livro: O Evangelho segundo o Espiritismo – cap. IV;
3. Neio Lucio – livro : Jesus no Lar;
4. Emmanuel/Chico Xavier – livro: Família;
5. Emmanuel/Chico Xavier – livro: Leis de Amor.
LAÇOS FAMILIARES

Laços de família na visão espírita

Falar sobre família é um assunto de prioridade nos dias de hoje. Uma pesquisa da TV Mundo Maior, feita em setembro, revelou que os ouvintes e telespectadores gostam de ler sobre assuntos relacionados a questões familiares na visão espírita.
Para melhorar o seu relacionamento com essas pessoas tão importantes na nossa encarnação, vamos saber mais sobre o que o espiritismo tem a dizer em relação aos laços de família.
A família define-se como um grupo de pessoas que têm um grau de parentesco entre si e vivem no mesmo local. Esses laços de família não são obra do acaso, mas o cumprimento da Lei de Causa e Efeito – ações e reações relacionadas a uma causa justa, consequência da soberania de Deus.
Esses seres estão juntos para aprender e trocar experiências. Em vidas anteriores, muitas vezes, estas pessoas podem ter tido algumas desavenças, gerando um débito que será “quitado” em outra vida.
Submetendo-se à prova de uma nova existência, na espiritualidade, os desencarnados se comprometem a acertar essas diferenças dentro de uma família. Somos seres sociais e a nossa primeira convivência é com a família. “Deus fez o homem para viver em sociedade. Deus não deu inutilmente ao homem a palavra e todas as outras faculdades necessárias à vida de relação”, diz o “O Livro dos Espíritos”.
Todos nós estamos submetidos à lei do progresso. A obra nos diz ainda que as encarnações sucessivas são sempre muito numerosas pelo fato de que o progresso é quase infinito para nos tornamos espíritos puros.
Devemos conviver bem com a família porque assim viveremos bem com todos ao nosso redor. O conceito de constelação familiar nos mostra que nos encontramos numa estrutura familiar baseada em três dinâmicas chamadas de ordens do amor.
Quando essas ordens não são respeitadas, cria-se uma desarmonia em todas as áreas da vida de um encarnado. Segundo a espírita Del Mar Franco, psicóloga, com Formação em Abordagem Integral Continuada, pessoas que possuem problemas com os pais, por exemplo, costumam ter dificuldades com autoridades.
Conflitos com irmãos acarretam atribulações sociais com colegas de trabalho, de faculdade, etc. A psicóloga diz que a constelação familiar tenta unir os abandonados através de palavras, dinâmicas de solução desses imbróglios. Esse amor familiar deve fluir para trazer alegria e harmonia para o espírito.
Fontes: União Espírita de Piracicaba, Laços de família | Espírito de Mulher, RBN e O Livro dos Espíritos.

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