A Liberdade de Pensar e a Conduta é uma Conquista

A Liberdade e o Livre-Arbítrio

A liberdade de pensar e a conduta é uma conquista individual.
O livre-arbítrio do espírito existe para a honra da vida.
Com a finalidade de ampliar seus horizontes,
para o belo, a luz e o entendimento.
Vera Jacubowski

luz estrelar

Livre-Arbítrio

Para a Doutrina Espírita não há destino, não há predestinação, não há sorte ou azar. O futuro é construído todos os dias. Através de pensamentos e ações, o espírito e seu grupo cultural escolhem e determinam seus caminhos, exercitando uma característica indissociável do ser inteligente: o livre-arbítrio.
A evolução é o fundamento da vida e ocorre pela aquisição de conhecimentos em sentido amplo: técnico, afetivo, emocional, moral, filosófico, científico, religioso.
O espírito adquire conhecimentos novos através das experiências, vivências e convivências acumuladas ao longo de sucessivas situações pelas quais passa, tanto no polissistema espiritual como no material.
Ao somar conhecimentos novos, o ser modifica a visão que tem de si mesmo, dos outros, do mundo e de Deus, ou seja, amplia a sua consciência, evolui. O conhecimento e o comportamento resultantes das situações enfrentadas delimitam um caminho próprio para cada ser inteligente. De acordo com as suas escolhas, ele tem experiências diferentes e, em consequência, conhecimentos diferentes, que desenham uma sequência própria que lhe confere individualidade. Na construção do perfil que caracteriza como único cada espírito (inteligência, afeto, sentimento, valor, consciência) a liberdade de escolha, o exercício do livre-arbítrio, é o que permite ao ser inteligente alcançar os objetivos da vida.
Os segmentos de conhecimento acumulados pelo espírito no decorrer de suas experiências determinam, proporcionalmente, uma capacidade de entendimento, compreensão e construção. O conhecimento que o espírito possui permite que ele solucione várias situações da vida. Dentro do limite do que já é conhecido pelo espírito as situações não se constituem em dificuldade e a sua resolução contribui para que os que convivem com o espírito alcancem, também, o conhecimento que ele domina.
Entretanto, como as experiências vividas são limitadas, o que o espírito sabe também é limitado. As dificuldades apresentadas na superação de algumas situações indicam as limitações do espírito.
A solução, o conhecimento capaz de resolver a dificuldade, no entanto, não se encontra pronta; deve ser construída, adaptada às características únicas da situação e das pessoas envolvidas. A construção da resposta se faz da própria experiência do espírito ou da experiência acumulada pelo outro, encarnado ou desencarnado, que será adaptada ao edifício de conhecimentos do espírito, de acordo com a sua capacidade de raciocínio, seus sentimentos, seus valores e seu entendimento. É a liberdade de escolha que determina quais segmentos de conhecimento, tanto em qualidade como em quantidade, serão assimilados e como serão acomodados e equilibrados em relação aos conhecimentos que já constituem o ser, de forma coerente, para sustentar comportamentos.
As situações que o espírito enfrenta ao longo de sua trajetória, tanto no polissistema espiritual como no material, podem ser uma consequência direta de suas atitudes anteriores, ou podem ser condicionadas por variáveis além do seu controle. Entretanto, a escolha que o espírito adota diante da situação apresentada é de sua completa responsabilidade. Dentro dos limites de seu entendimento, o espírito é responsável pelas consequências, efeitos, desdobramentos e novas situações geradas a partir de suas decisões.
Diante do desafio e de acordo com sua liberdade de escolha, a resposta do espírito poderá estar situada entre o “hediondo” e o “sublime”. No entanto, com maior probabilidade, a resposta será compatível, coerente, com as decisões anteriores que a pessoa já tomou. Haverá escolhas mais ou menos adequadas para um certo espírito em um dado momento. Como os caminhos são múltiplos e as situações enfrentadas são diferentes, as respostas deverão ser diversas. O critério para se encontrar a resposta mais adequada será sempre individual. A coerência entre a verdade alcançada e a sua prática deverá nortear a escolha consciente. Quanto maior o cruzamento de experiências que puder ser mobilizado e considerado antes da tomada de decisão, maior a probabilidade dela estar coerente com a história de vida da pessoa até então; maior a chance da decisão preencher a necessidade do espírito naquele momento. O autoconhecimento, portanto, é fundamental, para o exercício pleno do livre-arbítrio.
Escolhas que afastem o ser inteligente da coerência com sua história propiciam desdobramentos com menor qualidade ou quantidade de experiências e, consequentemente, reduzem o aproveitamento daquela sequência de experiências.
Muitas vezes, no entanto, as consequências de uma atitude ou pensamento podem não ser tão significativas. A escolha pode alterar a ênfase e a direção da trajetória, modificando as possibilidades existentes, mas sem conotação positiva ou negativa. As experiências possíveis, após a decisão, passam a ser diferentes das planejadas, mas igualmente significativas para a evolução do espírito na medida em que segmentos diferentes de conhecimento são explorados.
As consequências que se seguem ao exercício de escolha, propiciam experiências que vão contribuir para o crescimento do espírito na medida em que ele, consciente, se empenhe em aproveitá-las. O espírito cresce na medida em que se esforça por preservar ou ampliar as experiências que são favoráveis ou modificar as que não são adequadas.
O exercício do livre-arbítrio sofre a influência dos chamados paradigmas da cultura, da inteligência e da contingência, que podem potencializar ou dificultar o seu exercício pleno.
As influências sobre o livre-arbítrio são em primeiro lugar relativas ao conhecimento alcançado. Quanto maior o domínio sobre um segmento de conhecimento, tanto maior será o entendimento e a responsabilidade sobre as decisões. As decisões tomadas por uma pessoa, no exercício de seu livre-arbítrio, podem alterar, potencializar ou limitar o exercício do livre-arbítrio de outras pessoas.
O exercício do livre-arbítrio é tanto uma atividade individual como do grupo social. As limitações e as capacidades do espírito se relacionam com as do grupo. As limitações e as capacidades do grupo refletem a soma da mentalidade de seus membros, determinando uma massa crítica que sustenta ou inibe algum tipo de comportamento. O meio cultural, no qual um espírito está encarnado, determina um quadro dentro do qual ele passa a se mover. Este quadro facilita atitudes e comportamentos na medida em que algumas soluções já experimentadas estão à disposição como exemplo. Em contrapartida, pode limitar, ao aceitar apenas comportamentos com características aceitas pelo grupo, dificultando a exteriorização das potencialidades do espírito. Atitudes que atuem contra a mentalidade dominante do meio cultural exigem maior esforço para a sua sustentação, necessitando do apoio de um referencial diferenciado.
O grupo cultural evolui, muda seu comportamento, na medida em que seus membros evoluem, ou seja, esforçam-se para romper suas limitações, que também são, em parte, as do grupo. O grupo, não esquecendo de considerar aqui a família, pode determinar, criticar, inibir, sustentar, reforçar, permitir, propiciar, direcionar, induzir, limitar e estimular pensamentos e atitudes. O meio cultural é a maneira pela qual uma pessoa compartilha suas experiências com os outros.
A inteligência, como capacidade de resolver problemas, determina uma ou algumas abordagens preferenciais que selecionam o que será considerado como problema, as respostas alcançadas e os caminhos que serão utilizados. Se há facilidade por um lado, por outro limitam-se as opções. A forma pela qual a cultura, associada às características biológicas estruturou a inteligência, direciona a solução de problemas.
Há ainda, afetando o livre-arbítrio, as chamadas contingências, entendidas como incertezas sobre se uma coisa acontecerá ou não, o que pode ou não suceder, o eventual, o incerto, determinado por variáveis fora do controle da vontade da pessoa ou grupos envolvidos.
O espírito que reencarna se submete a algumas condições pelo fato de estar na Terra que também afetam o exercício do livre-arbítrio. A alimentação, o sono, o envelhecimento, as limitações do físico, da visão, da audição, as formas de comunicação, as condições do meio ambiente, etc.
Dentre os conceitos fundamentais que compõe o núcleo do Espiritismo, o livre-arbítrio é o aspecto da lei maior que sustenta a evolução do universo inteligente. Livre-arbítrio é a ação do espírito no limite de seu conhecimento, e responsável na medida de seu entendimento.
A SBEE – Sociedade Brasileira de Estudos Espíritas

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Não existe lado A ou lado B no universo divino..

Não existe lado A ou lado B no universo divino, existem o bem e o mal, o certo e o errado, meio termos são para nós que ainda estamos formando o nosso caráter através de provas e expiações.
É por isso que o mestre na sua passagem por aqui deixou duas máximas para quem busca um norteio seguro; “não façais a teu próximo o que não queres que te façam,” e “amai- vos uns aos outros.”
A consciência faculta ao ser essa distinção, porém o fanatismo e a fé cega, seja pela ganância no vil poder do dinheiro, pela religião que deturpa as palavras do Cristo para controlar as massas, ou por ideologias fantasiosas e cheias de interesses escusos que pregam uma igualdade criada por egoistas para serem seguidas por egoístas, dificultam o vislumbre de um novo mundo mais voltado para fraternidade e o amor entre irmãos.
Em linguagem rudimentar para que todos entendam, fora da caridade, do respeito às diferenças, da empatia, da gratidão a oportunidade a vida, tudo não passa de efemeridades e conflitos de interesses.
Os homens criam coisas e situações aflitivas para fugirem da vossa essência que é o consenso entre irmãos apesar das diferenças, porque o ego os demovem da ideia de reconhecerem os méritos e sucessos dos seus irmãos de caminhada, preferindo vê-los como oponentes a serem “abatidos” em favor das suas ambições e invejas, quando a bem da verdade deveriam se unir e se alegrarem pelas vitórias um dos outros, até porque ninguém tira os pés dos mundos de provas e expiações sem tais virtudes.
Pensamentos de comparações onde pelo íntimo se afirma, “sou melhor,” “que ridículo,” “é um pobre coitado, um ignorante,” tolo, não sabe nada,” “o meu Deus é melhor que o dele.” “Vou engolir ele,” “traidor, ele me paga,” “a tua hora vai chegar,” e por aí vai, escondem pelo íntimo qual é a nossa verdadeira índole, porquê ninguém pode “ouvir” o tamanho da nossa sordidez a não ser a nossa própria consciência, que impreterivelmente irá nos cobrar mais à frente a reprimenda quando a luz da razão nos cegar no caminho pessoal para “Damasco.”
É por isso que os grandes avatares que estiveram por aqui, afirmavam ser impossível mudar um homem por fora, porquanto o seu reino de paz e harmonia só se faz pelo íntimo.
Vigiar e orar, não é ficar igual a um soldado de prontidão em uma fortaleza acompanhando com os olhos aqueles que cruzam o seu caminho, o vigiar e o orar que o mestre tão bem nos asseverou, se faz pela fortaleza íntima da nossa alma, ou seja, quando “policiamos” os nossos pensamentos e atitudes para com o próximo, porque isso é de nossa inteira responsabilidade, e vale dizer que essa fortaleza segura e impenetrável pela fé raciocinada, também nos protege daqueles que nos tem como inimigos, porquanto quem está em busca da luz maior já abandonou a ideia de ter inimigos, porque deixa essa preocupação para aqueles que ainda buscam satisfação no ódio e nas maledicências.
O mundo físico se resume nas sensações e impressões que nos servem de provas para traçarmos através da moral o nosso caminho pelos caminhos da eternidade, fora isso, não há nenhuma correlação com a natureza espiritual, porque os anseios e metas nos mundos amalgamados pelas formas pensamentos, em nada se comparam com um mundo que promove guerras e inimizades pela insaciável ganância de querer mais e mais as riquezas que carcomem com o tempo a qualquer custo.
Alexandre Nobre

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Dinamismo para a Paz

“O bem e o mal são praticados pela função do livre arbítrio, e, conseguintemente, sem que o Espírito seja fatalmente impelido para um ou outro.
“Persistindo no mal, sofrerá as consequências por tanto tempo quanto durar, a persistência, do mesmo modo que, dando um passo para o bem, sente imediatamente benéficos efeitos.” O CÉU E O INFERNO 1ª parte, Capítulo 7º – Item 20.
Dificuldades, todos enfrentamos pela rota evolutiva.
Aflições, todos experimentamos no exercício da sublimação. Ansiedades, todos agasalhamos na execução do programa de libertação íntima.
No entanto, porque acidentes da estrada ocultem a meta de destino não significa isto o desaparecimento do objetivo a alcançar. Nem porque a noite em se assenhorando da abóbada celeste espalhe sombras, deixa de recamar-se o firmamento com astros que fulguram, confirmando o sol presente…
Faz-se necessário que a luta árdua seja contínua para que se comprove a excelência do lidador.
E nesse particular o estudante do Evangelho não tem motivos para estranheza.
Renascido sob o sinete de débitos passados, é constrangido à recuperação na senda da ação enobrecedora, não conseguindo evadir-se da cela do compromisso sem os danos da fuga pela porta da irresponsabilidade.
Estigmatizado interiormente pela aflição punitiva a que faz jus como corretivo adequado, não encontra lugar de repouso nem sítio de paz, senão entre as urzes da tarefa renovadora e os calhaus dos deveres.
Afervorados, porém, ao ideal e vitalizado pelo Evangelho alimenta-se de esperança para, apaziguado, prosseguir sem deserção.
Convidado a doar, todos esperam que te does integralmente.
Instado a amar, todos aguardam que teu amor se individualize em relação a cada um sem que te esqueças de ninguém, esquecido, no entanto, de ti mesmo.
Levado a ajudar, todos esperam que teus braços sejam sempre como conchas de socorro sem tempo de ajudar-te, consoante os padrões da vida que todos pedem viver.

arara colorida

Sucede, desse modo, que o cristão verdadeiro carrega o Cristo para todos e, ao conduzi-Lo, renova-se e vive naturalmente.
Mas não se pertence.
Não se permite prêmios.
Doando-se não se pode prender, amando não aguarda amor e ajudando não lhe é lícito predileção no tipo de auxílio a distender.
Torna-se o irmão de todos, faz-se compreensão para todos.
É uma gota de paz no oceano dos conflitos.
Não esmorece, pois que, possuindo a paz de espírito, é mordomo de tesouros que o capacitam ao sacrifício e à redenção. A fim de que a paz do Cristo te afaste os obstáculos, as aflições e os anseios, faze um programa de manutenção e assistência, facilitando-lhe a continuidade nos recônditos do ser.
Disciplina o tempo e estuda a Doutrina dos Espíritos na qual haures equilíbrio; seleciona pensamentos, vitalizando apenas os que edificam, para os amadureceres pela meditação, a fim de que se corporifiquem como benfeitores; visita dores maiores do que as tuas com alguma frequência; acompanha um féretro, ao lado dos que experimentam a ausência do ser querido, para te lembrares da própria desencarnação, que logo mais advirá; descarrega a tensão nervosa num trabalho físico com regularidade; distribui algo pessoal para treinares o desapego às coisas que ficam na retaguarda, e ora, com assiduidade, a fim de que as ondas da inspiração superior visitem tua casa mental e lubrifiquem peças e implementos do aparelho elétrico do sistema nervoso que te serve de sustentáculo.
Liberta-te do ciúme – chaga atroz.
Aniquila a dúvida – sombra perturbadora.
Expulsa a suspeita – adversária cruel.
Dissolve a preguiça – entorpecente maldito.
Anula a cólera – fâmulo criminoso.
Combate a malícia – tóxico aniquilante.
Dá o teu esforço para que recebas o reforço necessário.
Não há oferendas sem base de mérito relativo nos arraiais da evolução.
A corrente elétrica produz se o dínamo gera energia e a aparelhagem funciona se ajustada à ciclagem por onde corre a potencialidade energética.
Tendo no Cristo o dínamo potente a gerar corrente incessantemente, ajusta-te ao seu diagrama de serviço para que brilhem e se movimentem em ti a paz e a felicidade de que careces, e vencerás dificuldades, aflições, ansiedades, vivendo uma vida harmoniosa numa ascensão perfeita e libertadora.
FRANCO, Divaldo Pereira. Espírito e Vida. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 45.

ORAÇÃO PELA PAZ

Senhor,
Fazei de mim um instrumento de vossa Paz.
Onde houver Ódio, que eu leve o Amor,
Onde houver Ofensa, que eu leve o Perdão.
Onde houver Discórdia, que eu leve a União.
Onde houver Dúvida, que eu leve a Fé.
Onde houver Erro, que eu leve a Verdade.
Onde houver Desespero, que eu leve a Esperança.
Onde houver Tristeza, que eu leve a Alegria.
Onde houver Trevas, que eu leve a Luz!
Ó Mestre,
fazei que eu procure mais:
consolar, que ser consolado;
compreender, que ser compreendido;
amar, que ser amado.
Pois é dando, que se recebe.
Perdoando, que se é perdoado e
é morrendo, que se vive para a vida eterna!
Amém/Assim Seja.
“…𝑸𝒖𝒂𝒏𝒅𝒐 𝒂 𝒈𝒓𝒂𝒕𝒊𝒅𝒂̃𝒐 𝒑𝒆𝒍𝒐 𝒅𝒐𝒎 𝒅𝒂 𝒗𝒊𝒅𝒂 𝒆́ 𝒐 𝒑𝒓𝒊𝒎𝒆𝒊𝒓𝒐 𝒔𝒆𝒏𝒕𝒊𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 𝒅𝒐 𝒅𝒊𝒂 𝒏𝒂̃𝒐 𝒕𝒆𝒎 𝒄𝒐𝒎𝒐 𝒑𝒂𝒔𝒔𝒂𝒓 𝒅𝒆𝒔𝒑𝒆𝒓𝒄𝒆𝒃𝒊𝒅𝒐 𝒐𝒔 𝒎𝒊𝒍𝒂𝒈𝒓𝒆𝒔 𝒒𝒖𝒆 𝒔𝒆 𝒆𝒔𝒄𝒐𝒏𝒅𝒆𝒎 𝒏𝒐𝒔 𝒅𝒆𝒕𝒂𝒍𝒉𝒆𝒔 𝒅𝒐 𝒅𝒊𝒂 𝒂 𝒅𝒊𝒂…”

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