MATÉRIA DE FELICIDADE

matéria de felicidade
FELICIDADE

Em matéria de felicidade só se possui aquela que se dá.
EMMANUEL/FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

Conquista da felicidade

 Felicidade é algo que todos anseiam e, ao mesmo tempo, procuram. A maioria de nós, ao falar sobre a felicidade, costuma comparar-se com alguém que acredita ser mais feliz: um parente, um colega, um amigo ou um simples conhecido.
Um escritor americano contou que, certa vez, um jovem lhe chamou a atenção por ser feliz e muito bem-sucedido.
Ele tinha mulher e filhas e podia-se observar a sua alegria no trabalho, que era conduzir um programa de entrevistas na rádio de sua cidade.
O escritor confessa que invejou aquele rapaz que tinha tudo sem muito esforço, um desses raros afortunados.
Mas, entretendo-se a conversar com ele, o assunto derivou para as questões da Internet.
Foi quando o rapaz lhe confessou que apreciava muito a Internet porque ela lhe possibilitava constantes pesquisas no campo da enfermidade chamada esclerose múltipla, doença terrível que afligia a sua mulher.
Como se percebe, o segredo da felicidade não está em possuir coisas, posições ou vantagens pessoais. É uma questão de ser grato por aquilo que se tem.
De um modo geral, pensamos que as pessoas infelizes reclamam de tudo. Mas é exatamente o contrário: as pessoas são infelizes porque de tudo reclamam. Não sabem ser gratas e nem valorizam o que têm.
É como alguém que olhasse para um telhado e descobrisse a falta de uma telha. Ora, o importante é que só falta uma telha e mais dia, menos dia, se conseguirá colocá-la.
O que não se pode esquecer é que o telhado todo está coberto, impedindo a ação dos ventos e das chuvas sobre a casa onde moramos.
O outro segredo da felicidade é dar um sentido à vida. Ninguém é feliz vivendo simplesmente por viver.
É preciso escolher uma atividade que nos alegre a existência. Pode ser qualquer ocupação útil. Estudar, trabalhar em favor de alguém ou de uma instituição, devotar-se ao atendimento de um necessitado.
É indispensável uma fé espiritual. A crença em Deus, Pai de amor que por todos vela, não importando o nome que se Lhe dê.
Crer que esta existência é passageira e que tem por objetivo nos proporcionar oportunidades de crescimento.
Que a verdadeira vida é a do Espírito imortal que sobrevive às catástrofes, às enfermidades, à morte.
A felicidade, em verdade, está sob nosso controle. É uma batalha a ser travada e um sentimento a ser guardado.
A prova disto é que pessoas que têm uma vida relativamente fácil se mostram infelizes, por vezes. Enquanto outras que sofreram muito, continuam, de modo geral, felizes.
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A felicidade é um sentimento que deve ser levado a sério. Cada um de nós deve ser tão feliz quanto possível, porque ninguém aprecia viver ao lado de alguém infeliz.
Imaginemos: como é para uma criança crescer em companhia de um pai infeliz? Ou um pai ver seu filho crescendo infeliz?
Ou para uma esposa viver ao lado de um homem infeliz?
A verdadeira conquista está na luta para ser feliz, descobrindo e valorizando as pequenas coisas, de um desabrochar de flor a um dia de sol, a bênção da chuva num dia de verão intenso, a brisa do mar na manhã que promete ser escaldante.
Enfim, a bênção de viver no mundo e respirar este ar maravilhoso, na Terra que nos foi dada por Deus, para nosso crescimento interior.
Redação do Momento Espírita, com base no artigo
Uma simples verdade a respeito da felicidade, publicado
 em Seleções Reader´s Digest, de janeiro de 1999.
Em 09.04.2010.

LUZ INTERIOR

Cristo em Casa

Contrapondo-se à onda crescente da loucura que irrompe avassaladora de toda parte, e domina, penetrando os lares e os destroçando, o Evangelho de Jesus, hoje como no passado, abre larga faixa para a esperança, facultando a visão de um futuro promissor onde os desassossegos do coração não terão ensejo de medrar.
A par da lascívia e do moderno comércio do erotismo, que consomem as mais elevadas aspirações humanas na Indústria da devassidão, as se-mentes luminosas da Boa Nova, plantadas na intimidade do conjunto familiar, desdobram-se em embriões de amor que enriquecem os espíritos de paz, recuperando os homens portadores das enfermidades espirituais de longo curso e medicando-os com as dádivas da saúde.
Enquanto campeia a caça desassisada aos estupefacientes e barbitúricos a os narcóticos e aos excessos do sexo em desalinho, a mensagem do Reino de Deus cada semana, na família, representa placebo valioso que consegue recompor das distonias psíquicas aqueles que jazem anestesiados sob o jugo de forças ultrizes e vingadoras de existências pretéritas.
Há mais enfermos no mundo do que se supõe que existam. Isto porque, no reduto familiar raramente fecundam a conversação edificante, o entendimento fraterno, a tolerância geral, o amor desinteressado… Vinculados por compromissos vigorosos para a própria evolução, os espíritos reencarnam-se no mesmo grupo cromossomático, endividados entre si, para o necessário reajustamento, trazendo nos refolhos da memória espiritual as recordações traumáticas e as lembranças nefastas, deixando-se arrastar, invariavelmente, a complexos processos de obsessão recíproca, graças ao ódio mantido, às animosidades conservadas e nutridas com as altas contribuições da rebeldia e da violência.
Em razão disso, o desrespeito grassa, a revolta se instala, a indiferença insiste e a aversão assoma…
A família, em tais circunstâncias, se transforma em palco de tragédias sucessivas, quando não se faz aduana de traições e desídias…
Estimulando os desajustes que se encontram inatos nos grupos da consanguinidade, a hodierna técnica da comunicação malsã tem conspirado poderosamente contra a paz do lar e a felicidade dos homens.
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Cristo, porém, quando se adentra pelo portal do lar, modifica a paisagem espiritual do recinto.
As cargas de vibrações deletérias, os miasmas da intolerância, os tóxicos nauseantes da ira, as palavras azedas vão rareando, ao suave-doce contágio do Seu amor e se modificam as expressões da desarmonia e do desconforto, produzindo natural condição de entendimento, de alegria, de refazimento.
Cristo no lar significa comunhão da esperança com o amor.
A Sua presença produz sinais evidentes de paz, e aqueles que antes experimentavam repulsa pelo ajuntamento doméstico descobrem sintomas de identificação, necessidade de auxílio mútuo.
Com Jesus em casa acendem-se as claridades para o futuro, a iluminar as sombras que campeiam desde agora.
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Abre o “livro da vida” e medita nos “ditos do Senhor” pelo menos uma vez na semana, entre aqueles que vivem contigo em conúbio familiar. Mergulha a mente nas suas lições, embriaga o espírito na esperança, sorve a água lustral da “fonte viva” generosa e abundante, esquece os painéis tumultuados que são habituais e marcha na direção da alegria.
Se não consegues a companhia dos que te repartem a consanguinidade para tal ministério, não desfaleças. Faze-o, assim mesmo.
Se assomam óbices inesperados não descoroçoes, insistindo, ainda assim. Se surpresas infelizes conspiram à hora do teu encontro semanal com Ele, não desesperes e retoma as tentativas, perseverando…
Quando Cristo penetra a alma do discípulo, refá-la, quando visita a família em prece, sustenta-a.
Faze do teu lar um santuário onde se possa aspirar o aroma da felicidade e fruir o néctar da paz.
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Sob o dossel das estrelas, no passado, o Senhor, enquanto conosco, instaurou nos lares humildes dos discípulos o convívio da prece, da palestra edificante, inaugurando a era da convivência pacífica, da discussão produtiva, do intercâmbio com o Mundo Excelso…
Abrindo-lhe o lar uma vez que seja, em cada sete dias, experimentarás com Ele a inexcedível ventura de aprender a amar para bem servir e crescer para a liberdade que nos alçará além e acima das próprias limitações, integrando-nos na família universal em nome do Amor de Nosso Pai.
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“Senhor, não sou digno de que entres em minha casa”. (Mateus: capítulo 8º, versículo 8.)
“Um dia, Deus, em sua inesgotável caridade, permitiu que o homem visse a verdade varar as trevas. Esse dia foi o do advento do Cristo. Depois da luz viva, voltaram as trevas. Após alternativas de verdade e obscuridade, o mundo novamente se perdia. Então, semelhantemente aos profetas do Antigo Testamento, os Espíritos se puseram a falar e a adverti-los, O mundo está abalado em seus fundamentos; reboard o trovão. Sede firmes!”
(Evangelho Segundo o Espiritismo – Capítulo 1º – Item 10.)
FRANCO, Divaldo Pereira. Florações Evangélicas. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 3.

Aquele que se eleva será rebaixado.

Por essa ocasião, os discípulos se aproximaram de Jesus e lhe perguntaram: “Quem é o maior no reino dos céus?” — Jesus, chamando a si um menino, o colocou no meio deles e respondeu: “Digo-vos, em verdade, que, se não vos converterdes e tornardes quais crianças, não entrareis no reino dos céus. —
Aquele, portanto, que se humilhar e se tornar pequeno como esta criança será o maior no reino dos céus — e aquele que recebe em meu nome a uma criança, tal como acabo de dizer, é a mim mesmo que recebe.” (S. Mateus, 18:1 a 5.)

SOMOS IMORTAIS

P or que sofremos tanto quando perdemos um bem material? Por que nosso mundo desaba sobre nós quando somos despedidos do emprego? Será que ainda não nos demos conta de que estamos de passagem por aqui, fazendo um estágio temporário e que logo partiremos sem levarmos absolutamente nada material daqui?
Somos Espíritos. Assim acreditamos a maior parte das pessoas de nossa Humanidade, independentemente da religião, mas não vivemos de acordo com essa crença. Espíritos não necessitam de casas enormes em bairros chiques, carros de luxo ou posições de destaque na sociedade para serem felizes.
Podem e devem usar estas coisas para seu bem estar, mas sem se descuidar de seus verdadeiros interesses neste mundo, que são o desenvolvimento de seus potenciais intelectuais e principalmente os do coração. Porque entendimento e amor são os objetivos mestres que nos trouxeram até aqui. Não viemos para possuir, para construir patrimônios ou para deixar heranças. Estes são meios úteis, mas muitas vezes perigosos, de se conseguir as metas reais. Não podemos despender todo o nosso tempo, nossa atenção e nossos melhores esforços na aquisição de bens.
O tempo passa rápido, nossa vida escoa célere em direção ao seu final e, muitas vezes, somos surpreendidos com o término do estágio, sem que tenhamos feito grande coisa em benefício de quem realmente somos: Espíritos!
Quanto sofrimento com a estética imperfeita de nossos corpos!
Quanta dor por não termos a posição que gostaríamos nos palcos do mundo! Mas a verdade é que isso aqui não passa realmente de um palco, um grande teatro, onde nós somos os atores. Interpretamos papéis diferentes, rimos, choramos, agredimo-nos e amamos, no entanto, o que vale é a experiência, o aprendizado em cada situação, em cada relação. O espetáculo termina, ou pelo menos nossa participação, e descobrimos que nossos companheiros de palco sempre foram o mesmo que nós: Espíritos!
Não há diferenças, somos feitos da mesma substância, com idêntica filiação e com os mesmos objetivos. O que muda é a vivência, que uns têm mais que outros. A experiência ensina que não vale a pena agredir, magoar, competir, pois a peça termina rápido deixando-nos diante da única realidade a não se esvanecer: a de que somos Espíritos!
Não há morte. Sobrevivemos após o túmulo e levamos para a outra vida somente aquilo que houvermos conquistado dentro de nós mesmos. Não podemos levar mais nada. Espíritos não precisam de nada mais.

Fábio Henrique Ramos
Revista Reformador – Ago./2003 (FEB)

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