Mensagem de Bezerra de Menezes pela psicofonia Divaldo Franco

mérito chico xavier
distribuição dos pães

Sr. Jesus,

Abençoa os teus servidores recém chamados a tua seara de sublimação, a ultima hora a tua misericórdia localizou-nos na ociosidade no vicio distante dos deveres para contigo e para com o pai, e aceitamos a tua envidação, entregando-nos em regime de totalidade ao ministério da auto iluminação;
reconhecemos a falta de condições para desempenhar o ministério que nos confiaste, mas tu que nos conheces identificando as nossas imperfeições elegeste-nos a si mesmo, e aqui estamos, nesta hora muito grave em que as crises tornam-se o dia a dia dos habitantes do planeta, crises de toda ordem, porem sabemos senhor que após a crise bem administrada vem os resultados opimos da luta, e sabemos que a madrugada começa alguns segundos depois da meia noite, amanhece Jesus o dia da era nova por enquanto ainda tisnado pelas sombras assinalado pela herança ancestral, dependendo no entanto de nós a mudança em definitivo para que se estabeleça o primado do espírito,
perdoa-nos a indigência moral a pobreza de sentimentos a carência de recursos pois que os poucos que possuímos são-nos concedidos por ti, mas permite que os corações afetuosos que nos ouvem mantenham-se em paz, não permitindo que o mal dos maus afete-lhes a harmonia interior contigo, ajuda-os a vencer as provas difíceis que se avizinham, alem destas que no planeta quase todos experimentam.
Desta forma permite-me ao teu servidor humílimo dizer filhas e filhos da alma ide cantando o hino de alegria, já não existem os circos o empalamento as fogueiras os presídios localizados em determinadas áreas geográficas, expande-se-lhes as fronteiras alargaram-se os horizontes, as feras os instintos indomados estão a solta, tende bom animo se necessário sacrificai o orgulho o egoísmo, em favor da solidariedade da fraternidade aprendei a renuncia,
porque vitorioso nem sempre é aquele que conquista a láurea terrestre, foi no silencio dos mártires que a mensagem de Jesus alcançou os altiplanos da vida, perseverai no bem possuindo a honra de pagar o tributo pela felicidade de voz identificardes com a palavra do amigo que ainda não tem amigos, e permanecei na Fé pura transformada em ação em favor de vós próprios na pessoa do vosso irmão, filhas e filhos da alma em qualquer circunstância amai, Jesus espera que cumpramos com nosso dever,
porque ele, vem se desempenhando da missão que o pai lhe confiou com paciência misericórdia e confiança em nós. Que ele nos abençoe e nos proporcione plenitude espiritual.

São os votos do servidor humílimo e paternal de sempre
Bezerra, muita paz.

Não desanimar

Cabe-nos não desanimar; prosseguir com o espírito voltado para o bem, de tal forma, que as paixões primitivas cedam lugar às peregrinas virtudes descendentes do amor.
Desesperada, a criatura humana suplica misericórdia, e os céus generosos fazem chover sobre a terra as messes de misericórdia e de encorajamento para a vida.
Não vos deixeis contaminar pelos desequilíbrios que grassam, pelo vírus do horror, que leva a vida aos patamares mais sofridos. Erguei-vos em pensamentos e em ação Àquele que nos prometeu estar conosco em qualquer circunstância para que pudéssemos ter vida e vida em abundância.
Filhos da alma, vossos guias espirituais adejam ao vosso lado como aves sublimes de ternura, aguardando a oportunidade de manter convosco intercâmbio iluminativo.
Não vos permitais o luxo da negativa às suas inspirações gloriosas. Não recalcitreis ante o espinho cravado nas carnes da alma de que necessitais momentaneamente.
Desde quando conhecestes Jesus, tendes o descer de demonstrar-lhe fidelidade e amor, basta-vos abrir os sentimentos de fraternidade e de misericórdia para com todos aqueles que sofrem, perdoando-vos os equívocos e perdoando as agressões que vos chegam ameaçadoras.
Ninguém a sós, em nome desses espíritas, que comparecem a este evento há cinquenta e nove anos sucessivamente.
Nós vos conclamamos à diretriz de segurança para uma existência de paz. Amar! Sede vós aqueles que amam. Rejeitados, menosprezados e até perseguidos, aureolai-vos no amor para que se exteriorizem os sentimentos sublimes do Cordeiro de Deus e em breve possamos ver bebendo no mesmo córrego, o lobo e o cordeiro, os bons e os ainda maus, fascinados pela água pura do Evangelho libertador.
Ide em paz, meus filhos, retornai aos vossos lares e buscai a luz da verdade que dissipa a ignorância e que anula a treva.
Jesus conta convosco na razão direta em que com Ele contamos. Abençoe-nos o incomparável amigo Jesus e dê-nos a sua bênção de paz.
Com muito carinho, o servidor humílimo e paternal de sempre, Bezerra
Divaldo Pereira Franco. Pelo Espírito Bezerra de Menezes. Psicofonia de Divaldo Pereira Franco, na conferência de encerramento da 59ª Semana Espírita de Vitória da Conquista, em 9.9.2012.

recompensa nenhuma chico xavier

 

Depoimento de Bezerra de Menezes

Publicado pelo reformador em 15 de outubro de 1892

Nasci e criei-me, até aos 18 anos, no seio de uma
família tradicionalmente católica, que levava a sua
crença até à aceitação de um absurdo, por mais
repugnante que fosse, imposta à fé passiva dos crentes, pela
Igreja Romana.
Aprendi aquela doutrina e acostumei-me às suas
práticas, mas empiricamente, sem procurar a razão da
minha crença.
Dois pontos,entretanto, me apareciam luminosos no
meio daquela névoa; eram:a existência da alma, responsável
por suas obras, e a de Deus, criador da alma e de tudo o que existe.
Ao demais, eu considerava sagrado tudo o que
meus pais me ensinavam a crer e a praticar: a religião católica,
apostólica, romana.
Aos 19 anos, e naquela disposição de espírito, deixei
a casa paterna, para vir fazer meus estudos na capital do
Império, onde vivi, mesmo no tempo de estudante, por
minha conta, sem ter a quem prestar obediência.
Continuei na crença e práticas religiosas que eu trouxe
do berço, mas na convivência com os moços, meus colegas,
em sua maior parte livres pensadores, ateus, comecei
batendo-me com eles e acabei concorde com eles,
parecendo-me excelso não ter a gente que prestar conta de
seus atos.
Não foi difícil esta mudança, pela razão de não ser
firmada em fé raciocinada a minha crença católica; mas,
apesar disto, a mudança não foi radical, porque nunca pude
banir de todo a crença em Deus e na alma.
Houve em mim uma perturbação, de que nasceu a
dúvida, Fiquei mais céptico do que cristão e cristão somente
por aqueles dois pontos.
Em todo o caso deixe de ser católico e via os meus
dois pontos luminosos por entre as nuvens.
Casei-me com uma moça católica, a quem amava de
coração e sempre respeitei suas crenças, guardando nos seios
de minha alma a descrença.
No fim de quatro anos, fui subitamente batido pelo
tufão da maior adversidade que me podia sobrevir: minha
mulher me foi roubada pela morte, em 20 horas, deixando-me
dois filhinhos, um de 3 anos e outro de 1.
Aquele fato produziu-me um abalo físico e moral, de
prostrar-me.
As glórias mundanas, que havia conquistado mais por
ela que por mim, tornaram-se aborrecidas, senão
odiosas, e, como delas, coisas da terra, eu não via nada,
nada encontrei que me fosse de lenitivo a tamanha dor.
Sempre gostei de escrever, mas inutilmente tentava
fazê-lo, porque, no fim de poucas linhas, tédio mortal se
apoderava de mim.
A leitura foi sempre a minha distração predileta, mas
dava-se este respeito o mesmo que a respeito de escrever:
abria um, outro, outro livro sobre ciência, sobre literatura,
sobre o que quer que fosse, mas não tolerava a leitura de
uma página sequer.
Um dia, meu companheiro de consultório trouxe da
rua um exemplar da Bíblia, tradução do padre Pereira de
Figueiredo, entressachado de estampas finíssimas.
Tomei o livro, não para ler, que já não tentava
semelhante exercício, mas para ver as estampas, com
verdadeira curiosidade infantil.
Passei todas em revista, mas,no fim, senti desejo de
ler aquele livro que encerrava minhas perdidas crenças, e
também porque era vergonha para um homem de letras
dizer que nunca o lera.
Comecei, pois, e esqueci-me a ler o belo livro, até
perder a condução para minha casa; e, depois que cheguei
à residência, sentia prazer que voltaria a lê-lo!
Eu mesmo fiquei surpreendido do que se passava em
mim!
li toda a Bíblia e, quanto mais lia, mais vontade tinha
de continuar, fruindo doce consolação com aquela leitura.
Quando acabei, eu sentia a necessidade de crer, não
nessa crença imposta à fé, mas numa crença firmada na
razão e na consciência.
Onde lhe descobrir a fonte?
Atirei-me à leitura dos livros sagrados, com ardor,
com sede; mas sempre uma falha ao que meu espírito
reclamava.
Começaram a aparecer as primeiras notas espíritas
no Rio de Janeiro; mas eu repelia semelhante doutrina, sem
conhecê-la nem de leve! Somente porque temia que ela
perturbasse a tal ou qual paz que me trouxera ao espírito a
minha volta à religião de meus maiores, embora com
restrições.
Um colega (Dr. Joaquim Carlos Travassos),porém
tendo trazido O Livro dos Espíritos,d e Allan Kardec,
fez-me presente de um exemplar, que aceitei, por cortesia.
Deu-no na cidade, e eu morava na Tijuca, a uma hora
de viagem de bonde.
embarquei assim, abri o livro e prendi-me a ele, como
aconteceu com a Bíblia.
lia, mas não encontrava nada que fosse novo para o
meu espírito, e entretanto tudo aquilo era novo para mim.
dava-se em mim o que acontece muitas vezes a quem
muito lê, e que um dia encontra uma obra onde se lhe
deparam ideias, que já leu, mas que não sabe em que autor.
Eu já tinha lido e ouvido tudo o que se acha em O
Livro dos espíritos, mas eu tinha a certeza de nunca haver
lido obra alguma espírita,e, portanto,me era impossível
descobrir onde e quando me fora dado o conhecimento de
semelhante ideias!
Preocupei-me seriamente com esta fato que me era
maravilhoso e a mim mesmo dizia: parece que eu era espírita
inconsciente, ou, como se diz vulgarmente, de nascença, e
que todas essa vacilações que meu espírito sentia eram
marchas e contramarchas que ele fazia, por descobrir o que
lhe era conhecido e, porventura, obrigado a isto.
Eis o que fui em que crença vivi, até que me tornei
espírita.
Apesar de convencido da verdade do Espiritismo, eu
nunca tinha assistido, nem confirmado sequer da comunicação
dos Espíritos.
tendo sido atacado de dispepsia, que me reduziu a
um estado desesperador, sem que me tivesse proporcionado
o menor alívio a medicina oficial, apesar de ter eu recorrido
aos mais notáveis médicos desta capital, resolvi,depois de
um sofrimento de 5 anos, recorrer a um médium receitista,
em que muito se falava, o Sr. João Gonçalves do Nascimento.
Eu não acreditava nem deixava de acreditar na
medicina medianímica, e confesso que propendia mais para
a crença de que o tal médium era um especulador.
Em desespero de causa, porém, eu recorreria a ele,
mesmo que soubesse ser um curandeiro.
Tentava um recurso desesperado, e fazia uma
experiência sobre a mediunidade receitista.
Era preciso,porém, visto que se tratava de uma
experiência, que eu tomasse todas as cautelas, para que ela
me pudesse dar uma convicção fundada.
Combinei com o Dr. Maia de Lacerda, completamente
desconhecido de tal médium, ser ele que fizesse
pessoalmente a consulta, recomendando-lhe que assistisse
os trabalhos do médium, enquanto este escrevesse, e pedisse-lhe
o papel, logo que acabasse de escrever; porque bem
podia ter ele um médico hábil, por detrás do reposteiro,
que lhe arranjasse aquelas peças.
É verdade que um médico, não saberia de que se
tratava, visto que só dava ao médium o nome de batismo e
a idade dos consulentes, não poderia adivinhar-lhe os
sofrimentos, mas,em todo o caso, eu queria ter a certeza de
que era exclusivamente do médium, homem completamente
ignorante de medicina.
O Dr. Lacerda fez como lhe recomendei, e trouxe-me
o que, a meu respeito escreveu o médium, que não podia
reconhecer-me por meu nome próprio, “Adolfo”,não só
porque a muitas pessoas com este nome, como porque
sou conhecido geralmente por Bezerra de Menezes, e bem
poucos dos que não entretêm relações íntimas comigo
sabem que me chamo Adolfo.
Tomei o papel que dizia:
O teu órgão, meu amigo(era o Espírito que falava ao
médium),não é suficiente para satisfazer este consulente,
em vista das circunstâncias de sua elevada posição social
(eu era membro da Câmera dos Deputados)e principalmente
de sua proficiência médica.
Entretanto, como não dispomos de outro, faremos
com ele o mais que pudermos.
“Vejo do organismo consultante…”;seguia-se uma
descrição minuciosa de meus sofrimentos e suas causas
determinantes, tão exatos aqueles, quanto perfeitamente
fisiológicas estas.
Não posso descrever o abalo que me produziu este
fato estupendo!
Segui o tratamento espírita, e os que os mestres da
Ciência não conseguiram em cinco anos, Nascimento
obteve em três meses.
Em três meses, eu estava completamente curado;
estava forte, comia e dormia perfeitamente bem, era um
homem válido, em vez de um valetudinário.
Logo após este fato, deu-se me o de ser minha segunda
mulher condenada como tuberculosa em segundo para
terceiro grau, por importantes médicos, e disse Nascimento
o que consultei, com as precisas cautelas para ele não saber
de quem se tratava:
Enganam-se os médicos que diagnosticaram
tuberculose(quem lhe disse que os médicos haviam feito
tal diagnósticos?).
Esta doente não tem tubérculo algum. Seu sofrimento
é puramente uterino,e, se for convenientemente tratada,
será curada.
“Se os médicos soubessem a relação que existe entre
o útero, o coração e o pulmão esquerdo, não cometeriam
erros com este.”
Sujeitei a minha doente, já que tinha febres, suores e
todos os sinais da tisica em grau avançado, ao tratamento
espírita, e em poucos meses tudo aquilo desapareceu, e já
criado quatro filhos, sem mais sentir nenhum incomodo
nos pulmões.
Como resistir a evidência de fatos tais?
Depois deles comecei as investigações experimentais
sobre os vários pontos da doutrina, e posso afirmar, daqui,
que tenho verificado, quando é permitido ao homem
alcançar em certeza, a perfeita exatidão de todos os
princípios fundamentais do espiritismo.
Não cabe num trabalho desta ordem referir o resultado
experimental alcançado sobre cada um, e por isto me limito
a dizer:
O espiritismo é para mim uma ciência, cujos
postulados são demonstrados tão perfeitamente como se
demonstrasse o peso de um corpo.
Nada me impressionou mais do que ver um homem,
sem conhecimentos médicos, até sem instrução regular,
discorrer sobre moléstias, com proficiência anatômica e
fisiológica, sem claudicar, como bem poucos médicos o
podem fazer.
Mas do que isto, porém,é, para impressionar, ver
dizer um indivíduo, que não se conhece, que não se
examina, que não se colhem se quer informações, e
não se sabe senão a idade dizer, em tais condições, que
sofre de tais moléstias, com tais e tais complicações, por
tais e tais causas, e confirmar o diagnostico pelo resultado
eficaz do tratamento aplicado naquele sentido.
Tive, porém,de muitas experiências pessoal, como fato
que muito me impressionou.
Eu estava em tratamento com o médium receitista
Gonçalves Nascimento, e este costumava mandar-me os
vidros, logo que eu acabava uma prescrição, por um primo
meu, estudante de preparatórios, que morava em minha
casa, na Tijuca, a uma hora de viagem da cidade.
Meu primo costumava, sempre que me trazia os
remédios(homeopáticos)da casa do Nascimento, entregar-me
os vidros em mão, e nunca, durante três meses que já
durava meu tratamento, me trouxe do médium recado por
escrito, senão simplesmente os vidros de remédios, tendo
no rótulo a indicação do modo pelo qual devia ser tomado.
Um dia deixei de ir à Câmara dos Deputados, de que
fazia parte, e, pelas duas horas da tarde, passeava,na
varanda, lendo uma obra que me tinha chegado as mãos,
quando me apareceu um vizinho, Sr.Andrade Pinheiro,
filho do Presidente da Relação de Lisboa, e moço de
inteligência bem cultivada.
O Sr. Pinheiro não conhecia o Espiritismo, senão de
conversa, e como eu fazia experiência em mim, ele
aproveitava a minha experiência, para fazer juízo sobre a
verdade ou falsidade da nova Doutrina.
Depois dos primeiros comprimentos, perguntou-me
como ia eu com o tratamento espírita.
Respondi lhe com estas palavras: “Estou bom; sinto
apenas uma dorzinha nos quadris e uma fraqueza nas costas,
como quem está cansado de andar muito.”
Conversamos sobre o fato de minha cura em três
meses, quando nada alcancei com a medicina oficial, em
cinco anos, e passamos a outros assuntos, até que, uma hora
pouco mais ou menos depois, entrou meu primo com os
vidros de remédios e com um bilhete, escrito a lápis, que
me mandava Nascimento e que dizia:
“Não, meu amigo, não estás bom como pensas.
Esta dor nos quadris, que acusas, esta fraqueza das
coxas, são a prova de que a moléstia não esta de todo
debelada.
És médico e sabes que muitas vezes elas parecem
combatidas, mas fazem erupções, por ventura perigosas.
Tua vida é necessária; continua teu tratamento.”
É fácil compreender a surpresa, a admiração, o abalo
profundo que produziu na minha alma um fato tão fora de
tudo o que tinha vista em minha vida.
Repetiram-se, da cidade, textualmente, as minhas
palavras, como só poderia fazer quem estivesse ao alcance
de ouvi-las!
Efetivamente, calculado o tempo que leva o bonde da
casa do Nascimento à minha, reconhecemos, eu e Pinheiro,
que aquela respostas me fora dada, na cidade, precisamente
à hora em que eu respondia, na Tijuca, à interpelação de
meu visitante.
Pode haver fatos mais importantes no domínio do
Espiritismo; eu porém, não tive ainda nenhuma que me
impressionasse como esse, e, atendendo-se ao tempo em
que ele se deu(quando eu estava sujeitando à prova
experimental a nova Doutrina),compreende-se que
impressão poderia causar-me.
Creio que se eu fosse ainda um incrédulo desses que
fecham os olhos para não ver, ainda assim não poderia
resistir à impressão que me causou semelhante fato.
Saulo não teve, mais do que eu teria, razão para fazer-se
Paulo.
Influência física, nenhuma senti; porém, moralmente
sou outro homem.
Minha alma encontrou finalmente onde pousar, tendo
Deixado os espaços agitados pelo vendaval da descrença,
da dúvida, do cepticismo, que devasta, que esteriliza, que
caucina, se assim me posso exprimir, recordando as torturas
de que sente a necessidade de crer, mas não encontra onde
assentar sua crença.
E não encontrava onde assentar sua crença, porque
o ensino de Jesus, que numa força intrínseca e uma disposição
psíquica me levaram a procurar, como o nauta perdido na
vastidão dos mares procura o norte me era oferecido sobe
um aspecto impossível de acomodar-se com um sentimento
íntimo, instrutivo, exato, que me desse a razão e a
consciência de ali estar a verdade; mas a verdade não é aquilo.
Ah! A Igreja Romana! A Igreja Romana!
O Cristianismo nunca terá tão formidável inimigo!
O materialismo nunca terá aliado tão prestimoso!
Eu já disse como, antes de aceitar o Espiritismo, vivi a
fugir de toda a crença religiosa, por não poder aceitar uma
que impõe à fé, por decreto de seus ministros, e a ser
arrastado para essa mesma crença, que não podia aceitar,
como se mão amiga me arrastasse para o cascalho, dentro
do qual estava incrustado o brilhante.
Eu já disse como me abracei com o cascalho para não
rolar no abismo da descrença, e como aquela mão me
impeliu para ele, quebrou-o a meus olhos, e me fez patente
o brilhante nele contido.
Minha alma encontrou finalmente onde pousar!
Posso dizer o meu “credo” espírita, com aplauso de
minha consciência, e não por força de uma autoridade que
se arroga o dinheiro de impor a fé.
Nestas condições, tendo encontrado a linfa que me
saciou a sede de crer, posso ser mais o que era antes?
A moral cristã, iluminada pelos inefáveis princípios
do Espiritismo, não pode deixar de modificar, para melhor,
a quem cultiva não somente por dever, mas também e
principalmente por nela ter encontrado a paz do espírito!
Não sou, por minha fraqueza, o que ela deve fazer do
coração humano; não posso julgar, sem incorrer em orgulho
ou falsa modéstia; mas posso assegurar que ja compreendo
os meus deveres para com Deus, para com os meus
semelhantes, de um modo diverso, acentuadamente mais
elevado, que antes de ser espírita.
Julgo, pois, que me é lícito dizer que as novas opiniões
acarretaram para mim sensível modificação moral.
E, para confirmá-lo, basta consignar este fato:
Antes de ser espírita, só pensar em perder um filho,
fazia-me mentalmente blasfemar, punha-me louco.
Depois de espírita, tenho perdido quatro filhos adorados,
e depois de criados, louvando e agradecendo ao,
Pai de amor ter provado, por aquele modo, minha
obediência a seus sacrossantos decretos.
Livro:”Saúde do Espírito”
Espírito:”Bezerra de Menezes”

amar sempre bezerra de menezes

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