MENSAGEM ESPÍRITA DE PÁSCOA

Na doutrina Espirita, segundo os Espíritos na ressurreição, o que houve foi uma aparição do corpo espiritual que é algo natural. A vida de Jesus é cheia de exemplos. A origem da palavra Páscoa é judaica e significa, “PESSACH”, passagem em hebraico, dia em que se comemora a libertação do povo Hebreu do cativeiro.

O Significado da Páscoa na Doutrina Espírita

A cachoeira se apresenta como ápice de uma fonte viva, que percorrendo distâncias como rio, finaliza sua viagem em passagem de potência, revigoramento e beleza .Todos aqueles que se banham em semelhantes águas, renovam energias, experimentando sensações de vigor e refazimento.
O significado histórico da Páscoa, repousa raízes no Judaísmo, mas foi absorvido e alterado pelo mundo cristão.
Para os judeus, a Páscoa é a celebração que relembra a libertação do povo hebreu, após 400 anos de escravidão no Egito.
Já para o católicos cristãos celebra-se a ressureição de Jesus após a crucificação. A celebração inicia-se no Domingo de Ramos e termina no Domingo de Páscoa, período compreendido como Semana Santa.
Todas essas decorrências estão plenas de significados, mas deitando nosso olhar para as primeiras origens desta celebração, vamos encontrar nas antigas tribos politeístas um tributo à primavera e a deusa da fertilidade e o Mestre. É a partir desta raiz histórica, que surge a relação da Páscoa com ovos( nos tempos modernos, de chocolate…) e com a lebre, ícone das festividades tribais, que marcavam a passagem do rigoroso inverno europeu para o período fértil da primavera.
No Judaísmo a palavra Peseach significa “passagem”.
O vocábulo busca traduzir o ápice das pragas do Egito que atingiram as terras e os interesses do faraó do êxodo, no período de Moisés:
Um anjo da morte visita o Egito e para evitar as mortes dos primogênitos, os fiéis hebreus marcam com o sangue de um cordeiro a porta de entrada de suas casas. Este era o sinal para que os filhos daquele lar fossem poupados da morte, e o anjo passava … .
Uma outra tradição hebraica tem relação com o cordeiro no período da Páscoa: a família judaica acolhia por uma semana um cordeiro para viver com eles dentro de casa. Na convivência, estabeleciam-se vínculos afetivos e de sentimentos com o animal, e no entardecer da sexta-feira, este era sacrificado. Se alimentar do cordeiro da Páscoa era uma experiência de dor, de desilusão com vistas ao exercício da libertação, pela perda de alguém amado.
Neste aspecto, já caminhamos aqui, para uma inter-relação com uma simbologia mais próxima dos preceitos da Doutrina Espírita.
Lembremo-nos da última ceia de Jesus com os apóstolos.
(Mt 26:17-19/Mc 14:12-16 e Lc 22:14-23).
Jesus conviveu com proximidade durante 3 anos com os discípulos. Durante a ceia pascal (tradição hebraica) Jesus se reúne com os apóstolos e diz: “ Não mais beberei, a partir de agora ,deste fruto da videira, até aquele dia em que beba convosco ,(vinho) novo, no Reino de meu Pai” ( Mt 26:29)
O Mestre se despedia dos 12 apóstolos. Ele dizia, um de vocês vai me entregar e trair. Estou me despedindo de vocês. Vou para o plano espiritual. Voltarei ao Pai. Vocês vão experienciar a dor da perda, e a crise da morte será um portal para que eu continue a amparar vocês e a cuidar da expansão do Cristianismo.
E ecoando as derradeiras falas de Jesus e desdobrando seu simbolismo, a Doutrina Espírita, codificada por Allan Kardec , no século 19, vai emoldurar a essência e beleza da mensagem do Mestre atestando ao mundo, que a vida não cessa.
Que todos os cristãos espíritas possam nesta Páscoa, se recordar de Jesus e celebrar em sua memória, o teor primeiro de sua missão : a libertação da escravidão da matéria, e o viver sem amarras com vistas a existência futura ,no plano espiritual.
Não permitamos que os ovinhos de chocolate e os coelhinhos da Páscoa
tirem a essência da celebração deste momento que é o profundo amor de Deus por nós e a imortalidade da alma.
Para os espíritas, a Páscoa propõe uma experiência de Deus. De amar e de sentir amado.
Cristo, foi o cordeiro de Deus, se imolou por nós.
Na passagem da cruz se ungiu de sangue,
De perdão e misericórdia ,
Para sinalizar o caminho,
A abertura das águas,
não mais vermelhas, do Mar Morto,
Apontando para a libertação e o consolo.
A celebração da vida.
A imortalidade da alma.
Carta de Paulo aos Gálatas; 2:20
“ Já não sou eu que vivo, mas é cristo que vive em mim. E a vida que agora tenho na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus que me amou e a si mesmo se entregou por mim”
Boa Páscoa.
CEERJ

Mensagem Espírita de Páscoa

Jesus, quando esteve …na terra, trouxe uma mensagem totalmente inovadora, baseada no perdão, no amor e na caridade.
Para aquele povo ainda tão materialista e primitivo foi difícil aceitar um novo Messias manso e pacífico, quando esperava um líder guerreiro e libertador da escravidão.
Os governantes da época temeram ser ele um revolucionário que ameaçaria o poder por eles constituído.
Por esses motivos, Jesus foi condenado à morte, crucificado, maneira pela qual os criminosos eram executados. Como um ser de elevada evolução, reapareceu em espírito – não em corpo material – aos apóstolos e a várias pessoas.
Assim ele comprovou a existência do espírito, bem como a sobrevivência após a morte física e incentivou a continuidade da divulgação de sua mensagem, missão essa desempenhada pelos apóstolos e seus seguidores.
A ciência já comprovou a impossibilidade da ressurreição, ou seja, voltar a viver no mesmo corpo físico após a morte deste, pois poucos minutos após a morte os danos causados ao cérebro são irreversíveis, já se iniciando o processo de decomposição da matéria.
Jesus, portanto, só se mostrou com o seu corpo perispirítico, o que explica o fato de só ter sido visto pelos que ele quis que o vissem. Se ele ressuscitasse em seu corpo carnal estaria contrariando as leis naturais, criadas por Deus.
Sabemos que para Deus nada é impossível, portanto poderia Ele executar milagres.
Mas iria Ele derrogar as leis que Dele próprio emanaram?
Seria para atestar seus poderes?
O poder de Deus se manifesta de maneira muito mais imponente pelo grandioso conjunto de obras da criação e pela sábia previdência que essa criação revela, desde as partes mais gigantescas às mínimas, como a harmonia das leis que regem o universo.
Através do Espiritismo compreendemos que não existem milagres, nem fatos sobrenaturais.
A Doutrina codificada por Allan Kardec não possui dogmas, rituais, não institui abstinências alimentares, nem possui comemorações vinculadas a datas comerciais e cívicas. Por isso os espíritas não comemoram a morte nem o reaparecimento de Jesus.
O Espiritismo nos ajuda a entender os acontecimentos da passagem de Jesus no plano terra e esclarece que a Páscoa é uma festividade do calendário adotada em nossa sociedade por algumas religiões.
Para os espíritas a Páscoa, como qualquer outro período do ano, deve ser um momento de reflexão, estudos e reafirmação do compromisso com os ensinamentos do mestre, a fim de que cada um realize dentro de si, e no meio em que vive, o reino de paz e amor que ele exemplificou.
O maior milagre que Jesus operou, o que verdadeiramente atesta a sua superioridade, foi a revolução que os seus ensinamentos produziram no mundo, apesar da exiguidade dos seus meios de ação.
Texto Publicado no Boletim informativo do Grupo Espírita Seara do Mestre.

Prece a Maria de Nazaré

Oh! SANTÍSSIMA, MÃE AMADA E BENDITA,
somos Teus filhos errantes, andarilhos passageiros,
peregrinos limitados na carne e no sangue.
Vez ou outra, por invigilância nossa,
perdemo-nos num mar infindo de dor e de lágrimas,
indo e vindo, de lá pra cá, sem rumo, sem direção…
Pedimos, AMADA, envolve-nos em Tua proteção…
Incentive-nos os passos, direcione a nossa vida,
pois somos espíritos desejosos de crescer e evoluir, mas ainda diminutos e falhos…
Inspire-nos o pensamento…
Indique-nos o melhor caminho para chegar em TEUS braços.
Oh! MARIA, DOCE MÃE de todos nós,
Acolhe-nos em Tua seara!
Cubra-nos com TEU manto radiante de luz e esplendor.
Dai-nos força diante das atribulações da vida,
sabedoria nas escolhas, ternura na alma, confiança, coragem, esperança e fé!
Oh! DELICADA SENHORA!
Plenifica-nos de TI!
Abençoa-nos com Teu olhar de afeto…
Adoça-nos os sentimentos, as intenções…
Alumia os nossos pensamentos, os nossos corações, a nossa existência…
Sê conosco, ALTÍSSIMA, agora e sempre!
Texto: Claudia Perotti

Meu ser…

Que meu ser seja iluminado pelas benesses para que posso fazer algo por aqueles que sofrem.
Que meu ser possa fazer parte da sua história deixando a ti uma lição de Amor.
Que meu ser tenha a sensação de felicidade na ajuda do meu próximo.
Que meu ser caminhe por águas calmas, a fim de acalmar aqueles que se perderam em suas tempestades.
Que meu ser não se deixe esmorecer pelas intempérie que a vida possa me proporcionar.
Que meu ser encontre a paz verdadeira acalmando meu espírito e dando perseverança e fé ao meu coração.
Que meu ser não vire as costas para aqueles que procuram ajuda.
Que meu ser saiba que fora da Caridade não há salvação.
Que meu ser saiba contemplar as belezas que Deus colocou em nossas vidas.
Que meu ser possa estar envolto por espíritos de luz me acalmando e dando paz ao meu coração.
Que meu ser possa chegar a seu ser, fazendo que nos tornemos motivo de paz aos irmãos que se perderam em suas dores.
Que meu ser alcance a plenitude do amor de Deus e que possamos ser mais consolador que consolado.
ALOÍZIO LIBUTTI FILHO

Obreiros da Vida

Enquanto soam as melodias da esperança, cantando a música do trabalho nos ouvidos da vida, porfia na fidelidade ao dever.
Enquanto a Terra se reverdece e uma primavera brota do caos das dissipações generalizadas, prenunciando o largo dia do Senhor, prossegue em atividade.
Enquanto as perspectivas sombrias do desastre e da guerra campeiam, curva-te ante as leis de seleção que realizam o Ministério Divino, a fim de modificar a estrutura do Orbe na sua inevitável transformação para Mundo Regenerador. E não obstante a ingente tarefa a que és convocado, sê daqueles que adquirem dignidade no culto da realização nobre produzindo em profundidade e com a perfeição possível.
Armado como te encontras, com os sublimes instrumentos do discernimento e da razão, sobre a estrutura de fatos inamovíveis, sê dos que edificam o santuário da paz universal sobre os pilotis da renúncia, vencendo as ambições desmedidas e as vaidades Injustificáveis.
Não te importes saber donde vieste, não te convém examinar o que és; interessa-te em observar o que produzes e o que deixas de produzir.
Se os teus celeiros de luz se encontram abarrotados pelos grãos da Misericórdia ou com o feno inútil que os transformou em depósito de treva e de dissensões a responsabilidade é tua.
Se até ontem padronizaste o comportamento pelo equívoco, não te é lícito doravante repetir enganos e insistir em engodos. Vives na Terra o instante definitivo da grande batalha e Jesus necessita de alguns estoicos servidores que a Ele se entreguem totalmente, para o combate final.
*
Estão espalhadas em vários pontos do Planeta as fortalezas da esperança onde se resguardam os lidadores do amanhã.
Convém ressaltar que o Senhor nos reuniu a todos, não pelo império caprichoso do acaso, nem pela ingestão mirabolante do descuido, ou pela contingência precária das nossas manifestações gregárias alucinadas, mas por uma predeterminação de Sua sabedoria, que nos convocou, devedores e credores reunidos, cobradores inveterados e calcetas para a regularização dos débitos pesados a fim de nos reajustarmos à lei sublime do Amor, longe das subalternidades das paixões. Não permitamos, assim, que medrem sentimentos inferiores na nossa gleba de luz, não deixemos que o descuido de uns ou a invigilância de outros nos surpreendam no posto do nosso combate, transcorridas tantas lutas, assinaladas pelas ações nobres, após tantos anos de perseverança no dever, depois de tantas esperanças que fomos obrigados a adiar e tantas ilusões que asfixiamos na realidade da vida.
Não disseminemos os grãos da desídia nem deixemos que a semente nefária da emotividade subalterna desenvolva em nosso lar, em nossa família ampliada, os gérmens virulentos das manifestações amesquinhantes, capazes de nos enfermarem o organismo ciclópico da alma, tombando-nos adiante e deixando-nos na retaguarda.
Todos nós, nós todos, somos peças importantes quão valiosas das determinações divinas neste momento azado e estamos sob vigilância rigorosa da fatuidade e da idiossincrasia, sofrendo a pressão das forças baixas da animalidade, que pretendem conspirar contra o espírito do Cristo, que vive dentro de nós, em torno de nós, conduzindo-nos a todos.
É necessário não negligenciar atitude, não ceder ao mal e orar, orar sempre.
Não há porquê recearmos, sejam quais forem as conjunturas, mesmo as aparentemente adversas que nos sitiem, pois não temos sequer um motivo falso para sob êle nos albergarmos justificando a ausência da excelsa misericórdia Divina que nos protege, que nos ampara, aquiescendo nas negociatas da usurpação e do êrro, da frivolidade e do conúbio com a insensatez. Não estamos diante de uma gleba cuidada por “meninos espirituais”.
Assim sendo, melhor seria que nos alijássemos espontaneamente do dever, a que nos constituamos pedra de tropêço na Obra do Cristo, neste momento de decisão.
Impõe-se examinar as suas disposições para adquirires maioridade espiritual nas tuas decisões imortalistas, diante das tarefas assumidas com o Senhor, na pauta do teu progresso espiritual, com a visão colocada no futuro dilatado.
*
Esforça-te, vencendo o adversário oculto que reside na plataforma do eu enfermo, e, combatendo-o aguerridamnente com as armas superiores do amor e da perseverança, não recalcitres mais, não te permitas a negligência da ociosidade, nem o sonho utópico do prazer chão que obscurece os painéis da alma e entorpece as aspirações para voos mais altos.
Como as “más palavras, corrompem os costumes”, os pensamentos frívolos intoxicam o espírito.
Um dia, o sublime Espírito do Cristo desceu à Terra para fundar um Reino e atirou os alicerces da sua construção na alma humana dando início à edificação de um País como jamais alguém houvera sonhado – O Reino d’Ele está em todos nós, pedras angulares que nos tornamos, do edifício da esperança, para a futura humanidade feliz.
Enquanto raia nova aurora para o homem melhor, levanta-te obreiro da Vida para o trabalho sublime do Reino de Deus que já está na Terra e no qual te encontras engajado desde ontem para o breve término, quando o Senhor tomará das tuas e das nossas mãos alçando-nos, pelas asas da prece, à plenitude vitoriosa do espírito vencedor da matéria e da morte.
*
“Pois digno é o trabalhador do seu salário”. Lucas: capítulo 10º, versículo 7.
*
“Á cada um a sua missão, a cada um o seu trabalho. Não constrói a formiga o edifício de sua república e imperceptíveis animálculos não elevam continentes? Começou a nova cruzada. Apóstolos da paz universal, que não de uma guerra, modernos São Bernardos, olhai e marchai para a frente: a lei dos mundos é a do progresso”. Fénelon (Poitiers, 1861.). Evangelho Segundo o Espiritismo. Capítulo 1º — Item 10, parágrafo 3.
FRANCO, Divaldo Pereira. Florações Evangélicas. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 4.

DESAPARECIMENTO DO CORPO DE JESUS:

O Espiritismo não crê na ressurreição do corpo físico. Para o Espiritismo não há milagres. O milagre no sentido teológico constitui uma derrogação das leis da natureza pelo próprio Deus. As leis naturais sendo perfeitas, não há necessidade de Deus derroga-las. A perfeição de Deus se mostra muito mais pelo conjunto de suas leis do que por derrogações arbitrárias das mesmas. Kardec trata desse assunto na sua obra Gênese Capítulo XIII – Caracteres dos milagres.
Jesus, como diz a doutrina e o próprio evangelho, teve um corpo fluídico e um corpo físico. Se jesus tivesse apenas um corpo fluídico, como diziam os docetistas no passado, e como dizem hoje os roustainguista, se fosse apenas um agênere, seria um farsante. Sua vida teria sido um simulacro, simulando seu nascimento, seu crescimento, suas dores, suas necessidades, etc. Kardec na obra Gênese vai dizer:
“Se Jesus houvesse estado, durante sua vida, nas condições dos seres fluídicos, não teria experimentado nem a dor, nem nenhuma das necessidades do corpo. Supor que tenha sido assim, é tirar-lhe todo o mérito da vida de privações e de sofrimentos que havia escolhido como exemplo de resignação. Se tudo nele fosse aparência, todos os atos da sua vida, o anúncio reiterado da sua morte, a cena dolorosa no Jardim das Oliveiras, sua prece a Deus para afastar o cálice de seus lábios, sua paixão, sua agonia, tudo, até o último brado, no momento de entregar o seu espírito, não teria passado de um vão simulacro para enganar quanto à sua natureza e fazer crer no sacrifício ilusório da sua vida, uma comédia indigna de um simples homem honesto, e com mais forter razão de um ser tão
superior. Numa palavra: Jesus teria abusado da boa-fé dos seus contemporâneos e da posteridade. Essas são as consequências lógicas dessa teoria, consequências que não são admissíveis, porque o rebaixariam moralmente, em lugar de o elevarem”.
FONTE: Gênese – Capitulo XV item 66.
Mas se Jesus teve um corpo físico e não ressuscitou, o que ocorreu com o seu corpo físico? Por qual motivo os apóstolos não o teriam visto quando foram lhe procurar na tumba? Kardec vai explicar num item do mesmo capitulo que foi cortado na quinta edição. Nesse item Kardec vai dizer que podemos explicar pelo espiritismo, afastado a hipótese de roubo do corpo, por transporte ou invisibilidade. Vide:
“Se os espíritos ainda não resolveram a questão pela unanimidade dos seus ensinamentos, é porque certamente ainda não chegou o momento de fazê-lo, ou porque ainda faltam conhecimentos com a ajuda dos quais se poderá resolvê-la pessoalmente. Entretanto, se a hipótese de um roubo clandestino for afastada, poder-se-ia encontrar, por analogia, uma explicação provável na teoria do duplo fenômeno dos transportes e da invisibilidade”.
FONTE: Gênese – Capitulo XV item 67.
Kardec vai explicar o fenômeno da invisibilidade e do transporte no O Livro dos Médiuns, caps. IV e V.
Mas disso surge outra pergunta. Por qual motivo isso teria ocorrido? Por qual motivo o corpo físico de Jesus que ficou na tumba teria sofrido o fenômeno da invisibilidade e do transporte? Ora, se os apóstolos, depois de virem a aparição tangível do perispírito de Jesus, tivessem visto o corpo na tumba, teriam achado que a aparição era uma mera ilusão, uma alucinação. Isso teria lhes enfraquecido a confiança na imortalidade da alma. Depois o consolador viria, para esclarecer os homens as partes obscuras do evangelho.
Texto de Eric Tavares Pacheco

MOMENTOS DE DECISÃO 

Todos nós temos todo tempo do mundo e o livre-arbítrio para aperfeiçoar o nosso espírito, entretanto, para chegarmos as esferas felizes a pressa depende unicamente do nosso esforço no caminho do bem.
Vera Jacubowski

Os motivos que realmente levaram Cristo para a cruz

A ocupação do templo e a expulsão dos comerciantes foram consideradas atos terroristas, crimes gravíssimos e uma afronta aos sacerdotes líderes do povo judeu
Jesus já incomodava os chefes da igreja hebraica há alguns anos, suas expedições pelas regiões mais pobres da Judeia, curando aleijados, dando de comer aos pobres, ensinando pessoas a dividir o pão e a afrontar cobradores de impostos, levaram o sistema a considerar Jesus Cristo como um problema social a ser combatido, um vírus que cada vez mais infectava pessoas e as rebelavam contra o status quo.
De todas as histórias contadas sobre a vida de Jesus de Nazaré, há uma – retratada em inúmeras peças de teatro, filmes, pinturas e sermões de domingo – que, mais do que qualquer outra palavra ou ação, ajuda a revelar quem era Jesus e o que ele quis dizer. É um dos poucos eventos do ministério do líder religioso atestado por todos os quatro evangelhos canonizados – Mateus, Marcos, Lucas e João – o que acrescenta alguma medida de peso para a sua historicidade, já que os quatro evangelistas apresentam esse momento grandioso. Acima de tudo, esse evento singular explica por que um simples camponês das baixas colinas da Galileia era visto como uma ameaça ao sistema estabelecido a ponto de ser caçado, preso, torturado e executado.
O ano é 30 d.C. e Jesus acaba de entrar em Jerusalém, montado num jumento e ladeado por uma multidão frenética gritando: “Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor! Bendito seja o reino vindouro de nosso pai Davi!” O povo, em êxtase, canta hinos de louvor a Deus. Alguns espalham capas na rua para Jesus passar por cima, outros batem palmas e acenam na tentativa de receber um sinal do famoso homem que por ali passava.
O evento da chegada em Jerusalém não é nada em comparação ao que Jesus faz no dia seguinte. Com seus discípulos e, supõe-se, com a multidão a louvá-lo a reboque, Jesus entra no pátio público do Templo – o Pátio dos Gentios – e começa a “limpá-lo”. O templo de Israel, naquela época, era o centro administrativo, religioso e político do povo Judeu, lá os sacerdotes que comandavam as leis e que detinham poder político sobre o povo de Israel se alocavam e realizavam suas atividades, era o centro de cobrança de impostos e sede do governo. Foi nesse espaço que, num acesso de raiva, Jesus Cristo derruba as mesas dos cambistas e expulsa os vendedores de comida barata e souvenirs. Solta as ovelhas e o gado prontos para serem vendidos para sacrifício e abre as gaiolas de pombos, colocando as aves em fuga. “Tirai essas coisas daqui!”, ele grita.
Com a ajuda de seus discípulos, ele bloqueia a entrada do pátio, proibindo qualquer pessoa que transporte mercadorias para venda ou escambo de entrar no Templo. Então, enquanto a multidão de vendedores, fiéis, sacerdotes e curiosos embaralha-se sobre os detritos espalhados, enquanto os animais partem assustados em debandada, perseguidos pelos proprietários em pânico, correndo freneticamente para fora dos portões do estabelecimento e para as ruas lotadas de Jerusalém, enquanto uma tropa de guardas romanos e de policiais fortemente armados invade o pátio procurando prender quem quer que seja responsável pelo caos, lá está Jesus, segundo os evangelhos, distante, aparentemente imperturbável, gritando acima do barulho: “Está escrito: a minha casa será chamada casa de oração para todas as nações. Mas vós fizestes dela um covil de ladrões”.
Os comerciantes e burocratas sacerdotais, além de guardas romanos, que nada puderam fazer, diante da multidão que aguardava o nazareno fora do templo, ficaram inconformados. As vendas eram permitidas pela direção do Templo, as mercadorias eram declaradas e das transações comerciais eram recolhidos os devidos impostos, tudo dentro das leis de Israel. Jesus, como era de costume, ignora essas questões completamente e, em vez de se desculpar, responde com a sua profecia enigmática: “Destruam este Templo”, ele diz, “e em três dias eu o reerguerei. ” Em um certo momento, questionado sobre impostos, Jesus apanha uma moeda Romana e profere:
“Mostrai-me um denário”
“De quem é esta imagem e esta inscrição?”
“É de César”, pessoas respondem.
“Bem, então, devolvei a César a propriedade que pertence a César, e devolvei a Deus a propriedade que pertence a Deus.”
A multidão fica muda e vê Jesus e seus discípulos calmamente saírem do Templo e caminharem para fora da cidade, terminados a tomar parte no que as autoridades romanas e religiosas teriam considerado uma ofensa capital: sedição, punível por crucificação, crime gravíssimo comparado a assassinato. Após o episódio, Jesus passou a ser perseguido pelos sacerdotes chefes da igreja e pelo governo romano na Judeia, e por parte da população mais privilegiada, formada por comerciantes e cobradores de impostos, pois foi considerado criminoso e uma espécie de agitador violento.
A passagem de Jesus pelo território da Judeia trouxe esperança e representação para a população mais pobre que, apesar de viver na miserabilidade, pagava preços absurdos para adquirir animais para sacrifício no templo. Essa maioria subalterna viu em Cristo uma fonte revolucionária e uma força motriz para quebrar as antigas tradições que pesavam sobre seus bolsos. Realmente Jesus Cristo era um incômodo, além de não se subjugar às antigas leis, realizava curas, perdão, comunhão, conversava com Deus e pregava a salvação pela fé sem a cobrança de uma moeda. Um sujeito com as características do Nazareno não seria tolerado pelas elites políticas e econômicas, as quais se beneficiavam da parte pobre da população.
Depois do episódio no templo, foram realizadas várias reuniões entre Pôncio Pilatos (governador da província romana na Judéia) e Califás (sumo sacerdote e líder político dos Judeus) e Jesus foi condenado pelo crime de sedição. A placa que os romanos colocaram acima de sua cabeça, enquanto ele se contorcia de dor – “Rei dos Judeus” – era chamada de titulus, e, apesar da percepção comum, não era para ser sarcástica. Todo criminoso que era pendurado em uma cruz recebia uma placa declarando o crime específico pelo qual estava sendo executado. O crime de Jesus, aos olhos de Roma, foi o de buscar o poder político de um rei, ou seja, cometer uma grande traição. Além do crime de sedição, os tribunais romanos imputaram a Jesus outros delitos gravíssimos como: blasfêmia, rejeitar a lei de Moisés, recusar-se a pagar o tributo, ameaçar o Templo.
Jesus realmente existiu, sua história é controversa e parte dela ainda é uma incógnita para historiadores. Mas a verdade é que sua vida, como contada ao longo dos séculos, mostra um Jesus revolucionário. Simbolicamente, ele foi um homem que tentou mudar as engrenagens do sistema de sua época. Tentando criar na terra o que chamava de “o reino de Deus”, arrastou multidões de miseráveis e foi morto em uma estaca no formato de cruz.
Texto: Joel Paviotti
Referências:
ASLAN, Reza. “Zelota: a vida e a época de Jesus de Nazaré. Rio de Janeiro: Zahar, 2013.
FORD, Leighton. “Jesus: o maior revolucionário”. São Paulo: Vinde, 1994.
MAGGI, Alberto. “Jesus não morreu pelos ‘nossos pecados’ e sim por enfrentar o sistema”.
Bíblia Sagrada
Pintura: “Cristo perante Pôncio Pilatos”. 1881. Mihály Munkácsy. Atualmente no Museu d’Orsay, em Paris.

Na cruz

“Ele salvou a muitos e a si mesmo não pôde salvar-se.” — (Mateus, 27.42)

Sim, ele redimira a muitos… Estendera o amor e a verdade, a paz e a luz, levantara enfermos e ressuscitara mortos.
Entretanto, para ele mesmo erguia-se a cruz entre ladrões.
Em verdade, para quem se exaltara tanto, para quem atingira o pináculo, sugerindo indiretamente a própria condição de Redentor e Rei, a queda era enorme…
Era o Príncipe da Paz e achava-se vencido pela guerra dos interesses inferiores.
Era o Salvador e não se salvava.
Era o Justo e padecia a suprema injustiça.
Jazia o Senhor flagelado e vencido.
Para o consenso humano era a extrema perda.
Caíra, todavia, na cruz. Sangrando, mas de pé.
Supliciado, mas de braços abertos.
Relegado ao sofrimento, mas suspenso da Terra.
Rodeado de ódio e sarcasmo, mas de coração içado ao Amor.
Tombara, vilipendiado e esquecido, mas, no outro dia, transformava a própria dor em glória divina.
Pendera-lhe a fronte, empastada de sangue, no madeiro, e ressurgia, à luz do sol, ao hálito de um jardim.
Convertia-se a derrota escura em vitória resplandecente. Cobria-se o lenho afrontoso de claridades celestiais para a Terra inteira.
Assim também ocorre no círculo de nossas vidas.
Não tropeces no fácil triunfo ou na auréola barata dos crucificadores.
Toda vez que as circunstâncias te compelirem a modificar o roteiro da própria vida, prefere o sacrifício de ti mesmo, transformando a tua dor em auxílio para muitos, porque todos aqueles que recebem a cruz, em favor dos semelhantes, descobrem o trilho da eterna ressurreição.
 Emmanuel/Chico Xavier
(Fonte Viva, cap. 46)

UMA FELIZ PÁSCOA PARA TODOS NÓS

COM ÓTIMAS REFLEXÕES

E MUITO AMOR, FÉ E ESPERANÇA

NO CORAÇÃO SEMPRE COM JESUS.

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