Misericórdia é presente Divino

Misericórdia

Misericórdia é presente Divino para alívio de nossos males temporários e com destinação de corrigenda.
Vera Jacubowski

Misericórdia vera jacubowski

Conduta de Misericórdia


Este cavalheiro insolente, agressivo, que parece dominador, e que, tomando o caminho, investe contra os teus direitos, encontra-se gravemente enfermo, não tendo dimensão do mal que o consome.
Aquela dama, frívola e irreverente, que parece desejar submeter o mundo aos pés, assinalada pelo excesso de jóias e tecidos caros, tem o coração dilacerado por terríveis frustrações, que não consegue superar.
Esse jovem rebelde, que desdenha as leis a assoma na tua senda com o cinismo afivelado à face, padece conflitos íntimos que o vesgastam e aos quais não pode fugir.
Estoutro senhor, de cenho carrancudo a aspecto amargo, que não logra dissimular a arrogância de que se vê objeto, tem medo de ser conhecido pelas fraquezas morais que carrega interiormente.
Esta moça, quase despida, que exibe o corpo e a alma ao comércio da luxúria, invejada por uns e por outros malsinada, viva ralada pela carência de um amor verdadeiro que a dulcifique e felicite.
O rapaz que expõe o corpo, para o jogo exaustivo dos prazeres fáceis, símbolo e modelo de beleza, vive aturdido na timidez que o neurotiza, obrigado a uma exteriorização que o aniquila a pouco e pouco.
*
No festival dos sorrisos humanos, no banquete dos triunfos sociais a na passarela da fama as criaturas não são o que demonstram, mas, sim, um simulacro do que não conseguem tornar-se.
É certo que há exceções, como não poderia deixar de ser, o que mais afirma a regra geral.
A pobreza andrajosa, a polidez da face de bom comportamento, a voz melíflua, suave, certamente não significam personalidades humildes e resignadas, a um passo do triunfo sobre as vicissitudes.
Muitas provêm de incontida revolta, de sentimentos desesperados, de vidas em estiolamento pela mágoa e pela rebeldia.
*
Por isto, não julgues ninguém pela aparência, ou melhor, não te arvores a julgamento algum com desconhecimento da causa reta.
Torna-te tolerante, embora sem conivir.
O problema de cada um, a cada qual pertence.
Sê um momento de esperança para quem te busque, ou uma oportunidade de renovação para quem te perturbe ou desafie, mantendo-te em paz contigo mesmo em qualquer situação.
*
Da mesma forma que o teu exterior não te reflete a realidade interna, os passantes pelo teu caminho, igualmente, vivem essa dicotomia de comportamento.
Jesus, que identificava a causa das afliçöes humanas e penetrava o âmago dos corações, por isto mesmo não julgava, não condenava, não desconsiderava ninguém.
Seguindo-Lhe o exemplo e exercendo misericórdia para com o teu próximo, quando, por tua vez, necessites de apoio, não te faltarão o socorro da compreensão e da amizade que alguém te dispensará.
FRANCO, Divaldo Pereira. Momentos de Coragem. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL.

presente divino

A Misericórdia eleva a Alma!

Francisco Rebouças

 

Bem-aventurados os que são misericordiosos,
porque obterão misericórdia.
(S. MATEUS, cap. V, v. 7.)

 

Em sua sabedoria de Espírito Puro, Jesus, Modelo e Guia da humanidade, ensina que o sacrifício mais agradável ao Senhor é o que o homem faça do seu próprio ressentimento; que, antes de se apresentar para ser por ele perdoado, precisa haver perdoado e reparado o agravo que tenha feito a algum de seus irmãos.
Importante lição podemos haurir das palavras de Jesus, em resposta ao apóstolo Pedro, sobre o conhecer e o não praticar os ensinamentos cristãos conforme segue:
“— Senhor: que dizer, então, daqueles que conhecem os sagrados princípios da caridade e não os praticam?
Esboçou Jesus manifesta satisfação no olhar e elucidou:
— Estes, Simão, representam sementes que dormem, apesar de projetadas no seio dadivoso da terra. Guardarão consigo preciosos valores do Céu, mas jazem inúteis por muito tempo. Estejamos, porém, convictos de que os aguaceiros e furacões passarão por elas, renovando-lhes a posição no solo, e elas germinarão, vitoriosas, um dia. Nos campos de Nosso Pai, há milhões de almas assim, aguardando as tempestades renovadoras da experiência, para que se dirijam à glória do futuro. Auxiliemo-las com amor e prossigamos, por nossa vez, mirando a frente!”(1)
É, dessa forma, no labor do bem e no enfrentamento de nossas dificuldades intimas, que progredimos e desenvolvemos as virtudes latentes em nosso interior, a espera que nos decidamos por cultivá-las no exercício constante da caridade para com o próximo e para com a vida.
Em o Evangelho segundo o Espiritismo, encontramos as claras explicações sobre esse nobre sentimento, que precisamos urgentemente desenvolver a benefício do nosso crescimento espiritual, na busca da implantação do Reino de Deus entre os homens o mais depressa possível, conforme abaixo descrito:
“A misericórdia é o complemento da brandura, porquanto aquele que não for misericordioso não poderá ser brando e pacífico. Ela consiste no esquecimento e no perdão das ofensas. O ódio e o rancor denotam alma sem elevação, nem grandeza. O esquecimento das ofensas é próprio da alma elevada, que paira acima dos golpes que lhe possam desferir. Uma é sempre ansiosa, de sombria suscetibilidade e cheia de fel; a outra é calma, toda mansidão e caridade.
Ai daquele que diz: nunca perdoarei. Esse, se não for condenado pelos homens, sê-lo-á por Deus. Com que direito reclamaria ele o perdão de suas próprias faltas, se não perdoa as dos outros? Jesus nos ensina que a misericórdia não deve ter limites, quando diz que cada um perdoe ao seu irmão, não sete vezes, mas setenta vezes sete vezes.
Há, porém, duas maneiras bem diferentes de perdoar: uma, grande, nobre, verdadeiramente generosa, sem pensamento oculto, que evita, com delicadeza, ferir o amor próprio e a suscetibilidade do adversário, ainda quando este último nenhuma justificativa possa ter; a segunda é a em que o ofendido, ou aquele que tal se julga, impõe ao outro condições humilhantes e lhe faz sentir o peso de um perdão que irrita, em vez de acalmar; se estende a mão ao ofensor, não o faz com benevolência, mas com ostentação, a fim de poder dizer a toda gente: vede como sou generoso! Nessas circunstâncias, é impossível uma reconciliação sincera de parte a parte. Não, não há aí generosidade; há apenas uma forma de satisfazer ao orgulho. Em toda contenda, aquele que se mostra mais conciliador, que demonstra mais desinteresse, caridade e verdadeira grandeza d’alma granjeará sempre a simpatia das pessoas imparciais.” (2)
O benfeitor Emmanuel nos afirma que: “Espiritismo, restaurando o Cristianismo, é universidade da alma. Nesse sentido, vale recordar que Jesus, o Mestre por excelência, nos ensinou, acima de tudo, a viver construindo para o bem e para a verdade, como a dizer-nos que a chama da cabeça não derrama, a luz da felicidade sem o óleo do coração. (3)
Fontes:
(1) Xavier, Francisco Cândido – Livro: Jesus no Lar,
FEB, 20ª edição – pelo Espírito Neio Lúcio – Cap. 4.
(2) Kardec, Allan – O Evangelho Segundo o Espiritismo,
FEB – 112ª edição – Capítulo X, item 4.
(3) Xavier, Francisco Cândido –
Livro da Esperança, C.E.C., 15ª edição
– Espírito Emmanuel – Cap. 12

paz natureza francisco de assis

 

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