NA CONQUISTA DA LIBERDADE VITORIOSA

O primeiro degrau do Paraíso chama-se gentileza.

Meimei

SUPERAÇÃO DE CONFLITOS

Muito justo recorras à Espiritualidade amiga em busca de apoio na superação dos conflitos que te cercam os passos.
Entretanto, faze também algo em teu favor.
Começa varrendo os detritos mentais que te pesam na alma.
A revolta não ajuda.
A mágoa não alivia.
O ressentimento não liberta.
O desânimo não resolve.
Aquieta a mente e, tanto quanto possível, eleva o pensamento ao Mais Alto, lembrando que, embora a Espiritualidade colabore socorrendo, a ajuda definitiva é uma conquista que nasce do esforço próprio.
Scheilla
Livro: O bisturi e o algodão, psicografia de Clayton Levy, editora Allan Kardec.

conquista da liberdade

NA CONQUISTA DA LIBERDADE

“Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade, porém,
não useis da liberdade para dar ocasião à carne; sede, antes,
servos uns dos outros pelo amor.” – Paulo. (GÁLATAS, 5:13.)
A mente humana, antes do contato com o Cristo, o Divino Libertador, padecia milenárias algemas de servidão.
Era o cativeiro da violência, convertendo o mundo em arena de senhores e escravos…
Era o grilhão implacável do ódio garantindo impunidade aos crimes de raça…
Era a treva da ignorância aprisionando a inteligência nas teias do vício dourado…
Era a obsessão da guerra permanente, encarcerando os povos em torrentes de sangue e lama…Cristo veio, porém, e conquistando a libertação espiritual do mundo, a preço de sacrifício, descerra novos horizontes à Humanidade.
Da Manjedoura à Cruz, movimenta-se o Amigo Divino, reintegrando o homem na posse da simplicidade, do equilíbrio, da esperança, da alegria e da vida eterna que constituem fatores essenciais da justa libertação do espírito.
Devemos, pois, ao Senhor, a felicidade de nossa gradativa independência, para a imortalidade; entretanto, para atingir a glória divina a que estamos destinados, é preciso saibamos renunciar conscientemente à nossa própria emancipação, sustentando-nos no
serviço espontâneo em favor dos outros, porquanto somente através da nossa voluntária rendição ao dever, por amor aos nossos próprios deveres, é que realmente alcançaremos a auréola da liberdade vitoriosa.
 
Livro; palavra de vida eterna. Francisco cândido Xavier pelo espirito Emmanuel.

amizades flores

Conquista da Sabedoria

 

A sabedoria é bênção que não chega total e completa para ninguém.
 
No transcurso das diversas existências cada Espírito desenvolve a escala de valores morais que lhe cumpre atender, harmonizando o conhecimento com o sentimento, o intelecto com a emoção, a razão com a bondade.
 
Trata-se de um empreendimento de longo e demorado curso, que se origina interiormente e se expande preenchendo os espaços mentais e emocionais do ser.
 
Ninguém é o que aparenta.
 
A sabedoria encontra-se em germe em todos os indivíduos, aguardando os fatores que lhe propiciem a exteriorização das possibilidades latentes, que se transformarão em atitudes e comportamentos superiores.
 
Semelhante a uma semente, é invisível o seu fanal, que o tempo desvela e permite agigantar-se, alcançando a finalidade essencial.
 
Quem contemple uma semente, jamais poderá perceber o milagre que oculta.
 
Ninguém vê o vegetal em que se transformará, as flores que espocarão perfumadas, os frutos saborosos ou não que se apresentarão multiplicados, as futuras sementes…
 
Imprescindível esperar que os fatores mesológicos e a intimidade do solo façam brotar a plântula que oculta, a fim de tornar-se a realidade que se encontra adormecida.
 
Na juventude, quando irrompem as energias dominadoras, a arrogância predomina em a natureza humana, tornando o indivíduo, não raro, exigente, intolerante, agressivo. À medida que as experiências exornam o caráter com paciência, a sabedoria se apresenta nas suas primeiras manifestações, que podem ser identificadas como humildade, gentileza, compreensão, tolerância…
 
Essa operação ocorre no ser interior, que se torna compassivo e generoso, por compreender que as criaturas são diferentes e transitam em níveis de desenvolvimento intelecto-moral muito diversificados.
 
Muitas vezes, é dolorosa, porque exige humildade e coragem para reconhecer-se quando se está errado e se deve pedir desculpas.
 
Todos erram, aprendendo por meio das experiências perturbadoras como não reincidir no desequilíbrio.
 
A imaturidade psicológica, porém, tem dificuldade em reconhecer os próprios equívocos e teimosamente busca defendê-los mediante recursos pouco lisonjeiros.
Quando se vai despojando das injunções da ignorância e da presunção, descobre a felicidade de ser autêntico, de poder identificar os enganos e repará-los, não se afligindo com a aparência, que é sempre secundária no seu processo de crescimento interior.
 
A sabedoria aumenta na razão direta em que a consciência humanista se desenvolve e percebe a finalidade da sua existência no mundo.
*
O verdadeiro sábio ignora-se, enquanto o ignorante exorbita na exibição do pretenso conhecimento, que não passa de superficialidade.
 
Mediante a conquista da sabedoria, o indivíduo faz-se mais simples e acessível, gentil e compassivo.
 
Conhecendo os desafios que teve de enfrentar e os que ainda surgirão pelo seu caminho evolutivo, não exige transformações morais nos outros, nem se esquiva de crescer sempre.
A existência humana é rica de surpresas, de acontecimentos não previstos, que exigem sabedoria a fim de os enfrentar e administrar, quando negativos ou perturbadores.
 
Ninguém nasce sábio, mas apenas portador da sua semente.
 
Fixando experiências, umas depois de outras, reúne o cabedal de conhecimentos e de vivências que o tornam mais lúcido.
 
Valorizando o tempo e suas lições preciosas, o homem e a mulher que ambicionam o desenvolvimento da semente que conduzem no íntimo, utilizam-se bem de cada instante que lhes é concedido para aprender, para ensinar, para melhorar a própria condição, bem como a qualidade de vida a que se entregam.
Narra-se que, ao retornarem do santuário de Delfos, após consultarem o deus Apolo, a respeito de quem seria o homem mais sábio da Grécia, alguns filósofos atenienses buscaram Sócrates e perguntaram- lhe com certa ironia:
 
– Tu foste indicado por Apolo como o homem mais sábio da Grécia. Tens algo a dizer?
 
Ao que ele teria respondido:
 
– Talvez isso seja verdade, porque sou, possivelmente, em Atenas, o único homem que sabe que nada sabe.
 
Não havia qualquer presunção nem espírito de exibicionismo na resposta, senão um gesto de nobre humildade diante da grandeza da Vida e de todos os dons que a permeiam.
A sabedoria sorri, enquanto a vacuidade e o conhecimento estulto se exibem, porque superficiais, logo se esvanecendo diante das questões profundas da existência humana e da realidade do ser.
 
Felizmente, mesmo ignorando esse processo de crescimento, que é natural e automático, as criaturas humanas dão-se conta da necessidade de buscarem o aperfeiçoamento moral e espiritual, a fim de se tornarem plenas.
 
A plenitude é meta que se deve alcançar e que se encontra ínsita em todos os seres pensantes.
 
Quando se tem coragem de receber as injunções difíceis sem reclamações nem conflitos, abrindo- -se às experiências da evolução, estão em desenvolvimento os pródromos da sabedoria que terminará por predominar no comportamento mental, moral e emocional do ser.
A sabedoria busca sempre horizontes mais amplos até perder-se na infinitude, sem afastar-se da realidade em que se deve fixar.
 
*
O amor desempenha um papel fundamental para a conquista da sabedoria. Por meio dele os sentimentos se ampliam, abraçando os demais seres sencientes que encontra pela frente e não deixando pegadas de amargura ou de ressentimento pelos caminhos percorridos.
 
Logo depois, o conhecimento que decorre do estudo, da observação, dos diálogos, da reflexão e do aprofundamento no contexto das informações encarrega-se de ilustrar o indivíduo que, amoroso, empreende a marcha do saber para ser livre, encontrando a verdade.
 
Sabedoria é uma experiência feliz em favor do tornar-se, permitindo que o Deus interno domine todas as paisagens do ser externo.
Franco, Divaldo Pereira. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. Extraído da Revista Reformador de Agosto de 2004. (Página recebida pelo médium Divaldo Pereira Franco, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em 1/1/2003, em Salvador,Bahia, Brasil).

Reflexão do dia

O autodomínio vence as próprias mazelas.
Vença a si mesmo, dominando os vícios, superando os defeitos.
O verdadeiro cristão é aquele que luta pela reforma íntima, tornando-se um ser melhor.
Domine-se nas questões morais, tenha perseverança no bem.
Recomece em todas as manhãs a prática do amor, sempre em prece rogando o amparo de Jesus.
Ramon Rocha

Liberdade

O discípulo procurou o instrutor cristão e pediu-lhe um parecer sobre a liberdade.
O nobre amigo, de coração marcado pelas experiências do mundo, pensou por longos momentos e respondeu:
-Se ainda não conheces os ensinamentos do Cristo, estás livre para fazer o que gostas, mas se já aceitaste as lições de Jesus, estás livre para fazer o que deves.
XAVIER, Francisco Cândido. Recados do Além. Pelo Espírito Emmanuel. IDEAL. Capítulo 47.

CURA PELA FÉ

Ógui Lourenço Mauri
A cura é um processo de restabelecimento da saúde, física ou espiritual. Temos, então, uma definição simples para a cura. Já a definição de fé não é tão simples assim. Principalmente porque existe uma certa confusão entre crença e fé, entre ter fé e acreditar.
A crença é a sensação de que uma opinião forte seja verdadeira, sem pôr em dúvida a procedência dela, sem que se questione se isso pode ser provado ou não. A crença se ensina. Passa-se de uns para os outros.
A fé, por outro lado, é uma energia ou sentimento intransferível. É uma experiência totalmente pessoal. Ninguém ensina a fé para ninguém. Temos que levar em conta que a fé nasce e morre dentro de cada um de nós.
“Acreditar em Deus” é diferente de “Ter fé em Deus”. Acreditar tem a ver com crença. Nós podemos crer que Deus existe, que Ele criou o Universo e que acompanha cada passo que damos. Isso, porém, não faz de nós, como indivíduos, uma pessoa de fé. Fé é entrega. Fé é a confiança, a certeza de que Deus age sempre em benefício de Seus filhos bem-amados. A fé tem papel preponderante nos processos de cura.
O Evangelho traz que Jesus realizou vários fenômenos de cura. E sempre se referiu à fé como mecanismo indispensável para se alcançar a melhora da saúde. O Mestre deixou claro, repetidas vezes, que nenhuma daquelas curas do texto evangélico foi feita por ato único de Sua vontade, mas todas corresponderam à manifestação do potencial de fé das criaturas beneficiadas. “A tua fé te curou”, dizia sempre o Nazareno, alertando para o fato de que sempre depende de nós a cura de nossas enfermidades, ao explicar que, ajudando-nos, o Céu nos ajudará.
Ter fé exige um aprendizado. Até que isso aconteça, é válido que se recorra a terceiros (profissionais da medicina terrena) com o propósito de se alcançar os benefícios da cura. Assim, a vontade do indivíduo de se curar precisa ser mobilizada já a partir da ida ao médico.
Não raro, quando se fala em fé, muita gente pensa que “acreditar em Deus” e “orar todos os dias” seja o suficiente. Mas não é assim, ter fé vai além de acreditar. Muitos imaginam que a fé é algo obtido sem esforço, sem trabalho nem luta. Têm-na como uma dádiva do céu, uma graça, um favor e — mais que tudo isso — uma distinção ou privilégio que a Providência houve por bem conceder, livre de condições, a alguém que diz acreditar em Deus.
A fé, no entanto, vai além. É um “poder”, uma expressão de força. E temos que ter em conta que esse “poder” é algo subjetivo, pessoal e abstrato. A cura é uma resposta ao poder de cada indivíduo doente. Não há cura se o indivíduo não tiver esse “poder” que se estabelece desde o seu íntimo; ou seja, não acontece o restabelecimento pleno da saúde se o indivíduo doente não estiver com fé inabalável na cura.

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