Natal não é apenas promessa de Fraternidade e de paz – Chico Xavier

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“GLÓRIA A DEUS NAS ALTURAS, PAZ NA TERRA E BOA VONTADE PARA COM OS HOMENS.” LUCAS 2:14.

Natal !

Época de nos preocupar com muitos detalhes acerca da ceia, dos presentes, das festas, das bebidas, da carne … O Natal inicialmente era uma festa pagã por ocasião do solstício de inverno: os nórdicos buscavam agradar aos deuses para pedir-lhes um inverno mais brando. Essas tradições foram se arraigando na alma do povo.
Os primeiros cristãos não conseguiram extirpá-las, fundindo-se a outros hábitos festivos populares. Constantino determinou a celebração do nascimento de Jesus em 25 de dezembro, misturado com datas de festas pagãs celebradas em honra de Mitra, deus solar dos antigos persas, assimilado pelos romanos.
A fixação oficial foi feita pelo Papa Júlio I (337 -352). O presépio foi incorporado à época em que Francisco de Assis, na noite do Natal de 1223 montou em uma gruta a cena do nascimento do Divino Mestre em tamanho natural.
O hábito da árvore de Natal veio no século XVI e XVII, na Europa. A troca de presentes surgiu no século VII com o Papa Bonifácio. A figura do Papai Noel apareceu no altruísmo de Nicolau de Mira (271 a 341), na Ásia menor, e em Bati, na Itália, distribuindo moedas e presentes a vizinhos e crianças. A ideia da ceia originou-se na ceia de Jesus com os apóstolos. Em meio a tantas lendas e tradições, foi tomando corpo o interesse econômico no mundo moderno.
O apelo à compra de presentes, gastos com os preparativos da noite natalina, onde todos deverão comer à vontade, beber fartamente, rir, brincar, cantar, dançar… É inegável que a reunião em família é uma das maiores bênçãos das festas natalinas e, que, apesar do apelo comercial, há nessa época do ano um clima diferente no ar, contagiando as pessoas e deixando-as mais receptivas às idéias da fraternidade. Entretanto estamos esquecendo o principal da festa de Natal: o símbolo do nascimento de Jesus.
Nos lares espíritas precisamos exemplificar o verdadeiro espírito desses momentos sagrados, quando o Alto parece se aproximar mais da Terra, derramando energias sublimes de paz, harmonia e amor sobre os homens, como a dizer-lhes da felicidade permanente que os abraçariam, se aprendessem a plantar no coração a verdadeira semente do Evangelho. É necessário implantar em nossas casas o sentido real do Natal.
Não que devamos fugir às manifestações habituais da sociedade, entretanto espiritualizemos mais esses momentos, consagrando-os à união da família e à manutenção do equilíbrio. Nós, sinceros e devotados aprendizes da revelação espírita, devemos exemplificar às outras criaturas o verdadeiro espírito do Natal. João de Carvalho nos diz: “O Natal não é apenas uma festa no coração e no lar. É também a reafirmação da nossa atitude cristã perante a vida”. Para nós, pais e filhos, é uma oportunidade ímpar de nos lembrarmos do próximo e aprender juntos o valor do amparo, de, assistência e da atenção que todos merecem.
As campanhas, efetuadas não só no movimento espírita, como também por outros núcleos religiosos e entidades sociais, são um ensejo imperdível de a família participar – todos juntos – promovendo a fraternidade, fortalecendo os laços de família, conhecendo as necessidades do próximo, compreendendo aí o verdadeiro sentido do Natal: o nascimento do Divino Amigo em todos nós.
Emmanuel exorta-nos: “Natal não é apenas a promessa da fraternidade e da paz que se renova alegremente, entre os homens, mas, acima de tudo, é a reiterada mensagem do Cristo que nos induz a servir sempre, compreendendo que o mundo pode mostrar deficiências e imperfeições, trevas e chagas, mas que é nosso dever amá-lo e ajudá-lo mesmo assim.”
Toda a simbologia natalina deve ser aproveitada pela família para renovação dos votos de esforço e luta para implantação, a partir do lar, de um ambiente de esperança e trabalho onde todos se dessedentem no manancial da afeição sincera e pura, preparando-se para vencer na luta lá fora.
A frase que as entidades angélicas proclamaram quando do nascimento do Meigo Rabi da Galiléia reflete a inspiração e o estado de êxtase de todos que, num crescendo de ideal e fé, concentram suas energias no trabalho de cristianização da humanidade, estado reproduzido todos os anos, nessa ocasião.
O que temos de bom nessas festas
– a reunião em família
– seja integralmente utilizada para reforçar nossa afetividade; no entanto, lembremo-nos de evitar os abusos que ainda nos tentam nas horas de alegria, aqueles que ainda não sabemos lapidar:
– evitemos os excessos da bebida:
– diminuamos a matança dos animais;
– não façamos dos presentes o principal da festa, tirando mais carinho do coração do que dinheiro do bolso para demonstrar nossa afeição pelos entes queridos;
– destaquemos para todos, adultos e crianças, o natalício do Cristo e, como tal, tiremos momentos de meditação em família para apreciar a missão de Jesus no planeta;
– não nos esqueçamos da prece de gratidão e louvor ao Alto;
– gastemos alguns minutos na leitura de lição edificante que desperte em nós a importância desta época;
– e finalmente abracemo-nos no clima da verdadeira fraternidade, fugindo aos interesses mesquinhos, vivendo estes minutos com sinceridade na busca da união entre todos, não somente os de casa, como também os que pagam com lágrimas os tributos de sofrimento que a vida lhes impôs.
Meditemos com Irmão X: “Não importa sejas, por enquanto, terno e generoso para com o próximo somente um dia … Pouco a pouco. aprenderás que o espírito do Natal deve reinar conosco em todas as horas de nossa vida”. Natal é o nascimento de Jesus em cada coração, a cada dia. Deixemos que o Cristo nasça em nós!
Uma família unida na busca da verdade cristã é um navio poderoso no rumo do porto da paz e da felicidade …
Glória ao Cristo nos lares e nos corações!
E que a luz desabroche em todos como uma flor divina no jardim da vida’ …
Joamar Z. Nazareth

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