Nosso Tesouro Imperecível São as Conquistas Espirituais

 

NOSSO   TESOURO IMPERECÍVEL

Nosso tesouro imperecível são as conquistas espirituais.
VERA JACUBOWSKIvera jacubowski assina

ame de verdade

Reforma Íntima

Buscai primeiro o reino de Deus.

(Mateus, 6:33)

A reforma íntima consiste em eliminar as imperfeições e conquistar novas virtudes. Precisamos nos educar, pois somos Espíritos imperfeitos. Quando reencarnamos trazemos as tendências positivas e negativas que construímos no passado. Devemos trocar orgulho por humildade, egoísmo por amor, agressividade por mansidão, indiferença por misericórdia, malícia por pureza de coração, descrença por fé, materialismo por espiritualidade.
A humildade e a caridade são as principais virtudes que devemos desenvolver. A humildade abre caminho para a conquista de todas as outras virtudes. O amor é o mais sublime dos sentimentos. Jesus resumiu seus ensinos em amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos.
Devemos assumir o controle de nossa evolução. Enquanto não nos dispomos a crescer voluntariamente a dor nos educa. Se vamos pelo caminho errado ela nos segura. Quando paramos, ela nos empurra. Nossas imperfeições, como o ciúme, a inveja, a mágoa, o melindre, o nervosismo, são as causas de nossos sofrimentos. Aumentamos nossa felicidade à medida que evoluímos.
O autoconhecimento é o principal recurso para realizar a reforma íntima. Precisamos identificar nossas imperfeições para superá-las. É preciso analisar todos os dias nossas ações e o que falamos, pensamos e sentimos. Observar como nos relacionamos com Deus, com o próximo e conosco mesmo. Devemos comparar o que fazemos com os ensinos de Jesus e com o que nos diz a consciência.
Precisamos desenvolver a inteligência e adquirir conhecimento. O progresso intelectual abre caminho para o progresso moral. O conhecimento possibilita distinguir o certo do errado. Quanto mais sabemos maior é nossa chance de acertar. Jesus disse: “conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (João, 8:32). Devemos estudar principalmente o Evangelho.
Devemos rever nossos interesses. Nosso futuro depende de nossos desejos, valores, gostos, sonhos, aspirações. Nossa prioridade deve ser a busca do crescimento moral. Nossa meta deve ser a perfeição. Jesus disse: “sede perfeitos, como é perfeito vosso Pai que está nos céus” (Mateus, 5:48).
A fé é o combustível de nosso crescimento espiritual. Fé em Deus e em nós mesmos. A confiança nos permite buscar nossos objetivos e nos permite colocar nossos recursos em ação. Quando Jesus disse que a fé transporta montanhas estava referindo-se às nossas imperfeições e às dificuldades que temos que superar.
Sem esforço não há conquista. A falta de esforço é que nos faz progredir lentamente. Temos a tendência de acomodar, mantendo os maus hábitos, os vícios, o apego à matéria, a valorização da personalidade. A força de vontade é fundamental. Jesus disse: “tende bom ânimo, eu venci o mundo” (João, 16:33). Quando nos propomos a mudar o esforço inicial é grande. Depois que aprendemos fica fácil praticar.
Na prece encontramos consolação, estímulo, proteção, ajuda e inspiração. A prece desperta o que há de melhor em nós. Liga-nos a Deus, que é o poder supremo do Universo. Os espíritos nos amparam quando buscamos ajuda através da oração. Jesus disse: “seja o que for que peçais na prece, crede que o obtereis” (Marcos, 11:24).

Relação – O Evangelho segundo o Espiritismo – Capítulo XVII

prece VIDA

Evolução Espiritual de Longo Prazo

Na obra “Loucura e Obsessão” [1], o médico Manoel Philomeno de Miranda questiona o Dr. Bezerra de Menezes sobre o contexto que levou um menino, denominado Aderson, a sofrer com o autismo. Em dado momento, Miranda pergunta ao Mentor:

“— E ele se curará?”

Tal questionamento chama a atenção acerca de o que consideramos cura. Sem uma noção mais ampla acerca do que seja a cura, podemos enfrentar a desencarnação de um ente querido e nos revoltar por tê-lo “perdido”, mesmo com nossas orações mais fervorosas.
Primeiramente, não “perdemos” ninguém, pois pessoa alguma é propriedade nossa. Consideremos, também, que a pessoa desencarnada não está perdida — está sempre ao alcance e amparo de seu Espírito protetor. Agora, analisemos a questão do termo “cura”.
No idioma latim, cura significa “cuidado”, “atenção”, “zelo”. A expressão latina medici cura, utilizada pelo enciclopedista Aulus Celsus [2] no século I d.C., é traduzida por “cuidado médico”, começando aí a associação de “cura” com “tratamento da saúde”. O teólogo Leonardo Boff orienta [3] que cura, cuja forma latina mais antiga se escrevia coera, “era usada num contexto de relações de amor e de amizade. Expressava a atitude de cuidado, de desvelo, de preocupação e de inquietação pela pessoa amada ou por um objeto de estimação”.
Atentando para o significado original de “cura”, pode-se concluir que “curar-se” significa “cuidar de si” — ou seja, darmos atenção à nossa essência. E qual a nossa essência: somos um corpo ou um Espírito temporariamente animando um corpo? Independente de sermos espiritualistas ou materialistas, todos somos Espíritos imortais, e não meros conjuntos de genes e tecidos que se agruparam “por acaso” e desaparecerão quando nosso corpo carnal não mais tiver vida.
Neste sentido, “curar-se” não é um cuidado que outros possam prestar a nós, mas sim uma atenção e evolução íntimas, de dentro para fora. Curar-se é, por meio de boas obras, orientadas ao Bem de nosso semelhante, fazermos as pazes com nossa consciência, local onde se encontram as Leis Divinas, conforme citado à questão 621 de “O Livro dos Espíritos” [4]. Cuidar bem de nós mesmos implica dar atenção à nossa evolução espiritual, em vez de um foco apenas material. É nos amarmos de fato, nos permitindo evoluir moral e intelectualmente. Sabendo nos amar e nos respeitar, aprendemos a amar e respeitar nossos semelhantes.
Uma só vida corporal, usualmente não muito mais do que 100 anos terrestres, não nos permite aprender tudo que há de lições morais e intelectuais na Terra. Como não há seres privilegiados na Criação, Deus nos oferta a bênção da pluralidade de existências corpóreas, uma série de “provas sem consulta”, ou com consulta limitada ao Plano Espiritual, para aferirmos a aquisição de conhecimentos morais e intelectuais cada vez mais elevados, aprendidos nas encarnações e nos períodos entre as mesmas.

algo melhor

Assim nos orientam os Espíritos da falange do Consolador, às questões 166, 166-a e 167:

166. Como pode a alma, que não alcançou a perfeição durante a vida corpórea, acabar de depurar-se?

“Sofrendo a prova de uma nova existência.”

a) — Como realiza essa nova existência? Será pela sua transformação como Espírito?

“Depurando-se, a alma indubitavelmente experimenta uma transformação, mas para isso necessária lhe é a prova da vida corporal.”

167. Qual o fim objetivado com a reencarnação?

“Expiação, melhoramento progressivo da Humanidade. Sem isto, onde a justiça?”
A vitória sobre um mau hábito; a aquisição de uma virtude; a reparação de um erro e todas conquistas espirituais podem não ser visualizadas em sua plenitude no breve tempo de uma existência corpórea. Isso não significa que a evolução não exista ou não esteja em progresso.
Um exemplo de processo de superação de uma ofensa recebida, ao longo de um de cinco reencarnações e quatro períodos na erraticidade (tempo entre reencarnações). Podemos superar dificuldades em muito menos etapas; só depende de nós.
Plantando em bom terreno e cuidando bem da semente, em algumas décadas, teremos uma árvore. Não veremos de imediato, na semente, a árvore: precisamos cuidar da semeadura e aguardar, com fé e perseverança. Semeando valores nobres em todas as provas de nossas vidas, em algumas décadas, ou talvez em alguns séculos ou milênios (tempo muito pequeno em comparação aos ciclos de vida do Universo), teremos atingido patamares de maturidade espiritual que, de imediato ou em alguns poucos anos, não teríamos condições de vislumbrar ou valorizar.
O próprio Universo se transforma e evolui ao longo de trilhões de anos, em ciclos de expansão e retraimento. Somos parte dessa Criação, e também somos fadados a nos transformar e evoluir ao longo de incontáveis ciclos de idas e vindas a planos de matéria densa e sutil. Como lemos em “O Livro dos Espíritos” (por exemplo, às questões 194, 365 e 781), jamais regredimos. O que parece um retrocesso é, antes, um ponto de melhoria antes desconhecido, ou que não tínhamos disposição e/ou maturidade para tratar.
Assim, sempre é tempo de recomeçar, aprender, evoluir. Instruídos à questão 195 de “O Livro dos Espíritos”, compreendemos ser um erro adiar para outro tempo o que nos caiba fazer agora. Mesmo assim, em qualquer época de nossas vidas, temos condições de, ao desejarmos algo aprender ou ao constatarmos um erro cometido, iniciar nosso plano de curto, médio e longo prazo para essa apreender essa lição.
Vejamos algumas lições do Espírito São Luís acerca do arrependimento, à questão 1007 de “O Livro dos Espíritos” e na obra “O Evangelho Segundo o Espiritismo”:

“Haverá Espíritos que nunca se arrependem?

‘Há os de arrependimento muito tardio; porém, pretender-se que nunca se melhorarão fora negar a lei do progresso e dizer que a criança não pode tornar-se homem.’” [4]
“Sei bem haver casos que se podem, com razão, considerar desesperadores; mas, se não há nenhuma esperança fundada de um regresso definitivo à vida e à saúde, existe a possibilidade, atestada por inúmeros exemplos, de o doente, no momento mesmo de exalar o último suspiro, reanimar-se e recobrar por alguns instantes as faculdades! Pois bem: essa hora de graça, que lhe é concedida, pode ser-lhe de grande importância. Desconheceis as reflexões que seu Espírito poderá fazer nas convulsões da agonia e quantos tormentos lhe pode poupar um relâmpago de arrependimento.” [5]
A constatação de um ponto a melhorar, e o consequente arrependimento por um proceder inadequado, são os primeiros passos para nossa evolução. Contudo, apenas o arrependimento, em si, não soluciona a questão. Por mais sincero seja o arrependimento, e por mais intensa a fé abraçada, se não houver obras, ou seja, ações objetivas em prol do Bem de nosso semelhante, motivadas pelo aprendizado na nova atitude, não consolidaremos nosso aprendizado e nosso amadurecimento. Lemos à questão 1002 de “O Livro dos Espíritos”:
“Que deve fazer aquele que, em artigo de morte, reconhece suas faltas, quando já não tem tempo de as reparar? Basta-lhe nesse caso arrepender-se?
‘O arrependimento lhe apressa a reabilitação, mas não o absolve. Diante dele não se desdobra o futuro, que jamais se lhe tranca?’”
O que a constatação de um erro, cometido por nós ou contra nós, não pode trazer, são as angustiantes e improdutivas emoções do remorso e da revolta. Essas são verdadeiras barreiras à nossa evolução, por impedirem, respectivamente, de perdoarmos a nós mesmos e ao nosso semelhante. Novamente, é uma questão de bem cuidar, ou seja, de curar a nós e o próximo.
Em dois trechos da brilhante obra “Evolução em Dois Mundos”, André Luiz ilustra o severo impacto negativo que o remorso traz ao nosso mundo íntimo:
“Obliterados os núcleos energéticos da alma, capazes de conduzi-la às sensações de euforia e elevação, entendimento e beleza, precipita-se a mente, pelo excesso da taxa de remorso nos fulcros da memória, na dor do arrependimento a que se encarcera por automatismo, conforme os princípios de responsabilidade a se lhe delinearem no ser, plasmando com os seus próprios pensamentos as telas temporárias, mas por vezes de longuíssima duração, em que contempla, incessantemente, por reflexão mecânica, o fruto amargo de suas próprias obras, até que esgote os resíduos das culpas esposadas ou receba caridosa intervenção dos agentes do amor divino, que, habitualmente, lhe oferecem o preparo adequado para a reencarnação necessária, pela qual retomará ao aprendizado prático das lições em que faliu.” [6]
“A recordação dessa ou daquela falta grave, mormente daquelas que jazem recalcadas no espírito, sem que o desabafo e a corrigenda funcionem por válvulas de alívio às chagas ocultas do arrependimento, cria na mente um estado anômalo que podemos classificar de ‘zona de remorso’, em torno da qual a onda viva e contínua do pensamento passa a enovelar-se em circuito fechado sobre si mesma, com reflexo permanente na parte do veículo fisio-psicossomático ligada à lembrança das pessoas e circunstâncias associadas ao erro de nossa autoria.
LUZ E ESTRELAS

É assim que o remorso provoca distonias diversas em nossas forças recônditas, desarticulando as sinergias do corpo espiritual, criando predisposições mórbidas para essa ou aquela enfermidade, entendendo-se, ainda, que essas desarmonias são, algumas vezes, singularmente agravadas pelo assédio vindicativo dos seres a quem ferimos, quando imanizados a nós em processos de obsessão. Todavia, ainda mesmo quando sejamos perdoados pelas vítimas de nossa insânia, detemos conosco os resíduos mentais da culpa, qual depósito de lodo no fundo de calma piscina, e que, um dia, virão à tona de nossa existência, para a necessária expunção, à medida que se nos acentue o devotamento à higiene moral.” [7]
Preciosos relatos de autores espirituais nos informam sobre o lento e gradual processo de evolução, para aprendizado e reparação de erros, que se opera ao longo de diversos processos reencarnatórios. Além da obra “Evolução em Dois Mundos”, acima citada, relacionamos, a título de exemplos, as obras “Entre a Terra e o Céu” e “Memórias de um Suicida”, referidas na postagem “Considerações sobre o Aborto Espontâneo”, neste blog.
A lentidão de tais processos de reforma íntima não se deve a nenhuma morosidade do Plano Espiritual, mas às nossas próprias limitações em estudar, apreender e aplicar novas lições, especialmente no campo da evolução moral. Dispomos de muitos bons exemplos de dedicação ao próximo para seguir e acelerar nossa melhoria. Allan Kardec, à questão 625 de “O Livro dos Espíritos”, pergunta qual o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem, para lhe servir de guia e modelo, recebendo a resposta mais breve e, talvez, mais profunda da referida obra: Jesus. Não se trata de nenhum ato de fanatismo, mas de fé raciocinada. Exemplificando a caridade incondicional e o desapego à vida material, Jesus nos apresenta um roteiro lógico e exequível de amadurecimento espiritual. Relembrando o versículo 06 do Salmo 82 e indo além, Jesus nos orienta:
“Não está escrito na vossa Lei: Eu disse que vós sois deuses?” (João 10:34)
“Em verdade, em verdade vos digo que aquele que crê em mim, esse fará também as obras que eu faço, e fará ainda maiores (…)” (João 14:12)
Podemos, agora, compreender melhor por que Bezerra de Menezes respondeu à questão citada ao início desta postagem, no livro “Loucura e Obsessão”, nos seguintes termos:
“— Os desígnios de Deus — respondeu, reflexionando — são inescrutáveis. Caso não recupere todas as suas funções, para a atual existência, melhorará as condições para os próximos cometimentos. Deveremos examinar a Vida sob o ponto de vista global e não angular, de uma única experiência física, como a atual. Da mesma forma que vamos buscar as origens dos males de hoje no passado do Espírito, é justo que pensemos na sua felicidade em termos de amanhã, considerando o presente como sendo uma ponte entre os dois períodos e não a situação única a vivenciar. Destas atitudes resulta o porvir com todas as suas implicações. Assim, lancemos para amanhã os resultados do esforço de agora.” [1]
Leia também, neste blog, as postagens “Penas ‘Eternas’”, “Falsos Cristos, falsos profetas e seus seguidores”, “154 anos do Consolador Prometido”, “Focos de desequilíbrio espiritual”, “Considerações sobre a pluralidade das existências 1 e 2”, “A Fé”, “O Universo Cíclico”, “Mortes prematuras”, “Considerações sobre o Aborto Espontâneo”, “Bezerra de Menezes” e “Cuida de Ti”.
Bons estudos!
Carla e Hendrio

Referências:

[1] FRANCO, Divaldo Pereira. “Loucura e Obsessão”. 8.ed. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1998. Capítulo 7.
[2] CELSUS, Aulus Cornelius. “De Medicina”. Livro III, item 9.1. Loeb Classical Library edition, 1935. Disponível em http://penelope.uchicago.edu/Thayer/L/Roman/Texts/Celsus/3*.html. Acesso em 18/01/2011.
[3] BOFF, Leonardo. “Saber cuidar: ética do humano – compaixão pela terra”. 10.ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2004. Capítulo VII.
[4] KARDEC, Allan. “O Livro dos Espíritos”. 66.ed. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1987. Questões 166, 166-a, 167, 194, 195, 365, 621, 625, 781, 1002 e 1007.
[5] KARDEC, Allan. “O Evangelho Segundo o Espiritismo”. 97.ed. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1987. Capítulo V (“Bem-aventurados os aflitos”), item 28.
[6] XAVIER, Francisco Cândido. “Evolução em Dois Mundos”. Pelo Espírito André Luiz. 14.ed. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1995. Primeira parte, capítulo 16.
[7] Ibidem. Segunda parte, capítulo 19.

reforma ÍNTIMA

“MÉDIUNS SANEADORES, INFLUÊNCIA DO ESPÍRITO”, PELO “ESPÍRITO DONA MARIA MODESTO CRAVO”.

Eu estava em uma fila de banco pagando uma conta. Era o terceiro na ordem para chegar ao caixa. Não via a hora de cumprir com aquela obrigação. Filas sempre causam ansiedade. De repente senti algo como uma gelatina quente sendo jogada nas minhas costas. Por impulso passei a mãos nos ombros para me certificar o que era aquilo, e olhei com uma expressão de interrogação para uma senhora que estava logo atrás de mim. Ela também me olhou como se dissesse: o que você está me olhando? Ao passar a mão constatei que não existia nada. Minha roupa estava limpa. Dei uma olhada na fila para ver se alguém poderia ter feito aquilo e constatei que a última pessoa na longa fila estava diferente.
Ela parecia ter na cabeça um vulcão em erupção espalhando uma matéria gosmenta e gelatinosa, que era jogada para cima e para os lados acertando em várias pessoas ao redor. Como ninguém reclamava e parecia nem se incomodar com aquilo, logo percebi que estava tendo um transe mediúnico seguido de uma clarividência. Olhei então para a senhora como se me desculpasse, e ela ficou na dela como a dizer: que homem estranho!
Fiz então o que sempre faço quando tenho essas percepções mediúnicas.
Orei e pedi o amparo e a presença dos amigos espirituais. E logo me apareceu dona Modesta, um espírito que tem sido uma mãe e benfeitora para mim. Ela veio em meu socorro e me disse:
– Meu filho precisamos fazer algo por aquela mulher. Ela está em dor profunda. Recebi um pedido do pai dela que está aqui no mundo espiritual.
– Sim dona Modesta, como posso ajudar?
– Eu preciso que você vá ficar atrás dela para usarmos uma técnica de libertação.
Meio a contragosto, mas com desejo de ajudar aceitei o pedido e fui para o último lugar na fila. Quando passei pela senhora que vinha logo após mim na fila, ela me fuzilou com o olhar. Enquanto não cheguei ao último lugar na fila ela não parou de me olhar como se dissesse: é louco mesmo!
Quando estava pronto, perguntei a dona Modesta o que faço? E ela me disse:
– Vamos precisar que você encoste as duas mãos nas costas da mulher.
Eu fiquei desorientado. Como iria fazer aquilo ali com uma pessoa que nem conhecia. Eu contra argumentei com dona Modesta.
– A senhora tem certeza que precisa ser assim? Não há outro jeito?
– Não meu filho. Nesse caso não!
Parei de pensar e fui fazer aquela coisa de louco. E como se tivesse me desequilibrado amarrando os sapatos, tombei para frente e me apoiei na mulher, pedindo a ela mil desculpas pelo ocorrido e sorrindo como se estivesse morrendo de vergonha. E estava mesmo!
Ela graças a Deus não achou ruim e ficou tranquila apesar de seu estado emocional.
Passei então a observar que o simples contato com o corpo dela imantou às minhas mãos alguns fios que lembravam fios finos de macarrão talharim, bem flexíveis e cor de creme. Era como se um chiclete estivesse grudado entre minhas mãos e as costas da mulher. Imediatamente aquele “vulcão” sobre a cabeça dela parou de expelir aquelas coisas.
Comecei então a sentir uma irritação, uma raiva tão grande, e pedi socorro para dona Modesta. Ela me orientou:
– Pois é meu filho. Essa energia é de ódio. Está mulher foi profundamente lesada na vida recentemente e está tramando um suicídio. Essa matéria que lhe sai da cabeça são fluidos de desgosto e infelicidade. Está muito atormentada.
– E o que eu faço agora dona Modesta, porque parece que tudo passou para mim.
– Temos que sair imediatamente desse lugar e procurar um ambiente de natureza aqui bem perto.
Por fim guardei minha conta na pasta desisti de pagá-la e sai do banco. Uma terrível sensação de dor na alma. Parecia que tinha o corpo coberto por uma gelatina que melava e possuía muito calor.
Havia uma pracinha arborizada bem perto. Fui para lá e recebi diversas orientações de dona Modesta sobre como me alimpar daquela força estranha usando pulsos apométricos. Era uma matéria densa e pegajosa. Segundo a minha benfeitora é a energia da mágoa profunda que costuma causar doenças reumáticas severas com apenas alguns meses de alojamento no corpo perispiritual.
Estava terminando as técnicas em oração, quando abri os olhos e quem estava na pracinha parada em pé e me olhando? Aquela senhora que estava atrás de mim na fila. Agora com certeza ela não tinha mais dúvidas sobre minha insanidade… 
Escrevi sobre essa minha experiência para destacar um assunto que julgo muito necessário ser discutido.
Os Médiuns são muito preparados nos centros espíritas para examinarem a influência dos espíritos em sua vida, mas não são preparados para reconhecer e identificar as influências energéticas em sua sensibilidade extra-sensorial.
Por essa razão, os trabalhadores da mediunidade não aprendem a distinguir situações práticas da experiência mediúnica, e examinam a maioria de suas vivências espirituais como sendo atuações de entidades desencarnadas, sendo que existe um leque de ocorrências que envolvem o transe mediúnico e que não estão necessariamente vinculados à presença de espíritos.
No caso que contei, retirando as orientações que recebi de dona Modesta, todo o restante do acontecimento, envolveu muito mais a habilidade anímica de examinar e identificar aspectos energéticos que mediúnicos.
A esse respeito, o livro “Servidores da Luz na Transição Planetária”, do autor espiritual José Mario, que lançamos no mês de dezembro de 2012, traz orientações muito valiosas sobre o trabalho e a tarefa dos chamados médiuns saneadores, que são aqueles cuja faculdade é muito útil no asseio de lixos astrais em pessoas e ambientes. Uma tarefa para qual os médiuns de uma forma geral terão benefícios amplos para sua autodefesa e também no socorro ao próximo.
Retirei um pequeno trecho do livro para que tenhamos uma ideia do que pode fazer um médium saneador, com ou sem interferência dos espíritos: “Os médiuns saneadores podem executar funções terapêuticas pouco ordinárias ao senso comum, tais como: remoção de tecnologia parasitária, alinhamento de chacras, limpeza de clichês e morbo psíquico na aura carregada, desobstrução de chacras (inflamação e infecção larvária), eliminação de Goécia (magia negra), asseio de cordões energéticos, limpeza por meio do vampirismo assistido, domínio sobre elementais, exoneração de matérias mentais de sentimentos tóxicos, vitalização pelo passe magnético, choque anímico com ativação de chacras profundos do corpo mental, puxada de aura coletiva, limpeza de ambientes, destruição de endereços vibratórios em carros, objetos e bens materiais, liberação de mágoa, angústia e outros excrementos mentais que se alojam no corpo físico, e os tão populares trabalhos de “benzimento de mau-olhado” e “fechamento de corpo”, entre outras atividades.”
Muitos Médiuns, por falta de preparo para lidar com forças astrais e também sobre como se comportar para se proteger, carregam consigo aquilo que pertence a ambientes ou a outras pessoas, trazendo para sua vida uma dose de sofrimentos que poderiam ser evitados se fossem treinados para saber como se conduzir em tais situações.
Sugiro que os interessados procurem ler e estudar o livro “Servidores da Luz na Transição Planetária”. Temos recebido um ótimo feed-back sobre a obra, porque mesmo que você não seja médium no sentido mais amplo do termo, todos nós, em algum grau, vivemos a experiência da troca energética nas relações humanas e com os ambientes de nossa convivência.

Comentários