O amor é luz permanente no cérebro e paz contínua no coração.
Joanna de Ângelis
Luta e Libertação
“A vossa visão se detinha no túmulo, nós vos desvendamos, para lá desde, um esplêndido horizonte. Não sabíeis porque sofreis na Terra, agora, no sofrimento, vedes a justiça de Deus.” A GÊNESE – Capítulo 1º – Item 62.
Estás empenhado numa grande luta.
Conflito sem quartel a espraiar-se indomável.
Avalanches aflitivas que surgem, soterrando esperanças.
Batalhas encarniçadas que aparecem, dizimando corações.
Ninguém está em paz total.
Se por um lado as mentes se alçam às culminâncias da técnica, construindo os admiráveis instrumentos da pesquisa, construção e transporte, por outro lado, as diferenças morais e econômicas proporcionam as quedas desastrosas do sentimento.
E apesar das facilidades modernas enxameiam misérias indescritíveis.
Com tanta luz projetada nos caminhos da razão as trevas se demoram densas e ameaçadoras..
Das tormentas, porém, advêm as alvíssaras da tranquilidade.
A luta é, indubitavelmente, uma imposição evolutiva.
Mantém-se o corpo através do conflito celular.
Voeja a borboleta com a dilaceração da lagarta. Sustenta-se a árvore com a decomposição dos tecidos que a adubam.
Comprometido com a retaguarda espiritual, o homem de hoje como o de ontem, recupera os patrimônios da vida com que se comprometeu em arremetidas da loucura.
Trazendo à atualidade o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, a Doutrina Espírita ensina mudança de rumo para o pensamento, e realização edificante para o sentimento.
Objetivando a construção da felicidade no cerne das criaturas oferece a instrumentação do esclarecimento e dos fatos, convocando as forças atuantes de cada um para a batalha real da libertação total.
Não somente luta externa pelo poder que não felicita.
Nem luta interna sob o guante das seduções degeneradoras. Extinção do mal interno angustiante e vigoroso -eis o objetivo essencial. Libertação de todo gozo fácil e breve, para realização do gozo pleno e total.
Repetindo a sentença do Mestre que “não veio destruir a Lei mas dar-lhe cumprimento” asseveram os Espíritos da Luz que o Espiritismo “não vem destruir a lei cristã, mas dar-lhe execução”.
Resolve-te, pois, quanto antes e sem demora, ao empreendimento da auto-libertação e não te faltarão os recursos para a vitória imperiosa e inadiável sobre ti mesmo, nas grandes lutas do momento em que a espécie humana se encontra para a sublime ascensão.
FRANCO, Divaldo Pereira. Espírito e Vida. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 50.
Obediência com resignação
Estudo: Cap. IX – Item 8 – Evangelho Segundo o Espiritismo.
O equilíbrio, a harmonia, resultam da obediência às leis que regem a vida.
Em torno dos Sóis gravitam os demais astros, e, por sua vez, estes se submetem às soberanas diretrizes que mantêm as galáxias.
A sinfonia harmoniosa é o resultado da submissão de notas e instrumentos à pauta e à regência.
O equilíbrio da máquina decorre da perfeita submissão das peças do mecanismo que lhe constitui a engrenagem…
A saúde do corpo e da mente, por sua vez, é consequência da obediência do espírito às conjunturas da evolução inadiável.
A obediência revela-se como elemento essencial para a ordem, fator base do equilíbrio fomentador do progresso.
Medida que revela a sabedoria da criatura, a obediência decorre, naturalmente, de um perfeito conhecimento dos deveres em relação aos objetivos da existência humana.
Somente as almas disciplinadas logram o cometimento da obediência, em consequência da resignação ante os sucessos nem sempre ditosos.
Assevera-se que os fracos são mais fáceis de serem conduzidos, portanto mais maleáveis à obediência. Conveniente, porém, não confundir obediência com receio submisso, nem resignação com indiferença diante da luta, que é sempre um desafio da evolução.
Obediência e resignação constituem termos equivalentes da equação evolutiva, a grande incógnita para o espírito em processo libertador.
*
Vives num Universo onde vigem as leis de equilíbrio, soberanamente, em nome de Deus.
Qualquer agressão à ordem impõe a necessidade de recuperação como impositivo de dignidade e harmonia.
A rebeldia é processo de luta em faixa primitiva, enquanto que a obediência é conquista da razão esclarecida.
O bruto reage. O sábio age. O primeiro agride, o segundo elucida.
Submete-se, desse modo, aos impositivos da evolução, mesmo quando as circunstâncias te pareçam aziagas ou tormentosas.
A resignação, como conseqüência natural do conhecimento das leis de causa e efeito, ser-te-á o lenitivo e o amparo para o prosseguimento do ministério abraçado, em busca da libertação que almejas.
Não te revoltes, portanto, se as coisas não te saírem conforme o teu desejo. A realidade é consoante como deve ser e não conforme a cada qual apraz.
Aplica-te ao serviço fraternal de auxílio, confiante e resignado, adquirindo experiências iluminativas que se te incorporarão ao patrimônio existente de bênçãos.
Convidado ao revide, empurrado ao desespero, chamado ao remoque, concitado à desordem, silencia e ama, obedecendo às determinações da vida e resignando-te face às suas injunções.
A obediência liberta; a resignação sublima a alma.
Uma deflui do conhecimento e a outra do sentimento.
*
Não obstante a arbitrária justiça do atormentado representante de César, Jesus não se rebelou, não agrediu, não duvidou da misericórdia nem da sabedoria do Pai. Obedeceu, resignado e amoroso, embora fosse o Senhor da Terra, concitando-nos, desde ali, a coragem para sofrer com equilíbrio e confiança total nas determinações divinas.
FRANCO, Divaldo Pereira. Rumos Libertadores. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 22.
No Rumo da Luz
“Progredir é condição normal dos seres espirituais e a perfeição relativa ao fim que lhes cumpre alcançar.” A GÊNESE Capítulo 11º – Item 9.
Mágoa injustificada nubla a face da tua alegria. Agasalhando-a, concedes tempo precioso a argumentação íntima desnecessária que te gasta em combate inútil.
Reclamas, porque companheiros levianos usaram do teu nome, fazendo-te co-autor de infâmias ou porque, infelizes, se referem maldosamente às tuas expressões, envenenando teus melhores conceitos, culminando por coroarem de espinhos os teus mais alentados sonhos.
Sofres, porque desejas esclarecer, pretendendo silenciar a boca da calúnia com o esparadrapo da inocência.
Consideras que as informações depreciadoras te prejudicam o trabalho tanto quanto a difamação pode corporificar-se em “verdades aceitas”.
O desânimo sulca a gleba onde aras, habilmente instilado pela tua invigilância.
Reserva-te, porém, cuidados especiais.
Acautela-te, não em relação ao que digam, ao que pensem, ao que creiam os que te cercam, mas, em referência a ti mesmo.
As agressões de fora não atingem realmente a quem busca a verdade e a ela se afervora, vivendo-a, quanto possível, nas províncias do mundo interior.
Não te justifiques nem procures esclarecer.
A verdade dispensa explicações. Simples, é persuasiva, cativando aqueles que a sintonizam.
Policia as palavras e confia na lição do tempo que fará se defrontem as informações e os fatos, ensejando panoramas legítimos.
Tem em mente que segues no rumo da luz, e que nada te poderá deter. Elegeste a vida verdadeira!
Uma grande mazela para o espírito é a impaciência.
O tempo, na Terra, é companheiro infatigável, do qual ninguém foge, nem se consegue furtar. Inexoravelmente ele gasta o granito, reverdece o deserto e doa aridez ao solo fértil.
“O tempo é a sucessão das coisas” (*).
Tudo modifica sem pressa nem agitação.
Todas as pessoas que, por esta ou aquela razão se destacam neste ou naquele mister são rigorosamente fiscalizadas, tornando-se do domínio público.
Criam escola sem o desejarem; fazem-se modelo sem o pensarem; ficam atormentadas sem o perceberem.
Se realizam para um ideal superior não têm tempo para as questiúnculas, incidentes inevitáveis de fácil superação. – Seguem em frente, para além.
Se, todavia, laboram para si mesmas, empenhadas na divulgação do nome e da obra, perdem-se nas cercanias da estrada e desajustam-se, feridas por suscetibilidades e bagatelas ridículas.
Ninguém fica indene, quando trabalha, à maledicência e à astúcia dos ociosos.
Todos lhes sofrem a perseguição gratuita nascida nas fontes do despeito e da aflição invejosa que os macera.
Age, portanto, fervoroso e confiante.
Os que te amam compreenderão sempre os teus atos: não esperam de ti mais do que és, mais do que tens, mais do que podes dar. Choram com as tuas lágrimas, sorriem com as tuas alegrias, ajudam-te sempre na dificuldade ou no triunfo.
Os que te detestam fazem-se mais adversos quer os esclareças ou não.
Utilizando um argumento justo crerão que és vivaz; aplicando uma evasiva te chamarão hipócrita; sacrificado, dirão que te exibes nas roupas da falsa humildade; tranquilo, zombarão, nomeando-te como explorador irresponsável.
Intentar mudar a face das coisas a golpes de precipitação seria como pretender avançar no futuro, anulando a sabedoria que os minutos assinalam.
Produze preocupado com o objetivo de fazer o melhor ao teu alcance e, na certeza de que agradar a todos é positivamente ambição descabida, não pretendas realizá-la.
Retornando aos sítios queridos de Cafarnaum, depois de realizar os mais sublimes labores e sucessos junto aos corações humanos em desalinho, o Mestre foi inquirido ardilosamente por aqueles que desejavam “surpreendê-lo nalguma palavra”, para terem meios de O aniquilar.
“É lícito pagar o tributo a César, ou não?”
“Jesus, porém, conhecendo a sua malícia, disse:
Por que me experimentais, hipócritas? Mostrai-me a moeda do tributo”.
“E eles lhe apresentaram um dinheiro.”
-“De quem é esta efígie e esta inscrição?”- Indagou o Senhor.
– “De César.” – responderam.
– “Dai, pois, a César – retrucou o Rabi – o que é de César, e a Deus o que é de Deus”. (1)
Sem retoque no ensino que há vinte séculos rutila como advertência insofismável, dá a tua quota de amor, abnegação e trabalho a Deus, na seara onde hoje serves sob os auspícios do Espiritismo e demora-te sereno, porquanto os aficionados de César terão sempre meios para te perturbarem, desejosos de dificultarem tuas aspirações superiores com o Pai.
(1) Mateus 22 – 17 a 21.
(*) A Gênese – Capítulo 6º – Item 2. – Notas da Autora espiritual.
FRANCO, Divaldo Pereira. Espírito e Vida.
Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 55.
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