A ESCOLHA DO BEM

livre-arbítrio vera jacubowski 3

O LIVRE-ARBÍTRIO

“O erro é o Livre-Arbítrio mal direcionado, enquanto que, a escolha do bem é sempre a luz no fundo do túnel . “
Vera Jacubowski

afeto e amor

Livres, mas responsáveis

A quem nos pergunte se a criatura humana é livre, responderemos afirmativamente.
Acrescentemos, porém, que o homem é livre, mas responsáveis, e pode realizar o que deseje, mas estará ligado inevitavelmente ao fruto de suas próprias ações.
Para esclarecer o assunto, tanto quanto possível, examinemos, em resumo, alguns dos setores de sementeira e colheita ou, melhor, de livre-arbítrio e destino em que o espírito encarnado transita no mundo.
POSSE – O homem é livre para reter quaisquer posses que as legislações terrestres lhe facultem, de acordo com a sua diligência na ação ou seu direito transitório, e será considerado mordomo respeitável pelas forças superiores da vida se as utiliza a benefício de todos, mas, se abusa delas, criando a penúria dos semelhantes, de modo a favorecer os próprios excessos, encontrará nas consequências disso a fieira das provações com que aprenderá a acender em si mesmo a luz da abnegação.
NEGÓCIO – O homem é livre para efetuar as transações que lhe apraza e granjeará o título de benfeitor, se procura comerciar com real proveito de clientela que lhe é própria, mas, se arrasa a economia dos outros com o fim de auferir lucros desnecessários, com prejuízo evidente do próximo, encontrará nas consequências disso a fieira de provações com que aprenderá a acender em si mesmo a luz da retidão.
ESTUDO – O homem é livre para ler e escrever, ensinar ou estudar tudo o que quiser e conquistará a posição de sábio se mobiliza os recursos culturais em auxílio daqueles que lhe partilham a romagem terrestre; mas, se coloca os valores da inteligência em apoio do mal, deteriorando a existência dos companheiros da Humanidade com o objetivo de acentuar o próprio orgulho, encontrará nas consequências disso a fieira de provações com que aprenderá a acender em si mesmo a luz do discernimento.
TRABALHO – O homem é livre para abraçar as tarefas a que se afeiçoe e será honorificado por seareiro do progresso se contribui na construção da felicidade geral; mas se malversa o dom de empreender e agir, esposando atividades perturbadoras e infelizes para gratificar os seus interesses menos dignos, encontrará nas conseqüências disso a fieira de provações com que aprenderá a acender em si mesmo a luz do serviço aos semelhantes.
SEXO – O homem é livre para dar às suas energias e impulsos sexuais a direção que prefira e será estimado por veículo de bençãos quando os emprega na proteção sadia do lar, na formação da família, seja na paternidade ou na maternidade com o dever cumprido, ou, ainda, na s ustentação das obras de arte e cultura, benemerência e elevação do espírito; mas, se para lisonjear os próprios sentidos transforma os recursos genésicos em dor e desequilíbrio, angústia ou desesperação para os semelhantes, pela injúria aos sentimentos alheios ou pela deslealdade e desrespeito nos compromissos e ajustes afetivos, depois de havê-los proposto ou aceitado, encontrará nas consequências disso a fieira de provações com que aprenderá a acender em si mesmo a luz do amor puro.
O homem é livre até mesmo para receber ou recusar a existência, mas recolherá invariavelmente os bens ou os males que decorram de sua atitude, perante as concessões da Bondade Divina.
Todos somos livres para desejar, escolher, fazer e obter, mas todos somos também constrangidos a entrar nos resultados de nossas próprias obras.
Cabe à Doutrina Espírita explicar que os princípios da Justiça Eterna, em todo o Universo, não funcionam simplesmente à base de paraísos e infernos, castigos e privilégios de ordem exterior, mas, acima de tudo, através do instituto da reencarnação, em nós, conosco, junto de nós e por nós.
Foi por isso que Jesus, compreendendo que não existe direito sem obrigação e nem equilíbrio sem consciência tranquila, nos afirmou claramente: “Conhecereis a verdade e a verdade vos fará livres.
Autor: Emmanuel
Psicografia de Francisco Cândido Xavier

bom ânimo jesus

Doações Tardias

Amigo, você nos solicita indicar o destino mais aconselhável para os seus bens, depois de sua libertação do corpo físico.
Indaga você:
“Se devo facear a sobrevivência, diga, por obséquio, qual o melhor modo de deixar os recursos que acumulei? Tenho algum dinheiro, ações em companhias diversas, terrenos vagos, dois sítios caprichosamente montados e alguns apartamentos para alugar. Será mais justo entregar esse patrimônio a determinados amigos, através de testamentos e recomendações especiais? Ou será mais razoável confiar meus bens a instituições de beneficência?”.
A sua consulta nos falou ao coração e aqui estamos para a resposta possível, que você não é obrigado a aceitar.
Usufruindo a luz da prece, você mesmo obterá a inspiração dos benfeitores espirituais que o assistem, a fim de adotar a melhor conduta.
Esquecer o seu livre arbítrio, seria privá-lo da liberdade de escolha.
Entretanto, permitimo-nos recordar um episódio, que se perde nos acontecimentos históricos do segundo milênio que estamos terminando no mundo.
O rei de Bizâncio, Manuel I, da dinastia dos Commenos, mantinha os seus assessores e soldados numa guerra civil contra os persas, que se defendiam ardorosamente.
Na batalha última em que seus súditos encontraram pesada derrota, o próprio rei foi atingido no peito por fina lâmina ajustada à ponta de uma flecha. O sangue lhe jorrava do tórax, quando foi cautelosamente retirado da alimária que o servia; mas deposto no chão, eis que o soberano pressentiu a própria morte e encontrou forças para falar em voz alta:
“Companheiros e soldados amigos; temos vinte canastras na expedição, transportando ouro e prata, jóias e pedras preciosas, em quantidade suficiente para enriquecer-vos a todos. Retirai de minha armadura as chaves capazes de abri-las e apossai-vos de toda a riqueza que vos entrego por brinde de amizade e gratidão.”
Num momento, as chaves trabalharam movendo as complicadas fechaduras e todo um montão de preciosidades surgiu aos olhos deslumbrados de todos os circunstantes. O monarca estava agora inerte, chamado que foi ao reino da morte e aqueles que o seguiam passaram a partilhar da fortuna de que se reconheciam detentores. Os inimigos, porém, se mantinham vigilantes e caíram sobre os vencidos e, em minutos breves, os herdeiros do rei acordaram para a realidade, sendo muitos deles degolados ou escravizados.
Nem um só dos companheiros do rei escapou do massacre ou da escravidão, enquanto que os adversários, além da vitória fácil, surrupiaram todos os bens que se lhe revelavam à vista.
Rogo-lhe atenção para este tópico da verdade histórica, para que observe quão difícil se faz a previsão, com respeito a benefícios marcados para depois da morte…
O rei Manuel I, que viajava conduzindo grande tesouro, efetivamente fez a doação de tudo quanto possuía, à frente da morte, com a desvantagem de colocar os amigos sob a ira dos adversários que os arrasaram e espoliaram à vontade, sobretudo para satisfazer os apetites de ambição e pilhagem de que se sentiam acometidos.
Em vista do exposto, se você deseja beneficiar pessoas ou instituições, não deixe as sua providências para depois, quando as suas riquezas entrarem no campo dos inventários, difíceis de serem deslindados.
Se o prezado amigo já despertou para a grandeza do bem aos semelhantes e quer fazer essa ou aquela doação, não deixe isso para amanhã. Faça isso agora.
XAVIER, Francisco Cândido. Fotos da Vida. Pelo Espírito Augusto Cezar Netto. GEEM.

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