O Perdão Sempre Começa Com Nós Mesmos

O PERDÃO

Perdoar

Aprendi que perdoar o irmão não é uma obrigação,
mas sim uma necessidade de todo homem,
bem como que o perdão sempre
começa com nós mesmos!

 

Xamã Gideon dos Lakotas

FELIZ

Liberdade

“Não useis, porém, da liberdade para dar ocasião à carne, mas servi-vos uns aos outros pela caridade.” – Paulo. (GÁLATAS, 5:13.)

 

Em todos os tempos, a liberdade foi utilizada pelos dominadores da Terra. Em variados setores da evolução humana, os mordomos do mundo aproveitam-na para o exercício da tirania, usam-na os servos em explosões de revolta e descontentamento.
Quase todos os habitantes do Planeta pretendem a exoneração de toda e qualquer responsabilidade, para se mergulharem na escravidão aos delitos de toda sorte.
Ninguém, contudo, deveria recorrer ao Evangelho para aviltar o sublime princípio.
A palavra do apóstolo aos gentios é bastante expressiva. O maior valor da independência relativa de que desfrutamos reside na possibilidade de nos servirmos uns aos outros, glorificando o bem.
O homem gozará sempre da liberdade condicional e, dentro dela, pode alterar o curso da própria existência, pelo bom ou mau uso de semelhante faculdade nas relações comuns.
É forçoso reconhecer, porém, que são muito raros os que se decidem à aplicação dignificante dessa virtude superior.
Em quase todas as ocasiões, o perseguido, com oportunidade de desculpar, mentaliza represálias violentas; o caluniado, com ensejo de perdão divino, recorre à vingança; o incompreendido, no instante azado de revelar fraternidade e benevolência, reclama reparações.
Onde se acham aqueles que se valem do sofrimento, para intensificar o aprendizado com Jesus-Cristo? Onde os que se sentem suficientemente livres para converter espinhos em bênçãos? No entanto, o Pai concede relativa liberdade a todos os filhos, observando-lhes a conduta.
Raríssimas são as criaturas que sabem elevar o sentido da independência a expressões de vôo espiritual para o Infinito. A maioria dos homens cai, desastradamente, na primeira e nova concessão do Céu, transformando, às vezes, elos de veludo em algemas de bronze.

 

XAVIER, Francisco Cândido. Vinha de Luz. Pelo Espírito Emmanuel. 14.ed. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1996. Capítulo 128.

DUAS ASAS EMMANUEL

Herdeiros da Luz

O homem está jornadeando num reino de luz.
A Terra é um agregado gigantesco de átomos luminosos, através do movimento a que se vê impulsionada pelos princípios da gravitação.
Todos os elementos conhecidos e aqueles outros ainda não catalogados na química tradicional se constituem na base da luz.
Cada átomo, em si, é um sistema de força em que núcleos de energia e recursos-satélites se aglutinam para a composição das formas em que a vida se manifesta.
Todos os minerais, plantas e animais, sejam quais forem, se organizam em agentes de luz.
Dos céus aos abismos, o clarão solar varre todos os recantos, fornecendo radioso alimento a tudo o que existe.
Das usinas do Sol nas quais se nos entretecem as energias, emergem todos os ingredientes que asseguram a existência das criaturas, acalentando a vida que se eleva, em forma de inteligência, para os cimos da evolução.
Apresentamos semelhante quadro de modo a certificar-nos de que as bases de todas as revelações da Sabedoria Divina se alicerçam na luz.
Diz a Bíblia que o Criador, antes de tudo, fez a luz por elemento básico do Universo.
Jesus nos adverte: – “Deixai que a vossa luz brilhe diante dos homens”.
E, nos domínios da luz, os filhos de Deus – nós outros, os espíritos eternos – vivemos imersos na luz, promovendo a construção de destino melhor, através do uso de nosso livre arbítrio.
Por isso mesmo, convém lembrar que os herdeiros da luz que somos todos – já que a luz é para cada um de nós aquilo que a corrente oceânica representa, em si, para o peixe que lhe atravessa os campos de força – temos conosco a faculdade de gerar a sombra.
Acordemos para a luz, aplicando-a na formação de novas bênçãos de luz.
Por muito que sejam sonegados pela inteligência interessada em domínio, os poderes espirituais que nos regem nunca receberam as dificuldades que assacamos contra eles, em forma de indiferença ou de injúria.
Os mestres na escola compreendem os impulsos de agressividade da criança e os médicos num hospital não consideram as reclamações indébitas dos doentes.
Urge avançar, melhorar, elevar, sublimar, e estamos convidados a isto.
Exercer a caridade e a benevolência é criar mais luz; disseminar a concórdia e o progresso é estender a luz e ampliá-la.
Perdão é sustentação da luz; esperança é a preservação dela.
E, sobre todas as forças da Vida Espiritual a que nos é possível recorrer, o Amor é o Sol Divino irradiando, onde esteja, tudo o que é belo e bom, grande e santo.
Esperamos o futuro, esforçando-nos para que a luz de Deus em nós venha a brilhar cada vez mais.
Muito próxima vemos a época em que as sombras de nossa própria alma – ou melhor, todas as sombras criadas por nós mesmos em nossas próprias almas – serão capituladas na patologia comum.
Radiografaremos o novelo mortífero do ódio qual observamos a presença do carcinoma onde surja e se desenvolva.
Fotografaremos a tristeza e o desânimo, a inveja e o ressentimento, e concluiremos com segurança sobre as calamidades de nosso próprio mundo íntimo, quando os nossos desequilíbrios de espírito estabelecem, dentro de nós e conosco, a introdução às doenças.
E, por isso mesmo, a ciência curativa se baseará no amor, que o Cristo nos legou, isto é, no uso da luz de que dispomos para extinguir as trevas.
Perturbar é ensombrar e construir será iluminar sempre. Abençoemos a Vida, a fim de iluminá-la. Aceitemos os nossos obstáculos e provas a fim de revestir de luz o caminho a trilhar. Ajustemo-nos às Leis Divinas. Deus é Amor e o Amor é Luz Divina.
Todos somos chamados a multiplicar os Valores de Deus em nossas mãos, porque, onde estivermos, somos todos nós de Deus, dentro da Vida e do Universo, aprendendo, pouco a pouco, a refletir Deus, criando o bem que é a luz permanente da Vida, em favor de nós mesmos. Sigamos adiante. E conservemos a certeza de que unicamente pela Ação do Bem de Todos conseguiremos traçar a senda para o Mais Alto, onde a Luz Divina nos reunirá e abençoará para sempre.

 

Pelo Espírito Bezerra de Menezes
XAVIER, Francisco Cândido. Caminhos de Volta. Espíritos Diversos. GEEM.

MELHOR

Possuímos o Que Damos

“É mais bem-aventurado dar do que receber.” Paulo (Atos dos Apóstolos, 20:35)

 

Quando alguém se refere à passagem evangélica que considera a ação de dar mais alta bem-aventurança que a ação de receber quase todos os aprendizes da Boa Nova se recordam da palavra “dinheiro”.
Sem dúvida, em nos reportando aos bens materiais, há sempre mais alegria em ajudar que em ser ajudado, contudo, é imperioso não esquecer os bens espirituais que, irradiados de nós mesmos, aumentam o teor e a intensidade da alegria em torno de nossos passos.
Quem dá recolhe a felicidade de ver a multiplicação daquilo que deu.
Oferece a gentileza e encorajarás a plantação da fraternidade.
Estende a bênção do perdão e fortalecerás a justiça.
Administra a bondade e terás o crescimento da confiança.
Dá o teu bom exemplo e garantirás a nobreza do caráter.
Os recursos da Criação são distribuídos pelo Criador com as Criaturas, a fim de que em doação permanente se multipliquem ao Infinito.
Serás ajudado pelo Céu, conforme estiveres ajudando na Terra.
Possuímos aquilo que damos.
Não te esqueças, pois, de que és mordomo da vida em que te encontras.
Cede ao próximo algo mais que o dinheiro de que possas dispor. Dá também teu interesse afetivo tua saúde, tua alegria e teu tempo e, em verdade, entrarás na posse dos sublimes dons do amor, do equilíbrio, da felicidade e da paz, hoje e amanhã, neste mundo e na vida eterna.

 

XAVIER, Francisco Cândido. Fonte Viva. Pelo Espírito Emmanuel. FEB. Capítulo 117.

SOCORRO

Se Fosses

Quem de nós não terá errado algum dia?
Quantas vezes teremos pedido desculpas àqueles a quem ofendemos, rogando ao mesmo tempo, o amparo da Misericórdia Divina?
Talvez estejas sofrendo com a deserção de um companheiro;
Com os desequilíbrios de um filho ou de uma filha profundamente amados;
Com os golpes de um amigo repentinamente transformado em agressor;
Ou com o delito perpetrado por alguém contas as criaturas que amas…
Entretanto, não sabemos ainda medir o poder das forças negativas enxertadas na mente dos nossos irmãos que se marginalizam nas sombras.
Imagina-te no lugar dos companheiros errados;
Pensa em ti como se fosse a pessoa conta a qual se te volta o ressentimento e aprenderás quanto valem a tolerância e o perdão.

 

XAVIER, Francisco Cândido. Recados do Além. Pelo Espírito Emmanuel. IDEAL. Capítulo 38.

agradecimento

Uniões de Prova

 

“… Não separe o homem o que Deus ajuntou.” Jesus – Mateus : 19 – 6 “… Quando Jesus disse: “Não separe o homem o que Deus ajuntou”, essas palavras se devem entender com referência à união, segundo a lei imutável de Deus e não segundo a lei mutável dos homens.” ESE. Cap. XXII – 3
Aspiras a convivência dos espíritos de eleição com os quais te harmonizas agora, no entanto, trazes ainda na vida social e doméstica, o vínculo das uniões menos agradáveis que te compelem a frenar impulsos e a sufocar os mais belos sonhos.
Não violentes, contudo, a lei que te preceitua semelhantes deveres.
Arrastamos, do passado ao presente, os débitos que as circunstâncias de hoje nos constrangem a revisar.
O esposo arbitrário e rude que te pede heroísmo constante é o mesmo homem de outras existências, de cuja lealdade escarneceste, acentuando-lhe a feição agressiva e cruel.
Os filhinhos doentes que te desfalecem nos braços, cancerosos ou insanos, idiotizados ou paralíticos são as almas confiantes e ingênuas de anteriores experiências terrestres, que impeliste friamente às pavorosas quedas morais.
A companheira intransigente e obsediada, a envolver-te em farpas magnéticas de ciúme, não é outra senão a jovem que outrora embaíste com falsos juramentos de amor, enredando-lhe os pés em degradação e loucura.
Os pais e chefes tirânicos, sempre dispostos a te ferirem o coração, revelam a presença daqueles que te foram filhos em outras épocas, nos quais plantaste o espinheiral do despotismo e do orgulho, hoje contigo para que lhes renoves o sentimento, ao preço de bondade e perdão sem limites.
*
Espíritos enfermos, passamos pelo educandário da reencarnação, qual se o mundo, transfigurado em sábio anestesista, nos retivesse no lar para que o tempo, à feição de professor devotado, de prova em prova, efetue a cirurgia das lesões psíquicas de egoísmo e vaidade, viciação e intolerância que nos comprometem a alma.
À frente, pois, das uniões menos simpáticas, saibamos suporta-las, de ânimo firme.
Divórcio, retirada, rejeição e demissão, às vezes, constituem medidas justificáveis nas convenções humanas, mas quase sempre não passam de moratórias para resgate em condições mais difíceis, com juros de escorchar.
Ouçamos o íntimo de nós mesmos.
Enquanto a consciência se nos aflige, na expectativa de afastar-nos da obrigação, perante alguém, vibra em nós o sinal de que a dívida permanece.

 

XAVIER, Francisco Cândido. Livro da Esperança. Pelo Espírito Emmanuel. CEC. Capítulo 76.

asas da libertação chico xavier

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