O Ser Humano é um Conquistador Insuperável – Joanna de Ângelis

O Ser Humano é um Conquistador Insuperável

CONQUISTADOR INSUPERÁVEL

 

“O ser humano é um conquistador insuperável,
fadado às estrelas que lhe estão ao alcance,
na medida em que se empenha por alcançá-las.”
Joanna de Ângelis

JOANNA DE ÂNGELIS

AÇÕES JOANNA DE ÂNGELIS

ESFORÇO SINCERO EMMANUEL

Autoconscientização

 

Os dias atuais, caracterizados pelos conflitos psicológicos, em face do tumulto que domina o pensamento da sociedade e as ambições de cada indivíduo, exigem profundas reflexões, a fim de que a harmonia permaneça nos sentimentos humanos e na conduta pessoal em relação a si mesmo.
As admiráveis conquistas da Psicologia profunda, contribuindo para a solução dos muitos distúrbios que se apresentam perturbadores, convidam à meditação em torno da realidade que se é, para que sejam superados os condicionamentos em que se encontra, de forma a situar-se com equilíbrio ante os desafios e as injunções, não raro, penosos, que se apresentam em toda parte exigindo decisões inadiáveis.
Atordoando-se ante o volume das atividades que defronta, o indivíduo percebe-se desequipado de valores que lhe facultem uma boa administração das injunções em que se encontra, não sabendo o rumo que deve seguir.
Convidado, porém, à auto-reflexão, à autoconscientização mediante as quais poderá descobrir a sua realidade essencial, recusa-se por automatismo, receando penetrar-se em profundidade, em razão do atavismo castrador a que se submete.
A sombra que o condiciona ao aceito e determinado ameaça-o de sofrimento, caso busque iluminar o seu lado escuro, permitindo-lhe a autoidentificação que se encarregará de libertá-lo das aflições e conflitos de comportamento, que são heranças ancestrais nele prevalecentes.
Vitimado pelo jogo das paixões sensoriais, anula a própria alma que discerne, e procura não se deixar vencer pelos desejos infrenes que o arrastam ao jogo ilusório do prazer desmedido.
Apresentando-se incapaz, no entanto, de lutar pela libertação interior, permite-se arrastar mais facilmente pelo tumulto dos jogos da sensualidade, naufragando nas aspirações de enobrecimento e de cultura, de beleza e de espiritualidade, temendo perder a oportunidade que a todos é oferecida de desfrutar as facilidades e permissões morais que constituem a ordem do dia.
A estrutura psicológica do ser humano é trabalhada por mecanismos muito delicados, sofrendo os golpes violentos da ignorância, do prazer brutalizado, dos vícios inveterados. Não suportando a alta carga de tensões que esses impositivos lhe exigem, libera conflitos e temores primitivos que estão adormecidos, desequilibrando as emoções, cujos equipamentos sutis geram distonias e depressões.
O desvario do sexo, que se tornou objeto de mercado, transformando homens e mulheres em coisas de fácil aquisição, é também instrumento de projeção social, de conquista econômica, de exaltação do ego, despertando nas mentes imaturas psicologicamente ânsias malcontidas de desejos absurdos, nele centralizando todas as aspirações, por considerá-lo indispensável ao triunfo no círculo em que se movimenta.
Incompleto, por não saber integrar os seus conteúdos psicológicos da anima à sua masculinidade e do animus à sua feminilidade, conseguindo a realização da obra-prima que lhe deve constituir meta, o ser humano deixa-se arrastar pelas imposições de um em detrimento do outro, afligindo-se sem saber por qual motivo.
Procura, então, agônico e insatisfeito, recuperação na variedade dos prazeres, identificando-se mais confuso, a um passo de transtorno sempre mais grave, qual ocorre a todo instante no organismo social e nos relacionamentos inter-pessoais.
A sombra governa-o, e ele se recusa à luz da libertação.
*
O Apóstolo Paulo afirmou: Não faço o bem que quero, mas o mal que não quero, esse eu faço. (Romanos, 7-19.)
Nesse auto-reconhecimento, o nobre servidor do Evangelho de Jesus denunciava a existência do seu lado escuro, impulsionando-o a atitudes que reprovava e não conseguia impedir-se de praticar. Mediante, porém, esforço perseverante e autoconscientização da própria fragilidade psicológica, o arauto da Era Nova conseguiu atingir a culminância do seu apostolado, quando proclamou: (…) E vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim… (Gálatas, 2:20.)
Somente através da coragem para encontrar a consciência mediante uma análise tranqüila das possibilidades de que dispõe é que a criatura humana logrará liberar-se da situação conflitiva que a domina, facultando-se selecionar os valores reais daqueles ilusórios aos quais se atribui significados, mas que sem-pre deixam frustração e vazio existencial.
A experiência física tem objetivos bem delineados que se apresentam acima da vacuidade dos interesses imediatistas que dominam na moderna sociedade consumista. Esse seu consumismo exterior resulta dos obscuros conflitos internos que projetam para fora e para outrem sua imagem de inquietação, transferindo-a do eu profundo, como necessidade de agitação para fugir de si mesmo.
Sucede que, nessa ansiosa projeção, o ser se torna consumido pelos demais, e por sua vez, destituído dos sentimentos profundos de amor, procura consumir os outros, utilizando dos seus recursos e qualidades reais ou imaginárias para saciar a sede de prazer em que se aturde, e seguir adiante.
Não saciado, porque essas experiências somente mais afligem, surge a necessidade das extravagâncias, pelas libações alcoólicas, pelo uso de substâncias químicas alucinantes, pelas aberrações sexuais intituladas de variedades para o prazer, pela agressividade, pela violência, ou pela queda nos abismos da depressão, da loucura, do suicídio…
A única alternativa disponível, portanto, para o ser humano de hoje, qual ocorreu com o de ontem, é o mergulho interior, a autodescoberta, a conscientização da sua realidade de Espírito imortal em viagem transitória pelo corpo, a fim de adquirir novas realizações, reparando males anteriores e conseguindo harmonia íntima, para que possa desfrutar de todas as concessões que se lhe encontram à disposição, premiando-o pelo esforço de autoconquista e autolibertação.
Naturalmente que, ao ser ativado o mecanismo de identificação do ser real, o hábito da fuga dos compromissos superiores induz à projeção, para poupar-se à dor, o que constitui um grande erro, porquanto o sofrimento se tornará ainda mais penoso.
É óbvio que somente a claridade vence as sombras, e a autoconscientização é o foco de luz direcionado à escuridão que predomina no comportamento psicológico do ser humano.
*
Jesus asseverou com propriedade ser a luz do mundo, porque a Humani-dade se encontrava em profunda escuridão, qual ocorre nos dias presentes.
A Sua é a mensagem de responsabilidade pessoal perante a vida, e de serviço constante em favor de si mesmo e da coletividade.
Trazendo aos homens e mulheres o Seu exemplo de amor e de abnegação, não se propôs carregar o fardo do mundo, a fim de liberá-los de suas responsabilidades, mas ensinou a todos como conduzirem os seus problemas e angústias, solucionando-os com o amor a Deus, a si mesmos e ao próximo, por ser esse sentimento de amor a perene luz de libertação de toda a sombra existente no mundo íntimo e na sociedade em geral.

 

Divaldo P. Franco. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. Página psicografada pelo médium Divaldo P. Franco, no dia 11 de julho de 2000, em Paramirim, Bahia. Extraído da Revista Reformador, Junho de 2001..

OS SONHOS CHICO XAVIER

A Psicologia da Oração

 

 

Convencionou-se, ao longo do tempo, que a oração é um recurso emocional e psíquico para rogar e receber benefícios da Divindade, transformando-a em instrumento de ambição pessoal, realmente distante do seu alto significado psicológico.
A oração é um precioso recurso que faculta a aquisição da autoconsciência, da reflexão, do exame dos valores emocionais e espirituais que dizem respeito à criatura humana.
Tornando-se delicado campo de vibrações especiais, faculta a sintonia com as forças vivas do Universo, constitui veículo de excelente qualidade para a vinculação da criatura com o seu Criador.
Todos os seres transitam vibratoriamente em faixas especiais que correspondem ao seu nível evolutivo, ao estágio intelecto-moral em que se encontram, às suas aspirações e aos seus atos, nos quais se alimentam e constroem a existência.
A oração é o mecanismo sublime que permite a mudança de onda para campos mais sensíveis e elevados do Cosmo.
Orar é ascender na escala vibratória da sinfonia cósmica.
Em face desse mecanismo, torna-se indispensável que se compreenda o significado da prece, sua finalidade e a maneira mais eficaz pela qual se pode alcançar o objetivo desejado.
Inicialmente, orar é abrir-se ao amor, ampliar o círculo de pensamentos e de emoções, liberando-se dos hábitos e vícios, a fim de criar-se novos campos de harmonia interior, de forma que todo o ser beneficie-se das energias hauridas durante o momento especial.
A melhor maneira de alcançar esse parâmetro é racionalmente louvar a Divindade, considerando a grandeza da Criação, permitindo-se vibrar no seu conjunto, como seu filho, assimilando as incomparáveis concessões que constituem a existência.
Considerar-se membro da família universal, tendo em vista a magnanimidade do Pai e Sua inefável misericórdia, enseja àquele que ora o bem-estar que propicia a captação das energias saudáveis da vida.
Logo depois, ampliar o campo do raciocínio em torno dos próprios limites e necessidades imensas, predispondo-se a aceitar todas as ocorrências que dizem respeito ao seu processo evolutivo, mas rogando compaixão e ajuda, a fim de errar menos, acertar mais, e de maneira edificante, o passo com o bem.
Nesse clima emocional, evitar a queixa doentia, a morbidez dos conflitos e exterioridades ante a magnitude das bênçãos que são hauridas, apresentando-se desnudado das aparências e circunlóquios da personalidade convencional.
Não é necessário relacionar sofrimentos, nem explicitar anseios da mente e do coração, porque o Senhor conhece a todos os Seus filhos, que são autores dos próprios destinos e ocorrências, mediante o comportamento mantido nas multifárias experiências da evolução.
Por fim, iluminado pelo conhecimento da própria pequenez ante a grandeza do Amor, externar o sentimento de gratidão, a submissão jubilosa às leis que mantêm o arquipélago de astros e a infinitude de vidas.
*
Tudo ora no Cosmo, desde a sinfonia intérmina dos astros em sua órbita, mantendo a harmonia das galáxias, até os seres infinitesimais no mecanismo automático de reprodução, fazendo parte do conjunto e da ordem estabelecidos.
Em toda parte vibra a vida nos aspectos mais complexos e simples, variados e uniformes.
Sem qualquer esforço da consciência, circula o sangue por mais de 150 mil quilômetros de veias, vasos, artérias, em ritmo próprio para a manutenção do organismo humano tanto quanto de todos os animais.
Funções outras mantidas pelo sistema nervoso autônomo obedecem a equilibrado ritmo que as preserva em atividade harmônica.
As estações do tempo alternam-se facultando as variadas manifestações dos organismos vivos dentro de delicadas ondas de luz e de calor que lhes possibilitam a existência, a manifestação, o desabrochar, o adormecimento, a espera.
O ser humano, enriquecido pela faculdade de pensar e dotado do livre-arbítrio, que lhe propicia escolher, atado às heranças do primarismo da escala animal ancestral pela qual transitou, experiencia mais as sensações do imediato do que as emoções da beleza, da harmonia, da paz, da saúde integral,
Reconhece o valor incalculável do equilíbrio, no entanto, estigmatizado pela herança do prazer hedonista, entrega-se-lhe à exorbitância pela revolta nos transtornos de conduta, como forma de imposição grotesca.
Ao descobrir a oração, logo se permite exaltar falsas ou reais necessidades, desejando respostas imediatas, soluções mágicas para atendê-las, distantes do esforço pessoal de crescimento e de reabilitação.
É claro que aquele que assim procede não alcança as metas propostas, pois que elas ainda não podem apresentar-se por nele faltarem os requisitos básicos para o estabelecimento da harmonia interior.
A oração é campo no qual se expande a consciência e o Espírito eleva-se aos páramos da luz imarcescível do amor inefável.
Quem ora ilumina-se de dentro para fora, tornando-se uma onda de superior vibração em perfeita consonância com a ordem universal.
O egoísmo, os sentimentos perversos não encontram lugar na partitura da oração.
Torna-se necessário desfazer-se desses acordes perturbadores, para que haja sincronização do pensamento com as dúlcidas notas da musicalidade divina.
A psicologia da oração é o vasto campo dos sentimentos que se engrandecem ao compasso das aspirações dignificadoras, que dão sentido e significado à existência na Terra.
Inutilmente, gritará a alma em desespero, rogando soluções para os problemas que lhe compete equacionar, mesmo que atraindo os numes tutelares sempre compadecidos da pequenez humana.
Desde que não ocorre sintonia entre o orante e a Fonte exuberante de vida, as respostas, mesmo quando oferecidas, não são captadas pelo transtorno da mente exacerbada.
*
Quando desejares orar, acalma o coração e suas nascentes, assumindo uma atitude de humildade e de aceitação, a fim de que possas falar àquele que é o Pai de misericórdia, que sempre providencia todos os recursos necessários à aquisição humana da sua plenitude.
Convidado a ensinar aos seus discípulos a melhor maneira de expressar a oração, Jesus foi taxativo e gentil, propondo a exaltação ao Pai em primeiro lugar, logo após as rogativas e a gratidão, dizendo:
– Pai Nosso, que estais nos Céus…
Entrega-te, pois, a Deus, e nada te faltará, pelo menos tudo aquilo que seja importante à conquista da harmonia mediante a aquisição da saúde integral.

 

Divaldo Pereira Franco. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na manhã de 29 de outubro de 2012, em Sydney, Austrália.

necessidades

Impressões de Otimismo

 

“É de notar-se que em todas as épocas da História, às grandes crises sociais se seguiu uma era de progresso.” A GÊNESE – Capítulo 18º – Item 33.

 

Rememorando as excelentes mensagens do Evangelho, constatarás que de todos os ensinos do Senhor ressumbram sempre otimismo, alegria e esperança.
Toda a Boa Nova é um hino de louvor à vida.
Elegendo a Natureza policromada para cenário Jesus, sob a abóbada celeste e sobre a barca levemente balançante, bordou de bênçãos suas palavras, assinalando com vigor os conceitos de alevantamento moral e coragem.
Diante de enfermos e oprimidos fez-se saúde e bálsamo; ante a alacridade infantil abriu os braços e agasalhou os pequeninos; aos lamentos dos pecadores respondeu com as dádivas da compreensão; defrontando o moço afortunado acenou-lhe com eterna herança; perante a falsa justiça dos poderosos da Terra sentenciou pelo exemplo da serenidade.
E assim o Evangelho é a mais profunda e perfeita afirmação de alegria e paz que se conhece.
Não te deixes acabrunhar nem entristecer, em momento algum da vida.
Acabrunhamento é sentença fatal e tristeza é sombra na sombra do problema.
Retempera o ânimo no ardor da luta e renova o entusiasmo.
O ferro, para resistir à umidade, suporta altas temperaturas e o diamante espera milhões de anos sob incalculável pressão para formar-se.
Recupera a coragem na forja das transformações que a vida diária te impõe, mas acima de todas as circunstâncias vitaliza a alegria.
Quem serve e sofre com destemor sem os reflexos deprimentes estampados na face produz mais e realiza com melhores resultados.
Alegria é saúde.
Não se faz preciso que o teu júbilo provoque algaravia nem que a tua satisfação espalhe balbúrdia.
A alegria pura contamina os que estão em volta. Semelha-se à saúde, conseguindo projetar equilíbrio naqueles que estão ao lado.
Os modernos tratados de Higiene Mental prescrevem a descompressão moral e mental pelo espairecimento, pelos esportes, pela mudança de atividades.
Muito se tem escrito sobre as fórmulas proveitosas dos “pensamentos positivos” elaborando resultados eficientes, imediatos.
A Psicologia ao estudar mais profundamente a psiquê humana, através da Psicanálise constata que todas as impressões conscientes ou não se arquivam na inconsciência, de cujos depósitos transitam, retornando à consciência, a seu tempo.
Ora, enviando-se mensagens constantes e positivas aos arquivos da mente, oportunamente estas aflorarão realizando o mister a que se destinam.
Pouco importa que as impressões remetidas sejam acreditadas ou não, O essencial é que sejam enviadas ininterruptamente, de tal modo que consigam expulsar aquelas que criaram o clima de pessimismo em que habitas.
Já o Apóstolo Paulo na sua primeira série de Epístolas aos tessalonicenses, no capítulo cinco e versículo dezessete, ensinava a necessidade de “orar sem cessar”…
Muitos cristãos e também espíritas procuram justificar-se dizendo não saberem orar.
Naturalmente que àqueles que consideram as coisas possíveis, possíveis estas se fazem.
Todavia, a fixação da possibilidade obedece ao mesmo mecanismo de registro, que o tempo consegue dominar com ou sem aceitação consciente disso.
Dize diariamente e muitas vezes “sou feliz, lutarei, pois, contra as minhas imperfeições, consoante os ditames cristãos”.
Criarás um hábito, empolgar-te-ás com ele, conseguirás a prática das virtudes evangélicas, a princípio por automatismo psicológico, depois por entusiasmo racional.
Começa a considerar todas as pessoas como sendo bondosas e amigas; refere-te às suas qualidades superiores, mínimas que sejam, sem azedume, e descobrirás, surpreso, em breve, que todos são realmente bons nos seus valores afirmativos. .
Também te impregnarás de bondade e cantarás, sem que o percebas, a mesma alegria do Senhor e dos Seus discípulos, começando novos tempos para a própria vida na Terra, sereno e realmente ditoso.

 

FRANCO, Divaldo Pereira. Espírito e Vida. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 59.

bem e mal querer

Jesus, O Incomparável

 

Vencendo os milênios que nos separam do Seu berço, ninguém que se Lhe equipare ou sequer apresente as características que O assinalaram.
Havendo nascido em um recinto modesto e quase desprezível, transformou-o num esplêndido reduto de luzes e de harmonias gloriosas.
Residindo mais tarde em uma aldeia desconhecida, tornou-a imortal na História, na literatura e na memória dos tempos.
Convivendo com as pessoas do Seu pequeno burgo, evitou destacar-se, mantendo-se simples e de relacionamento afável, de forma a não os perturbar ou provocar celeuma antes do momento.
Fiel servidor das Divinas Leis, trabalhou na pequena carpintaria do pai sem alarde ou demonstração inoportuna de superioridade.
Conhecendo a tarefa para a qual viera, não se precipitou, tampouco postergou a hora em que se deveria desvelar. E o fez de maneira natural, sem alarde nem provocação, quando tomou do texto de Isaías, inserto no Testamento Antigo e, em plena sinagoga, interpretou-o com inusitada acuidade, deixando-se identificar como o Messias.
Compreendeu a reação de surpresa dos Seus coevos e familiares que, tomados de espanto e ira, atiraram-se contra Ele, ameaçando-O de morte. Mas não reagiu, nem os agrediu com palavras ou ações que desmentissem o Seu ministério de amor, quando predominavam as sombras da ignorância e da perversidade.
Sem qualquer acusação, deixou aqueles sítios e partiu para a gentil Galiléia, onde as almas simples e desataviadas, sedentas de paz, cansadas de sofrimentos e humilhações, anelavam pela oportunidade de serem livres do jugo cruel da servidão e realmente felizes.
Entre os pobres e desafortunados, os sofredores e puros de coração, entoou o Seu hino de amor à Vida como dantes jamais alguém o fizera, e depois nunca mais se repetiria.
A Sua canção de misericórdia e de ação temperada pela sabedoria arrebatou as gentes de todos aqueles rincões, que abririam espaço para se alargarem pelas terras do futuro, dando início à Era da fraternidade que, embora ainda não vivida, já se encontra instalada desde aqueles inesquecíveis momentos.
A Sua revolução diferiu de todas as que a precederam e a sucederiam, porquanto, tratava-se de lutas contínuas nas paisagens do coração contra as más inclinações, as tendências primárias e as heranças asselvajadas do período primitivo.
Amando a todos sem distinção, até mesmo àqueles que obstinadamente O perseguiam e tentavam malsinar-Lhe as horas, Jesus permaneceu incomparável, ensinando compaixão e ternura, trabalho e confança irrestrita em Deus.
Ninguém jamais se Lhe equipararia!
*
Os grandes gênios da fé que O precederam e os nobres missionários do amor que O sucederam foram, respectivamente, Seus mensageiros que Lhe deveriam preparar o advento e continuadores insistindo na preservação dos Seus ensinamentos e atitudes.
Esse homem nascido em Belém e morador em Nazaré, dividiu os fastos históricos, assinalando a Sua trajetória com os incomparáveis testemunhos da Sua elevação.
Quando provocado pelo farisaísmo compreendia a fúria do despeito e da mesquinhez humana, lamentando o atraso moral daqueles que se Lhe apresentavam como adversários. Admoestava-os e esclarecia-os, embora eles não desejassem respostas honestas, porque os seus eram os objetivos perversos…
Visitado pelo sofrimento dos indivíduos e das massas, não obstante sabendo da transitoriedade do corpo físico, renovava os enfermos e curava-lhes as mazelas, advertindo-os quanto aos valores imperecíveis do Espírito.
Acusado de atitudes que se chocavam contra a Lei e os Profetas, informava que não os veio combater, mas vitalizá-los e dar-lhes cumprimento.
Tentado pela hipocrisia e envolvido nas malhas das insensatas ciladas, destrinchava os fios envolventes e devolvia-os aos sistemáticos perseguidores.
Jamais se escusou aos enfrentamentos promovidos pela perversidade dos pigmeus morais, mesmo conhecendo-lhes as artimanhas e propósitos nefastos. Também nunca se recusou a esclarecer qual era a Sua tarefa e quais as bases da Sua revolução, estruturadas no amor a Deus, ao próximo e a si mesmo.
Nunca desmentiu os postulados propostos nos Seus sermões, mediante uma conduta dúbia ante as ameaças e malquerenças que se Lhe apresentavam a cada momento.
Resistiu a todos os tipos de tentação na Sua humanidade, avançando sempre no rumo do holocausto sem qualquer tipo de revolta ou de insegurança quanto aos valores esposados e divulgados.
Profundo conhecedor da psicologia humana, jamais se utilizou desse recurso incomum para humilhar ou submeter quem quer que fosse ao Seu ministério. Pelo contrário, dele se utilizava para identificar as causas transatas geradoras dos sofrimentos que os aturdiam e para aplicar a terapêutica mais conveniente em relação aos múltiplos distúrbios que os afligiam.
Perfeitamente identificado com Deus, não fingiu ser-Lhe igual e jamais se Lhe equiparou, informando sempre ser o Filho, o Embaixador, o Caminho para a Verdade e para a Vida…
Confundido com os profetas que O precederam, revelou a própria procedência, informando que aqueles que vieram antes realizaram o seu mister com elevação, mas a Sua era a confirmação de tudo quanto ensinaram no seu tempo.
Incomparável, Jesus, o Homem libertador de todos os homens e mulheres!
*
A humanidade sempre recebeu no transcurso da História guias admiráveis, que vieram iluminar as sombras dominantes.
Em cada povo e em todos os tempos surgiram missionários incomuns, que demonstraram a vacuidade da vida física e a perenidade do ser espiritual, convidando à reflexão e à conquista da liberdade total.
Alguns tiveram a existência assinalada por muitos conflitos antes da revelação que os transformou; outros sentiram o impulso interno e romperam com os preconceitos e condicionamentos existentes, trazendo o conhecimento e a vivência do dever como essenciais, à conquista da paz.
Diversos se imolaram em testemunho do que ensinavam, mas só Jesus é o Modelo e Guia nunca ultrapassado ou sequer igualado.
Havendo chegado à Terra na condição de Espírito puro, por haver realizado o Seu processo de evolução em outra dimensão, permanece como o Homem incomparável para conduzir a humanidade na direção do inefável amor de Deus.

 

FRANCO, Divaldo Pereira. Nascente de Bençãos. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL.

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