A Oração é a Chave da Manhã e a Tranca da Noite – Gandhi

539125

A ORAÇÃO DA MANHÃ

 

A oração é a chave da manhã e a tranca da noite.

Gandhi

AMO VOCÊ ESPECIAL

Mais Amor

 

Malgrado a nuvem da incompreensão, cuja sombra permite lamentáveis atritos e rudes embates que esfacelam as elevadas programações traçadas para o êxito da tua tarefa, reserva-te mais amor.
Não obstante os raios dispendidos pela malquerença agora sistemática, que produzem dor, certeiramente dirigidos, doa mais amor.
Enquanto a maledicência grassa arrebanhando mentes frívolas e companheiros invigilantes, que se comprazem na disseminação das idéias espúrias, faculta-te mais amor.
Embora a suspeita semeie surdas acrimônias e acusações que sabes ser indébitas, no labor em que profligas o mal, concede-te mais amor.
Apesar da ausência dos mínimos requisitos de consideração ao teu serviço edificante, por parte deles – aqueles que se permitem somente a censura ou a lisonja mentirosa, a acusação ou o azedume contumaz – continua com mais amor.
*
Muitas vezes parece impossível sequer suportar quantos nos ferem e magoam injustamente – dentro, porém, da programática de recuperação que nos impomos experimentar pelos erros passados – quanto mais conceder-lhes o amor. Todavia, animosidade como afeição resultam de atitudes mentais e emocionais que podemos condicionar com o livre querer.
Se consideras que o opositor se encontra enfermo, ser-te-á mais fácil amálo. Se tiveres em mente que ele está mal informado, tornar-se-á melhor para ti desculpá-lo.
Se pensares que ele não conseguiu alcançar o que em ti combate e não possui fôrças para compartir o teu êxito ou a tua oportunidade feliz, farsa-á lógico entendê-lo e amá-lo.
Revidando, porém, acusação por acusação, suspeita por suspeita, ira com ira, mui difícil a reconciliação e a paz, paz e reconciliação a que amanhã ou depois serás constrangido a realizar.
Toda obra em começo na retaguarda, que ficou ao abandono, ou qualquer aquisição negativa permanecem aguardando o responsável.
O milagre da vida chama-se amor –
Quando crescemos em espírito, lamentamos tardiamente a mesquinhez em que teimávamos permanecer.
A visão da montanha, na direção da paisagem, apaga as sombras temerosas das furnas e cobre o charco transposto na baixada, quando o sol da alegria distende claridade festiva ampliando os horizontes.
*
Não te apoquentes, portanto, ante o triunfo enganoso do engôdo ou a vitória da irresponsabilidade.
Catalogado pelo Estatuto Divino com a função de crescer, tens a destinação de mais amor.
Assim, em qualquer circunstância de tempo ou lugar, em claro céu ou sombrio firmamento, na saúde ou na doença, na realização ou na queda, no poder ou na dependência, entre amigos ou adversários, para a tua plenitude e perfeita paz, ama muito mais e distende sempre mais amor porque só o amor tem a substância essencial para traduzir a realidade do Pai em nossas vidas.
*
“Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de tôda a tua alma e de todo o teu espírito; este o maior e o primeiro mandamento. E aqui tendes o segundo, semelhante a este: Amarás o teu próximo como a ti mesmo”. Mateus: capítulo 22º, versículo 37.
*
“O amor é de essência divina e todos vós, do primeiro ao último, tendes, no fundo do coração, a centelha dêsse fogo sagrado”.
Evangelho Segundo o Espiritismo – Capítulo 11º – Item 9.
FRANCO, Divaldo Pereira. Florações Evangélicas. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 39.

VESTINDO DO BEM

Saber Como Convém

 

“E se alguém cuida saber alguma coisa, ainda não sabe como convém saber.” – Paulo. (I CORÍNTIOS, 8:2.)

 

A civilização sempre cuida saber excessivamente, mas, em tempo algum, soube como convém saber.
É por isto que, ainda agora, o avião bombardeia, o rádio transmite a mentira e a morte, e o combustível alimenta maquinaria de agressão.
Assim também, na esfera individual, o homem apenas cogita saber, esquecendo que é indispensável saber como convém.
Em nossas atividades evangélicas, toda a atenção é necessária ao êxito na tarefa que nos foi cometida.
Aprendizes do Evangelho existem que pretendem guardar toda a revelação do Céu, para impô-la aos vizinhos; que se presumem de posse da humildade, para tiranizarem os outros; que se declaram pacientes, irritando a quem os ouve; que se afirmam crentes, confundindo a fé alheia; que exibem títulos de benemerência, olvidando comezinhas obrigações domésticas.
Esses amigos, principalmente, são daqueles que cuidam saber sem saberem de fato.
Os que conhecem espiritualmente as situações ajudam sem ofender, melhoram sem ferir, esclarecem sem perturbar. Sabem como convém saber e aprenderam a ser úteis. Usam o silêncio e a palavra, localizam o bem e o mal, identificam a sombra e a luz e distribuem com todos os dons do Cristo. Informam-se quanto à Fonte da Eterna Sabedoria e ligam-se a ela como lâmpadas perfeitas ao centro da força. Fracassos e triunfos, no plano das formas temporárias, não lhes modificam as energias. Esses sabem porque sabem e utilizam os próprios conhecimentos como convém saber.

 

XAVIER, Francisco Cândido. Vinha de Luz. Pelo Espírito Emmanuel. 14.ed. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1996. Capítulo 44.

CARINHO E PERDÃO

Adiante de Vós

 

“Mas ide dizer a seus discípulos, e a Pedro, que ele vai adiante de vós para a Galiléia.” – (MARCOS, 16:7.)
É raro encontrarmos discípulos decididos à fidelidade sem mescla, nos momentos que a luta supera o âmbito normal.
Comumente, em se elevando a experiência para maiores demonstrações de coragem, valor e fé, modifica-se-lhes o ânimo, de imediato. Converte-se a segurança em indecisão, a alegria em desalento.
Multipliquem-se os obstáculos e surgirá dolorosa incerteza.
Os aprendizes, no entanto, não devem olvidar a sublime promessa do princípio, quando o pastor recompunha o rebanho disperso.
Quando os companheiros, depois da Ressurreição, refletiam no futuro, oscilando entre a dúvida e a perplexidade, eis que o Mensageiro do Mestre lhes endereça aviso salutar, assegurando que o Senhor marcharia adiante dos amigos, para a Galiléia, onde aguardaria os amados colaboradores, a fim de assentarem as bases profundas do trabalho evangélico no porvir.
Não nos cabe esquecer que, nas primeiras providências do apostolado divino, Jesus sempre se adiantou aos companheiros nos testemunhos santificantes.
E assim acontece, invariavelmente, no transcurso dos séculos.
O Mestre está sempre fazendo o máximo na obra redentora, contando com o esforço dos cooperadores apenas nas particularidades minúsculas do celeste serviço…
Não vos entregueis às sombras da indecisão quando permanecerdes sozinhos ou quando o trabalho se agrave na estrada comum. Ide, confiantes e otimistas, às provações salutares ou às tarefas dilacerantes que esperam por nosso concurso e ação. Decerto, não seremos quinhoados por facilidades deliciosas, num mundo onde a ignorância ainda estabelece lamentáveis prisões, mas sigamos felizes no encalço das obrigações que nos competem, conscientes de que Jesus, amoroso e previdente, já seguiu adiante de nós …

 

XAVIER, Francisco Cândido. Vinha de Luz. Pelo Espírito Emmanuel. 14.ed. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1996. Capítulo 67.

MISTÉRIOS DO CORAÇÃO

Escritura Individual

 

“Mas tudo isto aconteceu para que se cumpram as escrituras dos profetas. Então, todos os discípulos, deixando-o, fugiram.” – (MATEUS, 26:56.)
O desígnio a cumprir-se não constitui característica exclusiva para a missão de Jesus.
Cada homem tem o mapa da ordem divina em sua existência, a ser executado com a colaboração do livre-arbítrio, no grande plano da vida eterna.
Acima de tudo, nesse sentido, toda criatura pensante não ignora que será compelida a restituir o corpo de carne à terra.
Os companheiros menos educados sabem, intuitivamente, que comparecerão a exame de contas, que se lhes defrontarão paisagens novas, além do sepulcro, e que colherão, sem mais nem menos, o fruto das ações que houverem semeado no seio da coletividade terrestre.
Em geral, porém, ao homem comum esse contrato, entre o servo encarnado e o Senhor Supremo, parece extremamente impreciso, e prossegue, experiência a fora, de rebeldia em rebeldia.
Nem por isso, todavia, a escritura, principalmente nos parágrafos da morte, deixará de cumprir-se. O momento, nesse particular, surge sempre, com múltiplos pretextos, para que as determinações divinas se realizem. No minuto exato, familiares e amigos excursionam em diferentes mundos de idéias, através das esferas da perplexidade, do temor, da tristeza, da dúvida, da interrogação dolorosa e, apesar da presença tangível dos afeiçoados, no quadro de testemunhos que lhe dizem respeito, o homem atende, sozinho, no capitulo da morte, aos itens da escritura grafada por ele próprio, diante das Leis do Eterno Pai, com seus atos, palavras e pensamentos de cada dia.

 

XAVIER, Francisco Cândido. Vinha de Luz. Pelo Espírito Emmanuel. 14.ed. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1996. Capítulo 94.

APAIXONAR

Pessimismo e Jesus

 

Dores multifárias assomam vigorosas e crês ser impossível suportar as tenazes agonias que agora parecem dominar todos os painéis da tua mente, avassalando órgãos e músculos do veículo físico.
Relacionas dificuldades e provações com os olhos nublados, enquanto observas os que passam exibindo saúde, guindados ao poder, brilhando entre amigos sorridentes, amparados pela cornucópia da fortuna. Estes, consideras, triunfam cada dia nos empreendimentos comerciais; aqueles conquistam títulos invejáveis; esses são requisitados para empreendimentos de realce social; uns estão disputando primazia no jogo das posições políticas; outros armazenam bens da usura; alguns estão distraídos e felizes, acumulando vitórias sobre vitórias; diversos passeavam ontem contigo amarrados a problemas, agora, no entanto, distantes, conseguiram os alvos que não lobrigaste.
Quase todos são homens sem fé, que frequentam as diversas Igrejas, desfilando vaidades e alardeando louros ao invés de procurarem o silêncio para a prece e a solidão para falar com o Senhor…
Todos felizes, menos tu.
Mergulhado nas tristes reflexões deprimentes arrolas a convicção cristã que arde na alma e os testemunhos da vivência evangélica, sem que te cheguem as dádivas dos Céus…
Reconsidera, porém, as observações de pessimismo e confia em Deus entregando-te totalmente a Ele, enquanto fazes a tua parte, o que deves, empenhado no culto elevado do dever. O pessimismo é lente que deforma a realidade.
Desconheces os problemas alheios, por estares empenhado na coleta das próprias aflições.
Todos os que se encontram na Terra estão em conserto, em ressarcimento, sendo que alguns, enquanto resgatam, aumentam, impudentes, os débitos trazidos, mediante compromissos novos.
Agradece a Deus a fé que luze no teu imo e a oportunidade de fazer o que possas e como possas com os que padecem mais do que tu mesmo.
Dentre os que estão sorrindo e triunfando, muitos sabem que se encontram moralmente falidos (e estão tentando fugir); outros protelam o inevitável encontro com a severa consciência; inumeráveis situam-se à borda da loucura e não sabem; estes buscam o nada e, frustrados, se atormentam tentando fingir ante a desilusão; aqueles apresentam-se lutando, desesperados, antes de caírem em terrível infortúnio que já pressentem; esses, esforçando-se por negar a vida, imergem nas alucinações psicopatas, não mais se suportando a si mesmos.
Se soubesses o que se passa além das fronteiras do teu “eu”, serias mais benigno ao examinar o teu próximo e desculparias mais.
Sofredores não são apenas os que já estão chorando. Há infelizes que perderam a faculdade de verter pranto e adicionam essa às outras aflições que os constringem…
Os “filhos do Calvário”, da expressão evangélica, não são somente os desendinheirados, os coxos, os pustulentos do corpo. Não conheces os abismos dos espíritos que sofrem na opulência enganosa da vida física.
Corrige a angulação do “ponto-de-vista”, dilata o amor e aprende com Jesus os exercícios da caridade discreta da compaixão em relação aos outros e da paciência ante os próprios sofrimentos, servindo e servindo, sem esperar resultados imediatos. transferindo para a Imortalidade o que ora não consegues…
*
À multidão esfaimada Jesus ofereceu pães e peixes que se multiplicavam em abundância; à samaritana, além da água do poço, ofertou-lhe a “água vita” do Evangelho do Reino; a Maria e a Marta devolveu Lázaro arrancado da sepultura em que se encontrava; a Nicodemos, concedeu o conhecimento das vidas sucessivas; a Simão ensejou a honra de pernoitar no Lar… dilatando para todos, indistintamente, a visão espiritual quanto às responsabilidades de cada um ante a consciência universal, ensejando a compreensão do Reino dos Céus e a oportunidade de um dia fruir-lhe as alegrias. E nunca discrepou das atitudes de amor para arrolar queixas ou quaisquer lamentações, vitalizando as fôrças infelizes do pessimismo.
*
“Então, o Senhor, tocado de compaixão, o mandou embora e lhe perdoou a dívida”. Mateus: capítulo 18º, versículo 27.
*
“Amar, no sentido profundo do termo, é o homem ser leal, probo, consciencioso, para fazer aos outros o que queira que estes lhe façam; é procurar em torno de si o sentido íntimo de todas as dores que acabrunham seus irmãos, para suavizá-las; é considerar como sua a grande família humana, porque essa família todos a encontrareis dentro de certo período, em mundos mais adiantados, e os Espíritos que a compõem são, como vós, filhos de Deus, destinados a se elevarem ao infinito”. Evangelho Segundo o Espiritismo – Capítulo 11º – Item 10, parágrafo 2.

 

FRANCO, Divaldo Pereira. Florações Evangélicas. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 41.

crianças

Nasceste no Lar Que Precisavas

 

Nasceste no lar que precisavas,
vestiste o corpo físico que merecias,
moras onde melhor Deus te proporcionou, de acordo com teu adiantamento.
Possuis os recursos financeiros coerentes com as tuas necessidades,
nem mais, nem menos, mas o justo para as tuas lutas terrenas.
Teu ambiente de trabalho é o que elegeste espontaneamente para a tua realização.
Teus parentes, amigos são as almas que atraíste, com tua própria afinidade.
Portanto, teu destino está constantemente sob teu controle.
Tu escolhes, recolhes, eleges, atrais, buscas, expulsas, modificas tudo aquilo que te rodeia a existência.
Teus pensamentos e vontade são a chave de teus atos e atitudes…
São as fontes de atração e repulsão na tua jornada vivencial.
Não reclames nem te faças de vítima.
Antes de tudo, analisa e observa.
A mudança está em tuas mãos.
Reprograma tua meta, busca o bem e viverás melhor.
Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim.

 

NETO, Francisco do Espírito Santo. Um Modo de Entender – Uma Nova Forma de Viver. Pelo Espírito Hammed. Boa Nova.

sorrisos amigos

Resposta do Além

 

 

Minha irmã: valho-me do “correio do outro mundo” para responder à sua carta, cheia da sensibilidade do seu coração de mulher.
Pede-me a senhora o concurso de Espírito desencarnado para a solução de problemas domésticos no setor de educação aos filhinhos que Deus lhe confiou. Conforma-me, sobremaneira, a sua generosidade; entretanto, minha amiga, a opinião dos mortos, esclarecidos na realidade que lhes constitui o novo ambiente, será sempre muito diversa do conceito geral.
A verdade que o túmulo nos fornece renova quase todos os preceitos que nos pautavam as atitudes.
Aí no mundo, entrajados no velho manto das fantasias, raros pais conseguem fugir à cegueira do sangue. De orientadores positivos, que deveríamos ser, passamos à condição de servidores menos dignos dos filhos que a providência nos entrega, por algum tempo, ao carinho e ao cuidado.
Na Europa, trabalhada pelo sofrimento, existem coletividades que já se acautelam contra os perigos da inconsciência na educação infantil entre mimos e caprichos satisfeitos. Conhecemos, por exemplo, um rifão inglês que recomenda: – “poupa a vara e entrega a criança”. Mas, na América, geralmente, poupamos os defeitos da criança para que o jovem nos deite a vara logo que possa vestir-se sem nós. Naturalmente que os britânicos não são pais desnaturados, nem monstros que atormentem os meninos na calada da noite, mas compreenderam, antes de nós, que o amor, para educar, não prescinde da energia e que a ternura, por mais valiosa, não pode dispensar o esclarecimento.
Dentro do Novo Mundo, e principalmente em nos País, as crianças são pequeninos e detestáveis senhores do lar que, aos poucos, se transformam em perigosos verdugos. Enchemo-las de brinquedos inúteis e de carinhos prejudiciais, sem a vigilância necessária, diante do futuro incerto.
Lembro-me, admirado, do tempo em que se considerava herói o genitor que roubasse um guizo para satisfazer a impertinência de algum pequerrucho traquinas e, muitas vezes, recordo, envergonhado, a veneração sincera com que via certas mães insensatas a se debulharem em pranto pela impossibilidade de adquirir uma grande boneca para a filhinha exigente. A morte, todavia, ensinou-me que tudo isso não passa de loucura do coração.
É necessário despertar a alegria e acender a luz da felicidade em torno das almas que recomeçam a luta humana, em corpos tenros e, muita vez, enfermiços. Fora tirania doméstica subtraí-las ao sol, ao jardim, à Natureza. Seria crime cerrar-lhes o sorriso gracioso, com os ralhos inoportunos, quando os seus olhos ingênuos e confiantes nos pedem compreensão. Entretanto, minha amiga, não cogitamos de proporcionar-lhes a alegria construtiva, nem nos preocupamos com a sua felicidade real. Viciamo-lhas simplesmente.
Começamos a tarefa ingrata, habituando-lhes a boca às piores palavras da gíria e incentivando-lhes as mãos pequenas à agressividade risonha. Horrorizamo-nos quando alguém nos fala em corrigenda e trabalho. A palmatória e a oficina destinam-se aos filhos alheios. Convertemos o lar, santuário edificante que a Majestade Divina nos confia na Terra, em fortaleza odiosa, dentro da qual ensinamos o menosprezo aos vizinhos e a guerra sistemática aos semelhantes.
Satisfazendo-lhes os caprichos, dispomo-nos a esmagar afeições sublimes, ferindo nossos melhores amigos e descendo aos fundos abismos do ridículo e da estupidez. Fiéis às suas descabidas exigências, falhamos em setenta por cento de nossas oportunidades de realização espiritual na existência terrestre. Envelhecemo-nos prematuramente, contraímos dolorosas enfermidades da alma e, quase sempre, só reconhecem alguma coisa de nossa renúncia vazia, ;quando o matrimônio e a família direta os defrontam, no extenso caminho da vida, dilatando-lhes obrigações e trabalhos. Ainda aí, se a piedade não comparece no quadro de suas concepções renovadas, convertem-nos em avós escravos e submissos.
A morte, porém, colhe nossa alma em sua rede infalível para que nos aconselhemos, de novo, com a verdade. Cai-nos a venda dos olhos e observamos que os nossos supostos sacrifícios não representavam senão amargoso engano da personalidade egoística. Nossas longas vigílias e atritos angustiosos eram, apenas, a defesa improfícua de mentiroso sistema de proteção familiar. E humilhados, vencidos tentamos debalde o exercício tardio da correção. Absolutamente desamparados de nossa lealdade e de nossa indesejável ternura, os filhos do nosso amor rolam, vida afora, aprendendo na aspereza do caminho comum.
É que, antes de serem os rebentos temporários de nosso sangue, eram companheiros espirituais do campo a vida infinita, e, se voltaram ao internato da reencarnação, é que necessitavam atender ao resgate, junto de nós outros, adquirindo mais luz no entendimento. Não devíamos cercá-los de mimos inúteis, mas de lições proveitosas, preparando-os, em face das exigências da evolução e do aprimoramento para a vida eterna.
Desse modo, minha amiga, use os seus recursos educativos compatíveis com o temperamento de cada bebê, encaminhando-lhes o passo, desde cedo, na estrada do trabalho e dobem, da verdade e da compreensão, porque as escolas públicas ou particulares instruem a inteligência, mas não se podem responsabilizar pela edificação do sentimento. Em cada cidade do mundo pode haver um Pestalozzi que coopere na formação do caráter infantil, mas ninguém pode substituir os pais na esfera educativa do coração.
Se a senhora, porém, não acreditar em minhas palavras, por serem filhas da realidade indisfarçável e dura, exercite exclusivamente o carinho e espere pela lição do futuro, sem incomodar-se com os meus conselhos, porque eu também, se ainda estivesse envolvido na carne terrestre e se um amigo do “outro mundo” me viesse trazer os avisos que lhe dou, provavelmente não os aceitaria.

 

Pelo Espírito Irmão X
XAVIER, Francisco Cândido. Luz no Lar. Espíritos Diversos. FEB.

solidariedade amigos

Sinceramente

 

Se você efetivamente deseja cooperar com Jesus, nada conseguirá arredá-lo do propósito de servir.
Mesmo sob circunstâncias adversas, saberá encontrar recursos para que o bem se manifeste através de suas mãos.
Ao invés de inspirarem-lhe desânimo, os percalços naturais do caminho ser-lhe-ão apelos à perseverança e convites ao devotamento.
Não perderá tempo reclamando situações de privilégio ou esperando condições mais favoráveis ao cumprimento do dever.
Por mais insignificante que considere a sua tarefa, procurará desempenhá-la com a responsabilidade daqueles aos quais a vida já confiou encargos maiores.
Se acontecimentos inesperados lhe impuserem limitações ao campo de ação pessoal, não se acanhará de tornar às suas próprias origens no serviço de natureza espiritual com a alegria e com a esperança que lhe assinalaram os primeiros passos na senda do aperfeiçoamento.
Compreenderá que todo sofrimento é lição, agradecendo à dor a experiência adquirida na cartilha da provação.
Preferirá ser desagradado pelos que ainda não conseguem aceitá-lo como é, do que desagradar a consciência que lhe ensina a ser melhor a cada dia que passa.
Na companhia de amigos, ou solitário, seguirá adiante sem se deixar absorver exclusivamente pelos compromissos de ordem material, lutando, a todo custo, pela emancipação íntima, reconhecendo que toda construção sólida no reino do espírito se alicerça no sacrifício.
Se você sinceramente deseja acompanhar o Mestre na jornada de volta para Deus, tome a sua cruz sobre os ombros e não O perca de vista, em meio às surpresas e desafios da estrada.

 

Pelo Espírito André Luiz
XAVIER, Francisco Cândido; BACCELLI, Carlos A.. Brilhe Vossa Luz. Espíritos Diversos. IDE. Capítulo 12.

BERÇO TERRESTRE EMMANUEL

A Oração do Justo

 

“A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos.” (Tiago, 5:16)

 

Considerando as ondas do desejo, em sua força vital, todo impulso e todo anseio constituem também orações que partem da Natureza.
O verme que se arrasta com dificuldade, no fundo está rogando recursos de locomoção mais fácil.
A loba, cariciando o filhote, no imo do ser permanece implorando lições de amor que lhe modifiquem a expressão selvagem.
O homem primitivo, adorando o trovão, nos recessos da alma pede explicações da Divindade, de maneira a educar os impulsos de fé.
Todas as necessidades do mundo, traduzidas no esforço dos seres viventes, valem por súplicas das criaturas ao Criador e Pai.
Por isso mesmo, se o desejo do homem bom é uma prece, o propósito do homem mau ou desequilibrado é também uma rogativa.
Ainda aqui, porém, temos a lei da densidade específica.
Atira uma pedra ao vizinho e o projétil será imediatamente atraído para baixo.
Deixa cair algumas gotas de perfume sobre a fronte de teu irmão e o aroma se espalhará na atmosfera.
Liberta uma serpente e ela procurará uma toca.
Solta uma andorinha e ela buscará a altura.
Minerais, vegetais, animais e almas humanas estão pedindo habitualmente, e a Providência Divina, através da Natureza, vive sempre respondendo.
Há processos de solução demorada e respostas que levam séculos para descerem dos Céus à Terra.
Mas de todas as orações que se elevam para o Alto, o apóstolo destaca a do homem justo como sendo revestida de intenso poder.
É que a consciência reta, no ajustamento à Lei, já conquistou amizades e intercessões numerosas.
Quem ajunta amigos, amontoa amor. Quem amontoa amor, acumula poder.
Aprende, assim, a agir com justiça e bondade e teus rogos subirão sem entraves, amparados pelos veículos da simpatia e da gratidão, porque o justo, em verdade, onde estiver, é sempre um cooperador de Deus.

 

XAVIER, Francisco Cândido. Fonte Viva. Pelo Espírito Emmanuel. FEB. Capítulo 150.

SONHOS CHICO XAVIER
FIZERAM DE MIM

Comentários